sexta-feira, 28 de julho de 2023

Nações africanas têm pouca confiança na UE; bloco pensa apenas em si, diz ex-chanceler austríaca

Os países africanos desconfiam da União Europeia (UE), apesar de fazer negócios com ela, pois entendem que Bruxelas é movida estritamente por seus próprios interesses, especificamente no que diz respeito à gestão da migração, disse a ex-ministra austríaca das Relações Exteriores, Karin Kneissl, à Sputnik nesta quinta-feira (27).

Questionada à margem da Cúpula Rússia-África em São Petersburgo se ela acreditava que os países africanos confiavam na UE, a ex-chanceler austríaca respondeu: "De jeito nenhum".

"Na verdade, estive envolvida na cúpula UE-África que fizemos em dezembro de 2018, quando tivemos a presidência da União Europeia e a abordagem da UE é toda sobre migração", acrescentou.

Kneissl lembrou que a cúpula UE-África resumiu-se a "que países devem concluir que parte dos contratos manterão os migrantes em casa".

"Você se lembra da enorme quantidade de dinheiro que Bruxelas e vários países da UE enviaram para a Líbia apenas para manter a migração ilegal de volta ao Chade, de volta ao Mali com [o ex-líder líbio Muammar] Kadhafi bombardeado. Isso se tornou um problema, agora a UE está concluindo contratos com o Egito, com a Tunísia, Marrocos", disse.

Pagar aos países em desenvolvimento para manter seus migrantes longe das fronteiras da UE é uma "abordagem muito negativa", disse Kneissl, acrescentando que "porque não é realmente um negócio, não é um verdadeiro negócio de pé de igualdade".

A segunda Cúpula Rússia-África e o Fórum Econômico e Humanitário são realizados na cidade russa de São Petersburgo de 27 a 28 de julho. De acordo com o Kremlin, a expectativa é que os participantes da cúpula assinem uma série de documentos internacionais e bilaterais.

<><> Putin: países ocidentais obstruem entregas de grãos da Rússia para países africanos e acusam Moscou

Países ocidentais obstruem o fornecimento de grãos da Rússia à África e ainda assim acusam Moscou, declarou o presidente russo Vladimir Putin na sessão plenária da Segunda Cúpula e do Fórum Econômico e Humanitário Rússia-África.

"Se forma um quadro paradoxal. Por um lado, os países ocidentais estão obstruindo o fornecimento de nossos grãos e fertilizantes. Por outro lado, vou dizer francamente, nos acusam hipocritamente da atual crise no mercado mundial de alimentos", disse Putin.

Ele ressaltou que essa abordagem foi "particularmente clara" durante a realização do acordo de grãos.

Em 2022 a Rússia forneceu 11,5 milhões de toneladas de grãos à África, e nos primeiros seis meses deste ano já entregou quase dez milhões de toneladas, apesar das sanções impostas às exportações russas, declarou o líder russo Vladimir Putin.

"E isso acontece apesar das sanções ilegais impostas às nossas exportações, que dificultam seriamente o fornecimento de alimentos russos, complicam o transporte, a logística, os seguros e os pagamentos bancários", ressaltou o líder russo.

A Rússia está preparada a fornecer grãos de forma gratuita como uma ajuda para os países mais necessitados da África.

"Já havia dito que nosso país é capaz de substituir os grãos ucranianos tanto em [base] comercial como na forma de ajuda gratuita para os países mais necessitados da África, especialmente porque espera-se que tenhamos uma colheita recorde neste ano novamente", disse Putin.

Ele também observou que a África no futuro pode não só produzir alimento para si, mas também se tornar uma exportadora de alimentos, e a Rússia vai apoiá-la neste esforço.

A Segunda Cúpula Rússia-África e o Fórum Econômico e Humanitário ocorrerão na cidade russa de São Petersburgo, de 27 a 28 de julho. A Cúpula Rússia-África busca ser uma continuação da reunião similar de 2019, que contou com a presença de 43 líderes africanos, para manter o diálogo global entre os países do continente e Moscou.

