quarta-feira, 26 de julho de 2023

Quem mandou matar Marielle? Entenda os próximos passos da investigação

A prisão do ex-bombeiro militar Maxwell Simões Correa, o "Suel", nesta segunda-feira, 24, e a delação premiada de Élcio de Queiroz abriram novos caminhos para a investigação do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, mortos a tiros de submetralhadora na noite do dia 14 de março de 2018. Como confirmou o ministro da Justiça Flávio Dino, a mecânica do dia do crime já foi esclarecida, mas as investigações ainda precisam responder várias perguntas — principalmente, quem foram os mandantes e quem financiou o crime.

Queiroz fez um acordo de delação premiada na Justiça no dia 14 de junho e revelou informações que podem ajudar as investigações a avançarem nesse quesito. Além de confirmar o atirador foi Ronnie Lessa — um ex-policial militar do Rio de Janeiro que está preso preventivamente desde março de 2019, suspeito pelo assassinato —, o delator ainda apontou o enriquecimento rápido do acusado.

O delator disse que não acreditava na versão do comparsa de que não teria recebido "um centavo" pelo assassinato de Marielle. Na delação, ele disse às autoridades que Lessa subiu o padrão de vida depois do crime. O ex-policial militar teria comprado uma Dodge Ram blindada - veículo que custa pelo menos R$ 350 mil -, uma lancha e estava planejando construir uma casa de praia em Angra dos Reis.

Para os investigadores da Polícia Federal, as revelações do delator sobre as aquisições de bens de Lessa reforçam a suspeita de que ele foi financiado por mandantes para cometer o crime. Esta é a próxima etapa da apuração. Nesta segunda-feira, 24, o ministro da Justiça indicou o avanço do inquérito nessa direção.

Queiroz ainda disse que Edimilson Oliveira da Silva, conhecido como "Macalé", teria sido o contratante da dupla, abrindo a cadeia de mandantes.

"Macalé" era policial militar e morreu assassinado em 2021, em circunstâncias suspeitas. Relatos de testemunhas mostram que ele caminhava por Bangu, zona oeste do Rio, quando foi alvejado por homens em um automóvel. Ele estava com uma pistola, mas os responsáveis pelo crime não levaram a arma nem seus documentos.

Na delação de Queiroz, o ex-militar foi apontado como um dos mentores do crime, por ter supostamente auxiliado no monitoramento da rotina das vítimas. Ele também teria fornecido o veículo usado no dia do crime. A morte extingue a punibilidade penal — por isso, não há mais nada que possa ser feito em relação a "Macalé" —, mas a confirmação da sua participação no caso abre linhas da investigação.

A delação de Queiroz também esclareceu detalhes sobre o papel dos acusados. Ele e Lessa estão presos preventivamente desde março de 2019 em um presídio em Rondônia. "Suel" já havia sido preso preventivamente em março de 2020 sob a acusação de interferir nas investigações. De acordo com a Justiça do Rio, ele teria sido um dos mentores do crime: ajudou a mapear a rotina de Marielle, seguir os passos da vereadora e organizar o passo a passo do assassinato.

•        Arma do crime

Outros detalhes em torno do crime também foram esclarecidos na delação. Um deles é a origem da arma usada no assassinato. A submetralhadora, de uso restrito, nunca foi encontrado. Lessa e outras três pessoas foram condenados por terem jogado ele ao mar. De acordo com Queiroz, o armamento foi extraviado do acervo do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) do Rio durante um incêndio nas dependências da corporação.

•        Placa do carro

A placa do carro usado no dia do assassinato teria sido destruída por Lessa. Queiroz disse na delação que o comparsa jogou o objeto nos trilhos dos trens do transporte público do Rio de Janeiro. Já o veículo teria sido levado a um desmanche no Morro da Pedreira, zona norte da cidade, onde um homem conhecido por "Orelha" teria ficado responsável por "sumir" com o veículo.

<><> Acusado de participar da morte de Marielle diz que recebeu R$ 1 mil após o crime

O ex-policial militar Elcio Queiroz, acusado de participar do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), disse em delação premiada à Polícia Federal e ao Ministério Público do Rio que recebeu R$ 1 mil do comparsa Ronie Lessa após o crime, ocorrido em 14 de março de 2018. A informação consta nas 72 páginas da delação entregue à coluna por uma fonte que pediu anonimato.

O pagamento aconteceu horas depois do crime. Segundo o relato, depois da execução foram até a casa da mãe de Lessa no Meier, Zona Norte. Dali, tomaram um táxi e seguiram para ir para um bar na região da Barra da Tijuca. Ao chegar, se encontraram com o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, preso em operação nesta segunda, 24. Sentados e bebendo no bar, o trio acompanhava a cobertura do caso pela imprensa. Eles permaneceram juntos, Maxwell, Ronnie Lessa e Élcio, até às 3h.

