Noblat: O primeiro “filho” a trair Jair Bolsonaro
A “traição” do ex-ajudante de ordens Mauro Cid
pegou Jair Bolsonaro (PL) de surpresa. Pessoas próximas aos dois dizem que a
relação entre eles, até a prisão do tenente-coronel, era ótima e havia muita
amizade envolvida. Bolsonaro considerava Cid como um filho e agora precisa
montar estratégias contra o militar.
A defesa de Bolsonaro vai tentar questionar o
vazamento da delação de Cid na Polícia Federal (PF). Partes do depoimento do
ex-ajudante de ordens vieram a público na quinta-feira (21/09) e mostraram que
Bolsonaro propôs um golpe aos comandantes das Forças Armadas.
Antes, Bolsonaro acreditava que as delações de Cid
“não dariam em nada”. A fidelidade do tenente-coronel era considerada muito
firme pelo ex-presidente, que acreditava que não seria prejudicado pelo
ex-funcionário.
Agora, Bolsonaro se vê numa situação desgostosa.
Parte de sua defesa tenta vazar notícias sobre Cid, para tentar desmoralizá-lo.
O questionamento contra o vazamento também parte dessa estratégia. A intenção é
fazer as informações “perderem” valor depois de divulgadas na imprensa.
O sentimento de traição também atinge o advogado de
Mauro Cid, Cezar Bitencourt, que havia garantido em conversas reservadas e à
imprensa que seu cliente não culparia Bolsonaro por nada.
<><> O coral dos militares e o dia em
que Bolsonaro confessou seu crime
Às primeiras notícias de que poderíamos ouvir o
canto do tenente-coronel Mauro Cid sobre a tentativa de golpe de Estado
planejada para impedir a posse de Lula, o advogado de defesa do
ex-ajudante-de-ordem de Bolsonaro correu a declarar que não haveria delação.
Um militar, ainda mais um oficial de alta patente,
jamais delataria seu superior ou seus subordinados. No caso desses últimos,
simplesmente os puniria por suas faltas. No caso de um superior, no máximo
confirmaria ou não o que ele pudesse ter feito de errado.
E assim, por meses a fio, ficou a impressão de que
Mauro Cid se limitaria a assinar embaixo das provas já obtidas pela Polícia
Federal sobre o mal comportamento de Bolsonaro. Contestá-las agravaria sua
situação e o deixaria sujeito a penas mais severas.
Não foi o que aconteceu. Mauro Cid foi muito além
do que seu celular apreendido já havia revelado, e muito além do que a Polícia
Federal já sabia ou desconfiava. Quanto além ele foi, nem tão cedo ficará
claro. Mas isso não importa agora.
Uma vez que cantou, e que cantou bonitinho, ele obrigará
outros colegas de farda a cantarem também para não serem acusados de cúmplices
em pelo menos dois crimes: abolição violenta do Estado Democrático de Direito e
tentativa de golpe de Estado.
Alguns relatos dão conta de que o Comandante da
Marinha à época, o almirante Almir Garnier Santos, disse sim à proposta de
golpe de Bolsonaro, enquanto os comandantes do Exército, general Freire Gomes,
e da Aeronáutica, brigadeiro Carlos Batista, disseram não.
Outros relatos dão conta que o brigadeiro ficou
calado, e que o general, em reunião com Bolsonaro no final de novembro, ameaçou
prendê-lo se ele insistisse com a ideia do golpe. Essas coisas deverão ser
esclarecidas quando o general e o brigadeiro forem depor.
Sim, porque a Polícia Federal irá ouvi-los. Como
certamente ouvirá outros militares graduados, como os generais Augusto Heleno,
ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, e Walter Braga Neto,
ex-ministro da Defesa e vice na chapa de Bolsonaro.
Augusto Heleno adiantou-se e disse que Bolsonaro nunca
conversou com ele sobre golpe, e que ele nunca ouviu falar em golpe. Braga
Netto será interrogado sobre um vídeo postado pelo prefeito bolsonarista de
Tapurah, Carlos Alberto Capeletti (PSD-MT).
