sexta-feira, 7 de julho de 2023

Conflito na Ucrânia mostra que artilharia ocidental não é adequada para combates intensos, diz mídia

O conflito ucraniano mostrou que a artilharia ocidental não é projetada para combates tão intensos, afirmou o coronel Pyotr Pyatakov, um ex-consultor da indústria militar, ao jornal Financial Times.

"Durante as operações [militares], ficou óbvio que esses sistemas [de artilharia] não foram projetados para combates tão intensos", disse Pyatakov.

Segundo ele, os sistemas de artilharia ocidentais, ao contrário dos do modelo soviético, "exigem uma pausa" após dois ou três minutos de disparo em velocidade máxima.

Ele acrescentou que os fabricantes de artilharia ocidentais estão ativamente interessados no feedback dos militares ucranianos para eliminar as deficiências existentes.

Por sua vez, a Rússia enviou uma nota aos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) sobre o fornecimento de armas à Ucrânia. O chanceler russo, Sergei Lavrov, observou que qualquer carga que contenha armas para a Ucrânia se tornará um alvo legítimo para a Rússia.

O Ministério das Relações Exteriores russo afirmou que os países da OTAN "estão brincando com fogo" ao fornecerem armas à Ucrânia. O porta-voz do presidente da Rússia, Dmitry Peskov, observou que o bombeamento da Ucrânia com armas pelo Ocidente não contribui para o sucesso das negociações entre a Rússia e a Ucrânia e terá um efeito negativo.

·         'Podem acertar em postigo': especialista militar destaca capacidades das munições russas Krasnopol

As munições aperfeiçoadas russas Krasnopol-M2, disparadas por sistemas de artilharia autopropulsada de 152/155 mm, são tão precisas que após de percorrer uma distância de até 26 quilômetros podem acertar em um postigo, disse o especialista militar e veterano de operações de combate Vasily Dandykin.

"Krasnopol-M2 é uma munição de fabricação soviética modernizada de alta precisão, muito eficaz, é guiada por um raio laser. Ela é bastante complexa e cara. É usada, geralmente, quando é necessário destruir algum alvo particularmente importante: um posto avançado inimigo, veículos blindados", disse Dandykin ao portal Lenta.ru.

Ele acrescentou que, segundo foi declarado, Krasnopol-M2 pode percorrer uma distância de 26 quilômetros. Mesmo assim, a munição é tão precisa que pode facilmente atingir um postigo.

"O adversário também usa projéteis semelhantes, mas importados. Nosso Krasnopol-M2 foi aprimorado, e tem provado ser muito bom. Mas, evidentemente, as aptidões do artilheiro são muito importantes aqui", explicou.

Anteriormente, foi relatado que os militares russos começaram a usar munições de alta precisão Krasnopol-M2 na zona do conflito ucraniano.

O Krasnopol modernizado difere da versão anterior pela introdução automatizada do programa de voo do projétil, o que reduz a probabilidade de aparecimento de erros durante a preparação para o disparo.

•        Armas fornecidas a Kiev do Ocidente são usadas por manifestantes na França, diz MRE da Rússia

Armas fornecidas pelo Ocidente para a Ucrânia são usadas por manifestantes na França, não só como um bumerangue indo parar em Paris, mas também "batendo" em seu próprio povo, afirmou a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, nesta quinta-feira (6).

"Armas, fornecidas a Kiev, estão nas mãos desses manifestantes e são usadas contra a polícia na França", disse Zakharova.

"As mesmas armas que o Ocidente, a OTAN e a França fornecem, o mesmo dinheiro que eles derramam em apoio a nacionalistas, nazistas e fascistas no território da Ucrânia, não só como um bumerangue acabam indo parar em seu território, mas atingem seu próprio povo", acrescentou ela.

Ao mesmo tempo, na semana passada, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse em entrevista ao Jerusalem Post que algumas das armas que os países ocidentais têm fornecido à Ucrânia já estão nas fronteiras de Israel e Tel Aviv teme que, em caso de quaisquer fornecimentos de sistemas de armas à Ucrânia, estas acabem nas mãos dos inimigos do Estado judeu, tais como o Irã.

