quinta-feira, 3 de agosto de 2023

Mãe do filho de Carluxo ganhará R$ 43 mil de mamata do governo paulista

Indicada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para um cargo nos Estados Unidos, a economista Martha Seillier, mãe da filha do vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos), é servidora pública de carreira e já ocupou diversos postos na esfera federal. No início do governo de Jair Bolsonaro (PL), aliado de Tarcísio e pai de Carlos, ela se tornou a primeira mulher a assumir o comando Infraero, tendo ficado no cargo até julho de 2019.

Na sequência, ela foi realocada para o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), departamento do governo que cuida das privatizações e concessões. Seillier já havia atuado como secretária especial do órgão durante o governo Michel Temer, que criou a estrutura, período no qual trabalhou com Tarcísio.

Seillier é alinhada de primeira hora do bolsonarismo e participou, em Brasília, dos atos de 7 de Setembro, em 2021. Na ocasião, postou um vídeo em suas redes sociais com a hashtag “Supremo é o Povo”, usada por apoiadores do então presidente para pedir o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e o impeachment de ministros da Corte.

No início de 2020, ela se envolveu em uma polêmica ao ser uma das três pessoas a bordo de um jato exclusivo da FAB que foi de Davos, na Suíça, para Nova Delhi, na Índia, onde Bolsonaro cumpria agenda. O episódio levou à demissão do secretário-executivo da Casa Civil, Vicente Santini.

Em maio de 2022, a economista foi nomeada para a diretoria do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em Washington, em uma indicação do então ministro da Economia, Paulo Guedes. Ela deixou o cargo em fevereiro deste ano, já durante o governo Lula, e deu à luz sua filha com Carlos pouco depois.

A notícia sobre o convite para que Seillier chefie o escritório da agência de fomento InvestSP nos Estados Unidos foi revelada pelo jornal Folha de S. Paulo. A negociação para o cargo, cuja remuneração é de 9 mil dólares (cerca de R$ 43,1 mil), ocorre há ao menos duas semanas, diz a publicação. Ela, entretanto, ainda não respondeu se aceita a oferta, segundo o próprio chefe do executivo paulista.

Segundo a Folha, a escolha por Seillier teria ocorrido a pedido de Jair Bolsonaro. Tanto o governador quanto o ex-presidente negam a existência dessas tratativas.

— Bolsonaro não pediu absolutamente nada — assegurou Tarcísio nesta terça-feira.

O governador frisou que conheceu Seillier antes mesmo do ex-presidente, durante o governo Temer, quando os dois estiveram no PPI, além da atuação conjuntão na própria gestão Bolsonaro. De acordo com Tarcísio, Seillier fala três idiomas e conduziu “vários processos de privatização”:

— Eu tive a ideia de oferecer para ela uma vaga para ser a embaixatriz do nosso programa de investimentos nos Estados Unidos porque temos uma vaga e não temos uma pessoa qualificada. Houve algum pedido do presidente? Zero. Nunca houve.

O ex-ministro da Infraestrutura reforçou que o convite foi em razão de competência.

— Não podemos ter essa visão preconceituosa. Ela não está precisando de favor de ninguém — concluiu.

<><> Para agradar Bolsonaro Tarcísio nomeia aliados bolsonaristas

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), indicou a economista Martha Seillier, mãe da filha do vereador carioca Carlos Bolsonaro, seu correligionário, para um cargo da gestão estadual nos Estados Unidos. Em evento nesta terça-feira, ele negou que a indicação tenha ocorrido a partir de pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro, seu aliado e pai de Carlos. A economista, porém, não é a única figura próxima ao bolsonarismo a ser convidada por Tarcísio para a administração.

O deputado federal Guilherme Murari Derrite (PL-SP) foi escolhido pelo governador paulista como secretário de Segurança Pública. Apoiador fiel do ex-presidente, ele é capitão da Polícia Militar e defende uma política linha-dura para combater a criminalidade.

Outro quadro do bolsonarismo convidado por Tarcísio é a vereadora paulistana Sonaire Fernandes (Republicanos). Indicada secretária de Políticas para a Mulher, ela é bolsonarista, evangélica e conhecida por seu combate às ideias feministas e posições conservadoras. Fernandes já publicou em seu perfil no Twitter mensagens em que diz que “o feminismo mata mais do que guerras e doenças”.

Já o irmão da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, Diego Torres Dourado, ocupa cargo de assessor especial no governo paulista. Em 2022, ele atuou na campanha de Tarcísio e se aproximou da militância bolsonarista.

