Fonte de proteína: Farinha de grilo seria jeito mais aceitável para
brasileiro comer insetos
Comer insetos é uma solução para problemas
nutricionais e ambientais, mas a ideia de ingerir uma formiga ou um grilo é
repulsiva para grande parte da população. O cientista de alimentos Antonio
Bisconsin Junior, em sua tese de doutorado defendida na Faculdade de Engenharia
de Alimentos (FEA) da Unicamp, pesquisou qual seria a forma de introduzir
insetos no cardápio das pessoas para que elas aceitem mais a ideia.
As principais conclusões de Bisconsin são as
seguintes:
• O
inseto que causa menos nojo entre os consumidores brasileiros é o grilo.
• A
forma de apresentação de grilo é uma espécie de farinha para ser usada na
preparação de outros alimentos, algo como o suplemento "whey protein".
Ele até usa uma expressão em inglês para a farinha de grilo: "cricket
protein" (cricket é grilo em inglês).
>>>> Por que comer insetos?
Comer insetos é vantajoso por duas razões: a
nutrição e a sustentabilidade.
Do ponto de vista nutricional, os insetos oferecem
uma fonte de proteína de alta qualidade.
— Antonio Bisconsin Junior, pesquisador
A produção de insetos exige muito menos terra e
água do que a produção das carnes tradicionais e também gera muito menos
emissões de gases que causam o efeito estufa, afirma ele.
Há um consenso científico de que, se os hábitos
alimentares não mudarem, por volta de 2050 deve haver um colapso na forma de
produção de alimentos.
A população vai aumentar, mas não haverá terra e
água suficientes para uma produção de carne compatível com a atual.
>>>> Por que comemos poucos insetos?
Uma parte do estudo de Bisconsin foi uma pesquisa
de campo com entrevistas. Foram ouvidas 780 pessoas em diversas partes do
Brasil. Uma das primeiras respostas que ele obteve foi por que inseto aparece
tão pouco no cardápio.
"A palavra mais comum é nojo ou nojento. As
pessoas têm repulsa porque associam inseto a doença ou lugar insalubre ou a
algo potencialmente danoso, especialmente se veem um inseto inteiro",
afirma o pesquisador.
Ele observa que é comum que os consumidores sintam
repulsa por um alimento ao ver o animal inteiro: nós não vemos um boi, mas,
sim, bifes em pedaços, diz.
A ideia, então, era procurar uma forma de
apresentar insetos de um jeito que permita que os consumidores consigam
dissociar o alimento do bicho do qual ele se originou. Daí a ideia de fazer uma
farinha.
>>>> 'Cricket protein'
Pensando em um mercado de suplementos para atletas,
Bisconsin desenvolveu, em um laboratório na Alemanha, a "cricket
protein", uma espécie de farinha para ser misturada a outras coisas.
Por meio de uma série de preparos físicos e
químicos, separa-se o exoesqueleto do inseto, onde há muita quitina, e a
gordura do animal para extrair apenas a proteína.
Essa proteína parece uma espécie de farinha que tem
uma boa solubilidade em água, como whey protein, e também pode adquirir uma
textura de gel para ser usada em alimentos de outras formas.
A pesquisa, por enquanto, vai até aí: ainda não foi
feito um teste com consumidores para averiguar se o alimento faria sucesso no
mercado.
O que
são e para que servem os 'primos do Whey'?
O whey protein é o suplemento mais famoso, mas há
uma lista de "primos" deste composto que também prometem dar uma
ajudinha no "shape" e na resistência durante os treinos. Mas vale a
pena tomar? Tem algum risco? E, se o whey não é "pó mágico", o que
resta para seus parentes próximos?
👉 Assim como o uso isolado do whey não garante resultados, o mesmo vale
para creatina, maltodextrina e BCAA, que podem até ser úteis em alguns casos,
mas jamais devem ser consumidos sem orientação médica ou de nutricionista.
A glutamina é um caso à parte: apesar de ser
vendida em lojas especializadas no segmento, é um verdadeiro desperdício de
dinheiro.
De acordo com Ricardo Oliveira, membro do Departamento
de Endocrinologia do Esporte e Exercício da Sociedade Brasileira de
Endocrinologia e Metabologia (SBEM), são levados em conta, na hora da
prescrição, o regime de treinamento físico e a dieta a ser seguida.
