segunda-feira, 30 de outubro de 2023

Intolerância à lactose: entenda como é o diagnóstico e tratamento

A intolerância à lactose é a mais famosa das intolerâncias alimentares. Ela acontece devido a uma falha de funcionamento da enzima "lactase", responsável pela digestão/"quebra" da molécula da lactose, que é o açúcar presente no leite.

" Se a enzima não é capaz de executar adequadamente esta função, ocorre uma sobrecarga da lactose dentro da luz do intestino. Isso porque se trata de uma molécula muito grande para atravessar a parede intestinal e se transportar ao sangue", explica a Dra. Helen Perussolo, médica gastroenterologista do Hospital São Marcelino Champagnat.

Conforme a especialista, em condições normais de funcionamento da enzima, a lactose se quebraria se transformando em açúcares menores (a glicose e galactose), que por seu menor tamanho conseguiriam atravessar a barreira intestinal. "A lactose residual dentro do intestino, por não ter sido absorvida, é a responsável pelos sintomas", afirma.

•        Tipos de intolerância à lactose

A médica explica que existem 3 tipos principais de intolerância a lactose:

# Genética (congênita): problema na produção da enzima;

# Primária: com o passar dos anos, diminui a produção da enzima e tende a ser assim de forma prolongada ou permanente;

# Secundária (adquirida): quando ocorre devido a outra condição intestinal, como doenças inflamatórias crônicas do intestino, doença celíaca, infecções intestinais. Neste caso, é possível reverter o quadro após melhora da condição que lhe causou e não se tornar permanente.

•        Sintomas e diagnóstico

Os sintomas, aliás, representam um grande desconforto para quem sofre com intolerância à lactose. Basta consumir qualquer derivado do leite para sentir náuseas, distensão abdominal, excesso de gases, cólicas intestinais e alteração do ritmo intestinal, principalmente com diarreia. Contudo, é importante destacar que esses sinais podem variar dependendo do caso.

A médica explica que o diagnóstico começa com a suspeita da intolerância, pela queixa do paciente de sintomas percebidos após a ingestão de leite ou seus derivados. É possível confirmar a condição através do "teste oral de tolerância a lactose". Isto é, com uma série de coletas de sangue após ingestão de um volume determinado de xarope de lactose.

"Outra técnica possível para confirmação diagnóstica é o teste do hidrogênio expirado, um exame respiratório também após tomar um volume oral da lactose. Em alguns casos, não é necessária a realização de exames complementares, bastando a história clínica compatível", afirma Hellen.

•        Qual o tratamento para intolerância à lactose?

De acordo com a gastroenterologista, após avaliação em consulta e confirmação clínica ou laboratorial do diagnóstico, o paciente recebe orientações quanto aos cuidados na dieta.

"Na dependência da intensidade dos sintomas, é preciso substituir o leite de vaca e seus derivados por leites vegetais. É o caso, por exemplo do leite de coco, de amêndoas, de arroz, de aveia, ou então pelo uso de produtos lácteos na modalidade "zero lactose". Neles, industrialmente utiliza-se a enzima lactase e o produto já é composto pelos açúcares menores (a glicose e galactose) de fácil absorção pelo intestino", recomenda a médica.

No entanto, quando se opta pela substituição do leite de vaca e seus derivados, é preciso estar atento à necessidade de ingestão alimentar adequada de cálcio. Isso porque ele é fundamental para a saúde dos ossos, portanto é necessário buscar outras fontes deste mineral.

"É sempre importante também ressaltar e explicar ao paciente que a intolerância à lactose não se trata de uma condição grave, embora seus sintomas possam ser bastante desconfortáveis e comprometer a qualidade de vida", ressalta a especialista.

Segundo ela, na intolerância à lactose, não há inflamação intestinal e tampouco aumento do risco de câncer de intestino ou de má absorção de nutrientes. Além disso, também é importante explicar que intolerância à lactose é uma condição muito diferente da alergia à proteína do leite, em sintomas e em gravidade.

 

       Será que é só ressaca? 9 sinais de intolerância ao álcool

 

Curtiu a sexta ou o sábado à noite e a ressaca bateu na porta na manhã seguinte? O primeiro pensamento costuma ser: "bebi demais". No entanto, o desconforto pode indicar intolerância ao álcool, uma condição relativamente comum na população.

•        9 sintomas da intolerância ao álcool

Os sintomas se iniciam pouco tempo após a ingestão de álcool e costumam incluir:

# Rubor na pele (isto é, vermelhidão);

# Nariz entupido;

# Taquicardia;

# Fraqueza;

# Dor de cabeça;

# Náusea;

# Cansaço;

# Confusão mental.

Essas reações são resultado de deficiências nas enzimas responsáveis por quebrar e metabolizar o álcool. "A intolerância se caracteriza por reações desagradáveis após o consumo de doses relativamente pequenas de álcool. A causa é uma condição genética na qual o indivíduo acumula acetaldeído (o principal produto da transformação do álcool pelas células) no organismo", explica a professora e coordenadora de nutrição da Cruzeiro do Sul Virtual, Camila Queiroz. 

Para a identificação da intolerância ao álcool existem exames específicos em laboratório. Porém os sintomas manifestados, a quantidade de álcool ingerida e o tempo decorrido entre a ingestão e o início do surgimento dos sintomas podem ser premissas para indicar a presença da condição.

•        O que causa a intolerância

Vale destacar que, embora os sintomas sejam similares aos de uma reação alérgica, a intolerância ao álcool não é uma alergia, explica a Luana Paula Gomes, docente do curso de nutrição da Cruzeiro do Sul Virtual.

"A condição de intolerância deriva da inatividade da enzima aldeído-desidrogenase 2 (ALDH2), que possui um importante papel no metabolismo do álcool atuando como aceleradora do processo de transformação do acetaldeído (substância tóxica resultante da metabolização do etanol) para acetato, diminuindo a concentração e os efeitos tóxicos do acetaldeído", detalha Luana Paula Gomes.

Por se tratar de uma alteração genética, a única forma de prevenir reações de intolerância é evitar o consumo de álcool. Além disso, é importante buscar orientação médica para obter um diagnóstico adequado e avaliar a possibilidade de outras condições subjacentes relacionadas ao metabolismo do álcool.

 

Fonte: Saúde em Dia

 

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