 

Ø  Comércio com países africanos cresce apesar de sanções ocidentais, diz Putin na сúpula Rússia-África

 

Apesar da pandemia e das sanções, foi possível garantir o crescimento do comércio com os países africanos e o volume de negócios neste ano, afirmou presidente russo, Vladimir Putin, durante uma reunião com presidente da União Africana e da União das Comores, Azali Assoumani, e presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat.

"Apesar das complexidades associadas à pandemia do coronavírus e da imposição de sanções ilegais à Rússia, o ritmo dos laços comerciais e econômicos aumentou. Em 2022, o volume de comércio mútuo ascendeu a cerca de US$ 189 bilhões [R$ 895,5 bilhões]. No primeiro semestre deste ano o volume de negócios aumentou quase 35%", disse Putin durante a cúpula Rússia-África em São Petersburgo.

Os líderes africanos estão gratos ao presidente russo Vladimir Putin por seu apoio na promoção dos interesses do continente em plataformas internacionais, afirmou o presidente da União das Comores e da União Africana, Azali Assoumani, em entrevista à Sputnik.

"Estamos gratos ao presidente [Vladimir] Putin porque ele nos apoia no G20 e também nos apoia a ter um assento permanente a nível do Conselho de Segurança [da ONU]", disse Assoumani, nesta quinta-feira na reunião com o chefe de Estado russo no âmbito da сúpula Rússia-África.

Por sua vez, o líder russo declarou que a Rússia apoia o envolvimento da União Africana nos principais grupos internacionais e foi uma das primeiras a apoiar a iniciativa de tornar a África membro do G20, com Moscou esperando que esta decisão seja tomada na cúpula do G20 em Nova Deli, em setembro.

Além disso, segundo Putin, a Rússia considera a União Africana "uma organização regional líder", que forma uma estrutura de segurança moderna no continente e cria condições para garantir um lugar digno da África no sistema de relações econômicas globais.

<><> Rússia tem mostrado como combater eficazmente as sanções, diz chefe da União Africana

A Rússia tem sido capaz de fazer frente eficazmente às sanções impostas contra Moscou no contexto da escalada do conflito na Ucrânia, afirmou o presidente da União das Comores e presidente da União Africana, Azali Assoumani, em entrevista à Sputnik, nas margens da cúpula Rússia-África.

" A Rússia e o presidente Putin mostraram-nos que [o país] tem sido capaz de resistir [às sanções] ao longo do tempo", disse Assoumani.

Ele também apontou que os autores da iniciativa de paz africana pretendem discutir planos para resolver o conflito na Ucrânia em uma reunião com Vladimir Putin em São Petersburgo, nas margens da cúpula Rússia-África.

"Pelo que vimos nos últimos dias, a situação só piorou. No entanto, não vamos desistir. Temos a oportunidade de reunir com o presidente Putin novamente para tentar discutir e ver como podemos reiniciar o sistema para alcançar resultados concretos", disse Assoumani.

O presidente da UA, como parte da delegação dos líderes africanos, já havia se encontrado com Putin e o presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, com quem discutiu propostas para resolver o conflito.

A iniciativa de paz africana consiste em dez pontos. Eles incluem garantias de segurança, o livre transporte de grãos através do mar Negro, a libertação de prisioneiros de guerra e o início de negociações.

A Segunda Cúpula Rússia-África e o Fórum Econômico e Humanitário ocorrerão na cidade russa de São Petersburgo, de 27 a 28 de julho. A Cúpula Rússia-África busca ser uma continuação da reunião similar de 2019, que contou com a presença de 43 líderes africanos, para manter o diálogo global entre os países do continente e Moscou.

