Advogados de esquerda se calam sobre postura “conservadora” de Zanin
Advogados e juristas do Prerrogativas, grupo de
influentes nomes do Direito que apoiou abertamente a campanha de Lula em 2022,
fizeram um “pacto de silêncio” sobre a postura definida como “conservadora” do
ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF) em suas primeiras
votações na Corte. Relatos feitos ao GLOBO por advogados próximos ao presidente
da República mostram que os votos de Zanin caíram como uma bomba na turma — que
se define como de esquerda politicamente.
O grupo, que costuma se posicionar sobre as
questões mais prementes da política nacional, preferiu “não bater em Zanin para
não piorar o clima”, segundo contou um advogado. Diante da repercussão negativa
entre membros da base do governo e apoiadores que criticaram abertamente o
primeiro nome escolhido por Lula para o Supremo neste mandato, integrantes do
Prerrogativas preferiram atuar nos bastidores para diminuir a temperatura das
reações.
Somente nesta semana, o novo ministro do STF votou
contra a descriminalização da maconha e a equiparação das ofensas contra
LGBTQIA+ à injúria racial. Um jurista próximo a Lula afirmou ao GLOBO que o
clima no grupo é de “constrangimento” e que não há como “defender essas posturas”.
Apesar do incômodo, as decisões do magistrado não
chegaram a surpreender os juristas. Segundo um integrante do Prerrogativas, o
perfil “de direita” de Zanin era conhecido desde os tempos em que ele cursava
Direito na PUC-SP, universidade onde o magistrado se formou.
Apesar de alertas feitos a Lula sobre a falta de
conhecimento de posicionamentos que Zanin adotaria uma vez no STF em relação a
questões caras à esquerda, membros do grupo sempre defenderam a livre escolha
do presidente para a cadeira do Supremo. O jurista ganhou a confiança do
petista ao atuar em seus processos na Lava-Jato e pelo seu perfil garantista.
Há três semanas como ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF), Zanin também gerou incômodo no campo da esquerda ao ser
favorável à condenação de dois homens que furtaram objetos com valor inferior a
R$ 100. Além disso, votou para derrubar a regra que impedia juízes de julgar
casos em que as partes sejam clientes de escritórios nos quais atuem advogados
que sejam seus parentes.
<><> Felipe Neto critica Lula por votos
de Zanin: "Inacreditável!"
O empresário e influenciador digital Felipe Neto,
que fez campanha para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de
2022, criticou o mandatário nesta quinta-feira (24) após seu indicado ao
Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Cristiano Zanin, abrir divergência na
Corte e ser o único - até o momento - a votar contra a descriminalização da
maconha para consumo pessoal.
A expectativa era que Zanin votasse favoravelmente
à descriminalização parcial da cannabis, mas o magistrado alegou
"problemas jurídicos" na proposta e disse que, caso seja aprovada,
poderia "agravar a situação que enfrentamos", citando um suposto
problema de saúde pública relacionado ao consumo de drogas.
O julgamento foi suspenso após pedido de vistas do
ministro André Mendonça e o placar ficou em 5 a 1 pela descriminalização -
sendo o único voto contrário o de Zanin.
Ao comentar o posicionamento do indicado de Lula
para o STF sobre o tema, Felipe Neto se mostrou decepcionado e classificou a
escolha do presidente em indicar Zanin à Corte como "inacreditável".
"Quando Lula indicou q colocaria Zanin no STF,
os progressistas só pediam uma coisa: 'onde estão os posicionamentos deste
homem? Qual sua visão de mundo?'. Agora está claro. Lula colocou um conservador
no STF q vai ficar lá por 27 anos! Inacreditável, Lula. Inacreditável",
disparou o influenciador.
• "Imperdoável"
Em outra publicação, Felipe Neto disse que o voto
de Zanin contra a descriminalização da maconha é "imperdoável" e
lamentou que o ministro ficará 27 anos no STF.
"Teremos 27 anos deste sujeito no STF.
Defenderei o voto no Lula em 2022 até a morte, mas classifico esse como seu
maior erro até agora. Imperdoável, inexplicável e inaceitável. Temos agora 3 ministros
ultra-conservadores na Corte", escreveu.