No dia 14 de novembro do ano passado, Capeletti,
que estava acampado com centenas de golpistas à porta do QG do Exército, em
Brasília, contou o que ele e um grupo de amigos tinham acabado de ouvir de
Braga Neto:
“Na saída do mercado Carrefour encontramos o
general Braga Netto, que veio ao nosso encontro, e nos tranquilizou falando que
não é para nos preocupar que vai acontecer algo muito bom para toda a sociedade
do Brasil ainda nesta semana”.
Outro vídeo, esse de 18 de novembro, exigirá
explicações de Braga Netto. Nesse dia, diante do choro de uma mulher que se queixava
de enfrentar chuva e sol no acampamento, o general pediu-lhe:
“Não perca a fé”.
Bolsonaro começou a perder a fé no golpe em 24 de
novembro. Esse foi o dia em que o general Freire Gomes, depois de consultar a
maioria dos membros do Estado Maior do Exército, disse não ao golpe durante
reunião no Palácio da Alvorada.
Como o golpe seria possível se os generais
comandantes do Sul (Fernando Soares), do Sudeste (Thomaz Paiva), do Leste
(André Novaes) e do Nordeste (Richard Nunes) eram contra? E se o governo dos
Estados Unidos informara a tempo que também era contra?
No último pronunciamento que fez aos brasileiros,
pouco antes de se evadir para os Estados Unidos no dia 30 de dezembro,
referindo-se à posse de Lula dali a dois dias, Bolsonaro afirmou a certa
altura:
“Eu busquei dentro das quatro linhas, dentro das
leis, saída para isso aí”.
Dentro das quatro linhas não havia, como não há,
saída legal para abortar a posse de um presidente eleito. Sem querer, Bolsonaro
confessou o golpe que pretendeu dar.
Quem
seriam o advogado e o padre de quem Mauro Cid não se lembra? Por Fernando
Castilho
A notícia é quentíssima para nós e tenebrosa para
Bolsonaro.
Mauro Cid delatou que o ex-presidente recebeu uma
espécie de minuta golpista, que pode ser aquela encontrada na casa do
ex-ministro Anderson Torres e convocou uma (pelo menos uma) reunião com os
comandantes das Forças Armadas. Estariam presentes um advogado e um padre que,
estranhamente, Cid não se lembra quem eram.
Admitindo que é pura especulação, mas com boa
possibilidade de ser verdade, ouso dizer que o advogado era Ives Gandra
Martins, aquele que fez uma interpretação do artigo 142 da Constituição como
manda o figurino para o golpe de estado impetrado pelas Forças Armadas e o
padre, Paulo Ricardo, um fascista de batina, famoso em seu canal por defender a
aniquilação de quem pensa diferente..
Caso a delação de Mauro Cid seja comprovada, aí
está a tentativa de golpe com todas as suas 5 letras, consubstanciada no
simples ato de Bolsonaro chamar os comandantes do exército, da marinha e da
aeronáutica, fora da agenda, para consultá-los. Esclarecendo ainda que
tentativa de golpe de estado é crime, mesmo que o capitão afirme que pensar em
golpe não é contra a lei.
Imagino a cena. O ex-presidente recebe os comandantes,
mostra a minuta e vai logo perguntando: “e aê? Bora dá um golpe pra gente
manter as mamatas pra todos? Muito cargo no governo, picanha, uísque e viagra!
Bora?”
O único que topou na hora foi o comandante da
marinha, almirante Garnier. “Bora, presidente!” Os outros dois, provavelmente
pediram um tempo pra pensar.
Nesta altura, é preciso lembrar que em março de
2021, Bolsonaro trocou os comandantes das Forças Armadas e o próprio ministro
da defesa por nomes mais favoráveis a ele, com os quais ele contava para a
tentativa de golpe que estava urdindo e que culminou naquele fatídico 7 de
setembro de 2021. Foi naquele dia que quase perdemos o Brasil.
Houve mais reuniões numa casa que foi alugada após
o primeiro turno das eleições. Os frequentadores eram Braga Netto, Augusto
Heleno e outros generais e coronéis interessados em manter as boquinhas.
