segunda-feira, 25 de setembro de 2023

Fonte de proteína: Farinha de grilo seria jeito mais aceitável para brasileiro comer insetos

Comer insetos é uma solução para problemas nutricionais e ambientais, mas a ideia de ingerir uma formiga ou um grilo é repulsiva para grande parte da população. O cientista de alimentos Antonio Bisconsin Junior, em sua tese de doutorado defendida na Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA) da Unicamp, pesquisou qual seria a forma de introduzir insetos no cardápio das pessoas para que elas aceitem mais a ideia.

As principais conclusões de Bisconsin são as seguintes:

•        O inseto que causa menos nojo entre os consumidores brasileiros é o grilo.

•        A forma de apresentação de grilo é uma espécie de farinha para ser usada na preparação de outros alimentos, algo como o suplemento "whey protein". Ele até usa uma expressão em inglês para a farinha de grilo: "cricket protein" (cricket é grilo em inglês).

>>>> Por que comer insetos?

Comer insetos é vantajoso por duas razões: a nutrição e a sustentabilidade.

Do ponto de vista nutricional, os insetos oferecem uma fonte de proteína de alta qualidade.

— Antonio Bisconsin Junior, pesquisador

A produção de insetos exige muito menos terra e água do que a produção das carnes tradicionais e também gera muito menos emissões de gases que causam o efeito estufa, afirma ele.

Há um consenso científico de que, se os hábitos alimentares não mudarem, por volta de 2050 deve haver um colapso na forma de produção de alimentos.

A população vai aumentar, mas não haverá terra e água suficientes para uma produção de carne compatível com a atual.

>>>> Por que comemos poucos insetos?

Uma parte do estudo de Bisconsin foi uma pesquisa de campo com entrevistas. Foram ouvidas 780 pessoas em diversas partes do Brasil. Uma das primeiras respostas que ele obteve foi por que inseto aparece tão pouco no cardápio.

"A palavra mais comum é nojo ou nojento. As pessoas têm repulsa porque associam inseto a doença ou lugar insalubre ou a algo potencialmente danoso, especialmente se veem um inseto inteiro", afirma o pesquisador.

Ele observa que é comum que os consumidores sintam repulsa por um alimento ao ver o animal inteiro: nós não vemos um boi, mas, sim, bifes em pedaços, diz.

A ideia, então, era procurar uma forma de apresentar insetos de um jeito que permita que os consumidores consigam dissociar o alimento do bicho do qual ele se originou. Daí a ideia de fazer uma farinha.

>>>> 'Cricket protein'

Pensando em um mercado de suplementos para atletas, Bisconsin desenvolveu, em um laboratório na Alemanha, a "cricket protein", uma espécie de farinha para ser misturada a outras coisas.

Por meio de uma série de preparos físicos e químicos, separa-se o exoesqueleto do inseto, onde há muita quitina, e a gordura do animal para extrair apenas a proteína.

Essa proteína parece uma espécie de farinha que tem uma boa solubilidade em água, como whey protein, e também pode adquirir uma textura de gel para ser usada em alimentos de outras formas.

A pesquisa, por enquanto, vai até aí: ainda não foi feito um teste com consumidores para averiguar se o alimento faria sucesso no mercado.

 

       O que são e para que servem os 'primos do Whey'?

 

O whey protein é o suplemento mais famoso, mas há uma lista de "primos" deste composto que também prometem dar uma ajudinha no "shape" e na resistência durante os treinos. Mas vale a pena tomar? Tem algum risco? E, se o whey não é "pó mágico", o que resta para seus parentes próximos?

👉 Assim como o uso isolado do whey não garante resultados, o mesmo vale para creatina, maltodextrina e BCAA, que podem até ser úteis em alguns casos, mas jamais devem ser consumidos sem orientação médica ou de nutricionista.

A glutamina é um caso à parte: apesar de ser vendida em lojas especializadas no segmento, é um verdadeiro desperdício de dinheiro.

De acordo com Ricardo Oliveira, membro do Departamento de Endocrinologia do Esporte e Exercício da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), são levados em conta, na hora da prescrição, o regime de treinamento físico e a dieta a ser seguida.