• Outras
reações
O voto de Zanin gerou revolta nas redes sociais.
Inúmeros políticos, artistas, influenciadores e parte da população como um todo
vêm manifestando decepção.
<><> "Parabéns pelo seu voto, Zanin",
diz senador Magno Malta
A atuação de Cristiano Zanin no Supremo Tribunal
Federal (STF), vaga para a qual foi indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, tem provocado críticas do campo progressista e aplausos do campo
conservador.
Neste sábado (26), o senador bolsonarista Magno
Malta (PL-ES) postou um vídeo nas redes sociais no qual elogia o ex-advogado de
Lula , que defendeu o presidente nos casos da Operação Lava Jato, por dois
votos do magistrado alinhados à pauta de costumes da extrema direita:
1. contra
equiparação de atos de homofobia e transfobia ao crime de injúria racial
(equiparação foi aprovada por 9 votos contra o de Zanin);
2. contra
a descriminalização da maconha para uso pessoal (até agora, o único ministro
com este voto, dentre os 6 que já votaram).
Em outros quatro votos, o mais novo integrante da
Suprema Corte também foi na direção contrária à pauta progressista:
1. contra
aplicação do princípio da insignificância para dois homens que furtaram objetos
de valor inferior a 100 reais (é o relator do caso na 1ª Turma)
2. a
favor de os juízes poderem julgar casos de escritórios onde trabalham seus
parentes
3. a
favor da definição das Guardas Municipais como integrantes do sistema de
segurança pública - elas passam a ser “mini PMs”. Zanin foi o voto decisivo -o
placar foi 6 a 5
4. contra
a análise, pelo STF, de uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental
(ADPF) impetrada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) que pede
que cessem as violências de caráter genocida cometidas contra os povos Guarani
e Kaiowá pela Secretaria de Segurança/PM do Mato Grosso do Sul. Ao lado de
Zanin, na votação, Nunes Marques, André Mendonça e o relator, Gilmar Mendes
foram derrotados,.
• Malta
foi contra Zanin no STF e agora celebra
Durante a sabatina de Zanin na Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal, realizada no dia 21 de junho,
Magno Malta expressou que era contra a indicação dele para a vaga deixada por
Ricardo Lewandowisk. Na ocasião ele afirmou que o "Supremo Tribunal
Federal não é lugar de advogado" e votou contra a indicação do nome do
jurista para a Suprema Corte.
Agora a opinião do bolsonarista radical mudou.
Desde que foi empossado no cargo no STF, no dia 3 de agosto, Zanin tem mostrado
que é o mais reacionário ministro da Corte desde a redemocratização do país.
No vídeo postado por Malta, ele desfia um rosário
de preconceito e desinformação sobre orientação sexual fora do padrão
heteronormativo, que ele classifica como "opção". Também cita o voto
do ministro contra a descriminalização da maconha.
O bolsonarista se solidariza com Zanin diante das
críticas que o ministro tem recebido de setores progressistas e da esquerda.
O cara mostrou que é católico, que acredita nos
valores, que acredita na vida e parece que desassociou o seu voto do fato de
ter sido advogado do Lula. E agora eles estão espancando o cara. Parabéns, deu
um voto acertado pela vida, pelos valores, pelos princípios . Não seguiu,
ideologicamente, o que pensa o partido do presidente e os seus
puxadinhos".
Zanin
deixa direita perplexa e esquerda indignada
As primeiras decisões proferidas por Cristiano
Zanin na cadeira de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) irritaram
políticos da esquerda e advogados ligados ao presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, que o indicou para a Corte. O descontentamento com as teses defendidas
pelo ex-advogado do petista aumentou a pressão para que o titular do Palácio do
Planalto escolha um nome progressista para a vaga da ministra Rosa Weber. Ela
vai se aposentar em outubro.