Porém, após o presidente norte-americano Joe Biden
se pronunciar a favor da democracia no Brasil e parte da imprensa (que durante
todo o governo Bolsonaro foi leniente com ele) na reta final, muito a
contragosto, ter se definido contra a reeleição do ex-presidente, o exército (a
instituição como um todo) e a aeronáutica perceberam que a aventura estaria
fadada ao fracasso e comunicaram isso a Bolsonaro. O golpe com o apoio das
Forças Armadas não aconteceria.
Mas o capitão não desistira.
Como os bolsonaristas ainda estavam acampados em
frente aos quartéis, a nova ideia seria usá-los como bucha de canhão.
Anderson Torres, recém nomeado como secretário de
segurança pública do Distrito Federal, viajaria para os Estados Unidos deixando
o caminho aberto para a invasão da Praça dos Três Poderes. Bolsonaro já estava
lá.
A turba iniciaria a quebradeira geral e o
recém-eleito presidente Lula seria decretaria uma GLO (Garantia da Lei e da
Ordem). Assim, o exército, mesmo que não quisesse, teria que assumir o poder.
Lula seria destituído e Bolsonaro voltaria ao poder.
O plano ainda previa o assassinato de Lula e o
sequestro e prisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes. Tudo com Deus acima
de todos.
Não teria como não dar certo. Mas não deu.
Quando Mauro Cid diz que Bolsonaro, ao receber a
minuta de golpe que, segundo ele, foi preparada pelo assessor Filipe Martins,
aquele mesmo que foi flagrado fazendo gesto supremacista branco no Senado, não
disse nada, está mentindo e poupando seu capitão. Não tem como. Todos sabemos
que Bolsonaro não segura as palavras para si. Naquele mesmo momento deve ter
mandado chamar os comandantes.
Esse foi o primeiro vazamento da delação de Mauro
Cid. Mas, pelo simples fato de Alexandre de Moraes ter homologado a delação,
com certeza vem muito mais por aí.
A esta altura, Moraes e a PF já devem ter o
quebra-cabeças praticamente todo montado.
Os tubarões e as baleias em breve começarão a ser
presos.
ATOS
ANTIDEMOCRÁTICOS: Governo Lula capitaliza com delação de Cid contra Bolsonaro
Integrantes do governo Lula aproveitaram as novas
revelações do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair
Bolsonaro, para enfatizar as intenções golpistas do ex-presidente. Os ministros
da Defesa, José Múcio Monteiro, e da Justiça, Flávio Dino, ressaltaram a
gravidade dos fatos narrados por Cid à Polícia Federal.
O ex-ajudante de ordens afirmou que Bolsonaro
discutiu com a cúpula das Forças Armadas a possibilidade de um golpe de Estado,
após a vitória do petista Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições. Ele teria
mostrado uma minuta golpista aos militares, que incluiria convocar uma nova
eleição e prender opositores. Também segundo Cid, o então comandante da Marinha,
almirante Almir Garnier Santos, aderiu rapidamente à proposta.
Na avaliação de José Múcio, “muita gente não queria
largar o poder” depois do pleito. Ele também destacou que o posicionamento
pessoal de Garnier não reflete uma atitude geral da Força.
Múcio destacou não saber se almirante tinha
“aspirações golpistas”, mas lembrou que foi o único comandante a não recebê-lo
durante o governo de transição, entre novembro e janeiro.
Garnier também foi o único dos três a não
participar da cerimônia de transmissão de cargo para os novos comandantes. “Ele
não me recebeu, eu percebia. Os outros comandantes me receberam. Não sei se ele
tinha aspirações golpistas, mas a gente via. Os jornais falavam. Era outro
governo, outros comandantes, outro presidente da República”, frisou Múcio a
jornalistas no ministério. “Na realidade, a gente percebia que muita gente não
desejava sair do poder, largar o poder”, acrescentou.
Mesmo assim, Múcio manteve a postura que adotou
desde a posse: de afastar do golpismo a imagem das Forças Armadas. Ele,
inclusive, disse acreditar as três instituições “garantiram a posse do
presidente” Lula. O chefe da Defesa bateu na tecla de que é preciso identificar
quem são os militares envolvidos na possível tentativa, para que seja possível
puni-los, preservando a integridade das instituições.