O médico nutrólogo Carlos Alberto Werutsky, diretor
do Departamento de Nutrologia Esportiva da Associação Brasileira de Nutrologia
(ABRAN), diz ainda que a suplementação pode também ser recomendada até para
atletas crianças ou pré-adolescentes e adolescentes, mas para ajustar a dieta.
"Em geral, a partir dos 10 ou 12 anos de
idade. É uma situação individual que acontece para corrigir defeitos no plano
alimentar, como deficiência calórica", afirma.
>>>> Abaixo, entenda mais sobre cada um
deles e quais funções desempenham no organismo de um praticante de atividades
físicas.
🏋️ Maltodextrina
# O que é?
É um carboidrato de alto índice glicêmico, ou seja,
tem absorção rápida e leva a um pico de glicose (sinônimo para açúcar) na
corrente sanguínea.
# Para que serve?
É uma fonte de obtenção de energia de maneira
rápida e eficiente, permitindo que o atleta consiga completar exercícios de
longa duração.
# Para quem é recomendada?
Para praticantes de treinos de resistência com
duração superior a uma hora, como atletas de triathlon.
Carro que corre é carro que bebe. Assim é o corpo
humano. Por isso, [a maltodextrina] funciona para quem passa mais de uma hora
treinando. — Henrique Carreira, nutricionista pós-graduado em nutrição
esportiva
# O que acontece se consumida em excesso?
Por gerar um aumento da produção de insulina,
causada pelos picos de glicose após sua ingestão, a maltodextrina não é
recomendada para diabéticos.
🏋️ Creatina
# O que é?
É um composto de aminoácidos que está presente nas
fibras musculares. Para conseguir um melhor resultado e performance, é preciso
uma grande quantidade desses aminoácidos. No entanto, é inviável conseguir o
nível adequado somente por meio da alimentação - daí a necessidade de
suplementação.
"Precisaria consumir 1kg de carne por dia para
manter a saturação. Então, tem que tomar todos os dias, de 3 a 5 gramas",
explica Henrique Carreira,
# Para que serve?
Para aumentar a resistência aos exercícios de
repetição, uma vez que a creatina fornece um aporte rápido de energia.
Isso permite que a pessoa consiga fazer um treinamento
mais intenso e mais duradouro. — Ricardo Oliveira, da Sociedade Brasileira de
Endocrinologia e Metabologia
# Para quem é recomendada?
Para quem faz exercícios do tipo "stop and
go", que envolve uma série de pequenas paradas e explosões, como musculação,
futebol, treinamento funcional, crossfit, natação, atletismo de curta duração,
levantamento de peso e lutas.
# O que acontece se consumida em excesso?
Como todos os outros suplementos, a creatina é
muito segura, mas uma superdose pode causar cãibras e diarreia, além de
sobrecarga do fígado e rins.
🏋️ BCAA
# O que é?
A sigla significa Branched Chain Amino Acids, ou
seja, Aminoácidos de Cadeia Ramificada. São eles: leucina, isoleucina e valina.
# Para que serve?
Também encontrados na proteína do soro do leite (o
whey protein), esses aminoácidos atuam na síntese proteica muscular, auxiliando
no ganho de massa magra.
# Para quem é recomendada?
Para quem busca ganho de massa magra, mas não faz
uso da proteína do soro do leite. Isso porque o whey por conta própria já
contém todos os aminoácidos essenciais para esse objetivo.
Tomar Whey e BCAA é chover no molhado. Rasgar
dinheiro. Ou usa só BCAA ou só o whey, porque o whey está cheio de BCAA na
fórmula. — Carlos Alberto Werutsky, nutrólogo
# O que acontece se consumido em excesso?
Pode alterar os níveis de glicose no sangue, o que
aumenta o risco de doenças cardiovasculares para quem já tem predisposição
genética.
⚠️ Glutamina
Ainda de acordo com o endocrinologista Ricardo
Oliveira, os estudos que observaram a glutamina em um contexto de melhora da
imunidade não mostraram uma vantagem dela sobre o placebo.
Esse suplemento é costumeiramente vendido como um
recurso para melhorar a saúde intestinal e, potencialmente, a imunidade, mas
não há benefícios comprovados de sua eficácia e o uso não é recomendado.
Ou seja, insistir em consumi-la é desperdício de
dinheiro.