 

Ø  África tem grande potencial em crescimento de tecnologias nucleares, diz chefe da Rosatom da Rússia

 

O continente africano tem um grande potencial de crescimento na esfera das tecnologias de energia nuclear e, portanto, de melhoria do padrão de vida, disse o chefe da corporação nuclear estatal russa Rosatom, Aleksei Likhachyov, nesta quinta-feira (27).

"Temos certeza de que haverá uma demanda muito ativa por tecnologias nucleares dos países africanos", disse Likhachyov na Cúpula Rússia-África em São Petersburgo.

É esperado que a África participe ativamente na construção de instalações de geração de energia nas próximas décadas, pelo que o continente tem um grande potencial para melhorar as tecnologias e os padrões de vida, acrescentou.

"A África está prestes a aumentar sua população de um quinto para um terço da população mundial. Se olharmos para a geração global de eletricidade, em 2022 cerca de 30 trilhões de quilowatts-hora serão gerados globalmente, enquanto a África será responsável por menos de um trilhão disso. Esse desequilíbrio não pode continuar por muito tempo", disse Likhachyov.

O continente africano já tem noção do que é a energia nuclear pacífica, com uma usina nuclear ativa nos Emirados Árabes Unidos e outra em construção no Egito, disse.

A segunda Cúpula Rússia-África e o Fórum Econômico e Humanitário são realizados na cidade russa de São Petersburgo de 27 a 28 de julho. De acordo com o Kremlin, a expectativa é que os participantes da cúpula assinem uma série de documentos internacionais e bilaterais.

 

Ø  Zelensky quer que Lula 'una a América Latina' pela Ucrânia, mas 'sei que ele não vai me dar' armas

 

O líder expressou a esperança de que o Brasil ajudasse Kiev a conduzir uma conversa com outros países da América Latina sobre a situação ucraniana.

Lula da Silva pode ajudar no processo de paz unindo os presidentes da América Latina para um encontro, disse na quarta-feira (27) Vladimir Zelensky.

Falando em uma entrevista à GloboNews, ele declarou que "sei que Lula e os brasileiros apoiam a soberania da Ucrânia e precisamos desse apoio".

O presidente da Ucrânia pediu o suprimento de equipamentos especializados antiminas para que "os fazendeiros não tenham medo de morrer".

"Não pretendo pedir a Lula que me dê armas. Por que faria isso? Sei que ele não vai me dar", reconheceu ele. Zelensky propôs que o Brasil apoiasse o acordo de grãos para "lutar contra o fome" no mundo.

O líder ucraniano referiu que chamou Lula para visitar Kiev, mas o convite até agora foi negado. Ele também sugeriu visitar o Brasil se for convidado por seu respectivo mandatário.

"Se não nos encontramos, significa que há algo errado entre os nossos povos", afirmou o ucraniano, sublinhando que nesse caso contaria com a ajuda de Lula da Silva para reunir outros países latino-americanos.

"Não entendo a razão de não nos reunirmos."

Zelensky e Lula ainda não se reuniram pessoalmente durante o meio ano após a posse do último como presidente do Brasil, apesar de terem participado de vários eventos internacionais nesse período.

Recentemente, a União Europeia realizou eventos com países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) e do Mercosul. Vários dos Estados latino-americanos se recusaram a discutir a situação europeia com a participação de Zelensky.

 

Ø  Crianças que morreram em Donbass devido à agressão ucraniana nunca serão esquecidas, diz Rússia

 

A comissária de direitos humanos da República Popular de Donetsk lembrou as crianças mortas por Kiev na última década, depois que a república proclamou independência em meio ao golpe de Estado na capital ucraniana.

Os moradores de Donbass se lembrarão para sempre das crianças que morreram como resultado da agressão da Ucrânia, disse à Sputnik nesta quinta-feira (27) Daria Morozova, comissária de direitos humanos da República Popular de Donetsk (RPD), no Dia da Memória das Crianças Vítimas da Guerra.