De acordo com Cid, quando Bolsonaro mostrou a
proposta golpista, o então comandante do Exército, general Freire Gomes,
refutou e chegou a alertar o ex-presidente que teria que prendê-lo caso o plano
fosse adiante. Por sua vez, o então comandante da Aeronáutica, brigadeiro
Baptista Júnior, ficou calado.
• “Crimes
graves”
Já o ministro Flávio Dino disse estar claro que
“muitos crimes graves ocorreram” no entorno de Bolsonaro. Sem citar a
participação dos militares, avaliou as informações prestadas pelo ex-ajudante
de ordens como “impactantes”. E defendeu o mecanismo da delação premiada.
“É um documento probatório muito forte. A chamada
colaboração premiada, segundo a lei brasileira, é um meio de produção de
provas. Claro que a polícia está fazendo o seu trabalho, e depois a Justiça,
mas (a delação) abriu caminhos novos para que todos alcancemos a verdade”,
respondeu Dino, em entrevista após visitar o Santuário Nacional de Aparecida,
em São Paulo.
Dino ressaltou que “infelizmente, a estas alturas
já é possível vislumbrar que muitos crimes graves ocorreram, inclusive essa
preparação de um crime que seria um golpe de Estado”.
Atos
golpistas: empresário é preso por postar vídeo com ataque a ministros
O empresário Marcos Soares Moreira, réu no Supremo
Tribunal Federal (STF) por atos golpistas do dia 8 de janeiro, foi preso no
Espírito Santo (ES) neste sábado (23), de acordo com informações do
superintendente da Polícia Federal (PF), Eugênio Ricas.
A prisão aconteceu após decreto do ministro do
Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Alexandre de Moraes, expedido na noite
desta sexta-feira (22).
Soares descumpriu medidas cautelares, como não usar
redes sociais. Ele publicou vídeo com ataques a Moraes e Rosa Weber. Ele já
havia sido preso anteriormente, em janeiro deste ano.
Segundo a PF, Marcos não estava em casa no momento
da prisão. A Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), em nota da assessoria,
disse que Marcos foi levado para o Centro de Detenção Provisória de Viana II.
A advogada de Marcos, Margarida da Silva, informou
que tomou ciência da prisão do seu cliente, mas que ainda não conhece o teor da
decisão do ministro Alexandre de Moraes. Por isso, preferiu não se manifestar a
respeito.
Ricas informou ainda que a determinação à PF era
apenas prendê-lo e não havia informação sobre a possibilidade de transferência
do empresário para Brasília.
• Empresário
defendeu tomada do poder
O empresário Marcos Moreira é morador da Serra, na
Grande Vitória, já fez trabalhos como modelo e é conhecido por atuar numa
empresa de fabricação própria de cortinas.
Nas redes sociais, Marcos defendeu, anteriormente,
que houvesse uma tomada de poder e saiu em defesa da família do ex-presidente
Jair Bolsonaro (PL).
O empresário também divulgou, no passado, diversos
vídeos em suas redes sociais sobre a sua participação nos atos em Brasília, a
começar por uma gravação dentro do ônibus saindo do 38º Batalhão de Infantaria
do Exército, na Prainha, em Vila Velha, no dia 7 de janeiro, onde estava
montado um acampamento golpista de bolsonaristas.
• "Desprezo
pela Justiça"
Ao determinar a prisão do empresário, o ministro
Alexandre de Moraes ressaltou que, mesmo ciente da proibição de usar as redes
sociais e "demonstrando total desprezo pela Justiça, o denunciado publicou
dois vídeos na rede social TikTok, nos quais ataca esta Corte e profere
diversas ofensas à honra dos ministros que a integram".
O ministro cita, ainda, que em uma das publicações
o denunciado convoca manifestantes para, no dia 12 de outubro de 2023, irem às
ruas contra pauta absurda que "a Justiça está colocando para ser votada
para liberar o assassinato e o homicídio de bebês". O acusado se referia
ao julgamento em andamento no STF sobre a descriminalização do aborto até 12
semanas de gestação.
