sábado, 29 de julho de 2023

"Pensar, todo mundo pensa", diz Bolsonaro sobre golpe de estado: "coisa mais fácil que tem"

Jair Bolsonaro (PL) confirmou em entrevista à Crusoé ter ‘pensado’ em dar um golpe de estado no Brasil: “pensar, todo mundo pensa. De vez em quando alguém falava alguma coisa. Agora, ninguém tentou me convencer”.

Apesar de ter espalhado por diversas vezes a mentira de que o artigo 142 da Constituição Federal daria às Forças Armadas o status de ‘poder moderador’ para intervir nos Três Poderes na República, Bolsonaro negou ter cogitado invocá-lo.

“Quando você fala de Estado de Defesa, de Estado de Sítio, de art. 142, são todos remédios previstos na Constituição. Se o presidente decide acionar o art. 142, precisa enfrentar as condicionantes, explicar o porquê de se fazer aquilo. Você tem que ouvir o Conselho da República. Então, houve alguma assinatura em qualquer documento da minha parte? Não houve nada. Eu convoquei os conselhos da República e da Defesa para tratar desse assunto? Não”.

“Dar um golpe é a coisa mais fácil que tem. O duro é o day after, o dia seguinte. Como é que o mundo vai se relacionar conosco? Temos experiência de países que tomaram medidas de força e as consequências são péssimas.

Você não vê uma ação minha fora das quatro linhas. Na minha intimidade, eu fiquei revoltado quando o [Alexandre] Ramagem não pôde assumir a PF. Busquei contornar sem uma medida drástica. Quem hoje é o diretor da PF? Um amigo íntimo do Lula. Comigo não foi possível. Há uma diferença. Eu fui discriminado durante todo o mandato”, declarou, em mais uma tentativa de se vitimizar.

Questionado sobre as conversas de teor golpista encontradas no celular de seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, que está preso, Bolsonaro minimizou: “o telefone do Mauro Cid era um telefone público. Uma caixa de mensagens. Quando havia qualquer problema, informação sobre agenda, questões de ministros, tudo era no telefone dele. Se ele tivesse maldade, de três em três meses teria sumido com o telefone e com as mensagens, mas ficou tudo aberto”.

Ainda segundo ele, “é comum você falar uma coisa que não queria e, depois que acontece, você se arrepende. Jamais alguém ia tratar de golpe por WhatsApp”.

Bolsonaro ainda tratou os terroristas do 8 de janeiro como “pobres pessoas que se viram tentadas a entrar no Parlamento”.

“Não era para terem entrado. Os acampamentos já estavam se esvaindo. Os mais de 100 ônibus que foram para a capital, a grande maioria era bem-intencionada. Se a vontade de buscar a verdade viesse a prevalecer, você rapidamente já teria colocado em liberdade as pessoas que estão presas”.

<><> Inelegível, Bolsonaro vê isolamento e rejeição aumentarem e relevância para 2024 cair

O alerta vermelho do PL começou a acender em relação às eleições municipais de 2024, especialmente quando se trata de Jair Bolsonaro. Com a aproximação do pleito, a legenda tem observado o aumento do isolamento político e da rejeição a ele, agora inelegível, ao mesmo tempo que lideranças experientes se afastam do bolsonarismo e buscam o centro político, destaca a jornalista Bela Megale, do jornal O Globo.

Um dos movimentos que têm chamado a atenção no partido foi protagonizado pelo prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que busca o apoio do PL e se posiciona como candidato da direita na disputa. Durante um almoço com empresários que contou com a presença de Bolsonaro, Nunes manteve uma distância calculada e declarou não ter proximidade com o capitão, destaca a reportagem. Ainda que afirmasse que seria ótimo receber o apoio de Bolsonaro, o prefeito tratou o encontro como um evento rotineiro, não algo premeditado.

Integrantes do PL revelam que o partido recebeu informações de que pesquisas contratadas por Nunes apontam que o apoio declarado de Bolsonaro poderia resultar em uma perda de votos.

A postura adotada pelo recém-filiado Marcelo Queiroga, ex-ministro da Saúde de Bolsonaro, também tem sido acompanhada de perto pelo PL. Queiroga tem explorado mais sua atuação como médico do que seu envolvimento político com Bolsonaro, buscando se afastar da imagem do antigo chefe.