O Dia da Memória das Crianças Vítimas da Guerra em Donbass é comemorado na RPD em 27 de julho, no aniversário do bombardeio da cidade de Gorlovka pelas forças ucranianas, que matou 13 pessoas.

A data passou a ser comemorada após um decreto de 11 de julho de 2022 de Denis Pushilin, líder da RPD, a fim de comemorar a memória das crianças que morreram desde 2014 no território de Donbass sob fogo dos militares ucranianos.

Isso aconteceu depois que o golpe de Estado pró-ocidental em Kiev em 2014 levou à proclamação popular da República Popular de Lugansk (RPL) e da República Popular de Donetsk (RPD) nesse mesmo ano, a seguir à qual Kiev enviou tropas e nacionalistas para bombardear as populações civis de Donbass.

Todos os anos são realizadas ações para homenagear as crianças de Donbass que morreram, não só no território da RPD, mas também em muitas cidades russas.

"Lembraremos para sempre os nossos anjos que se tornaram vítimas inocentes da agressão ucraniana e faremos o possível para trazer paz à nossa região, para que as crianças não conheçam a dor que a guerra traz", comentou Morozova.

A comissária de direitos humanos sublinhou que a morte de uma criança é a coisa mais terrível que pode acontecer na vida de uma pessoa.

"É esse pesadelo que tem sido uma realidade para os moradores de Donbass há nove anos. Durante todos esses anos, nossos filhos foram privados da infância, da adolescência, da juventude. Elas tiveram que se acostumar à guerra", disse Morozova.

Desde 2014, 228 crianças morreram no território da RPD em resultado de ataques das forças de Kiev. Outras 789 crianças foram feridas com diversa gravidade.

 

Ø  China: independentistas de Taiwan acordaram com os EUA fazer da ilha um depósito de munições

 

O Ministério da Defesa chines abordou a situação no território autogovernado, que vê como uma interferência por parte dos EUA nos assuntos internos da China.

O Partido Progressista Democrático (DPP, na sigla em inglês) governista de Taiwan tenta em vão contar com os EUA para buscar a independência, disse em uma reunião de quinta-feira (27) Tan Kefei, porta-voz do Ministério da Defesa da China.

No início de junho, o Pentágono informou que o Departamento de Estado dos EUA aprovou a provável venda de munições e equipamentos para Taiwan em duas tranches que totalizaram US$ 440 milhões (R$ 2,08 bilhões). Enquanto isso, Mark Milley, chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, sugeriu que os EUA e seus aliados acelerassem a entrega de armas a Taiwan para melhorar a capacidade de defesa da ilha.

"A questão de Taiwan é um assunto interno da China e não tolera nenhuma interferência externa. A segurança de Taiwan depende do desenvolvimento pacífico das relações entre os dois lados do estreito de Taiwan, e a independência de Taiwan é incompatível com a paz no estreito de Taiwan", disse Tan Kefei.

Ele notou que todas as declarações e ações que procuram reforçar os laços militares entre os EUA e Taiwan servem apenas para aumentar as tensões no estreito de Taiwan e incrementar o risco de conflitos e confrontos.

"Pedimos aos EUA que interrompam a venda de armas para Taiwan e os laços militares com a ilha, e que não cometam erros repetidos na questão de Taiwan. A liderança do Partido Progressista Democrático está tentando em vão contar com os EUA para buscar a independência, o DPP conspirou com forças externas para transformar Taiwan em uma 'ilha minada' e um 'depósito de munições'", acrescentou Tan Kefei.

Ele disse que os fatos provam que as tentativas de obter a independência de Taiwan e a interferência externa são a maior ameaça à paz e à estabilidade no estreito de Taiwan e um grande desastre para os interesses e o bem-estar do povo taiwanês.

"O Exército de Libertação Popular da China está monitorando de perto a situação no estreito de Taiwan e continuará tomando medidas resolutas e eficazes para salvaguardar a soberania do Estado e a integridade territorial", acrescentou.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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