Moraes ainda destaca que "a possibilidade de
restabelecimento da ordem de prisão foi expressamente consignada na decisão que
substituiu a custódia por medidas cautelares diversas", a qual estabelecia
que o descumprimento de qualquer uma das medidas alternativas implicará na
revogação e decretação da prisão.
A revogação foi determinada em 3 de maio, mas
Marcos publicou em suas redes sociais vídeo de sua soltura em 8 de maio.
"Nesse contexto, a notícia de que o acusado
descumpriu a medida cautelar a ele imposta por ocasião da concessão de
liberdade provisória constitui motivo suficiente para a decretação da prisão,
nos termos do art. 312, § 1º, c/c art. 282, § 4º, ambos do Código de Processo
Penal", concluiu o ministro do STF.
• Redes
sociais fechadas
Apesar de afirmar no vídeo em que ataca os
ministros do Supremo que não temia voltar para a prisão, Marcos fechou os
comentários das postagens e o seu perfil no Instagram depois de viralizar na
internet, na última quarta-feira (20).
Em seu perfil, ele se apresentava como
pré-candidato a vereador da Serra, tendo publicado vídeos da sua presença na
convenção realizada pelo PL em julho, em Vila Velha.
O empresário chegou a fazer duas postagens no
perfil da sua empresa nesta sexta-feira (22), mas, segundo o superintendente da
Polícia Federal, foi localizado à tarde e preso. Ele não estava em casa no
momento da prisão e foi levado para o Centro de Triagem de Viana. Ricas
informou que a determinação à PF era apenas prendê-lo e não havia informação
sobre a possibilidade de transferência do empresário para Brasília.
PGR
fecha primeiros 10 acordos com acusados pelo 8 de janeiro
A Procuradoria-Geral da República (PGR) informou
nesta sexta-feira (22) que oficializou os primeiros acordos de não persecução
penal com pessoas denunciadas por incitação aos atos golpistas de 8 de janeiro.
Nesse tipo de acordo, os acusados confessam ter
cometido crimes e se comprometem a cumprir obrigações, como pagamento de multa
e prestação de serviços à comunidade. Eles também terão de frequentar curso
sobre democracia e não poderão manter contas em redes sociais abertas.
Em troca, a ação penal contra o réu fica suspensa,
mas pode ser retomada em caso de descumprimento das medidas previstas no
acordo.
Conforme o Ministério Público Federal, depois de
recebida a proposta de acordo, a defesa do réu tem 10 dias para confirmar o
interesse no instrumento.
De acordo com a Procuradoria-Geral da República,
dos 1.125 denunciados por crimes cujas penas não chegam a 4 anos de reclusão,
301 manifestaram até esta sexta-feira interesse em fechar um acordo de não
persecução penal – possibilidade autorizada pelo Supremo Tribunal Federal
(STF).
Segundo o Ministério Público, as pessoas aptas a
assinar o acordo são aquelas que ficaram acampadas em frente ao Quartel-General
do Exército, em Brasília.
Pessoas que cometeram crimes graves, como abolição
violenta do estado democrático e golpe de Estado, não podem firmar o acordo e
deverão ser julgados pelo Supremo Tribunal Federal.
>>>> Detalhes do acordo
Conforme a PGR, os 10 primeiros acordos com os réus
preveem:
• 300
horas de serviços à comunidade ou a entidades públicas
• multas,
que variam de R$ 5 mil a R$ 20 mil
• participação
em curso com o tema "Democracia, Estado de Direito e Golpe de Estado"
>>>> Julgamentos no STF
Na semana passada, o STF julgou em sessão presencial
os primeiros réus denunciados pela Procuradoria-Geral da República pelos
ataques às sedes dos Três Poderes.
Os ministros condenaram Aécio Lúcio Costa Pereira e
Matheus Lima de Carvalho Lázaro a 17 anos de prisão, além de Thiago Assis
Mathar que pegou 14 anos de prisão.
Eles foram condenados por cinco crimes: associação
criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa
de golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
Os próximos réus serão julgados no plenário
virtual.
Fonte: Metrópoles/Brasil 247/Agencia Estado/g1
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