O médico nutrólogo Carlos Alberto Werutsky, diretor do Departamento de Nutrologia Esportiva da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), diz ainda que a suplementação pode também ser recomendada até para atletas crianças ou pré-adolescentes e adolescentes, mas para ajustar a dieta.

"Em geral, a partir dos 10 ou 12 anos de idade. É uma situação individual que acontece para corrigir defeitos no plano alimentar, como deficiência calórica", afirma.

>>>> Abaixo, entenda mais sobre cada um deles e quais funções desempenham no organismo de um praticante de atividades físicas.

🏋️ Maltodextrina

# O que é?

É um carboidrato de alto índice glicêmico, ou seja, tem absorção rápida e leva a um pico de glicose (sinônimo para açúcar) na corrente sanguínea.

# Para que serve?

É uma fonte de obtenção de energia de maneira rápida e eficiente, permitindo que o atleta consiga completar exercícios de longa duração.

# Para quem é recomendada?

Para praticantes de treinos de resistência com duração superior a uma hora, como atletas de triathlon.

Carro que corre é carro que bebe. Assim é o corpo humano. Por isso, [a maltodextrina] funciona para quem passa mais de uma hora treinando. — Henrique Carreira, nutricionista pós-graduado em nutrição esportiva

# O que acontece se consumida em excesso?

Por gerar um aumento da produção de insulina, causada pelos picos de glicose após sua ingestão, a maltodextrina não é recomendada para diabéticos.

🏋️ Creatina

# O que é?

É um composto de aminoácidos que está presente nas fibras musculares. Para conseguir um melhor resultado e performance, é preciso uma grande quantidade desses aminoácidos. No entanto, é inviável conseguir o nível adequado somente por meio da alimentação - daí a necessidade de suplementação.

"Precisaria consumir 1kg de carne por dia para manter a saturação. Então, tem que tomar todos os dias, de 3 a 5 gramas", explica Henrique Carreira,

# Para que serve?

Para aumentar a resistência aos exercícios de repetição, uma vez que a creatina fornece um aporte rápido de energia.

Isso permite que a pessoa consiga fazer um treinamento mais intenso e mais duradouro. — Ricardo Oliveira, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia

# Para quem é recomendada?

Para quem faz exercícios do tipo "stop and go", que envolve uma série de pequenas paradas e explosões, como musculação, futebol, treinamento funcional, crossfit, natação, atletismo de curta duração, levantamento de peso e lutas.

# O que acontece se consumida em excesso?

Como todos os outros suplementos, a creatina é muito segura, mas uma superdose pode causar cãibras e diarreia, além de sobrecarga do fígado e rins.

🏋️ BCAA

# O que é?

A sigla significa Branched Chain Amino Acids, ou seja, Aminoácidos de Cadeia Ramificada. São eles: leucina, isoleucina e valina.

# Para que serve?

Também encontrados na proteína do soro do leite (o whey protein), esses aminoácidos atuam na síntese proteica muscular, auxiliando no ganho de massa magra.

# Para quem é recomendada?

Para quem busca ganho de massa magra, mas não faz uso da proteína do soro do leite. Isso porque o whey por conta própria já contém todos os aminoácidos essenciais para esse objetivo.

Tomar Whey e BCAA é chover no molhado. Rasgar dinheiro. Ou usa só BCAA ou só o whey, porque o whey está cheio de BCAA na fórmula. — Carlos Alberto Werutsky, nutrólogo

# O que acontece se consumido em excesso?

Pode alterar os níveis de glicose no sangue, o que aumenta o risco de doenças cardiovasculares para quem já tem predisposição genética.

⚠️ Glutamina

Ainda de acordo com o endocrinologista Ricardo Oliveira, os estudos que observaram a glutamina em um contexto de melhora da imunidade não mostraram uma vantagem dela sobre o placebo.

Esse suplemento é costumeiramente vendido como um recurso para melhorar a saúde intestinal e, potencialmente, a imunidade, mas não há benefícios comprovados de sua eficácia e o uso não é recomendado.

Ou seja, insistir em consumi-la é desperdício de dinheiro.

 

       Veja como é feito o hot dog em 6 países da América Latina

 

Você sai da balada e pede um cachorro-quente com molho de abacaxi ou de chorizo, com salsicha enrolada no bacon, ou mesmo picadinha com batata-frita no pratinho.

