quarta-feira, 5 de julho de 2023

DISCURSO DE ÓDIO:  Pastor André Valadão incita fiéis a matarem pessoas LGBT

O pastor André Valadão, líder fundamentlista vinculado à Igreja Batista da Lagoinha, voltou a defender violência extrema contra as pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. No entanto, dessa vez Valadão deu um passo à frente e passou uma espécie de missão para os fiéis.

"A porta que se abriu para o casamento homossexual, homoafetivo, não é um mero casamento. 'Mas eles se amam, Jorjão com Jorjão, Therezinha com Therezinha [...] ai, não, o que vale é toda forma de amor. Deixa casar, deixa viver'. Hoje você nas Paradas homens e mulheres nuas, com seus órgãos genitais completamente expostos, dançando na frente de crianças. Aí você horroriza", disse o pastor.

Após atacar as Paradas LGBT, André Valadão convoca as pessoas a matarem as LGBT. "Essa porta foi aberta quando nós tratamos como normal aquilo que a Bíblia já condena. Agora é hora de tomar as cordas de volta e dizer: 'não, pode parar, reseta'. Aí Deus fala, 'não posso mais, já meti esse arco-íris, se eu pudesse, eu matava tudo e começava tudo de novo. Mas já prometi para mim mesmo que não posso, então, agora está com vocês'. Você não pegou o que eu disse: agora está com você. Eu vou falar de novo: está com você".

"Sacode os quatro do teu lado e fala, 'vamos pra cima. Eu e a minha casa serviremos ao senhor'. Aí, por causa de uma porta que parecia bonitinha, um casal LGBT casando, aí agora você tem drag queen dentro da sala de aula", esbraveja André Valadão.

 

       PRISÃO À VISTA: Pastor André Valadão vira alvo de inquérito do MP

 

O Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) decidiu, nesta segunda-feira (3), abrir um inquérito para investigar crime de homofobia supostamente cometido pelo pastor bolsonarista André Valadão.

Neste domingo (2), durante culto evangélico realizado em Orlando (EUA) e transmitido para brasileiros através das redes sociais, Valadão incitou os fiéis a assassinarem pessoas LGBTQIA+ ao dizer que Deus, "se pudesse, matava tudo".

"Essa porta foi aberta quando nós tratamos como normal [a homossexualidade] aquilo que a Bíblia já condena. Agora é hora de tomar as cordas de volta e dizer: 'não, pode parar, reseta'. Aí Deus fala, 'não posso mais, já meti esse arco-íris, se eu pudesse, eu matava tudo e começava tudo de novo. Mas já prometi para mim mesmo que não posso, então, agora está com vocês'. Você não pegou o que eu disse: agora está com você. Eu vou falar de novo: está com você", disparou o pastor.

O inquérito aberto pelo MP-MG, no entanto, se deve a outras declarações - também homfóbicas - de André Valadão. O órgão vai apurar, a partir de denúncia feita pela deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), falas do bolsonarista feitas em um culto no mês de junho, no qual afirmou que Deus "repugna" o Mês do Orgulho LGBTQIA+.

"Considero que hoje é o mês que Deus mais repugna na humanidade (...) Odeia e repugna qualquer atitude de orgulho, só o uso da palavra Deus já condena", afirmou o pastor na celebração que é alvo da investigação do MP.

•        Contarato pede prisão de André Valadão

O senador Fabiano Contarato (PT-ES) informou nesta segunda-feira (3) que vai acionar o Ministério Público Federal (MPF) solicitando investigação criminal contra o pastor bolsonarista André Valadão, da Igreja Batista da Lagoinha, por pregação em que incita os fiéis a assassinarem pessoas LGBTQIA+.

As declarações homofóbicas, que configuram crime, foram proferidas por Valadão em culto evangélico no último domingo (2) realizado nos Estados Unidos e transmitido para fiéis brasileiros através das redes sociais.