Veja
como é feito o hot dog em 6 países da América Latina
Você sai da balada e pede um cachorro-quente com
molho de abacaxi ou de chorizo, com salsicha enrolada no bacon, ou mesmo
picadinha com batata-frita no pratinho.
Poderia até ser no Brasil, já que a criatividade
nacional é infinita. Porém, essas cenas são mais comuns em outros países
latino-americanos.
Um artigo da TripAdvisor mostrou como é feito o
famoso hot dog em diferentes países latinos. Em cada lugar, o lanche leva nomes
distintos, como perro caliente, salchipapas, pancho, jochos. Já ouviu alguns
desses termos?
Confira a seguir como é feito o hot dog em 6 países
hermanos e se eles são tão criativos quanto os brasileiros.
• Perro
caliente na Colômbia
Na Colômbia, o cachorro-quente é chamado de
"perro caliente", seguindo a tradução literal do termo para o
espanhol. — Foto: Instagram/@galgohotdogs
Ingredientes: pão, linguiça, maionese, queijo
cheddar, cebola, repolho picado, ketchup, mostarda, molho de abacaxi, ovo de
codorna e batata chips triturada.
Na Colômbia, o cachorro-quente segue a tradução
literal do termo para o espanhol, ou seja, atende pelo nome de "perro
caliente".
Um dos diferenciais do lanche é que ele pode ser
servido com molho de abacaxi, lembrando até a pizza havaiana, que é servida com
pedaços da fruta. Algumas pessoas vão além e adicionam framboesas por cima.
Outras acrescentam pedaços de ovos de codorna.
• Salchipapas
no Peru
Ingredientes: salsicha cortadinha, batatas fritas,
mostarda, ketchup, maionese, podendo acompanhar ovo e pãozinho.
Já no Peru, o cachorro-quente pode ser chamado de
"salchipapas", "pancho" ou "pão com hot dog".
A principal diferença é que o lanche é servido em
pratos de papel, uma opção que pode ser até mais prática para algumas pessoas.
Em alguns lugares, é possível encontrar ainda a
salsicha enrolada numa massa, ou seja, uma espécie do nosso enroladinho.
• Jochos
ou dogos no México
Ingredientes: pão levemente doce, linguiça de boi
ou de peru coberta com bacon, guacamole, cebola picada, jalapeños, tomate fresco,
mostarda, maionese, queijo derretido, molho de chouriço, habanero e pimenta em
conserva.
Como não poderia deixar de ser, o cachorro-quente
mexicano pode vir acompanhado do tradicional guacamole, além de iguarias
picantes, como os famosos jalapeños.
O que chama a atenção é que a linguiça pode vir
enrolada no bacon e ainda com um molho de chorizo por cima. Você encararia?
• Completo
no Chile
Ingredientes: pão torrado, linguiça vienense cozida
(porco ou boi) grelhada na frigideira, coberta com abacate, chucrute, tomate
picado e maionese.
Poderia ser no México, mas é no Chile. No país
vizinho, o guacamole é o ingrediente principal do cachorro-quente. Isso porque
os chilenos adicionam abacate em praticamente todos os pratos.
Uma das opções é o “completo Italiano”, que leva o
nome das cores da bandeira da Itália: o abacate verde, a maionese branca e o
tomate vermelho picado.
• Pancho
no Uruguai
Ingredientes: pão torrado, linguiça (bovina, suína
ou peru), queijo derretido, milho, cebola, mostarda e molho golf, que mistura
ketchup e maionese.
O pancho do Uruguai já é mais básico. Ele leva pão
torrado, linguiça grelhada e algumas barracas de comida uruguaia podem até
oferecer alguns ingredientes para adicionar, como azeitonas e picles.
• Choripan
na Argentina
Ingredientes: pão francês, uma linguiça grelhada e
chimichurri, um tempero feito com salsinha, orégano, alho, vinagre, óleo,
pimenta moída e um pouco de sal.
Já o choripan argentino é um pouco mais conhecido
pelos brasileiros.
No início deste ano, uma lista divulgada pelo site
Taste Atlas chegou a eleger o lanche como o melhor hot dog do mundo. Já o
Brasil ficou em 6º lugar. Você concorda?
De uma forma ou de outra, nosso país se destacou
pela inovação. "A variedade de ingredientes é praticamente infinita, e cada
região do Brasil tem sua própria preferência", comentou o site.
Fonte: g1
Nenhum comentário:
Postar um comentário