Qual a diferença do
canabidiol para os medicamentos tradicionais? Médico responde
Recentemente,
a legislação brasileira tem avançado na disponibilização de medicamentos a base
de cannabis para o tratamento das mais variadas doenças. No estado de São
Paulo, por exemplo, os pacientes podem ter acesso ao medicamento através do
SUS. Mas por que o canabidiol tem ganhado tanto espaço na medicina? O
neuropediatra e consultor médico da NuNature Labs, Dr. Flávio Geraldes Alves,
explica quais as principais diferenças entre o CBD e os remédios tradicionais,
chamados alopáticos.
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Para que serve o canabidiol?
O
canabidiol é uma molécula que tem diversas aplicações. A mais importante delas,
de acordo com Flávio, é a regulação do sistema endocanabinoide, responsável por
trazer a homeostase para o nosso corpo - isto é, o equilíbrio do organismo, o
que garante o funcionamento adequado de todas as suas funções.
Atualmente,
o canabidiol já tem algumas indicações de bula, como explica o neuropediatra. É
o caso, por exemplo, das epilepsias refratárias, como a síndrome de Dravet e a
esclerose múltipla. "Mas temos muitas evidências mostrando sua eficácia em
dor crônica, autismo, Síndrome de Tourette, quadros inflamatórios crônicos,
entre outros", acrescenta o médico.
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Qual a diferença do canabidiol para os medicamentos
tradicionais?
Conforme
o Dr. Flávio, o canabidiol é uma alternativa principalmente para tratamento de
casos refratários - isto é, em que o paciente não consegue ficar totalmente
livre da doença. Nesses casos, as medicações tradicionais não costumam atingir
resultados significativos.
"O
grande diferencial é que é uma medicação que promove um equilíbrio ao organismo
do paciente, além de ter poucos efeitos colaterais. Mas, na minha opinião, o
maior diferencial de todos, é que o
canabidiol ajuda na regulação do sistema endocanabinoide, coisa que as
medicações alopáticas não fazem", destaca o médico.
"O
CBD é uma excelente opção terapêutica. Deve ser prescrito com parcimônia, assim
como qualquer outra medicação, e por profissionais capacitados a fazê-lo, visto
que ele tem muitas interações medicamentosas, então não é fácil de saber. Mas é
uma ferramenta muito útil para prática do médico do dia a dia, principalmente
em casos refratários", acrescenta o especialista.
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E o THC?
Quando
falamos de maconha medicinal, é comum nos questionarmos sobre o THC, ou
Tetrahidrocanabinol. Vale destacar que os remédios com canabidiol possuem
apenas o CBD, molécula também psicoativa, mas que não tem o efeito
psicotrópico. Ou seja, ela não dá o "barato". Apesar disso, o CBD
possui grandes propriedades terapêuticas, como um grande poder anti
inflamatório.
Já
o THC é o principal componente psicotrópico da planta. Portanto, é a molécula
que, em grandes proporções, dá o famoso "barato". "O THC também
abre o apetite e pode aumentar a ansiedade, mas ele também tem propriedades
terapêuticas importantes, já que é um grande analgésico e um grande antiemético
[fármacos para evitar a emése (vômito)]", explica o especialista.
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Acesso ao canabidiol no Brasil
Flávio
vê com bons olhos a legislação sobre a cannabis medicinal no Brasil. "Hoje
encontramos os produtos tanto na farmácia quanto através de importação, mas o
acesso deveria ser ampliado. Acho que a grande dificuldade nesse momento é que
os produtos são muito caros, e essa é a maior dificuldade de acesso: o
custo", afirma o neuropediatra.
Fonte:
Saúde em Dia
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