sábado, 26 de agosto de 2023

Ginecomastia: entenda a condição que aumenta as glândulas mamárias em homens

A ginecomastia, que até então era muito pouco conhecida pelo público geral, passou a ser mais falada após um ex-BBB divulgar em suas redes sociais que sofre desse problema. 

É uma condição que afeta apenas os homens, quando ocorre um aumento anormal das glândulas mamárias, que pode ou não ser acompanhada de aumento do tecido adiposo no local. Já a lipomastia é uma situação diferente, mas muitas vezes confundida com a ginecomastia. Nela, o que acontece é apenas o acúmulo de gordura na região das mamas e não o aumento da glândula mamária.

A ginecomastia é consequência de um desequilíbrio hormonal no homem, quando há um aumento de hormônios femininos (estrogênios), uma queda da testosterona ou ambos.

Existem algumas condições que favorecem esse desequilíbrio, por isso é mais frequente em garotos na puberdade, homens idosos e em obesos. Como disse antes, não é tão conhecida do público geral, mas é uma preocupação comum a usuários de esteróides anabolizantes, situação onde o desequilíbrio hormonal gerado pelo uso abusivo de hormônios favorece muito o surgimento da ginecomastia.

O aumento da glândula pode vir acompanhado de dor e sensibilidade local, alguns casos podem apresentar saída de líquido pelos ductos das mamas, mas as queixas mais comuns de seus portadores são relacionadas à estética, principalmente quando ocorre na adolescência, podendo levar a consequências psicológicas e sociais.

·         Mas como a ginecomastia ocorre? Por que não acontece com todo mundo? E o que a obesidade tem a ver com isso?

Em nosso tecido adiposo, produzimos uma enzima chamada aromatase, que é responsável por converter alguns hormônios em hormônios femininos (estrogênios), e isso faz parte do funcionamento normal e saudável do nosso corpo. Só que quanto mais tecido adiposo tivermos, mais aromatase será produzida, aumentando a conversão hormonal em estrogênios. Os estrogênios aumentados trarão diversas consequências, mas nos tecidos mamários podem causar aumento da glândula e acúmulo de gordura, geralmente acompanhados de dor e sensibilidade locais.

Na puberdade, ocorre um grande aumento na produção de testosterona, e quando ela chega em garotos acima do peso, pode gerar uma grande conversão dessa testosterona em estrogênios, aumentando muito a chance de aparecer a ginecomastia.

Em idosos, a diminuição gradativa da quantidade de testosterona produzida, leva a um desequilíbrio entre ela e os estrogênios, o que também pode favorecer o surgimento da ginecomastia.

Outras possíveis causas incluem: efeitos colaterais de alguns medicamentos, abuso de álcool, uso de drogas ilícitas, insuficiência renal e doenças hepáticas. 

Quando identificada precocemente, pode ser controlada através de medicamentos, da correção do distúrbio hormonal ou suspendendo o uso do agente causador, por vezes evoluindo sem a necessidade de cirurgia.

O tratamento cirúrgico, normalmente realizado por um cirurgião plástico, consiste na retirada total da glândula e da gordura adjacente e, com bons resultados, costuma ser indicado para estética.

Já nos casos de lipomastia, quando de forma isolada, ou seja, sem o aumento da glândula mamária, o emagrecimento com perda de gordura já é suficiente para um resultado estético muitas vezes satisfatório.

Obviamente que uma rotina saudável, com atividades físicas regulares, cuidados com a alimentação, o sono e controle do stress são importantes para a manutenção do peso e do equilíbrio hormonal, diminuindo muito as chances de uma ginecomastia, em qualquer fase da vida. 

 

Ø  Obesidade: taxa em jovens aumenta 90% em um ano, saiba mais

 

A obesidade nos jovens teve um aumento do ano passado para cá. Em 2022, 9% dos jovens de 18 a 24 anos possuíam IMC, ou índice de massa corporal, maior que 30, o que representa obesidade. Já em 2023, esse número subiu para 17%, o que significa que houve crescimento de 90% em um ano. Esses dados são do Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia (Covitel), feito pela Vital Strategies e pela Universidade Federal de Pelotas.  

O consumo de refrigerantes e sucos artificiais é alto entre pessoas pertencentes a esse grupo. 24,3% dos jovens afirmaram, na pesquisa, que consomem esses produtos cinco ou mais vezes na semana. O sedentarismo também, pois apenas 36,9% praticam os 150 minutos semanais de atividade física recomendados pela OMS (Organização Mundial de Saúde). 

O sobrepeso e a obesidade nos jovens é um elemento preocupante, já que, quanto mais cedo eles aparecerem, maior é o risco de surgirem doenças crônicas não transmissíveis, tais como diabetes, hipertensão, doença cardiovascular e câncer. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, há mais de 13 milhões de pessoas com diabetes, o que representa 6,9% da população nacional. O diabetes mata 1,5 milhões de pessoas por ano, é o que diz a OMS. Também está associado ao risco aumentado de doenças cardiovasculares, como infarto e AVC. 

O estigma envolvendo a obesidade também aumenta o risco de transtornos mentais, como ansiedade, principalmente na infância e na juventude. 

“O alto consumo de refrigerantes e sucos artificiais leva ao aumento da chance de sobrepeso e obesidade, especialmente por estes apresentarem alta densidade calórica e teor de frutose. A frutose é um carboidrato que está mais relacionado com o aumento da gordura no fígado, quando consumida em excesso. Assim, o consumo constante, pode ser prejudicial não apenas para o aumento de gordura corporal, mas também alterações metabólicas como diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica e até mesmo síndrome metabólica. Uma alternativa para aqueles indivíduos que preferem bebidas gaseificadas, pode ser a substituição por água com gás saborizada. Além disso, a troca do suco artificial pela fruta é uma excelente opção.” comenta Aline David, nutricionista e colunista da editoria. 

“Com o  aumento do peso corporal, é comum a busca pelo emagrecimento. Mas infelizmente, nem sempre os adolescentes buscam por acompanhamento de profissionais da saúde e assim, acabam submetendo-se a dietas restritivas que nem sempre geram o resultado esperado e ainda podem causar carências nutricionais. Além disso, é possível que o sucesso no emagrecimento  não seja constante e progressivo, levando o indivíduo acreditar que não é capaz ou até mesmo que atingiu o efeito platô (mecanismo onde a redução de peso é estagnada, mesmo quando existe um consumo de calorias adequado para o processo de emagrecimento). Assim, por mais que a redução de peso seja indicada em diversas situações, deve-se ter muita cautela para que não existam prejuízos.” completa ela. 

 

Fonte: IstoÉ

 

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