Também no governo, o presidente do Detran-SP, Eduardo Aggio de Sá, se tornou um dos braços direitos de Bolsonaro no Planalto, ao ocupar uma subchefia na Casa Civil. Era, também, rosto conhecido nas transmissões ao vivo semanais do ex-presidente.

Como mostrou O GLOBO, Seillier é alinhada ao bolsonarismo e participou, em Brasília, dos atos de 7 de Setembro, em 2021. Na ocasião, postou um vídeo em suas redes sociais com a hashtag “Supremo é o Povo”, usada por apoiadores do então presidente para pedir o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e o impeachment de ministros da corte.

Servidora de carreira e tida como um quadro técnico, Seillier se tornou a primeira mulher a assumir a Infraero, no início do governo Bolsonaro, tendo ficado no cargo até julho de 2019, quando foi para o PPI, departamento do governo que cuida das privatizações e concessões.

No início de 2020, ela se envolveu em uma polêmica ao ser uma das três pessoas a bordo de um jato exclusivo da FAB que foi de Davos, na Suíça, para Nova Delhi, na Índia, onde Bolsonaro cumpria agenda. O episódio levou à demissão do secretário-executivo da Casa Civil, Vicente Santini.

Procurada, a assessoria de Bolsonaro negou que ele tenha pedido cargo para Seillier. O GLOBO enviou mensagens para Seillier, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.

 

       Operação contra Zambelli abre novo racha entre Valdemar e Bolsonaro

 

A operação da Polícia Federal contra a deputada Carla Zambelli (PL-SP) nesta quarta-feira (2/8) abriu um novo racha entre Jair Bolsonaro e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.

Enquanto Bolsonaro criticou a ex-aliada nos bastidores e publicamente mantém silêncio sobre o tema, Valdemar saiu em defesa de Zambelli. À CNN Brasil, o presidente do PL chamou a operação da PF de “barbaridade”.

Segundo aliados do cacique, ele deu a declaração após ser pressionado pela ala radical da sigla a defender Zambelli e por considerar que a votação expressiva da deputada deve ser valorizada.

O entorno de Bolsonaro, entretanto, demonstrou incômodo com a fala de Valdemar. O temor é de que o cacique do PL traga a crise de Zambelli para o colo do ex-presidente, que foi citado pelo hacker em depoimentos.

“Novamente Valdemar contrasta com Bolsonaro e mostra-se completamente desconectado da realidade”, avaliou à coluna um aliado próximo do ex-presidente.

Essa é o segundo racha recente entre Valdemar e Bolsonaro. No início de julho, ambos divergiram publicamente sobre a proposta de reforma tributária votada na Câmara.

•        Reação de Bolsonaro

Como noticiou a coluna, Bolsonaro foi informado da operação contra Zambelli por auxiliares. Ao saber da operação, ele classificou Zambelli como “incosequente” e “tóxica”.

O ex-presidente também fez questão de ressaltar que não fala com a deputada há muito tempo, apesar das inúmeras tentativas de contato dela nos últimos meses.

•        Bolsonaristas cobram respaldo de Lira sobre operação contra Zambelli

Com a operação da Polícia Federal que vasculhou o gabinete da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), bolsonaristas, como ela, tentaram contato pela manhã inteira com Arthur Lira (PP-AL). Não foram atendidos. A ação foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e foi avisada ao presidente da Câmara.

Os agentes da PF buscavam documentos que comprovem a ligação de Zambelli com o hacker Walter Delgatti Neto, acusado de tentar invadir o sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) a pedido da deputada.

Pelo menos três congressistas do PL tentaram contato com Lira ou seus assessores. O deputado Delegado Caveira (PL-PA) disse não achar “normal” o presidente da Câmara se calar sobre uma operação “ilegal”.

Esses deputados cobram respaldo do presidente da Câmara e dizem que a Casa toda é “atacada” quando o Supremo Tribunal Federal e o presidente da Câmara permite operações da PF.

Mesmo que quisesse, Lira não atenderia o chamado dos colegas. Na mesma hora em que estava ocorrendo a operação contra a deputada, o presidente da Câmara cumpria agenda com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e com o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes.

De acordo com a Polícia Federal, os crimes que Zambelli e Delgatti são investigados aconteceram em 4 e 6 de janeiro deste ano. Nas datas, foram inseridos no sistema do CNJ e de outros tribunais brasileiros 11 alvarás de soltura de presos e um mandado de prisão falso contra Alexandre de Moraes.

O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, afirmou que a legenda não é conivente com os “eventuais erros cometidos por parlamentares”. Zambelli está largada à própria sorte.

