quinta-feira, 28 de setembro de 2023

Arqueólogos encontram língua perdida em tábua cuneiforme na Turquia

Em uma tábua cuneiforme, um grupo de pesquisadores encontraram uma língua extinta há muito tempo – milênios, para falar a verdade. A tábua de argila da Idade do Bronze foi encontrada na Turquia por pesquisadores da Julius-Maximilians-Universität Würzburg, universidade localizada na Alemanha.

A descoberta abre caminho para se decifrar a história das diversas línguas indo-europeias que existiram e ainda existem. Acredita-se que há e já houve centenas delas no mundo. Essas línguas estão relacionadas e nos trazem até as línguas atuais faladas na Europa e no mundo. Os pesquisadores acreditam que todas as línguas Indo-Europeias compartilham um ancestral comum na pré-história.

Com a colonização dos europeus por todo o mundo, hoje, metade da população mundial fala uma língua indo-europeia. Entre essas línguas, estão as línguas de origem europeia e de partes da Ásia fortemente ligadas à Europa historicamente, por exemplo: português, espanhol, inglês, francês, russo, português, alemão, punjabi, bengali e hindi.

A descoberta foi realizada na cidade de Hattusha, próximo a atual cidade de Boğazkale, antiga Boğazköy. Hattusha foi a capital do Império Hitita, um poderoso Império que existiu na região onde hoje é a atual Turquia, Líbano e Síria, em uma área chamada de Anatólia, a partir segundo milênio antes de Cristo e que foi extinto mais de um milênio a.C, durante da Idade do Bronze.

A área é, hoje, Patrimônio Mundial da UNESCO desde 1986.

Há mais de 100 anos ocorrem escavações no local sob direção do Instituto Arqueológico Alemão. Desde então, quase 30 mil tábuas de argila foram encontradas e são documentadas desde então. Segundo um comunicado, os estudos “fornecem informações ricas sobre a história, a sociedade, a economia e as tradições religiosas dos hititas e dos seus vizinhos.”.

“Campanhas arqueológicas anuais lideradas pelo atual diretor do local, professor Andreas Schachner, do Departamento de Istambul do Instituto Arqueológico Alemão, continuam a aumentar os achados cuneiformes”, diz o comunicado.

·         A importância das descobertas

A maioria dos textos é escrita em hitita, a língua indo-europeia mais antiga atestada e a língua dominante no local. No entanto, as escavações deste ano renderam uma surpresa. Escondida em um texto ritual culto escrito em hitita está uma recitação em uma língua até então desconhecida”, explica o comunicado da Julius-Maximilians-Universität Würzburg (JMU Würzbur).

No comunicado, o professor Daniel Schwemer, chefe da Cátedra de Estudos Antigos do Oriente Próximo JMU Würzbur diz que os textos em hitita referem-se à nova língua encontrada como língua da terra de Kalašma, que é uma área localizada aproximadamente no noroeste do coração hitita. Os pesquisadores acreditam que Kalašma situa-se provavelmente na área da atual província de Bolu, ainda na Turquia.

“Os hititas estavam exclusivamente interessados em registrar rituais em línguas estrangeiras”, explica Schwemer.

Os textos, que foram escritos por escribas do rei hitita, trazem luz a várias tradições e meios linguísticos da Anatólia, Síria e Mesopotâmia. Há línguas faladas nas proximidades do Império Hitita que são pouco conhecidas, com o luwiano e palaico. Na região, havia também línguas não indo-europeias, como o hattic.

Já foi confirmado que a nova língua faz parte da família das línguas anatólio-indo-europeias. Por ser uma língua recém descoberta, o texto é, em sua maior parte, incompreensível. Entretanto, os pesquisadores já perceberam que o texto parece compartilhar bastante características com o Luwian.

Agora, os pesquisadores querem realizar novos estudos a fim de encontrar novas relações da língua com outras línguas e dialetos da região da Anatólia no final da Idade do Bronze para abrir caminho no conhecimento para a área.

 

Ø  Arqueólogos descobrem palácio maia de 1.500 anos no México

 

Arqueólogos do Instituto Nacional de Antropologia e História do México (INAH) fizeram uma descoberta extraordinária no sudeste do México. Um palácio com semelhanças impressionantes com as ruínas da Guatemala foi desenterrado na zona arqueológica de Kabah, localizada na região de Puuc, no estado de Yucatán.

Essa descoberta pode lançar luz sobre um período significativo de migração que ocorreu há milhares de anos. O palácio foi descoberto durante as escavações preliminares para a construção do projeto da ferrovia do Trem Maia, que se estenderá por 1.400 km na Península de Yucatán.

Diego Prieto Hernández, diretor geral do INAH, descreveu o palácio recém-descoberto como tendo uma fachada principal adornada com um pórtico e oito pilastras. Essas colunas rasas e decorativas estão presas à parede e são acompanhadas por nove aberturas. Além disso, o palácio se estende por mais de 25 metros. Os pesquisadores estimam que a estrutura tenha mais de 1.500 anos.

O Palácio Petenero, como foi chamado pelos pesquisadores, ostenta decorações complexas esculpidas em sua arquitetura. Esses motivos apresentam penas, miçangas e pássaros, contribuindo para o apelo estético do palácio. Notavelmente, o telhado do edifício foi provavelmente construído com materiais perecíveis, como a palmeira guano, que não sobreviveu ao teste do tempo.

Hernández revelou que o palácio apresenta várias características que se assemelham muito aos restos mortais maias encontrados no Departamento de Petén, na Guatemala. Essa revelação sugere uma ligação histórica entre essas duas regiões. O Departamento de Petén abrange partes da Guatemala e de Belize. Os complexos habitacionais e outras seções de Kabah estavam ocultos pela vegetação até recentemente.

Analisando o significado dessa descoberta, Hernández propôs que um importante evento de migração ocorreu a partir do local mencionado acima, levando à fundação de Kabah. O primeiro governante da cidade pode ter residido nessas estruturas, enfatizando ainda mais sua importância histórica.

civilização maia prosperou no que hoje é conhecido como sudeste do México, Guatemala, Belize e partes de El Salvador e Honduras. Abrangendo mais de 3.000 anos até a chegada dos colonizadores espanhóis, a civilização maia deixou para trás um rico patrimônio cultural que continua a cativar pesquisadores e historiadores.

A equipe do INAH tem trabalhado diligentemente para preservar e estudar o palácio recém-descoberto em Kabah. Com suas inestimáveis percepções sobre a antiga história maia e possíveis pistas sobre os padrões de migração, essa descoberta arqueológica certamente gerará mais interesse e pesquisas na área.

Enquanto os pesquisadores continuam a desvendar os mistérios que cercam Kabah e suas conexões com as regiões vizinhas, aguardamos ansiosamente novas descobertas que aprofundarão nossa compreensão dessa antiga civilização e de seu legado duradouro.

 

Fonte: Só Cientifica

 

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