Poderia até ser no Brasil, já que a criatividade nacional é infinita. Porém, essas cenas são mais comuns em outros países latino-americanos.

Um artigo da TripAdvisor mostrou como é feito o famoso hot dog em diferentes países latinos. Em cada lugar, o lanche leva nomes distintos, como perro caliente, salchipapas, pancho, jochos. Já ouviu alguns desses termos?

Confira a seguir como é feito o hot dog em 6 países hermanos e se eles são tão criativos quanto os brasileiros.

•        Perro caliente na Colômbia

Na Colômbia, o cachorro-quente é chamado de "perro caliente", seguindo a tradução literal do termo para o espanhol. — Foto: Instagram/@galgohotdogs

Ingredientes: pão, linguiça, maionese, queijo cheddar, cebola, repolho picado, ketchup, mostarda, molho de abacaxi, ovo de codorna e batata chips triturada.

Na Colômbia, o cachorro-quente segue a tradução literal do termo para o espanhol, ou seja, atende pelo nome de "perro caliente".

Um dos diferenciais do lanche é que ele pode ser servido com molho de abacaxi, lembrando até a pizza havaiana, que é servida com pedaços da fruta. Algumas pessoas vão além e adicionam framboesas por cima.

Outras acrescentam pedaços de ovos de codorna.

•        Salchipapas no Peru

Ingredientes: salsicha cortadinha, batatas fritas, mostarda, ketchup, maionese, podendo acompanhar ovo e pãozinho.

Já no Peru, o cachorro-quente pode ser chamado de "salchipapas", "pancho" ou "pão com hot dog".

A principal diferença é que o lanche é servido em pratos de papel, uma opção que pode ser até mais prática para algumas pessoas.

Em alguns lugares, é possível encontrar ainda a salsicha enrolada numa massa, ou seja, uma espécie do nosso enroladinho.

•        Jochos ou dogos no México

Ingredientes: pão levemente doce, linguiça de boi ou de peru coberta com bacon, guacamole, cebola picada, jalapeños, tomate fresco, mostarda, maionese, queijo derretido, molho de chouriço, habanero e pimenta em conserva.

Como não poderia deixar de ser, o cachorro-quente mexicano pode vir acompanhado do tradicional guacamole, além de iguarias picantes, como os famosos jalapeños.

O que chama a atenção é que a linguiça pode vir enrolada no bacon e ainda com um molho de chorizo por cima. Você encararia?

•        Completo no Chile

Ingredientes: pão torrado, linguiça vienense cozida (porco ou boi) grelhada na frigideira, coberta com abacate, chucrute, tomate picado e maionese.

Poderia ser no México, mas é no Chile. No país vizinho, o guacamole é o ingrediente principal do cachorro-quente. Isso porque os chilenos adicionam abacate em praticamente todos os pratos.

Uma das opções é o “completo Italiano”, que leva o nome das cores da bandeira da Itália: o abacate verde, a maionese branca e o tomate vermelho picado.

•        Pancho no Uruguai

Ingredientes: pão torrado, linguiça (bovina, suína ou peru), queijo derretido, milho, cebola, mostarda e molho golf, que mistura ketchup e maionese.

O pancho do Uruguai já é mais básico. Ele leva pão torrado, linguiça grelhada e algumas barracas de comida uruguaia podem até oferecer alguns ingredientes para adicionar, como azeitonas e picles.

•        Choripan na Argentina

Ingredientes: pão francês, uma linguiça grelhada e chimichurri, um tempero feito com salsinha, orégano, alho, vinagre, óleo, pimenta moída e um pouco de sal.

Já o choripan argentino é um pouco mais conhecido pelos brasileiros.

No início deste ano, uma lista divulgada pelo site Taste Atlas chegou a eleger o lanche como o melhor hot dog do mundo. Já o Brasil ficou em 6º lugar. Você concorda?

De uma forma ou de outra, nosso país se destacou pela inovação. "A variedade de ingredientes é praticamente infinita, e cada região do Brasil tem sua própria preferência", comentou o site.

 

Fonte: g1

 

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