Os posicionamentos de Zanin que mais incomodaram o
entorno do presidente foram apresentados durante julgamentos sobre a
descriminalização da maconha para uso pessoal e a respeito da equiparação de
ofensas à população LGBTQIA+ ao crime de injúria racial. Na primeira ação, o
ministro votou contra a descriminalização, embora tenha sido favorável à adoção
de novos critérios para diferenciar usuários de traficantes. Na outra, Zanin
foi contra à proposta de equiparação das práticas criminosas, alegando questões
técnicas processuais, sem entrar no mérito da causa.
Vice-líder do governo na Câmara, Reginaldo Lopes
(PT-MG) classificou a atuação de Zanin como “ultraconservadora”. E considerou
um “erro” o voto contra a descriminalização da maconha para uso pessoal.
Já em grupos de advogados, o comportamento do
ministro foi taxado como “vergonhoso” e “decepcionante”, de acordo com relatos
feitos à coluna da Malu Gaspar, do GLOBO. Entre parlamentares petistas, foi
chamado de “desastroso”. E em trocas de mensagens entre servidores do Planalto,
as decisões de Zanin foram consideradas terríveis.
Integrantes do Prerrogativas, grupo que reúne
advogados e juristas que apoiaram Lula em 2022, fizeram um “pacto de silêncio”
sobre as teses defendidas por Zanin, que eles consideraram conservadoras. Nas
palavras de um dos integrantes do movimento, os votos do novo ministro “caíram
como uma bomba” na turma.
A pessoas do meio jurídico, Zanin disse, segundo a
colunista Bela Megale, do GLOBO, que vê nessas críticas um “hiperpoliciamento” de
suas manifestações e avalia que estão tentando usá-lo para pressionar Lula em
relação ao perfil de quem ocupará a segunda vaga no STF. Nesses diálogos
reservados, Zanin buscou se mostrar tranquilo e reforçou que seus
posicionamentos tiveram base técnica e nenhum viés ideológico.
Quando o nome de Zanin despontou como o favorito de
Lula para o STF, parlamentares do PT cobravam manifestações do então advogado
sobre temas além da Lava-Jato, pauta em que eles e Zanin são alinhados. Ao se
reunir com a bancada evangélica em busca de apoio para a aprovação de seu nome
pelo Senado, Zanin deu um indicativo das teses que defende em alguns assuntos.
Na ocasião, fez acenos ao segmento religioso, afirmando ser um homem cristão e
contrário à descriminalização do aborto, por exemplo.
Voto de Zanin contra a descriminalização de maconha
é criticado por apoiadores de Lula: ‘Conservador no STF’
Durante a sua sabatina no Senado, ele deixou claro
que era contra a legalização das drogas:
— A droga é um mal que precisa ser combatido. E,
por isso, este Senado tem, inclusive, aprimorado a legislação com esse
objetivo, acredito, de promover o combate às drogas e os temas que estão
relacionados.
Anteontem, ao votar contra a descriminalização da
maconha para uso pessoal, Zanin sustentou que a medida provocaria um aumento do
consumo e que, pela Constituição, é dever do Estado zelar pela saúde de todos.
Já ao se manifestar contra a equiparação de ofensas à população LGBTQIA+ à
injúria racial, o ministro justificou seu posicionamento com argumentos
técnicos. Ele afirmou que haveria um “extrapolamento” do pedido inicial da
ação. Segundo Zanin, essa tipificação não foi “objeto da demanda e do
julgamento” que equiparou a discriminação ao racismo.
Militantes de diferentes correntes começaram a disparar
mensagens convocando para uma pressão sobre Lula pela escolha de um
“progressista de verdade” para a próxima vaga do STF.
— Nosso receio agora é de que se essa nova
indicação for aos moldes do Zanin, a Corte se torne ultraconservadora. Isso é
um risco para a democracia e nós vamos cobrar o presidente — afirmou a deputada
Duda Salabert (PDT-MG).
A deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) está entre os que
foram às redes sociais criticar Zanin. “Lamentável o voto de Zanin.
Descriminalizar a posse de drogas é essencial para combater o encarceramento em
massa e a suposta ‘guerra às drogas’, que afeta sobretudo pobres e negros. A
próxima indicação de Lula ao STF deve representar as lutas democráticas e
progressistas”, postou.