"Essa porta foi aberta quando nós tratamos como normal [a homossexualidade] aquilo que a Bíblia já condena. Agora é hora de tomar as cordas de volta e dizer: 'não, pode parar, reseta'. Aí Deus fala, 'não posso mais, já meti esse arco-íris, se eu pudesse, eu matava tudo e começava tudo de novo. Mas já prometi para mim mesmo que não posso, então, agora está com vocês'. Você não pegou o que eu disse: agora está com você. Eu vou falar de novo: está com você", disparou o pastor, incitando os espectadores a matarem pessoas LBTQIA+.

Para Fabiano Contarato, a pregação de Valadão incorre em homofobia explícita e, por isso, vai acionar o MPF para que o pastor seja alvo de inquérito criminal - que pode, inclusive, levar o líder religioso à prisão.

“Apesar de ele estar nos Estados Unidos, os telespectadores estão no Brasil, e o Judiciário brasileiro já tem jurisprudência para tratar casos assim. Além disso, a homofobia pode ser enquadrada como crime de racismo, previsto na Lei 7.716/89, com penas que podem chegar a 5 anos de prisão”, afirma Contarato.

O senador, que é homossexual e ex-delegado da Polícia Civil do Espírito Santo, destaca que os Poderes brasileiros não podem permitir que discursos de ódio sejam disseminados livremente, seja presencialmente ou pelas redes sociais.

“Em um país em que uma pessoa LGBT é morta a cada 32 horas, é inadmissível que tenhamos pessoas que se dizem líderes religiosas incitando a violência e o assassinato em massa. A liberdade, seja de expressão ou religiosa, acaba quando o discurso vai contra a vida de qualquer pessoa. Esse homem não representa Deus e muito menos os ensinamentos cristãos. Deus é amor, é união, é respeito, jamais discurso de ódio e de intolerância”, pontua o petista.

•        Políticos e internautas cobram punição contra o pastor André Valadão

A AGU (Advocacia-Geral da União) apresentou uma notícia-crime contra o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) por declarações racistas. Em 23 de junho, o parlamentar participou do podcast “3 Irmãos”, exibido no YouTube, e insinuou que a população do continente africano tem baixa capacidade cognitiva.

De acordo com o órgão, a fala do deputado é “discriminatória” e que a entrevista tem muitos pontos que reforçam o preconceito de etnia, cor e raça. Por isso a AGU resolveu entrar na justiça contra o bolsonarista.

“A manifestação é claramente discriminatória, pois diferencia a capacidade cognitiva de seres humanos considerando a origem africana, continente em que sabidamente a maioria da população é negra, concluindo que não teriam aptidão para compreender regime democrático. O 2º noticiado, durante a condução da entrevista, também se associa à prática delitiva, considerando que confirma a conclusão do primeiro noticiado, inclusive materializando a afirmação que compara o QI dos africanos a de macacos”, diz uma parte do documento de acusação.

A notícia-crime foi entregue ao procurador-geral da República, Augusto Aras, que terá a responsabilidade de averiguar o caso e decidir se irá propor ações penais junto ao Supremo Tribunal Federal contra Gayer.

•        Entenda o caso

Durante a entrevista, o apresentador Rodrigo Arantes falou que não acredita que a democracia funciona no Brasil, porque a população não demonstra capacidade para cobrar seus direitos e fazer os seus deveres. Ele também comparou humanos e macacos e que o QI no continente africano é de 72.

“Aí, você vai ver na África quase todos os países são ditadores, quase tudo lá é ditadura. Democracia não prospera na África porque, para você ter uma democracia tem que ter o mínimo de capacidade cognitiva de entender entre o bom e o ruim, o certo e o errado”, respondeu o deputado.

O bolsonarista ainda criticou os eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “O Brasil está desse jeito. Lula chegou na Presidência e o povo burro: picanha e cerveja”, concluiu.

 

       Jornalista da GloboNews vai para cima de Valadão, que pediu morte aos gays

 

André Valadão, o “pastor” evangélico seguidor de Jair Bolsonaro (PL) que tem uma verdadeira obsessão com assuntos relacionados à homossexualidade, e que nesta segunda-feira (3) virou centro das atenções após o surgimento de um vídeo no qual ele prega a morte aos gays, vem recebendo respostas de várias personalidades por conta de seu ódio propalado nas redes sociais e em cultos. Um dos que respondeu ao extremista fundamentalista foi o jornalista Marcelo Cosme, da GloboNews, que é homossexual.

