quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Medo no clã Bolsonaro: PF inicia a análise dos celulares de Wassef

A Polícia Federal (PF) tomou uma ação decisiva no caso envolvendo a família Bolsonaro, fornecendo ao advogado  Frederick Wassef, um HD contendo a cópia dos dados extraídos de seus quatro celulares apreendidos há dois meses. A informação foi divulgada pela colunista Bela Megale, do jornal O Globo.

A entrega dessa cópia permite à PF iniciar a análise e perícia dos aparelhos, uma etapa crucial no desenrolar da investigação. Anteriormente, os investigadores haviam apenas extraído o conteúdo dos telefones, sem autorização judicial para criar um relatório baseado nesses dados.

Wassef tinha um aparelho exclusivo para falar com o clã Bolsonaro, em especial, seus clientes, o senador Flávio Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em agosto, o advogado da família foi alvo de uma busca realizada pela PF, resultando na apreensão de quatro dispositivos eletrônicos em sua posse.

O causídico reconheceu ter adquirido um relógio Rolex por US$ 50 mil nos Estados Unidos, em uma transação realizada por assessores de Bolsonaro e envolvendo irregularidades.

O zelo em relação a esses dados é justificado pelo fato de que, como advogado, ele tem direito ao sigilo de suas comunicações com os clientes. Toda a operação referente a essas informações contou com a supervisão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para garantir o respeito aos direitos do profissional.

O laudo pericial produzido pela PF abrangerá todos os aspectos da análise. Posteriormente, a entidade avaliará se a análise se concentrou exclusivamente nos elementos relacionados à investigação em curso.

A apreensão dos celulares suscita preocupações sobre possíveis revelações acerca dos contatos próximos que o advogado mantinha com personalidades proeminentes do Judiciário, que ganharam notoriedade durante a gestão de Bolsonaro. Isso levanta questionamentos sobre a frequência e o teor das conversas entre Wassef e essas figuras de destaque.

<><> Bolsonaro toma decisão após Cid envolver a filha Laura em delação à PF

O avanço das investigações da Polícia Federal (PF) sobre a organização criminosa que atuava sob o comando de Jair Bolsonaro (PL) tem deixado o ex-presidente, que está inelegível até 2030, cada dia mais apavorado.

O principal medo de Bolsonaro é em relação à delação do tenente coronel Mauro Cesar Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, e principalmente de que os crimes delatados envolvam os filhos, Michelle Bolsonaro e até mesmo as ex-mulheres.

Reportagem de Aguirre Talento no portal Uol nesta segunda-feira (23) afirma que Cid envolveu Bolsonaro diretamente na fraude dos cartões de vacinação.

Entre os documentos fraudados está o da filha, Laura Bolsonaro, de 13 anos, que não teria sido imunizada contra a Covid-19 por ordem do pai.

Segundo Cid, a fraude nos cartões de vacina teria foi feita a mando de Bolsonaro. Além dos documentos do ex-presidente e da filha, o militar também teria fraudado os certificados de vacinação para ele mesmo e para a família, para que pudessem acompanhar o ex-chefe nos EUA.

Após a divulgação do trecho da delação nesta segunda, Bolsonaro teria decidido se afastar definitivamente da família Cid. O ex-presidente vinha tentando uma reaproximação com o general Mauro Cesar Lourena Cid, amigo de longa data e pai do ex-ajudante de ordens.

O ex-presidente teria, inclusive, sido informado pelo pai do tenente coronel que ele não estaria no centro das delação. No entanto, Bolsonaro não acredita mais no amigo, com quem estudou na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) nos anos 1970.

Depois do vazamento, Bolsonaro e seu entorno se preparam para o embate judicial com Cid, acreditando que realmente é a figura principal da delação do militar.

•        Vacinas

A versão de Bolsonaro sobre a fraude nos cartões de vacina contrasta com a de Cid. Em maio, o ex-presidente izia que não conhecia as fraudes nos cartões de vacinação e que tampouco havia orientado ninguém nesse sentido.

Fábio Wajngarten, seu advogado e ex-Secom, reafirmou a versão do ex-presidente à reportagem do Uol e agregou que seu visto para os EUA não precisaria do certificado de vacinação, assim como o de sua filha mais nova.

Mas as investigações acerca das fraudes nos cartões de vacinação são talvez as mais avançadas na PF que podem levar Bolsonaro à cadeia.

Ainda no começo do ano foi descoberta uma série de mensagens no celular de Cid em que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro pedia a inserção de dados falsos no sistema eletrônico do SUS - mais tarde ficaria comprovado que essas inserções possibilitaram os cartões fraudados. Além de Bolsonaro e sua filha Laura, a própria família de Cid teria fraudado certificados de vacinação para si.

Foram com essas informações que em 3 de maio a PF realizou a Operação Venire, que fez buscas e apreensões na casa de Bolsonaro em Brasília, além de uma série de outras buscas e prisões. Um dos presos foi Ailton Barros, aliado de longa data de Bolsonaro. O ex-major do Exército teria feiro parte do esquema que operava a fraude em postos de saúde de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense (RJ).

