sábado, 1 de julho de 2023

Bolsonaro diz que Lula terá ‘vantagem enorme’ nas eleições de 2026

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse à Rádio Itatiaia que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sairá em vantagem caso tente se reeleger em 2026. 

Durante a entrevista que ocorreu na manhã desta sexta-feira (30), Bolsonaro, que pode se tornar inelegível, declarou que a composição da chapa para as eleições de 2026 ainda não está definida e que ainda não há um grande nome na direita para ocupar a candidatura.

 “No momento, sou opção da direita. Tem muita gente boa na direita, mas acho que não tem um lastro, ainda, não é conhecido nacionalmente o suficiente para disputar uma eleição presidencial. Não vou citar nomes para não termos ciúmes, pois posso esquecer de alguém. Fizemos boas lideranças.”

Ele chegou a elogiar os governadores de Minas Gerais e São Paulo, Romeu Zema (Novo-MG) e Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP). Quando questionado sobre sua esposa Michelle Bolsonaro, o ex-presidente se mostrou positivo sobre as habilidades políticas dela, mas destacou a inexperiência: 

“Ela [Michelle] não tem uma experiência política, né como eu tive [...] E agora você pode ver que um prefeito às vezes tem dificuldade para tratar com 9 vereadores, agora imagina uma pessoa sem experiência tratar com 594 parlamentares.”

De acordo com Bolsonaro, a vantagem de Lula nas próximas eleições é justificada pelo presidente ser conhecido entre os mais pobres: “Nomes, têm bastante por aí. Mas, no meu entender, se Lula disputar a reeleição com qualquer outro candidato, a vantagem dele será enorme, pelo conhecimento que as pessoas mais humildes têm dele”, disse.

·         Bolsonaro chama celular de Cid de “caixa postal” e nega relação com mensagens

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que não há como relacionar as mensagens encontradas no celular do ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, com um plano para dar um golpe de Estado no Brasil. A declaração foi feita em entrevista à Rádio Itatiaia, de Minas Gerais, nesta sexta-feira (30/6).

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, depõe à PF nesta sexta

Entre os assuntos abordados, Bolsonaro falou sobre a minuta do golpe, encontrada na casa do ex-ministro Anderson Torres; e o julgamento de inelegibilidade no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que continua nesta sexta.

“O que é o telefone do Cid? Um muro das lamentações. É uma caixa postal. Tudo que acontecia comigo, pelo Brasil, liga para o Cid. É tanta coisa que chegava, então alguns lamentavam, xingavam, mas nem chegava a mim, ele respondia é com emoji”, afirmou o ex-chefe do Executivo.

Mauro Cid está preso desde 3 de maio, durante operação da Polícia Federal (PF) que apura a inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 em sistema do Ministério da Saúde para beneficiar familiares do ex-ajudante de ordens e do ex-presidente.

·         Mensagens golpistas

Desde o início das investigações, diferentes mensagens do círculo bolsonarista presente no celular de Cid têm vindo à tona e mostrado o interesse na arquitetura de um golpe de Estado.

Parte delas vieram de grupos de militares da ativa, enquanto outras foram trocadas entre Gabriela Cid, esposa do tenente-coronel, e Adriana Villas Bôas, filha de Eduardo Villas Bôas, ex-assessor do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), da Presidência da República.

Bolsonaro, no entanto, negou qualquer relação com as mensagens enviadas a Cid. O ex-presidente relembrou, durante a entrevista, um caso em que Ailton Gonçalves Moraes Barros, militar candidato a deputado estadual pelo PL-RJ e conhecido como “02 do Bolsonaro”, enviou cobranças por um golpe contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Tem um cara que está preso, o Ailton, um afrodescendente, bastante afrodescendente, que escreveu: ‘Tem que quebrar e convocar 1.500 homens’. Quem é esse cara? Foi candidato várias vezes e não conseguiu nada. Foi expulso do Exército. Sempre tratei bem, é paraquedista. Tem um áudio: é o 02 do Bolsonaro para golpe no Rio. E mandei um áudio para ele: ‘Desejo boa sorte para você’. Esse foi meu recado”, afirmou o ex-presidente.

