terça-feira, 29 de agosto de 2023

Sistema de transplantes do Brasil é reconhecido internacionalmente, diz cardiologista

A cardiologista da Rede D’Or e do hospital Sírio-Libanês Stéphanie Rizk afirmou nesta segunda-feira (28), em entrevista à CNN, que o sistema de lista única de transplantes do Brasil é reconhecido internacionalmente.

A fala vem na esteira das insinuações de que o apresentador Fausto Silva, que passou por um transplante ontem para tratar uma insuficiência cardíaca, teria furado a fila de espera de órgãos.

Stéphanie ressaltou que a lista é única, de modo que o tempo de espera de cada paciente por um órgão não é influenciado pelo sistema de financiamento do transplante – seja ele pago pelo Sistema Único de Saúde (SUS), por um plano de saúde ou de forma particular.

“Se tem uma coisa que funciona no Brasil e a gente é conhecido internacionalmente, é a transparência da nossa lista do sistema público de transplante. O modelo econômico não interfere em absolutamente nada, é uma lista única que realmente leva em conta a gravidade do paciente”, explicou.

A médica disse ainda que os principais riscos de complicações no pós-operatório de um transplante são a infecção e a rejeição – ambas controladas pela administração correta de imunossupressores.

“Por mais que o órgão seja compatível, o paciente não deixa de ter um órgão estranho dentro dele. Ele precisa tomar uma medicação para evitar que o organismo rejeite aquele novo coração dentro dele, são os remédios imunossupressores. É sempre aquela balança da rejeição vs infecção. Você não pode tomar remédio para imunossuprimir demais seu organismo a ponto de estar mais suscetível a uma infecção grave”, explicou.

Outros problemas causados pelos imunossupressores também foram destacados pela cardiologista, como:

  • Insuficiência renal;
  • Neoplasia, ou seja, câncer;
  • Doença vascular do enxerto.

 

Ø  Transplante do coração: Lista é única e independente do meio de financiamento, diz Kalil

 

O presidente do InCor e apresentador do Sinais Vitais, Roberto Kalil, afirmou nesta segunda-feira (28), em entrevista à CNN, que a lista de transplantes no Brasil é única, ou seja, reúne em um só lugar todos os que esperam por um órgão, independente do meio de financiamento.

“A lista funciona é uma lista única, independente se a pessoa vai fazer no particular, no SUS. Quando se coloca o paciente na lista, não se tem identificação, a caracterização do paciente”, explicou o médico.

A declaração do apresentador vem na esteira das insinuações de que o apresentador Fausto Silva, que passou por um transplante ontem para tratar uma insuficiência cardíaca, teria furado a fila de espera de órgãos.

Kalil reforçou ainda que o sistema é completamente anônimo. Logo, o receptor também não tem informações sobre a identidade do doador ou de sua família.

“O receptor não sabe de onde vem, quem é a família de quem recebe o órgão. As priorizações na fila são bem rigorosas e dependem de vários critérios: tipo sanguíneo, o tamanho da pessoa e assim por diante”, relatou.

·         Como foi o transplante do Faustão?

Faustão, de 73 anos, foi operado no início da tarde de domingo (27), no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo.

A unidade de saúde informou, em boletim médico, que foi acionada pela Central de Transplantes do Estado de São Paulo na madrugada deste domingo, “quando foi iniciada a avaliação sobre a compatibilidade do órgão, levando em consideração o tipo sanguíneo B”.

Segundo os médicos responsáveis, a cirurgia foi realizada com sucesso e Faustão permanecerá na UTI, pois “as próximas horas são importantes para acompanhamento da adaptação do órgão e controle de rejeição”.

O órgão, que era de um homem de 35 anos, veio de Santos, no litoral paulista, de helicóptero. De acordo com a Secretária de Saúde de São Paulo, a partir do momento em que houve a disponibilidade do órgão, o sistema selecionou doze pacientes que atendiam aos requisitos para o transplante.

Destes, quatro tinham prioridade. Faustão ocupava a segunda posição nesta lista e recebeu o órgão depois de a equipe do paciente que estava em primeiro lugar na lista de prioridade recusar o órgão.

 

·         Entenda o papel dos medicamentos para evitar rejeição de coração

 

O apresentador Fausto Silva, que esperava por um transplante cardíaco para tratar de uma insuficiência cardíaca, recebeu um coração e foi operado no hospital Albert Einstein domingo (27).

Em nota assinado pelos médicos Fernando Bacal, Fábio Antônio Gaiotto e Miguel Cendoroglo Neto, a unidade hospitalar disse que as horas subsequentes à cirurgia seriam importantes para o “acompanhamento da adaptação do órgão e controle de rejeição” do coração transplantado. Faustão, que tem 73 anos, permanece internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital.

Em entrevista à CNN, o presidente do InCor e apresentador do Sinais Vitais, Roberto Kalil, afirmou nesta segunda-feira (28) que a rejeição de órgãos transplantados, que antes era um dos grandes problemas apresentados pelo processo, hoje é evitada com a administração de medicamentos imunossupressores nos pacientes.

“Hoje em dia se começa um pós-operatório convencional de cirurgia cardíaca associado a algumas drogas, como corticoides e, principalmente, os imunossupressores — que são dados no primeiro dia após o transplante”, relatou.

A cardiologista da Rede D’Or e do hospital Sírio-Libanês Stéphanie Rizk, também em entrevista à CNN, explicou que o tratamento com esse tipo de medicação precisava ser feito com cuidado, para que ele não tenha como consequência infecções que comprometam o estado do paciente.

“Por mais que o órgão seja compatível, o paciente não deixa de ter um órgão estranho dentro dele. Ele precisa tomar uma medicação para evitar que o organismo rejeite aquele novo coração dentro dele. São os remédios imunossupressores. É sempre aquela balança da rejeição vs infecção. Você não pode tomar remédio para imunossuprimir demais seu organismo a ponto de estar mais suscetível a uma infecção grave”, explicou.

 

Fonte: CNN Brasil

 

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