Já o influencer Felipe Neto, apoiador de Lula,
classificou a indicação de Zanin para o STF como o maior erro do petista até
agora na Presidência: “Lula colocou um conservador no STF q vai ficar lá por 27
anos!”
Parlamentares da base do governo se preocupam com
os próximos votos de Zanin. Na próxima quarta-feira, por exemplo, a Corte
retoma o julgamento do marco temporal para demarcação das terras indígenas. O
que se discute é se, para o reconhecimento de uma área como tal, é necessária a
comprovação de que os povos originários a ocupavam no momento da promulgação da
Constituição de 1988.
• A
incógnita Zanin: como o novo ministro do STF vai votar no Marco Temporal?
No próximo dia 30 de agosto, o Supremo Tribunal
Federal retoma o voto sobre o Marco Temporal, que pode decidir o futuro das
terras indígenas no Brasil.
A votação é considerada crucial para o futuro dos
povos indígenas brasileiros e pode tirar uma conquista histórica dessa
população: o direito à terra.
Atualmente, a votação está 2 a 1: Alexandre de
Moraes e Edson Fachin votaram contra o marco e Nunes Marques, indicado de
Bolsonaro, votou contra.
Um dos votos em suspenso é o do mais novo ministro
do Supremo, Cristiano Zanin. O advogado que defendeu Lula na Vaza-Jato tomou
posse recentemente e já tomou quatro decisões extremamente controversas.
A mais notória de todas foi seu voto contra a
descriminalização do porte de maconha. Ele se juntou ao bolsonarista André
Mendonça e contrariou o entendimento de
outros juízes sobre o julgamento histórico, que pode, na prática, libertar
milhares de usuários de drogas do sistema prisional.
Antes, votou contra o princípio da insignificância,
contra a equiparação da LGBTfobia ao crime de injúria racial e contra a norma
que impede juízes de julgarem casos em que qualquer das partes seja cliente dos
escritórios de seus cônjuges, parceiros ou familiares.
• Imprevisível
Ninguém ouvido pela reportagem sabe como o novo
ministro do Supremo Tribunal Federal vai votar no tema do Marco Temporal.
E é impossível saber qual é a posição de Zanin pois
ele não tem textos publicados sobre o tema. Aliás, há um claro incômodo com a
falta de posicionamentos públicos do antigo advogado de Lula sobre diversas
questões jurídicas.
“Imprevisível” foi uma palavra usada por pelo menos
três fontes ouvidas para descrever o comportamento do ministro. Uma fonte do
Ministério do Meio Ambiente afirma que a pasta não foi consultada sobre Zanin
antes da indicação, mesmo sendo um dos eixos prioritários do governo.
• Mais
um erro?
Juristas progressistas que conversaram com a
reportagem em anonimato também demonstraram incômodo com a decisão de Lula de
indicar, novamente, um nome não ligado ao progressismo dentro do âmbito
jurídico.
A sensação entre os juristas é de ingratidão do
presidente. “Nos sentimos mal, usados, relegados”, afirmou uma fonte à Fórum.
“Quando o calo aperta a nós cabe resolver! Mas quando é para ocupar os cargos
relevantes, para colocar o Supremo onde ele precisa estar, não somos escutados,
chamados, nada.,.”
Em setembro, a ministra Rosa Weber se aposenta e
Lula terá mais uma chance para escolher um ministro para a corte
constitucional. A incógnita agora é outra: o que fará o presidente?
Bolsonaristas
comemoram votos ultraconservadores de Zanin no STF
A indicação do então advogado Cristiano Zanin, que
conseguiu livrar Lula (PT) da prisão e mostrar ao mundo o banditismo judicial
que imperava na operação Lava Jato, a uma vaga no Supremo Tribunal Federal, e
sua posterior aprovação pelo Senado, foi muito comemorada pela esquerda,
afinal, o defensor que permitiu a reabilitação política do maior líder
progressista da História do Brasil seria, por óbvio, um progressista. Correto?