Outro nome importante no cenário político que tem recebido atenção no partido é o senador e ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro, Ciro Nogueira. Embora afirme ser contra a entrada do Progressistas (PP) em um ministério liderado por Lula, Nogueira deu aval para que líderes de seu partido negociem com o governo petista. Enquanto isso, o presidente do Republicanos, deputado federal Marcos Pereira, não tem poupado críticas públicas a Bolsonaro, enquanto lideranças da sigla negociam uma possível aliança com o governo do PT.

<><> Apoio de Bolsonaro começa a virar mico até mesmo dentro do seu partido

Ao contrário do que ocorreu em 2018, e mais parcialmente em 2022, políticos de direita, sobretudo do PL, tentam desta vez escapar do apoio de Jair Bolsonaro. A sucessão de denúncias e escândalos no entorno do ex-presidente, bem como o seu processo de inelegibilidade, têm feito despencar a sua popularidade.

Como resultado prático, para as eleições do próximo ano, vários políticos até então aliados ou próximos, querem desta vez ver o ex-presidente bem longe de suas campanhas.

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que pretende ir para a disputa ao lado do PL como nome da direita, se esquivou claramente de Bolsonaro durante almoço com empresários na quarta-feira. Apesar de comer ao lado do ex-presidente, Nunes afirmou à imprensa “não ter proximidade” do capitão. Disse apenas que, se vier um apoio de Bolsonaro, “será ótimo”, mas tratou a agenda como evento rotina.

Integrantes do PL informaram a coluna de Bela Megale que pesquisas contratadas por Nunes mostrariam que ele pode perder votos com apoio declarado do ex-presidente. Lula venceu na capital paulista em 2022, lembra ainda a jornalista.

Ex-ministros

Nunes, no entanto, não é o único da legenda a se afastar de Bolsonaro. O recém-filiado Marcelo Queiroga, ex-ministro da Saúde de Bolsonaro, pretende concorrer à prefeitura de João Pessoa. Para tal, ele tem explorado mais sua atuação como médico do que como político afilhado de Bolsonaro.

O senador e ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro, Ciro Nogueira, é outro exemplo. Ele afirma publicamente ser contra a entrada do PP em um ministério de Lula, mas deu aval para que líderes de seu partido façam a negociação.

O deputado federal Marcos Pereira, presidente do Republicanos, não tem poupado críticas públicas a Bolsonaro, enquanto lideranças de sua sigla negociam um ministério com o governo petista.

A impressão dentro (e também fora) da legenda é que o bolsonarismo dá sinais claros de desgaste e o partido começa a se movimentar da extrema-direita para a direita.

 

       Bolsonaros alegam 'crime' e 'perseguição' após relatório do Coaf apontar milhões em Pix do ex-presidente

 

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) reagiram com indignação à divulgação de um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que aponta supostas transferências Pix totalizando R$ 17,2 milhões em 2023 para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na postagens em suas redes sociais, os filhos do ex-mandatário qualificaram a publicação dos dados como um "assassinato de reputação" e afirmaram que o Brasil está caminhando para se tornar uma "Venezuela".

“Na democracia comunista relativa vale tudo! Já vivemos na Venezuela!”, escreveu Carlos Bolsonaro no Twitter. "Um assassinato de reputação sem precedentes contra o melhor presidente que o Brasil já teve! Reviram tudo, não encontram nada e mais uma vez quebram a cara! Nunca houve qualquer vazamento, quebra de sigilo ou exposição, sem embasamento, de nenhum ex-presidente na história do país, mas contra Bolsonaro vale tudo!", afirmou Flávio na mesma plataforma.

“Engana-se quem pensa que o Brasil está caminhando a passos largos rumo à Venezuela, Cuba e Nicarágua. O país já está nos 100m rasos e SEM BARREIRAS. Este crime terá que ser explicado”, disse Eduardo em um outro trecho da postagem.

Os dados do Coaf, divulgados nesta sexta-feira (28) pela Folha de S. Paulo, apontam que as transferências feitas por meio de 769 mil transações entre os dias 1 de janeiro e 4 de julho somam R$ 17,1 milhões, quase a totalidade do valor que circulou nas contas de Bolsonaro em 2023: R$ 18.498.532. Os registros bancários também indicam que parte desses recursos teria sido convertida em aplicações financeiras.

Em junho, apoiadores de Bolsonaro promoveram uma vaquinha via Pix pelas redes sociais para o ex-presidente. O objetivo era arrecadar dinheiro para o pagamento de multas judiciais, sob a justificativa de que ele era vítima de "assédio judicial" e precisava de ajuda para quitar "diversas multas em processos absurdos".