Por sua vez, a Rússia enviou uma nota aos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) sobre o fornecimento de armas à Ucrânia. O chanceler russo, Sergei Lavrov, observou que qualquer carga que contenha armas para a Ucrânia se tornará um alvo legítimo para a Rússia.

O Ministério das Relações Exteriores russo afirmou que os países da OTAN "estão brincando com fogo" ao fornecerem armas à Ucrânia. O porta-voz do presidente da Rússia, Dmitry Peskov, observou que o bombeamento da Ucrânia com armas pelo Ocidente não contribui para o sucesso das negociações entre a Rússia e a Ucrânia e terá um efeito negativo.

Além disso, em abril deste ano, o representante permanente da Rússia na ONU, Vasily Nebenzya, durante uma reunião do Conselho de Segurança da organização, declarou que as armas fornecidas a Kiev emergem do crime organizado nos países da União Europeia. Segundo ele, a Rússia tem chamado atenção há muito tempo para o fato de que bombear o regime de Kiev com armas levará à aquisição de armas nos mercados negros e nas mãos do crime organizado e terroristas.

 

Ø  Zelensky sugeriu a Europa e Estados Unidos lançar contraofensiva mais cedo, diz mídia

 

O presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, afirmou em uma entrevista à CNN que em contatos com representantes dos Estados Unidos e países europeus ele defendeu que a Ucrânia começasse uma contraofensiva mais cedo, e tentou obter armas necessárias para isso.

"Estou grato aos EUA como líderes do nosso apoio [...], mas eu disse a eles, bem como aos líderes europeus, que gostaríamos de iniciar nossa contraofensiva mais cedo, e precisamos de todas as armas e material para isso. Por quê? Simplesmente porque se começarmos mais tarde, vai [ficar] mais devagar", apontou ele.

Zelensky explicou a desaceleração em comparação com o ritmo esperado do contra-ataque através de "dificuldades" no campo de batalha.

"Eu queria que nossa contraofensiva acontecesse muito antes, porque todos entenderam que, se o contra-ataque se desenrolar mais tarde, uma parte maior do nosso território será minada. Estamos dando ao nosso inimigo o tempo e a possibilidade de colocar mais minas e preparar suas linhas defensivas."

Além disso, ele também pediu novamente para os Estados Unidos fornecerem a Kiev caças F-16 de quarta geração. De acordo com Zelensky, não é para alcançar uma vantagem para a Ucrânia sobre a Rússia no céu, mas "apenas igualdade".

"F-16 ajudará a avançar não só aqueles no campo de batalha. Sem cobertura aérea é simplesmente muito difícil", concluiu.

A Ucrânia lançou a sua largamente anunciada contraofensiva no início de junho, após vários adiamentos. De acordo com o Ministério da Defesa russo, as tropas ucranianas continuam tentando, mas não estão conseguindo avançar em nenhum dos três setores: sul de Donetsk, Artyomovsk (Bakhmut em ucraniano) e Zaporozhie, sendo este último o foco principal.

Anteriormente, o presidente russo Vladimir Putin relatou sobre o fracasso da contraofensiva ucraniana. Ele observou que todas as tentativas de Kiev de romper as fortificações russas não tiveram êxito em nenhuma das direções.

Segundo o chefe de Estado, isso é conseguido graças à coragem e ao heroísmo dos soldados russos, à organização e à gestão adequadas das tropas e à alta eficácia das armas russas.

•        Stoltenberg admite sérios problemas das Forças Armadas da Ucrânia, relata mídia

Jens Stoltenberg, secretário-geral da OTAN, admitiu, em entrevista ao jornal Politico, que a contraofensiva ucraniana enfrenta sérios problemas no campo de batalha e que as fortes defesas das forças russas influenciaram o ritmo do progresso.

Como escreve o jornal, respondendo à pergunta sobre a contraofensiva da Ucrânia, "o secretário-geral se mostrou otimista, mas reconheceu os desafios significativos que as forças de Kiev estão enfrentando no campo de batalha".

"Eles [os ucranianos] enfrentam terrenos difíceis e uma resistência russa consolidada", disse o chefe da OTAN, apontando para "muitas linhas defensivas preparadas de antemão".

"Então, é claro, isso impactou o ritmo do progresso", acrescentou Stoltenberg.

