terça-feira, 11 de julho de 2023

Conheça a estratégia de Ciro, Torres, Filipe Barros e militares para evitar Bolsonaro inelegível

Antes de Jair Bolsonaro ser condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral pelos ataques às urnas eletrônicas em reunião com diplomatas, aliados do ex-presidente lançaram uma estratégia uníssona na Corte na esperança de livrar o ex-chefe do Executivo da inelegibilidade. Militares e políticos ligados diretamente a Bolsonaro tentaram, em depoimentos no TSE, minimizar a conduta do ex-presidente, sustentando, por exemplo, que suas declarações sobre o sistema eletrônico de votação eram ‘hipóteses’, mas não ‘afirmações’.

Eles ainda tentaram ligar as falas de Bolsonaro a sua ‘simplicidade de linguagem’. Disseram que a transmissão do evento com diplomatas pela TV Brasil visava a ‘transparência’. Alegaram que a reunião ‘foi bem tranquila’ e que seus efeitos foram ‘superestimados’. Evocaram ‘falta de intenção’ do ex-presidente. Mas os argumentos não foram suficientes para convencer a maioria dos ministros do TSE.

As alegações constam nos termos de oitiva tornados públicos pelo TSE após a finalização do julgamento que alijou Bolsonaro da corrida eleitoral até 2030. Foram divulgados depoimentos do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, do ex-chefe da Casa Civil Ciro Nogueira e do deputado Filipe Barros. Os relatos do almirante Flávio Augusto Viana, ex-secretário de Assuntos Estratégicos, e do major Victor Hugo também foram detalhados.

Os depoimentos dos aliados de Bolsonaro foram tomados no âmbito da Ação de Investigação Judicial Eleitoral conduzida pelo corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Benedito Gonçalves. O ex-presidente foi declarado inelegível no último dia 30, para decepção de Bolsonaro e seus seguidores. Leia abaixo todos os argumentos lançados pelos aliados de Bolsonaro ao TSE:

•        Deputado Filipe Barros

Assim como Viana, o deputado Filipe Barros foi testemunha de Bolsonaro. As perguntas dirigidas ao parlamentar, no entanto, ficaram centradas na live em que o presidente usou inquérito da PF para alegar suposta fraude nas urnas eletrônicas. Tanto Filipe Barros como Bolsonaro foram investigados pela divulgação da investigação da Polícia Federal, concluindo inclusive pelo cometimento de crime. O caso acabou arquivado.

Sobre o sigilo do inquérito, Filipe Barros sustentou que, de acordo com instrução normativa da Câmara, todos os documentos recebidos pelo parlamento tem de ser tornados públicos, a não ser que tenha pedido para colocação de sigilo.

O parlamentar ainda sustentou que ‘jamais disse que teria havia havido fraude nas urnas’. Afirmou que, na live, ele e o então presidente ‘buscaram simplificar tecnicidades’, interpretando as informações ‘numa linguagem popular’, ‘de fácil acesso’.

Na ocasião, Barros disse: “O hacker teve acesso a todo o código-fonte da urna, com a possibilidade até de alterar. O que que? Qual a consequência disso? Alterar o código-fonte, você faz programações. Por exemplo, bota 1, aparece o 13; bota 17, cai o voto nulo”. Ao TSE, o parlamentar diz que ‘em nenhum momento afirmou categoricamente que essa possibilidade de fato aconteceu’, mas como uma ‘mera possibilidade.’

Filipe Barros citou a ‘simplicidade de linguagem típica’ de Bolsonaro e disse que o ex-chefe do Executivo ‘aventa uma hipótese’ sobre fraude as urnas, mas ‘não afirma que houve uma fraude’. “Todas as falas... eu, depois, me atentei, para ler a transcrição da live inteira e, em nenhum momento, nem eu nem o Presidente Bolsonaro afirmamos categoricamente que havia fraude”, afirmou.

•        Major Victor Hugo

O TSE ainda ouviu outro integrante da live em que Bolsonaro usou inquérito da PF para lançar suspeitas sobre as urnas: o major Victor Hugo. Ele disse que, em ‘nenhum momento’ da gravação, ‘percebeu na fala do então presidente um ataque às instituições democráticas’. “Eu sempre percebia no presidente, e ele, lógico como políticos que chegam nos cargos mais relevantes, tem uma maneira própria e peculiar de se referir, de falar, de conquistar o apoio da população ou da parte da população que lhe apoia, de manter esse apoio, mas em nenhum momento eu vi, eu senti no presidente a intenção de atacar as instituições”, sustentou.

•        Ciro Nogueira

Ex-chefe da Casa Civil de Bolsonaro, Ciro Nogueira, foi questionado pelo TSE sobre a reunião com diplomatas às vésperas do período eleitoral do ano passado. Foi indagado, por exemplo, se houve alguma dúvida de embaixadores estrangeiros sobre o funcionamento e confiabilidade das urnas e sobre a atuação da Justiça Eleitoral. Respondeu que não.