 

Ø  Inelegível, Bolsonaro diz a aliados que não vai transferir seu espólio agora

 

Tornado inelegível até 2030 pelo TSE nesta sexta-feira (30/6), Jair Bolsonaro deixou claro a aliados e interlocutores que não pretende transferir seu espólio eleitoral agora.

A avaliação é de que, se fizesse isso agora, o ex-presidente estaria admitindo de vez a derrota e queimando aquele que ungirá em 2026 como candidato da direita ao Palácio do Planalto.

Mais do que não querer anunciar seu sucessor agora, Bolsonaro tem dito que observará com “lupa” “oportunistas” que se precipitarem para tomar seu lugar no campo da direita.

Para o ex-presidente, os oportunistas seriam não só aqueles que se colocam publicamente como opção, como aqueles aliados que silenciam sobre o julgamento do TSE que o tornou inelegível.

Por ora, Bolsonaro manterá o discurso de vítima e de que tem uma “bala de prata” para 2026, como afirmou em entrevista nesta semana à colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo.

·         Passado de Michelle preocupa Bolsonaro e político quer esposa longe da disputa para presidência. Entenda!

Após a derrota histórica de Jair Bolsonaro nas últimas eleições, surgiram inúmeros boatos de que a ex-primeira-dama, Michelle, poderia vir candidata à presidência na disputa de 2026. No entanto, segundo o site Na Telinha, a informação não agrada nada o político.

De acordo com a publicação, Bolsonaro teme que o passado de Michelle venha à tona e seja usado contra ela durante a disputa eleitoral. Fontes consultadas pelo portal relatam que o ex-presidente não suportaria ver os comentários sobre a vida íntima da esposa antes de se casar com ele.

No entanto, ainda não se tem informações sobre quais fatos causariam tanto temor em Bolsonaro. Segundo o Na Telinha, há rumores, em Brasília, da existência de um dossiê sobre o passado de Michelle.

Com grandes chances de Bolsonaro se tornar inelegível até 2030, estuda-se uma chapa feminina com a senadora Tereza Cristina (PP-MS) como candidata a presidente e Michelle como vice, segundo informações publicadas pela jornalista Andréia Sadi. Mas, de acordo com o Na Telinha, sem o apoio do ex-presidente, a possibilidade se torna inviável.

·         Michelle apoia Bolsonaro após inelegibilidade: “Às suas ordens, meu capitão”

A ex-primeira dama Michelle Bolsonaro saiu em defesa do marido Jair Bolsonaro (PL) após a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de torná-lo inelegível até 2030, nesta sexta-feira (30/6). Em publicação, demonstrou apoio ao ex-presidente “Estou às suas ordens, meu CAPITÃO”.

“Eu continuo confiando, acreditando e ao seu lado, meu amor, escreveu.

Michelle afirmou que tem fé e que “Deus não perdeu e nunca perderá o controle de nada”. “Somente Deus conhece os corações dos homens.  A minha fé continua inabalável em Ti, Pai!”.

Com fotos de Bolsonaro, a esposa destacou um versículo da bíblia falando sobre injustiça.

“Pois quem agir de forma injusta receberá o devido pagamento da injustiça cometida; e nisto não há exceção para pessoa alguma. Colossenses 3:5”, escreveu.

·         Valdemar apoia Bolsonaro após inelegibilidade: “É hora de superação”

Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL), legenda de Jair Bolsonaro, prestou apoio ao ex-presidente após a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de torná-lo inelegível por oito anos, nesta sexta-feira (30/6). Segundo o chefe do partido, os aliados vão “trabalhar dobrado e mostrar lealdade” a Bolsonaro.

“Podem acreditar que a injustiça de hoje será capaz de revelar o eleitor mais forte da nação. E o resultado disso será registrado nas eleições de 2024 e 2026. Mais do que nunca, o Brasil precisa de força. É hora de superação. Bolsonaro é o maior líder popular desde a redemocratização e vai continuar sendo”, escreveu Costa Neto, nas redes sociais.

 

Ø  Nunes Marques nega “simpatia política” ao votar contra condenação de Bolsonaro no TSE

 

O ministro Nunes Marques, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), votou nesta sexta-feira (30/6), contra a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O magistrado, indicado pelo ex-mandatário ao cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e como substituto para o TSE, considerou improcedente Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) movida pelo PDT, que acusa Bolsonaro de cometer abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação em uma reunião com embaixadores, em julho de 2022.