“É isso mesmo que a gente acabou de ouvir mais uma vez... ‘Se eu pudesse, eu matava e começava tudo de novo’... Sabe o que esse cidadão está defendendo? A morte de pessoas como eu, eu sou um homem gay... Ele quer que a comunidade LGBT seja morta no Brasil, um país que já faz isso muito bem, obrigado, há muito tempo, né? Pelo décimo quarto ano seguido nós o país que mais mata essa população no mundo inteiro... O Brasil tem instituições muito fortalecidas, como a Justiça, e aí, como cidadão e jornalista, eu deixo uma pergunta aqui: o que nós estamos esperando para parar esse homem que instiga a morte de pessoas LGBT no Brasil?”, diz Cosme, indignado.

•        Âncora de telejornal coloca André Valadão em seu devido lugar

A jornalista e apresentadora Adriana Araújo, âncora do Jornal da Band, usou 30 segundos do telejornal da noite desta segunda-feira (3) para colocar o pastor André Valadão no seu devido lugar após o episódio em que incitou fiéis, durante um culto realizado no último domingo (2) em Orlando (EUA), a matarem pessoas da comunidade LGBTQIA+. Valadão é conhecido por ser um fundamentalista que mistura a religião evangélica com o bolsonarismo e suas declarações – e pregações – recheadas de discursos de ódio arrebanham dezenas de milhares de seguidores nas redes sociais.

Vinculado à Igreja Batista da Lagoinha, Valadão propôs uma espécie de missão para os fiéis. "A porta que se abriu para o casamento homossexual, homoafetivo, não é um mero casamento. 'Mas eles se amam, Jorjão com Jorjão, Therezinha com Therezinha [...] ai, não, o que vale é toda forma de amor. Deixa casar, deixa viver'. Hoje você nas Paradas homens e mulheres nuas, com seus órgãos genitais completamente expostos, dançando na frente de crianças. Aí você se horroriza", disse o pastor.

Após atacar as Paradas LGBT, André Valadão convoca as pessoas a matarem a comunidade LGBTQIA+. "Essa porta foi aberta quando nós tratamos como normal aquilo que a Bíblia já condena. Agora é hora de tomar as cordas de volta e dizer: 'não, pode parar, reseta'. Aí Deus fala, 'não posso mais, já meti esse arco-íris, se eu pudesse, eu matava tudo e começava tudo de novo. Mas já prometi para mim mesmo que não posso, então, agora está com vocês'. Você não pegou o que eu disse: agora está com você. Eu vou falar de novo: está com você. Sacode os quatro do teu lado e fala, 'vamos pra cima. Eu e a minha casa serviremos ao senhor'. Aí, por causa de uma porta que parecia bonitinha, um casal LGBT casando, aí agora você tem drag queen dentro da sala de aula", esbraveja.

As reações foram muito além do rechaço nas redes sociais. O Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) decidiu, nesta segunda-feira (3), abrir um inquérito para investigar crime de homofobia supostamente cometido pelo pastor bolsonarista André Valadão. No Congresso Nacional, o senador Fabiano Contarato (PT-ES) solicitou que Valadão seja investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) no âmbito criminal. Também no Jornal da Band, a apresentadora Adriana Araújo não poupou palavras para colocar a conduta do pastor no seu devido lugar.

“Não tem explicação, não tem remendo possível para essa fala do André Valadão. O que ele fez, e repetiu, foi sugerir a morte de pessoas homossexuais. O que ele fez foi usar o nome de Deus para tentar incitar ódio e preconceito. Ao cometer um crime, Valadão também ataca os verdadeiros cristãos evangélicos, que sabem a importância de respeitar as diferenças”, disse.