A Ucrânia lançou a sua largamente anunciada contraofensiva no início de junho, após vários adiamentos. De acordo com o Ministério da Defesa russo, as tropas ucranianas continuam tentando, mas não estão conseguindo avançar em nenhum dos três setores: sul de Donetsk, Artyomovsk (Bakhmut em ucraniano) e Zaporozhie, sendo este último o foco principal.

Anteriormente, o presidente russo Vladimir Putin relatou sobre o fracasso da contraofensiva ucraniana. Ele observou que todas as tentativas de Kiev de romper as fortificações russas não tiveram êxito em nenhuma das direções.

Segundo o chefe de Estado, isso é conseguido graças à coragem e ao heroísmo dos soldados russos, à organização e à gestão adequadas das tropas e à alta eficácia das armas russas.

·         Ataque de alta precisão da Rússia elimina militares ucranianos e mercenários estrangeiros

O Ministério da Defesa da Rússia informou que, na madrugada desta quinta-feira (6), um ataque de alta precisão das forças russas eliminou militares ucranianos e mercenários estrangeiros, bem como depósitos de munição e equipamentos estrangeiros.

De acordo com o MD russo, todos os alvos predefinidos foram destruídos, provocando grandes perdas nas reservas estratégicas do adversário.

Na direção de Donetsk, as forças russas repeliram com sucesso nove ataques do regime de Kiev, eliminando pessoal e equipamentos militares.

Ainda na direção de Donetsk, foram eliminados até 385 militares, um tanque, dois obuseiros D-20 e dois obuseiros autopropulsados poloneses Krab.

Enquanto isso, na direção de Krasny Liman foram frustrados outros quatro ataques ucranianos, resultando na perda de mais de 90 militares e três veículos de combate do adversário.

Voltando ao sul de Donetsk e Zaporozhie, foram eliminados até 165 militares ucranianos, um blindado Stryker, um lançador Grad, um obuseiro autopropulsado Caesar e um obuseiro autopropulsado Gvozdika.

Na direção de Kupyansk, mais um ataque ucraniano foi repelido, resultando na perda de até 40 combatentes do adversário.

Na direção de Kherson, até 130 militares ucranianos foram liquidados pelas forças russas.

Os sistemas de defesa antiaérea russos abateram dois aviões Su-25 das forças ucranianas, bem como quatro mísseis de cruzeiro Storm Shadow, quatro foguetes de lançadores Himars e 15 drones.

De acordo com os dados do Ministério da Defesa da Rússia, desde o início da operação militar especial foram destruídos: 451 aviões da Ucrânia, 241 helicópteros, 4.908 drones, 426 sistemas de defesa antiaérea, 10.547 tanques e outros veículos blindados de combate, 1.135 lançadores múltiplos de foguetes, 5.356 peças de artilharia de campanha e morteiros e 11.468 veículos militares especiais.

As Forças Armadas da Rússia prosseguem a operação militar especial na Ucrânia, anunciada pelo presidente russo Vladimir Putin em 24 de fevereiro de 2022. Segundo o chefe de Estado da Rússia, entre os objetivos principais da operação lançada estão a "desmilitarização e desnazificação" do país vizinho.

 

Ø  Turquia diz que a Suécia tem de provar sua luta antiterrorista para poder aderir à OTAN

 

O ministro das Relações Exteriores da Turquia discutiu com a Finlândia e a Suécia as perspectivas da adesão de Estocolmo à aliança militar, e sublinhou o que disse ser a insuficiência de suas medidas.

A Suécia precisa provar por meio de ações uma mudança em sua abordagem de combate ao terrorismo para se tornar Estado-membro da OTAN, disse na quinta-feira (6) Hakan Fidan, ministro das Relações Exteriores da Turquia.

"A Suécia tomou medidas em termos de mudanças legislativas, mas as mudanças legislativas devem ser refletidas na prática", disse Fidan em uma coletiva de imprensa após a quinta reunião do Mecanismo Conjunto Permanente entre Turquia, Finlândia e Suécia, realizada na sede da OTAN em Bruxelas, Bélgica.