No dia 13 de junho, a Justiça do estado de São Paulo determinou o bloqueio de R$ 87,4 mil das contas de Bolsonaro pelo não pagamento de multa por não ter usado máscara durante a pandemia do coronavírus. Outra decisão desbloqueou mais de metade desse valor. Em 20 de junho, o Tribunal Superior Eleitoral manteve uma multa de R$ 90 mil contra Bolsonaro por propaganda irregular contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), então candidato.

No começo do mês, Bolsonaro afirmou que tinha recebido o suficiente para o pagamento de todas as multas que recebeu em processos judiciais e eventuais novas punições. Na ocasião, ele disse que o montante seria divulgado "brevemente", sem dar detalhes sobre como isso seria feito.

 

       Jandira cita quantia milionária recebida por Bolsonaro: 'nem todo o pix do mundo vai livrá-lo do seu destino, que é a cadeia'

 

A deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) criticou Jair Bolsonaro (PL) nesta quinta-feira (27) após a informação de que ele recebeu R$ 17 milhões via PIX, o que, de acordo com relatório Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), "chamou a atenção o montante de PIXs recebidos em situação atípica e incompatível". A parlamentar mencionou também o tenente-coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens do ex-ocupante do Planalto e atualmente está preso por suspeita de fraudes em cartões de vacina - também é investigado no inquérito sobre tentativas de golpe.

"A turma do milhão. Os negócios em torno de Bolsonaro vão de vento em popa. Mauro Cid movimenta R$ 3,7 milhões em 10 meses. Bolsonaro agora, segundo Coaf, tocou o coração bolsonarista de empresários, advogados, pecuaristas, militares e agricultores e captou nada menos que R$ 17 milhões em seis meses. Negócio promissor. E esse recurso, via campanha de Pix, era para pagar dívida com o Estado de São Paulo de R$ 1 milhão por não usar máscara. Mas nem todo o pix do mundo vai livrá-lo do seu destino: a cadeia", escreveu a parlamentar no Twitter.

O Coaf também apontou que o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, movimentou R$ 3,2 milhões em sete meses (26 de junho de 2022 a 25 de janeiro de 2023). A defesa do militar alega que "todas as movimentações financeiras" dele "são lícitas e já foram esclarecidas para a Polícia Federal".

 

       Governo Bolsonaro escondeu casos e mortes na pandemia, diz jornal

 

Durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), agentes de inteligência produziram mais de mil relatórios prevendo o aumento de casos e óbitos por covid-19 no Brasil, mesmo em meio à resistência do ex-presidente em adotar medidas de combate à pandemia e dificultar o acesso às vacinas. As informações são da Folha de S. Paulo.

Os relatórios foram elaborados entre março de 2020 e julho de 2021 e até então eram mantidos em sigilo. Esses documentos de inteligência traziam projeções sobre a pandemia, incluindo previsões de aumento nos casos e óbitos por covid-19 no Brasil.

O material apresenta carimbos da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), GSI (Gabinete de Segurança Institucional) ou não possui identificação de autor.

Os documentos evidenciam que o ex-presidente Bolsonaro não apenas ignorou as recomendações do Ministério da Saúde, mas também desconsiderou informações levantadas por agentes de inteligência, inclusive dentro do próprio Palácio do Planalto.

Os relatórios produzidos pelos agentes da Abin e do GSI destacam o distanciamento social e a vacinação como meios efetivos para controlar a doença. Além disso, apresentam estudos que desaconselham o uso da cloroquina e alertam sobre a possibilidade de colapso da rede de saúde e funerária no Brasil.

Os pareceres também apontam a falta de transparência do governo Bolsonaro na divulgação dos dados da pandemia, bem como a lentidão do Ministério da Saúde para definir estratégias de testagem e combate à doença. Essas questões foram reconhecidas pelos agentes da Abin e do GSI em seus documentos.

De maneira geral, as estimativas elaboradas pela Abin mostraram-se próximas dos dados efetivamente registrados. Em alguns casos, o avanço da pandemia superou as expectativas dos agentes de inteligência.

•        Colapso

Pelo menos 18 relatórios elaborados nos primeiros meses da crise mencionam o risco de "colapso" em diversas regiões do Brasil. Além disso, outros 12 documentos datados de maio de 2020 afirmam que o país ainda não havia atingido o pico da doença.

Em um documento da Abin datado de março de 2020, foi afirmado que "medidas como essas [distanciamento social] podem reduzir o tempo para que a epidemia alcance o pico do número de casos de contágio".