Mauro Cid também foi preso em 3 maio no âmbito da Operação Venire e acabou solto em 9 de setembro após homologar um acordo de delação premiada.

 

       O que Moraes pretende fazer com o relatório da CPI do Golpe?

 

De acordo com informações da jornalista Daniela Lima no G1, o ministro Alexandre de Moraes decidiu integrar o relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do dia 8 de janeiro com o inquérito das milícias digitais.

A investigação, liderada pelo ministro, abrange pelo menos cinco linhas de apuração, desde a tentativa de golpe de Estado até a disseminação, impulsionada por recursos públicos, de notícias falsas contra as instituições e as eleições.

Os membros da CPMI entregaram pessoalmente o relatório ao ministro no Supremo. Aqueles presentes durante a conversa relataram que o ministro elogiou o trabalho da relatora, Eliziane Gama (PSD-MA).

A CPMI concluiu que o ex-presidente Bolsonaro atuou como uma espécie de mentor intelectual dos atos e se empenhou ativamente em minar as instituições, em uma sequência de ações que culminaram no incidente de 8 de janeiro.

 

Ø  Mãe de Carla Zambelli já usou as redes sociais para ataques a Alexandre de Moraes

 

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP ) afirmou, nesta terça-feira, 24, que pediu ao hacker Walter Delgatti Neto o endereço do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para que a sua mãe enviasse uma carta ao magistrado para o "sensibilizar" sobre processos em que a parlamentar era investigada. Porém, naquela época, Rita Luzia Zambelli Salgado publicava em seu Facebook postagens em que ofendia e pedia o impeachment de Moraes.

Nesta segunda-feira, 23, o portal G1 divulgou dois áudios onde Zambelli pergunta a Delgatti qual seria o endereço da residência do ministro. "Ô Walter, não aparece nenhum endereço de Brasília, né? Precisava do endereço daqui de Brasília", disse a deputada em um áudio de seis segundos. "Não, não pode ser, porque quadra é prédio, e ele deve morar numa casa no Lago Sul, alguma coisa assim. Deve ser coisa do STF. Isso provavelmente deve estar nos arquivos do STF como casa... casa tipo... funcional, entendeu?", afirmou a parlamentar em outra gravação de 18 segundos.

Ainda na segunda-feira, a defesa de Zambelli havia negado ter feito o pedido a Delgatti. Nesta terça-feira, 24, a parlamentar mudou a sua versão e disse que queria descobrir o endereço de Moraes para que Rita Luiza enviasse uma carta ao ministro. "Minha mãe tinha escrito uma carta para o Alexandre de Moraes e queria entregar essa carta. Eu disse para não mandarmos para o STF para evitar pegar mal, e ela disse que o certo era enviar para a casa dele", disse a deputada ao portal G1.

Os áudios foram enviados por Zambelli em novembro do ano passado, após a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), aliado da parlamentar. Naquele período, Rita Luiza, que também se identifica como bolsonarista nas redes sociais, postou publicações com ofensas dirigidas ao ex-ministro.

No dia 13 de outubro do ano passado, a mãe de Zambelli compartilhou uma notícia sobre uma afirmação de Moraes sobre o assédio de eleitores por empresários. Rita Luiza chamou o ministro de "m....", "cabeça de p....", "banana nas mãos da esquerda" e 'vendido idiota". A postagem foi compartilhada pela deputada federal em seu Instagram, com a legenda: "Essa é a minha mãe... #Orgulho!"

No dia seguinte, Rita Luiza compartilhou um abaixo-assinado digital feito por bolsonaristas que pedia o impeachment do magistrado por supostas "violações de liberdade de imprensa e de expressão".

Em outras postagens no dia 24 de outubro e em 20 de novembro, a mãe de Zambelli voltou a atacar Moraes o chamando de "careca" e "cabeça de p...". Durante os ataques antidemocráticos de 8 de Janeiro, Rita Luzia compartilhou em seu perfil uma live de uma apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro invadindo o Congresso Nacional.

>> Mãe de Zambelli disse que brasileiros sentiriam 'vergonha' se Forças Armadas 'batessem continência' a Lula

Além de ataques ao magistrado, a mãe de Zambelli publicou postagens em que questionava a conduta das Forças Armadas após a vitória de Lula. Os militares receberam cobranças de bolsonaristas para promoverem uma intervenção. No dia 28 de novembro, Rita Luiza disse que os brasileiros sentiriam 'vergonha" se os militares "batessem continência ao molusco". Junto à postagem, a mãe de Carla Zambelli compartilhou um vídeo que recebeu alertas de informações falsas pelo Facebook.

"FFAA [Forças Armadas], vocês vão deixar barato? Vão bater continência para o molusco? Já pensaram o que nos brasileiros sentiremos por vocês, além de vergonha?", afirmou a mãe da parlamentar.