Curo Nogueira disse considerar que o encontro em que Bolsonaro lançou suspeitas sobre o sistema eleitoral ‘foi uma reunião bem tranquila’, que seus efeitos foram ‘superestimados’. “Foi uma reunião em que as pessoas que foram convidadas não eram eleitoras em nosso país, então não teriam influência na questão eleitoral no Brasil”, anotou.

O aliado do ex-presidente chegou até a tentar traçar um paralelo com uma suposta reunião sob o governo Dilma Rousseff: “Eu me lembro, Excelência, até chegou ao meu conhecimento, que muito mais grave foi uma reunião... que isso foi uma reunião que ocorreu no governo Dilma Rousseff, com também os mesmos efeitos. Foram chamados os embaixadores e que naquela época, acho que muito mais grave, dizer que o Brasil estava em vias de cometer um golpe de estado, com o impeachment da presidente”, anotou.

Para o ex-chefe da Casa Civil, Bolsonaro só manifestou sua dúvida sobre o sistema eleitoral, sem ' promoção pessoal’ e ‘ganho eleitoral’ para o ex-presidente. Ciro Nogueira avalia que a reunião ‘poderia ter sido evitada’, mas não viu ‘nenhum tipo de agressão’.

•        Almirante Flávio Augusto Viana

O almirante Flávio Augusto Viana, que ocupava a Secretaria de Assuntos Estratégicos no governo Bolsonaro, prestou depoimento como testemunha de defesa do ex-presidente, foi questionado majoritariamente sobre a organização da reunião em que Bolsonaro atacou as urnas diante de diplomatas. O militar disse que não foi consultado sobre o teor do discurso feito pelo então chefe do Executivo e comentou a transmissão do evento pela TV Brasil. Segundo ele, a transmissão ocorreu para ‘dar transparência’ ao evento.

•        Anderson Torres

O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública estava preso quando prestou depoimento ao TSE na ação que tornou Bolsonaro inelegível. Torres tentou desvincular Bolsonaro na ‘minuta de golpe’ apreendida em sua casa em janeiro. Disse que não levou o documento e nem comentou sobre o teor do mesmo com o ex-presidente. Torres sustentou que ‘nem lembrava’ da minuta, encontrada sob um porta-retrato seu ao lado da mulher.

Segundo Torres, depois de sair derrotado das urnas, o ex-presidente ‘entrou em um processo introspectivo’. “Ele ficou bastante isolado, fazendo esse tratamento. Acho que passando por um processo ali até de, eu diria, de aceitação do processo, de recuperação dessa doença”, registrou.

 

       Investigado por ‘golpe de Estado’, General Girão pareceu ‘antecipar’ 8 de janeiro, diz PF

 

Ao requerer a abertura de inquérito sobre suposta incitação ao 8 de janeiro por parte do deputado General Girão, a Polícia Federal argumentou como o parlamentar, um mês antes de a intentona golpista devastar a Praça dos Três Poderes, ‘parecia estar ciente de que algo importante para ele e seus seguidores estava prestes a acontecer’.

Os investigadores alegaram que Girão incitava a violência muito antes do 8 de janeiro sendo importante ‘considerar seriamente a possibilidade’ de cometimento de quatro crimes por parte do deputado: associação criminosa, incitação ao crime, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.

A Procuradoria-Geral da República encampou o pedido da PF e, na quinta-feira, 6, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, autorizou a instauração de um inquérito sobre a conduta de Girão.

No centro da investigação estão uma série de publicações e manifestações feitas por Girão entre 8 de novembro de 2022 e 10 de janeiro de 2023. Em um dos posts questionados, o parlamentar escreveu, em dezembro: “Casa do Povo pertence ao povo. O Brasil pertence aos brasileiros. Ajustiça pertence a Deus. #Vamos Vencer”.

Depois de verificar o conteúdo das manifestações do deputado, os investigadores levantaram a suspeita de Girão não ter apesar incitado hostilidade entre as Forças Armadas e as Instituições.

A PF citou o discurso feito em dezembro pelo parlamentar no acampamento golpista montado em Natal, destacando que, ‘menos de um mês antes da tentativa de golpe de Estado, há uma clara antecipação do que estava por vir’ em janeiro, com ' referência a uni presente trazido pelo Papai Noel’.

Os investigadores destacaram o seguinte trecho da manifestação do parlamentar: “Eu quero dizer para vocês que essa semana é a semana que tá começando as festividades de Natal. Sim ou não? Então, todo mundo aqui eu espero que tenha sido bom filho, bom pai, bom irmão, boa esposa e aí botem o sapatinho na janela que Papai Noel vai chegar essa semana. Acreditem em Papai Noel. Pode até ser camuflado também”.