Ao sair do bar, Queiroz seguiu Lessa até sua casa. Ali foi feito o pagamento, segundo Queiroz. O ex-PM negou que este valor tenha relação com sua participação no crime. Ele contou que vivia com dificuldades financeiras e eventualmente Lessa lhe emprestava dinheiro.

“Ele [Lessa] pegou e falou – nunca me esqueço disso – “cara, tu tá duro?” Tô... mas qual foi, o que é? Ele falou: “vou te dar isso aqui cara, segura isso aqui...mas não é por causa disso [do crime] não hein...não tem nada a ver com o crime não”; e me deu mil reais”, contou em depoimento no dia 28 de junho.

“Sempre ele me dava um dinheiro; esse dinheiro ele me deu, mas falou que não tinha nada a ver com essa parada; ele falou que jurava, não botei um centavo nisso aí; eu falei não precisa não; aí aquele precisa, não precisa... ele me deu R$ 1 mil reais; mas deixou bem especifico que não foi relacionado a...pô, seria até...mil reais", completou Queiroz.

Com base em novas provas e na delação de Queiroz, a PF realizou a operação Élpis, que prendeu o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, conhecido como Suel. As investigações apontam que Lessa foi o autor dos disparos que matou Marielle e o motorista Anderson Gomes e Queiroz, o motorista do carro usado no atentado. Essa acusação foi corroborada por Queiroz no depoimento.

A coluna não conseguiu contato com as defesas de Suel, Queiroz e Lessa. Caso queiram se manifestar, o espaço está aberto.

<><> Em delação, Élcio detalha assassinato de Marielle: "Caíram cápsulas de balas em mim"

O ex-PM Élcio de Queiroz fez um acordo de delação premiada com a Polícia Federal (PF) e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Em sua colaboração, ele forneceu detalhes sobre como foi a dinâmica que resultou no assassinato da vereadora Marielle Franco.

"Ele [Ronnie Lessa] já estava com o vidro aberto e eu só escutei a rajada; da rajada, começou a cair umas cápsulas na minha cabeça e no meu pescoço", contou. "Aí caíram as cápsulas em mim e ele falou 'vão bora'; eu nem vi se acertou quem, se não acertou", disse Élcio em depoimento à PF

Élcio encontra-se detido desde 2019, assim como o ex-policial Ronnie Lessa. Ambos serão submetidos a julgamento pelo Tribunal do Júri, mas a data ainda não foi estabelecida.

O Terra teve acesso ao documento que mostra o que disse Élcio à polícia sobre o que ocorreu no dia da morte de Marielle Franco.

>>> Veja abaixo os principais pontos do depoimento e que ajudam a compreender o assassinato de Marielle Franco:

No dia 14, Élcio fazia um trabalho tipo escolta quando recebeu mensagem de Ronnie Lessa através de um aplicativo chamado Confide, usado para troca de mensagens instantâneas criptografadas, pedindo para que dirigisse para ele. Élcio perguntou detalhes e recebeu uma foto em seu celular.

"Não dá pra ver a imagem total, conforme vai passando o dedo [na tela do celular], ela [a imagem] vai correndo; aí depois automaticamente ela se destrói", disse. Como estava no trânsito, ele acrescentou que não conseguiu se atentar à foto.

Élcio combinou com Ronnie que o avisaria assim que terminasse o trabalho de escolta para que pudessem se encontrar. Por volta das 16h daquele dia, o ex-PM recebeu o pedido de Ronnie para buscá-lo em sua residência. Ao chegar lá, encontrou Ronnie segurando uma bolsa de viagem, que mais tarde ele descobriu que continha a arma utilizada no crime.

Da casa de Ronnie, os dois foram até um local, próximo a um condomínio, e trocaram de carro, passando a dirigir o Cobalt Prata utilizado no homicídio da vereadora.

"No caminho fui perguntando qual é a situação, aí ele falou que era a vereadora, falou o nome, mas eu não sabia quem era [...] Mas aí eu falei o que é a situação? Ele falou que era pessoal; mas tem dinheiro nisso aí, o que é? Aí ele falou não, é pessoal. Aí fomos seguindo, ele foi me orientando".

Élcio relatou ainda que acredita que Ronnie tenha obtido o endereço de Marielle Franco por meio do Instagram, e a foto que ele recebeu no aplicativo possivelmente foi publicada na conta da vereadora ou da Casa das Pretas, que foi o último lugar onde Marielle esteve antes de ser assassinada.

Ao chegarem ao endereço, Élcio procurou um local para estacionar enquanto Ronnie começou a "se arrumar". O ex-PM contou que Ronnie vestiu um casaco e retirou a metralhadora da bolsa, além do silenciador da arma.