As mudanças na lei não têm sentido enquanto organizações como o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla em curdo), que a Turquia considera uma organização terrorista, "continuarem suas manifestações nas ruas da Suécia" e puderem recrutar pessoal e obter acesso a recursos financeiros, acrescentou o chanceler turco.

Ele também notou que um país que deseja ingressar na OTAN não deve sancionar a importação de equipamentos militares para a Turquia, seu futuro parceiro na aliança.

A Suécia e a Finlândia apresentaram seus pedidos de adesão à aliança em maio de 2022, semanas após a Rússia lançar uma operação militar especial na Ucrânia. Em abril, o pedido da Finlândia foi ratificado por todos os 30 Estados-membros da aliança.

O pedido de adesão Suécia ainda não foi aprovado devido ao bloqueio da Hungria e da Turquia, com a última recusando em parte devido a duas manifestações polêmicas de queima do Alcorão em Estocolmo, Suécia. A última ocorreu na quarta-feira (5), o primeiro dia do feriado muçulmano Eid al-Adha, quando uma cópia do Alcorão foi queimada do lado de fora da principal mesquita de Estocolmo em uma manifestação autorizada pela polícia.

·         EUA procuram transformar Finlândia e Suécia em gendarmes do Ártico para confrontar Rússia

Com ajuda de Suécia e Finlândia, as autoridades dos Estados Unidos procuram reforçar a posição da aliança no Ártico, a fim de se oporem mais ativamente à Rússia na região, escreve em um artigo para Daily Sabah a professora da Universidade de Civilização de Istambul, Ozden Zeynep Oktav.

Washington está buscando propositadamente a inclusão de Estocolmo na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), que Ancara se opõe fortemente, observa a autora do artigo. Turquia faz duas exigências específicas à Suécia para aderir à Aliança Atlântica.

Ancara exige que Estocolmo deixe de fornecer refúgio seguro aos grupos que considera terroristas, se opõe firmemente à islamofobia e impede a queima do Alcorão. Mas nenhum desses requisitos é cumprido, escreve ela.

Segundo ela, as conversações realizadas na véspera da cúpula da OTAN em Vilnius mostraram que as perspectivas do país escandinavo de aderir à aliança permanecem "nebulosas".

Isso ocorre principalmente porque o Congresso dos EUA quer que Ancara ratifique a adesão de Estocolmo antes de aprovar a venda das caças F-16, que o governo turco considera inaceitável.

Isto mostra que a questão da adesão da Suécia à Aliança diz respeito à "desconfiança mútua" entre a Turquia e os EUA e não entre a Turquia e a Suécia.

Em outras palavras, as perspectivas de Estocolmo de se juntar à OTAN após o fim do conflito ucraniano estão ligadas à "preservação do status quo no sistema internacional que consiste na ONU e na OTAN sob a liderança dos EUA", argumentou a autora do artigo.

Espera-se que a adesão da Suécia e da Finlândia reforce a posição da OTAN no Ártico, onde Moscou investiu fortemente em infraestruturas comerciais e militares. Além disso, como resultado, todos os Estados do Ártico, exceto a Rússia, farão parte da aliança, o que lhe permitirá realizar "uma estratégia mais assertiva na região", acredita Oktav.

"Isso, sem dúvida, aumentará a probabilidade de tornar Gotland uma base da OTAN, uma torre de vigia no Norte para ficar de olho em Putin e conter a Rússia. Assim, a Suécia e a Finlândia desempenharão o papel de gendarme dos Estados Unidos da América contra a Rússia, o que Turquia, uma vez, fez durante o período da Guerra Fria", pensa a professora.

Em sua opinião, os EUA forçam Ancara a escolher entre sua adesão à OTAN e sua aliança com a Rússia. Em outras palavras, os oficiais da OTAN e os EUA "estão em uma corrida contra o tempo para evitar o constrangimento de ver a aliança perder seu próprio objetivo declarado de admitir a Suécia para a aliança em 11 de julho".

Assim, segundo Oktav, a cúpula em Vilnius é mais do que uma reunião regular da OTAN. Estamos a falar do prestígio do sistema internacional eurocêntrico ocidental, do qual os EUA são patronos, e da compreensão do quão sustentável este sistema é sem ter em conta as "reivindicações legítimas" de Ancara.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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