Ao analisar o caso, a PGR entendeu que o discurso de Girão ‘em apoio e a conclamação dos atos que culminaram na invasão às sedes dos poderes constitucionais são indicativos de que o incitamento difundido pelo deputado supostamente estimulou a prática das ações criminosas acima narradas’.

“Necessário apurar, portanto, todos os contornos eventualmente criminosos das condutas indicadas nos autos e se as postagens do requerido tiveram influência nos atos do dia 8 de janeiro de 2023, consubstanciando ou não o delito definido no Código Penal”, anotou o subprocurador-geral Carlos Frederico Santos.

O ministro Alexandre de Moraes viu ‘justa causa’ para abrir o inquérito. A investigação terá duração inicial de 60 dias, podendo ser prorrogada. O relator determinou às plataformas sociais que forneçam à PF metadados das publicações sob suspeita.

Além disso, instou a PF a realizar uma nova pesquisa nas redes de Girão para identificar outras eventuais postagens com indícios dos crimes sob apuração. O deputado também deve ser ouvido sobre o caso, para ‘esclarecer o que considerar pertinente’.

 

       Por que Silvio Santos se aproxima de Lula após ter apoiado Bolsonaro

 

A vice-presidente do SBT, Daniela Beyruti, e a apresentadora Patrícia Abravanel visitaram Lula em Brasília. Segundo o ‘Estadão’, as filhas de Silvio Santos fizeram uma visita institucional ao presidente e a outras autoridades do governo.

No momento do encontro, Lula e Silvio conversaram ao telefone de maneira descontraída. O último encontro dos dois aconteceu em 2010, quando o empresário e comunicador foi ao Palácio do Planalto pedir o apoio do petista, na época em seu segundo mandato, para o Teleton, campanha que arrecada fundos para a AACD.

Os acenos de agora do clã Abravanel a Lula geraram surpresa nas redes sociais. Silvio apoiou Jair Bolsonaro, a quem recebeu duas vezes em sua mansão em São Paulo. Patrícia é casada com Fábio Faria, ministro das Comunicações do governo anterior. Essa reaproximação do SBT com o atual presidente causa estranheza apenas a quem não conhece a história de Silvio Santos.

Desde os tempos em que era apresentador na Globo, Record e na extinta TV Tupi, ele sempre fez questão de manter boa relação com as mais altas esferas de poder. Tornou-se dono de concessões em 1975, no Rio, e 1980, em São Paulo, durante governos da ditadura. Tinha contato amistoso com os generais. Até criou o programa ‘Semana do Presidente’ para divulgar ações do então mandatário.

A diplomacia se manteve com a redemocratização. Como homem de negócios, Silvio age com pragmatismo, evitando atrito com os ocupantes do Palácio do Planalto. Acima da posição ideológica (o apresentador é visto como conservador), há o interesse comercial.

O governo federal dispõe de verba bilionária para investir em propaganda. Lula foi generoso com as emissoras de TV em seus dois primeiros mandatos, ao contrário de Bolsonaro, que reduziu drasticamente a publicidade estatal na televisão.

No momento em que os grandes canais se reestruturam para enfrentar os desafios da economia, a propaganda governamental tem ainda mais importância. Todos querem uma fatia do bolo. E Lula, que se recusou a participar do debate do SBT no primeiro turno da eleição de 2022, demonstra ter superado a mágoa pelo beija-mão entre Silvio e Bolsonaro.

 

       Bolsonaro perde a cabeça ao saber de telefonema entre Silvio Santos e Lula: "Fora de si"

 

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ficou revoltado com a mais recente atitude de Silvio Santos em busca de uma aproximação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O apresentador esteve de forma remota numa reunião com o governo federal na última quarta-feira (6).

A cúpula do SBT, formada por Daniela Beyruti, vice-presidente do canal, a apresentadora Patrícia Abravanel e outros nomes do conglomerado, trocaram afagos com Lula numa reunião no Palácio do Planalto.

•        Bolsonaro fica atordoado ao descobrir aproximação de Silvio Santos com o presidente Lula

O "capitão" tomou conhecimento do encontro e perdeu a cabeça. Aos palavrões, segundo o jornalista Josias de Souza, do UOL, o político ficou extremamente surpreso com o fato do dono do SBT ter telefonado para o Chefe do Executivo.

Bolsonaro também acompanhou com temor uma revelação feita por Lula em entrevista concedida a Débora Bergamasco, para o SBT Brasil. O petista alertou para a possibilidade de disputa de um quarto mandato na eleição de 2026.

Para a cúpula do ex-mandatário do país, Silvio Santos, as filhas e o SBT fizeram o "L" e seguiram a onda de mais de 60 milhões de eleitores. Vale lembrar que o empresário já disse numa ocasião que seu patrão é o presidente, sejam quem for.

Quase como um sentimento de traição, o modo fora de si de Bolsonaro se fez presente em meio ao clima ruim com Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, que ficou favorável ao governo atual pela Reforma Tributária.

 

Fonte: Agencia Estado/Blog Sala de TV/RD1

 

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