Naquele instante, Élcio compreendeu que se tratava de uma execução. "No momento que Ronnie passa pra trás, se equipa, coloca uma arma, bota silencioso...a MP5 são três tipos de trava, já destravou, pá, pá, pá...todos os tipos de trava foram tirados; eu já sabia que era execução".

Os dois permaneceram no carro analisando a movimentação, até que Marielle deixou o local. Nesse momento, Ronnie chegou a sugerir que a execução ocorresse ali mesmo, ao que Élcio protestou. "Aí eu falei: tá louco, fazer isso aqui no meio...olha as câmeras; ele disse não, a gente não vai fazer nenhuma loucura".

Logo em seguida, surge no local o motorista Anderson Gomes, que também foi vítima do crime. Enquanto Élcio aguardava, Ronnie começou a estudar a rota de fuga. "Conforme a gente saísse dali, pra gente ver se teria algum obstáculo na frente, alguma operação da Polícia Militar, nesse sentido".

Na sequência, Élcio relatou que, quando a assessora de Marielle, Fernanda Chaves, entrou no veículo, ele pensou que a execução do crime seria adiada - Fernanda foi a única sobrevivente do atentado.

"Marielle fala alguma coisa com a pessoa; e eu achei que essa senhora estava se despedindo dela, que ela iria embora, mas não, só que essa pessoa entrou no carro...e quando entrou no carro, aí eu falei [para Ronnie]: e agora, e essa senhora? Achei que ia abortar a missão, mas ele falou pra ficar tranquilo que não ia pegar nela não, ele me tranquilizou; aí nisso ela entrou e o carro saiu".

Conforme câmeras de segurança revelaram, o Cobalt seguiu o carro de Marielle por algumas ruas. Dentro do veículo, Ronnie já estava com uma touca ninja (balaclava) e de metralhadora na mão. Quando surgiu uma 'oportunidade', Ronnie pediu para Élcio emparelhar o carro.

"Ele já estava com o vidro aberto e eu só escutei a rajada; da rajada, começou a cair umas cápsulas na minha cabeça e no meu pescoço", contou. "Aí caíram as cápsulas em mim e ele falou 'vão bora'; eu nem vi se acertou quem, se não acertou".

Após os disparos, Élcio detalhou o caminho que ele e Ronnie percorreram para escapar do local do crime até chegarem à residência da mãe de Ronnie Lessa, localizada no bairro Meier, Zona Norte do Rio.

"Ele falou pra ir pela 24 de maio...pega a 24 de maio...e eu falei pra ele que a 24 de maio é um funil, e tem várias operações da Polícia Militar, é corriqueiro ali; eu falei que era melhor ir pela Brasil, e ele disse 'faz o teu caminho aí'; aí eu fui e peguei a Leopoldina".

Posteriormente, eles utilizaram um táxi para ir para um bar na região da Barra da Tijuca. A polícia confirmou que o irmão de Lessa foi o responsável por solicitar o serviço na cooperativa de táxi, aproximadamente às 21h48, cerca de 18 minutos após o ocorrido do crime.

Na Barra da Tijuca, eles se encontraram com Maxwell com quem discutiram sobre o crime ao longo da madrugada. Nesse momento, o caso já havia sido noticiado pela imprensa. Eles permaneceram juntos, Maxwell, Ronnie Lessa e Élcio, bebendo e conversando até às 3h.

•        Desmanche do carro

Conforme revelado na delação de Élcio, no dia seguinte ao crime, ele e Ronnie Lessa encontraram-se com Maxwell no bairro do Méier para se desfazer do veículo utilizado no crime.

Maxwell, então, alterou a placa do carro e o conduziu até Rocha Miranda, onde seria descartado por uma quarta pessoa identificada como Edmilson Barbosa dos Santos, conhecido como "Orelha".

<><> Maxwell movimentou milhões em conta de suas empresas após assassinato de Marielle

O ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, preso na segunda-feira (24) por envolvimento nas mortes de Marielle Franco e Anderson Gomes, movimentou milhões nas contas dele e de uma empresa após o crime.

Entre março de 2019 e outubro de 2021, a conta bancária de Maxwell recebeu R$ 569 mil e fez pagamentos de R$ 567 mil. As informações constam no relatório da Polícia Federal com base em informações do Coaf, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras. A Polícia Federal também detectou que o ex-bombeiro realizou transações com pessoas suspeitas de envolvimento com crime, como por exemplo, milicianos e acusados de estelionato e importação irregular. Em uma das transações, Maxwell teria recebido uma transferência de mais de R$ 140 mil de um miliciano.

Também foi constatado que Maxwell abriu duas empresas do ramo de venda de automóveis em 2021, com a participação de uma possível laranja e que logo após a abertura, uma dessas empresas movimentou mais de R$ 5 milhões, em apenas três meses.