Não. E em pouquíssimo tempo as decisões tomadas por
ele na mais alta corte judicial do país têm mostrado um Zanin totalmente
alinhado a uma postura conservadora, que em seus votos vêm até flertando com
argumentos reacionários sobre temas de diferentes naturezas.
A primeira decisão do agora ministro do STF foi
negar o princípio da insignificância. Zanin votou para manter a condenação de
dois homens que furtaram um macaco hidráulico, dois galões para combustível e
uma garrafa de óleo diesel, avaliados em R$ 100. A Defensoria Pública da União
pediu o reconhecimento do chamado juridicamente “princípio da insignificância”,
visto que os itens roubados tinham valor baixo e foram recuperados pela vítima.
Dias depois, Zanin se posicionou contra equiparar o
crime de homofobia e transfobia ao de injúria racial, num julgamento no STF que
atraiu os olhos de todo o Brasil. Dos 11 ministros, 9 foram favoráveis. André
Mendonça se declarou impedido de votar, e Zanin votou contra a equiparação da
LGBTfobia ao crime de injúria racial. Até o bolsonarista Kassio Nunes Marques
decidiu favoravelmente.
Outro voto do ministro Zanin que não foi bem
recebido diz respeito à derrubada de uma norma que impedia magistrados de
julgarem casos em que qualquer das partes seja cliente dos escritórios de seus cônjuges,
parceiros ou familiares. Fachin, Rosa Weber e Barroso votaram para manter a
norma. Gilmar Mendes, Luiz Fux e Zanin votaram para derrubar a norma.
Mas a gota d’água para pôr fim à lua de mel com
esquerda foi o voto contrário à descriminalização do porte de maconha para
consumo, que veio ainda por cima com um argumento totalmente reacionário e
desconectado das discussões sérias e contemporâneas: o “combate às drogas”.
Quem tem comemorado (e muito) as decisões de Zanin,
que inicialmente protestou muito contra a indicação de um então advogado do
presidente Lula, é a direita. E a extrema direita, sobretudo. Aliás, a
'celebração' do conservadorismo do ministro por figuras desses campos
ideológicos, nas redes sociais e em entrevistas, vem piorando ainda mais o
clima de setores sociais que foram fundamentais para a eleição de Lula e que
apostavam num magistrado alinhado ao progressismo.
“O Zanin não me surpreende pelo fato de eu ter tido
a oportunidade de recebê-lo antes de ele ser elevado à função de ministro pelo
Senado. Ele disse de forma clara e definitiva isso. Ele, além de ser homem de
família, tinha as convicções dele em defesa de uma sociedade saudável. Ele não
enganou ninguém. Ele não foi o primeiro ministro indicado pela esquerda a fazer
essa promessa (no caso, ser “contra as drogas”). Todos os ministros andaram
pelo Senado, fizeram a mesma promessa e traíram a palavra. E o Zanin, de forma
firme, demonstra que tem berço, formação e vai se comportar como prometeu”,
bradou o líder da bancada evangélica no Congresso, deputado Silas Câmara
(Republicanos-AM).
Já o radical bolsonarista Filipe Barros (PL-PR),
deputado federal, diz que as decisões de Zanin são boas porque “respeitam as
decisões do Congresso Nacional”.
“O voto do ministro Zanin demonstra o respeito à
nossa Constituição Federal, que prevê a independência e harmonia entre os
Poderes. O Congresso Nacional já se manifestou recentemente, no mínimo, duas
vezes sobre o tema. Nessas ocasiões, decidiu que é crime o porte de drogas”,
festejou.
Quem também não deixou de celebrar os votos
conservadores de Cristiano Zanin foi o senador cearense Eduardo Girão (Novo),
que se disse surpreso positivamente. “Foi uma grata surpresa. O julgamento é
uma usurpação do trabalho que já fizemos duas vezes no Congresso Nacional em
menos de 13 anos. O STF não está respeitando uma decisão do Congresso, mas essa
posição do ministro Cristiano Zanin é uma posição que vai ao encontro do que os
parlamentares fizeram”.
Fonte: O Globo/Fórum
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