 

       Pastor bolsonarista nega incentivo à violência contra gays

 

Após sugerir, durante um culto, em referência a pessoas LGBTQIA+, que Deus, se pudesse, “matava tudo e começava tudo de novo”, o pastor André Valadão publicou um segundo vídeo, nesta segunda-feira, em que alega que a fala anterior não era “sobre matar, segregar, mas será sim sobre resetar, levar de volta à essência, ao princípio”. A tentativa de retratação, porém, não impediu que o líder religioso fosse alvo de uma série de denúncias protocoladas por parlamentares, em diferentes instâncias: o senador Fabiano Contarato (PT-ES), a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) e o deputado distrital Fábio Félix (PSOL-DF) pediram que o Ministério Público Federal (MPF) e o equivalente estadual de Minas Gerais (MP-MG) investiguem o teor das declarações de Valadão por conta de conteúdo homofóbico e transfóbico.

O culto aconteceu nos Estados Unidos, mas foi transmitido pelas redes sociais. No documento encaminhado para a Procuradoria da República no Distrito Federal, o deputado distrital Fábio Félix cita diversos trechos do discurso do pastor na ocasião. A representação cita que “é nítida a intenção de caracterizar a população LGBTQIA+ como potenciais criminosos que se associam para promover a exploração sexual e abuso de crianças, com a finalidade de criar pânicos e mobilizar a população que se identifica com o segmento religioso de que o representado reivindica ser parte”.

Já Contarato, ao acionar o MPF, pede a prisão preventiva de Valadão e o pagamento de reparação por danos morais coletivos em R$ 1 milhão, valor a ser destinado ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos, como revelou a coluna do jornalista Lauro Jardim, no GLOBO. Para o senador, o pastor “praticou, de forma reiterada, crime de racismo”. Caso o MPF não entenda pela prisão, o parlamentar sugere que sejam fixadas medidas cautelares.

Por fim, a peça apresentada pela deputada Erika Hilton ao MP-MG relembra uma denúncia feita pela parlamentar em junho. No mês do orgulho LGBTQIA+, o pastor realizou um culto intitulado “Deus odeia o orgulho”. Na queixa atual, Hilton também cita a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que equiparou a homotransfobia ao crime de racismo previsto na Lei 7.716/1989.

A presidente do PT e deputada federal pelo Paraná, Gleisi Hoffmann, também defendeu a punição de André Valadão. “Pastor bolsonarista André Valadão tem que ser punido por incitar o ódio e ataques contra a comunidade LGBTQIA+. Não dá pra normalizar esse absurdo. Mentiu sobre Lula fechar igrejas nas eleições e continua praticando crimes. Não pode usar o nome de Deus para pregar a violência”, afirmou Gleisi em suas redes sociais.

O vídeo que gerou a reação dos parlamentares e circula nas redes sociais mostra Valadão pregando sobre “homens e mulheres nuas, com seus órgãos genitais completamente expostos, dançando na frente de crianças” como consequência do casamento homoafetivo. Em seguida, o pastor afirma que “agora é a hora de tomar as cordas de volta e dizer: Pode parar, reseta! Mas Deus fala que não pode mais. Ele diz, ‘já meti esse arco-íris aí. Se eu pudesse, matava tudo e começava de novo. Mas prometi que não posso’, agora tá com vocês”.

Após a repercussão, o pastor se defendeu sobre as acusações de homofobia. “Nunca será sobre matar, segregar, mas será, sim, sobre resetar, levar de volta à essência, ao princípio… Sim, cabe ao que crê em Jesus levar a mensagem do recomeço, reset, reinício, nascer de novo e viver não mais para si, mas para deus e suas leis”, afirma a nova publicação.

— Eu uso o termo que está no livro de Genésis, quando Deus a partir do dilúvio destrói toda a humanidade por causa da promiscuidade sexual, a libertinagem (…) Minha palavra deixa claro que os dias seriam como os dias de Nóe. Mas a diferença é que Deus não tem como recomeçar a humanidade. Dentro disso, na minha pregação, deixo claro que cabe a nós puxarmos as cordas e a nós ‘resertamos’. Não digo nós matarmos, pelo amor de Deus, gente — prosseguiu Valadão.

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Na sede da Igreja Lagoinha em Orlando, nos Estados Unidos, André Valadão tem feito uma série de cultos intitulados “Teoria da Conspiração”, em que o pastor argumenta haver uma conspiração por parte do governo e de grandes veículos de comunicação, com a finalidade de atacar a religião evangélica.

 

Fonte: Fórum/O Globo

 

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