 

       Abandono de cargo: Weintraub e esposa têm salários suspensos pela Unifesp

 

A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) suspendeu preventivamente os salários de Abraham Weintraub e sua esposa, Daniela Weintraub, devido a uma investigação interna que apura faltas injustificadas do casal, que mora nos Estados Unidos, como docentes da instituição.

Ambos são professores com carga horária de 40 horas semanais no Campus Osasco. Abraham faz parte do departamento de Ciências Contábeis há nove anos, e Daniela, do departamento de Ciências Atuariais há quase uma década.

Segundo a Unifesp, em 13 de abril, a Ouvidoria da universidade recebeu uma denúncia contra Abraham. A partir disso, as providências necessárias começaram a ser tomadas para que um processo administrativo disciplinar seja aberto se forem comprovadas irregularidades na atuação do servidor.

No mesmo mês, a instituição também instaurou um procedimento para investigar faltas injustificadas e abandono de cargo por parte de Daniela.

Devido às investigações, ambos tiveram as remunerações suspensas de forma preventiva. "A universidade seguiu os fluxos internos institucionais para a apuração dessas ausências, suspendendo os salários dos(as) servidores(as) Abraham e Daniela Weintraub a partir do mês de abril de 2023", afirmou a Unifesp.

Abraham afirmou, em live no YouTube, que está sendo "perseguido politicamente", pois, segundo ele, parou de dar aulas e se afastou da universidade no final de 2018, quando se tornou ministro da Educação, depois foi para o exterior e pediu licença não remunerada.

Em consulta ao Portal da Transparência do governo federal realizada nesta quinta-feira (1º), o g1 verificou que Abraham Weintraub teve uma remuneração bruta de R$ 4.520,16 paga até março deste ano. Em abril e maio, nenhum valor foi repassado ao servidor. Já em junho, ele chegou a receber R$ 263,37.

No caso de Daniela, um salário bruto de R$ 6.122,77 foi depositado até fevereiro. Entre março e maio, a servidora não foi remunerada pela universidade. Assim como o esposo, ela também recebeu uma quantia em junho, R$ 528,31.

O casal está morando nos Estados Unidos desde junho de 2020, quando Abraham Weintraub, ainda ministro da Educação, viajou ao exterior e, assim que desembarcou em solo norte-americano, pediu a exoneração do cargo.

Weintraub deixou o governo após se envolver em uma série de polêmicas e de ofender ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

•        O que diz a Unifesp

Em nota, a universidade informou que "a suspensão do salário de ambos os servidores se deu em razão do não comparecimento ao trabalho, seguindo o que determina a legislação. Há um procedimento interno a ser realizado pela Universidade para poder zerar os parâmetros de salário dos servidores. A universidade seguiu os fluxos internos institucionais para a apuração dessas ausências, suspendendo, então, de forma preventiva, os salários de Abraham e Daniela Weintraub a partir do mês de abril de 2023, data em que ambos os processos foram instaurados.

Desde o dia 13 de abril de 2023, quando a Unifesp recebeu denúncia contra o servidor Abraham Weintraub, via Ouvidoria, a universidade vem adotando todas as diligências cabíveis para apurar os fatos e colher os documentos necessários para instauração de possível processo administrativo disciplinar, caso haja materialidade. O prazo para conclusão do processo, bem como as punições previstas estão determinados na Lei 8.112/1990. Cabe ressaltar que esse tipo de apuração ocorre sob sigilo, seguindo as determinações legais.

Daniela Weintraub, por sua vez, responde a um processo administrativo disciplinar rito sumário por faltas injustificadas e abandono de cargo".

•        O que diz Weintraub

Em live transmitida em seu canal do YouTube, Weintraub afirma que ele e a esposa se afastaram da universidade no final de 2018, quando ele assumiu o Ministério da Educação da gestão Bolsonaro, depois se mudou para o exterior e pediu licença não remunerada. Desde então, afirma, nenhum dos dois estão recebendo salários. Ainda segundo o ex-ministro, o pedido de licença foi formalizado.

"Para criar o constrangimento, como sou concursado e tenho estabilidade, eles querem que eu renuncie. E aí, sem eu solicitar, eles depositaram dois meses de salário na minha conta. Entraram R$ 4.000 um mês e mais R$ 4.000 no outro mês, depois pararam porque falaram que eu não estou dando aula e aí estão falando que eu estou recebendo sem dar aula", afirmou.

"Veja, está tudo formalizado, eu pedi a licença há mais de um ano. E agora judicializei porque eles estão me perseguindo politicamente, agindo de má-fé."

 

Fonte: g1/Metrópoles

 

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