Esses documentos foram originalmente elaborados para subsidiar as discussões do comitê liderado pela Casa Civil sobre as ações governamentais durante a pandemia, conforme relatado por membros da gestão anterior.

No entanto, eles não eram compartilhados com todos os integrantes do comitê, chegando apenas às mãos de assessores de poucos ministros, de acordo com as mesmas autoridades.

<><> Mais de 3.500 crianças indígenas morreram no governo Bolsonaro; 800 adultos foram assassinados

A tragédia humanitária na Terra Indígena Yanomami é o exemplo mais escancarado do abandono dos Povos Indígenas promovido pelo governo do inominável. Mas o descaso genocida foi muito maior, como mostra o novo relatório anual Violência Contra os Povos Indígenas, do Conselho Indigenista Missionário (CIMI).

Entre 2019 e 2022, 3.552 crianças indígenas de 0 a 4 anos morreram – um aumento de 35% em relação aos quatro anos anteriores. Foram pelo menos 1.504 óbitos por causas evitáveis. Segundo os dados da Secretaria de Saúde Indígena (SESAI), somente em 2022, 835 crianças indígenas desta faixa etária morreram, detalham Carta Capital, UOL e Brasil de Fato.

Os estados com mais mortes infantis estão na Amazônia Legal. Foram 2.958 óbitos (83% do total de 0 a 4 anos) na região. Amazonas, Mato Grosso e Roraima registraram, juntos, 59,3% do total de mortes nos quatro anos passados. E 17,5% de todos os óbitos ocorreram na TI Yanomami: 621 casos.

Além das mortes infantis, houve 795 assassinatos de indígenas durante o governo Bolsonaro, informam Agência Pública, Congresso em Foco, Correio Braziliense, DW, Colabora, Agência Brasil e Metrópoles. Só no ano passado, foram 180 indígenas mortos em situações de violência.

Em Roraima e Amazonas houve 208 e 163 assassinatos de indígenas no período, respectivamente. Em terceiro lugar no ranking de mortes violentas contra indígenas aparece Mato Grosso do Sul, com 146 casos. Juntos, os três estados foram responsáveis por 65% dos assassinatos no período.

O CIMI também observou o crescimento da violência patrimonial ao longo desses anos, principalmente na forma das invasões às Terras Indígenas, constantemente ameaçadas pela grilagem e pelo garimpo ilegal. Vale lembrar também que nenhum centímetro de TI foi demarcado no (des)governo passado.

Especificamente em 2022, houve 467 casos de violência contra o patrimônio, informa o UOL. Foram 158 casos de conflitos territoriais e 309 registros de invasões possessórias, exploração ilegal de recursos e danos ao patrimônio – em ambos, os números registrados no ano passado foram recorde.

 

       Gleisi critica Bolsonaro por ignorar relatórios da pandemia: "precisa pagar por crime contra a saúde do povo"

 

A deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) criticou Jair Bolsonaro (PL) por ter ignorado e escondido mais de 1.100 relatórios de inteligência que previam o caos no Brasil na pandemia de Covid-19. Em publicação feita no Twitter, a presidente nacional do PT destacou que "o genocida boicotava as medidas de proteção e a vacina" contra o novo coronavírus e relembrou o desprezo do ex-presidente pelos mais de 700 mil mortos em decorrência da doença.

"Bolsonaro ignorou os mais de mil relatórios sobre a pandemia, projetando aumento no número de casos e mortes, que foram feitos por setores de inteligência. Enquanto o povo morria sem ar, o genocida boicotava as medidas de proteção e a vacina. Não dá pra esquecer os mortos da covid e o desprezo de Bolsonaro, ainda precisa pagar por crime contra a saúde do povo", escreveu Gleisi.

Em notícia publicada na manhã desta sexta-feira (28) pela Folha de S. Paulo, o jornal revelou que agentes de inteligência vinculados ao governo Bolsonaro produziram mais de mil relatórios sobre a pandemia, projetando um aumento nos números de casos e mortes no Brasil, mas tais documentos foram desprezados pelo então mandatário, que promoveu aglomerações, recomendou o uso de remédios sem eficácia para a doença e minimizou os efeitos do contágio pela Covid-19. O resultado de tal política negacionista foi o colapso do sistema de saúde nacional, a morte de centenas de milhares de pessoas e o atraso na retomada da normalidade no Brasil.

 

Fonte: Brasil 247/Forum/Terra/ClimaInfo

 

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