 

       Ex-comandante citado em delação usa apartamento da Marinha há 10 meses

 

O almirante Almir Garnier Santos, comandante da Marinha do governo Bolsonaro suspeito de apoiar um plano golpista, mora há 10 meses em um apartamento da Marinha em Brasília, mesmo tendo passado para a reserva e deixado qualquer função na Força ainda no fim de 2022. Garnier alegou “motivo particular” para ocupar o imóvel de classe alta e se beneficiou de uma brecha nas regras da caserna.

Desde janeiro deste ano, o ex-comandante da Marinha está em um apartamento de 160 metros quadrados na Asa Sul, bairro da capital federal. Se alugasse o imóvel, pagaria no mínimo R$ 6,5 mil de aluguel por mês. Garnier mora no local com a mulher, Selma Foligne, que teve um cargo de confiança no Planalto de Jair Bolsonaro depois de se aposentar da Marinha. Não há prazo para que o casal deixe o apartamento mantido com dinheiro público.

Uma regra interna da Marinha dá direito a apartamentos funcionais só aos funcionários da ativa, assim como acontece nos outros órgãos dos três Poderes. Nesse caso, porém, mesmo estando na reserva e afastado da Força, o militar se beneficiou de uma brecha, ocupando um “apartamento de trânsito”, que está em outra categoria.

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Esses imóveis de trânsito, administrados pelas Forças Armadas, são destinados a hospedar militares e familiares em serviço ou em lazer. É o caso dos militares que trabalham em uma nova cidade e ainda não receberam o apartamento funcional, ou então estão viajando a trabalho. Há ainda uma outra possibilidade para permitir o uso dos apartamentos, que foi usada por Garnier: “motivo particular”. Questionada, a Força Naval não explicou essa justificativa.

A rotina de Garnier depois de deixar o cargo mais alto da Marinha é discreta. O militar costuma sair do prédio apenas de carro, pela garagem, e não é visto pelos vizinhos com frequência. A coluna esteve no local e interfonou para o apartamento de Almir Garnier, mas recebeu a resposta de que ele não se manifestaria. Desde setembro, quando foi acusado na delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-auxiliar de Bolsonaro, de ter apoiado um plano golpista após a vitória de Lula, Garnier não se pronunciou sobre o caso.

No último dia 17, o relatório final da CPMI do 8 de Janeiro acusou Garnier de ter cometido os crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e associação criminosa. O colegiado apontou que o ex-comandante militar aderiu às “condutas criminosas” de Bolsonaro e colaborou “decisivamente” para os atos golpistas do 8 de Janeiro.

Procurada, a Marinha afirmou que tem dois apartamentos de trânsito em Brasília destinados a oficiais-generais, incluindo o usado pelo almirante Garnier. A Força, que não detalhou por que forneceu o apartamento a Garnier desde janeiro, afirmou que “reitera o seu compromisso com a transparência, a integridade e com o cumprimento das normas estabelecidas para quaisquer de suas atividades”.

 

       Crítico da Lei Rouanet, Eduardo Costa fará DVD com R$ 1 milhão... da Rouanet

 

O cantor sertanejo Eduardo Costa, eleitor de Jair Bolsonaro, dizia que os recursos obtidos via Lei Rouanet eram voltados para “artistas safados” que “mamavam nas tetas do Estado”. A opinião de Costa parece ter mudado após a derrota de Bolsonaro nas urnas. O sertanejo foi autorizado pelo Ministério da Cultura a captar R$ 996,5 mil, por meio da Lei Rouanet, até dezembro deste ano. O dinheiro será usado para a gravação de um DVD.

A empresa autorizada a captar os recursos chama-se Churrasco, Cerveja e Viola – C.C.V. Eventos LTDA e pertence a Leandro Restino de Souza Porto. Ele é sócio de Edson Vander da Costa Batista, nome verdadeiro de Eduardo Costa, em outra empresa, a Fox Vision LTDA.

Porto anexou ao projeto de captação um documento em que Costa afirma estar ciente da proposta para financiar o DVD com a Lei Rouanet. O termo, assinado de próprio punho pelo cantor, foi enviado para a Secretaria de Economia Criativa e Fomento Cultural do Ministério da Cultura.

O projeto é chamado “Eduardo Costa – O instrumentista e as modas de violas de Minas” e apresentará músicas sertanejas de raiz gravadas pelo cantor com uma orquestra formada por violões, violas e instrumentos de sopro. As gravações serão feitas durante dois shows em Belo Horizonte.

O sócio de Eduardo Costa informou que o projeto será o primeiro de outras edições previstas para o mesmo formato e em outras capitais brasileiras. A renda do DVD, segundo a justificativa apresentada ao Ministério da Cultura, terá 80% do valor voltado à distribuição gratuita, 10% para patrocinadores e 10% para a divulgação do produto.

 

Fonte: DCM/Fórum/O Cafezinho/Metrópoles

 

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