Vale lembrar que, como bombeiro, Maxwell ganhava R$ 10 mil por mês.

Para a PF, essa movimentação "expressiva" de recursos pouco depois da abertura da empresa reforça indícios de lavagem de dinheiro.

Prisão com base em delação

Maxwell foi preso após a delação premiada de Élcio Queiroz, ex-PM preso por envolvimento na morte de Marielle Franco.

Élcio deu vários detalhes sobre o envolvimento de Maxwell no planejamento do crime. Entre eles a participação do ex-bombeiro no crime que vai desde a vigilância da vereadora Marielle até o auxílio financeiro aos executores.

A colaboração foi feita porque Élcio teria pedido a confiança em Ronnie Lessa, que também está preso acusado de efetuar os disparos contra a vereadora. Lessa, que é amigo de Élcio, teria dito a ele que não realizou pesquisas pelo nome de Marielle antes do crime, no entanto, os investigadores encontraram rastros da busca.

Com a delação, Élcio irá cumprir oito anos em regime fechado e não será mais julgado em júri popular.

Marielle Franco, vereadora do PSOL, e o motorista Anderson Gomes, foram assassinados na noite de 14 de março de 2018, após o carro em que estavam ser atingido por vários disparos vindos de outro veículo, na região central do Rio. Segundo os investigadores, as motivações do crime podem ser as causas defendidas por Marielle, mas isso não exclui as demais motivações pra execução.

 

       Caso Marielle é “prioridade” e “determinação” de Lula, diz Dino

 

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou na 2ª feira (24.jul.2023) que a investigação que apura o assassinato de vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) é “prioridade” para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A ativista e o motorista Anderson Gomes foram mortos em 2018.

“Essa investigação é uma prioridade do presidente Lula. É uma determinação de Lula pela Marielle, pelos fatores políticos no sentido específico, mas, sobretudo, por essa compreensão que é uma investigação que tem um sentido amplo, mais largo”, disse. A declaração foi dada em entrevista à GloboNews.

O ministro afirmou que o fato de a PF (Polícia Federal) ter a certeza de que alguém mandou matar Marielle é um passo fundamental. “Não é uma certeza intuitiva. É uma certeza que emerge de provas concretas nos autos e esse é um salto qualitativo importante na investigação”, disse.

Também na 2ª (24.jul), Dino informou que o ex-policial militar Élcio Queiroz firmou uma delação premiada e confessou sua participação na morte da vereadora. Queiroz afirmou que a execução foi feita pelo policial militar reformado Ronnie Lessa e relatou a participação de Maxwell Simões Corrêa, o Suel.

investigação se concentre nos mandantes do crime (Dailymotion)

Segundo Dino, “não foi um crime de impulso, havia uma rede criminosa” envolvido no crime. “Temos um conjunto já revelado que mostra uma intensa relação entre esse crime e outros aspectos do mundo do crime no Rio de Janeiro”, disse.

 “O dia de hoje é importante para o caso Marielle, Anderson (motorista de Marielle assassinado), Fernanda (assessora de Marielle e sobrevivente do atentado) e é importante para mostrar quanto há essa imbricação inaceitável entre crimes como esse, contra a vida, e outros fatores de estruturação das atividades ilícitas no Rio de Janeiro”, afirmou.

Para o ministro, entretanto, se ele apontasse nesse momento da investigação a existência de “fatores políticos no sentido estrito da palavra”, não estaria reportando elementos concretos dos autos. “O que há, sem dúvidas alguma, é um ambiente político aí no sentido amplo da palavra”, disse.

>>>> Eis abaixo outras declarações de Dino sobre a investigação do caso Marielle:

•        atual interferência política: “Não há interferência política em conteúdo de investigação. Eu sequer conheço os delegados da investigação, mas há uma determinação que me cabe hierarquicamente […] Essa investigação é prioridade.”

•        condução da investigação por gestões anteriores: “Não me cabe fazer julgamento de autoridades pretéritas […] Posteriormente, haverá uma separação do joio do trigo. Não é o momento de fazer.”

•        motivação do crime: “É um crime e eu faço questão de destacar isso: É um crime que tem uma dimensão individual e uma dimensão transindividual ou meta individual porque a gente recebe uma crítica: ‘Ah, por que esse caso tem tanta ênfase?’ Porque nós estamos falando da Marielle, de uma vereadora, estamos falando de causas, e nós estamos falando de mulheres negras, nós estamos falando de mulheres na política, que são todos os dias achincalhadas, emparedadas, humilhadas às vezes, ameaçadas. Então, revelar quem matou e quem mandou matar -e eu disse isso no dia 2 de janeiro- é uma causa fundamental para a família, claro, mas creio que para a sociedade.”

 

Fonte: Agencia Estado/Terra/Poder 360

 

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