Nunes Marques iniciou seu voto logo após a Corte formar maioria pela condenação. Com 4 votos a 1, o TSE considerou que Bolsonaro cometeu as infrações apontadas pelo PDT e deve ficar inelegível por 8 anos, a contar de 2022.

A maioria foi formada com o voto da ministra Cármen Lúcia. Os ministros também optaram por excluir Walter Braga Netto, vice de Bolsonaro nas eleições de 2022,das acusações.

Ao Nunes Marques votar contra a inelegibilidade, o placar do julgamento ficou em 4 a 2, ainda faltando o voto de Alexandre de Moraes. Nunes Marques ressaltou em suas justificativas que não votou por “simpatia política”. Não está em julgamento simpatia política com qualquer dos candidatos, mas a materialidade dos fatos”, disse.

“Tenho como irrefutável a integridade do sistema eletrônico de votação. Nada obstante, retornando ao objeto desta ação, considero que a atuação de Jair Messias Bolsonaro no evento sob investigação não se voltou a obter vantagem sobre os demais contendores do pleito presidencial de 2022, tampouco faz parte de tentativa concreta de desacreditar o resultado da eleição”, considerou o ministro.

 

Ø  PL não entrará em guerra por Bolsonaro

 

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou que o partido não vai levar “um tiro” pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (RJ). A ordem dada pelo cacique político é de apoiar publicamente o capitão da reserva, dar todo o apoio jurídico para que ele possa recorrer da decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), mas não entrar em nenhuma guerra contra o judiciário.

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Valdemar relembrou aos seus aliados que a sigla entrou na onda bolsonarista ao fim das eleições de 2022 e ganhou uma multa de R$ 22 milhões. Ele ainda destacou que muitos parlamentares ficaram na mira da justiça por conta dos questionamentos feitos em relação ao processo eleitoral do país.

O presidente do PL pediu que as principais lideranças da agremiação demonstrem indignação pela provável inelegibilidade de Bolsonaro, mas que evitem ataques ao poder judiciário.

A ideia é criar a narrativa que o ex-presidente foi injustiçado, no entanto, o PL respeitará a decisão judicial e buscará uma revisão do processo por vias legais.

Valdemar não quer que representantes do partido entrem na onda dos bolsonaristas. Na sua opinião, haverá tentativa de uma nova radicalização. “O presidente não quer entrar numa nova guerra”, falou um interlocutor.

 

Ø  Em documento sigiloso, Lindôra Araújo faz acusações contra Moraes e sai em defesa de Bolsonaro e aliados

 

Um documento confidencial, obtido pela revista Veja, revela um embate interno entre o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e a vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo. No relatório, Lindôra insinua que Moraes teria autorizado procedimentos ilegais, decretado prisões sem fundamentos sólidos e buscado obter provas sem justificativa legítima, caracterizando o que é conhecido como "pesca probatória". 

As acusações envolvem a prisão do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), e a apreensão de telefones relacionados ao caso. “Os elementos apontados são por demais incipientes a recomendar quaisquer diligências ou medidas em face dos investigados, sob pena de se validar a pesca probatória, à semelhança de outras investigações em curso no âmbito do Supremo Tribunal Federal”, escreveu Lindôra.

Lindôra Araújo, responsável pelo documento, argumenta que não havia justificativa plausível para a prisão preventiva de Mauro Cid e outros envolvidos no caso. Ela expressa preocupação com o uso da "pesca probatória" e ressalta a falta de elementos concretos para sustentar tais medidas.

O relatório também questiona a forma como o ministro Alexandre de Moraes conduziu as investigações, alegando falta de formalização de atos processuais e precipitação na atribuição de responsabilidades golpistas a pessoas ligadas a Bolsonaro. Lindôra Araújo argumenta que as conclusões tiradas das mensagens encontradas no celular do tenente-coronel não representam uma ameaça real à democracia, mas sim "mero diálogo entre pessoas comuns, desprovidas de conhecimento jurídico ou político suficiente para arquitetar um golpe de Estado".

Para ela, as trocas de mensagens não passam de “uma simples troca de informações apenas e tão somente entre os interlocutores, sem contato com qualquer pessoa com condições de executar”.

 

Fonte: iG/Brasil 247/Terra/Metrópoles

 

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