quarta-feira, 5 de julho de 2023

Bolsonaro começa a trabalhar como cabo eleitoral do PL

Agora inelegível, o ex-presidente Jair Bolsonaro vai começar nesta semana a desempenhar o papel que os seus empregadores querem. As semanas que antecederam o julgamento no Tribunal Superior Eleitoral serviram de teste para calcular o potencial do ex-presidente como cabo eleitoral de luxo.

Os eventos não mostraram grandes resultados. Em São Paulo, a pedido de Valdemar Costa Neto, Bolsonaro conversou com Ricardo Nunes para possivelmente apoiá-lo na disputa pela capital paulista. A visita foi discreta e não houve atos com a militância.

Já no Rio Grande do Sul, voltou a questionar o processo eleitoral e foi recebido por meia dúzia de apoiadores.

Nesta semana, Bolsonaro continua no Rio de Janeiro, na casa do filho Carlos, e vai se encontrar oficialmente com colegas do PL. Deve ser recepcionado pelos deputados estaduais Alan Lopes e Rodrigo Bacellar, presidente da Alerj.

O PL quer eleger até 1000 prefeitos em 2024. Mais que isso, precisa de dinheiro para bancar as campanhas e o salário de Bolsonaro e Michelle. Por isso, o apoio do ex-presidente é considerado crucial para conquistar mais filiados.

·         PL convoca reunião emergencial sobre Bolsonaro inelegível

O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, convocou uma reunião geral do partido para a próxima quinta-feira 6, em Brasília. O encontro será o primeira após Jair Bolsonaro, presidente de honra da sigla, se tornar inelegível. Na sexta-feira, o Tribunal Superior Eleitoral considerou que Bolsonaro abusou do poder político ao reunir embaixadores para um encontro em que atacou o sistema eleitoral brasileiro. Por 5 votos a 2, o ex-capitão estará fora das urnas até 2030.

Segundo o convite encaminhado por Valdemar aos membros do PL, o encontro desta quinta-feira irá tratar de ‘interesses do partido com os governadores e bancadas federais’. É da reunião que deve sair o plano de usar o ex-presidente inelegível para o pleito de 2024. Integrantes da extrema-direita têm visto em Bolsonaro condenado uma espécie de cabo eleitoral. Não há confirmação de que Bolsonaro estará presente. Michelle, ex-primeira-dama e responsável pela ala feminina da sigla também deve comparecer.

 

Ø  Partidos da base de Lula assinaram anistia a Bolsonaro

 

Entre os 65 deputados que aderiram ao projeto de lei para anistiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após condenação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), doze deles são de partidos da base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Os parlamentares em questão são das legendas PSD, União Brasil e MDB, que juntos, controlam oito ministérios na Esplanada.

O PSD comanda as pastas da Agricultura, com o ministro por Carlos Fávaro; da Pesca, sob a liderança de André de Paula; e Minas e Energia, com o ministro Alexandre Silveira.

O União Brasil controla o Turismo, sob a gestão de Daniela Carneiro e o Ministério das Comunicações, com Juscelino Filho.

Já as pastas dos Transportes, Planejamento e Cidades são lideradas pelo MDB, geridos pelos ministros Renan Filho, Simone Tebet e Jader Filho, respectivamente.

O texto do projeto, que possui autoria do deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS), oferece anulação da inelegibilidade para pessoas que foram condenadas por ilícitos eleitorais desde outubro de 2016.

Bolsonaro foi condenado pelo TSE a inelegibilidade de oito anos por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação nesta sexta-feira (30).

>>>> CONFIRA QUEM SÃO OS PARLAMENTARES QUE APOIARAM O PROJETO:

1- Sanderson (PL-RS)

2- Abilio Brunini (PL-MT)

3- Alfredo Gaspar (União-AL)

4- Amalia Barros (PL-MT)

5- André Fernandes (PL-CE)

6- Bia Kicis (PL-DF)

7- Bibo Nunes (PL-RS)

8- Capitão Alberto Neto (PL-AM)

9- Capitão Alden (PL-BA)

10- Capitão Augusto (PL-SP)

11- Carlos Jordy (PL-RJ)

12- Chris Tonietto (PL-RJ)

13- Coronel Assis (União-MT)

14- Coronel Chrisóstomo (PL-RO)

15- Coronel Fernanda (PL-MT)

16- Coronel Telhada (PP-SP)

17- Coronel Ulysses (União-AC)

18- Daniela Reinehr (PL-SC)

19- Delegado Caveira (PL-PA)

20- Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP)

21- Delegado Ramagem (PL-RJ)

22- Diego Garcia (Republicanos-PR)

23- Dr. Frederico (Patriota-MG)

24- Evair de Melo (PP-ES)

25- Felipe Francischini (União-PR)

26- Fernando Rodolfo (PL-PE)

27- Filipe Barros (PL-PR)

28- General Girão (PL-RN)

29- General Pazuello (PL-RJ)

30- Gilberto Silva (PL-PB)

31- Gilvan da Federal (PL-ES)

32- Giovani Cherini (PL-RS)

33- Gustavo Gayer (PL-GO)

34- Hélio Lopes (PL-RJ)

35- José Medeiros (PL-MT)

36- Júlia Zanatta (PL-SC)

37- Junio Amaral (PL-MG)

38- Luiz Lima (PL-RJ)

39- Luiz Phillipe (PL-RJ)

40- Marcelo A. Antônio (PL-MG)

41- Marcelo Moraes (PL-RS)

42- Mário Frias (PL-SP)

43- Maurício do Vôlei (PL-MG)

44- Maurício Marcon (Podemos-RS)

45- Nikolas Ferreira (PL-MG)

46- Osmar Terra (MDB-RS)

47- Otoni de Paula (MDB-RJ)

48- Pedro Lupion (PP-PR)

49- Pedro Westphalen (PP-RS)

50- Pezenti (MDB-SC)

51- Pastor Marco Feliciano (PL-SP)

52- Reinhold Stephanes Júnior (PSD-PR)

53- Rodrigo Valadares (União-SE)

54- Rosangela Moro (União-SP)

55- Sargento Fahrur (PSD-PR)

56- Sargento Gonçalves (PL-RN)

57- Silvia Cristina (PL-RO)

58- Silvia Waiapi (PL-AP)

59- Sóstenes Cavalcante (PL-RJ)

60- Thiago Flores (MDB-RO)

61- Vermelho (PL-PR)

62- Vicentinho Júnior (PP-TO)

63- Zé Trovão (PL-SC)

64- Zé Victor (PL-MG)

65- Coronel Zucco (Republicanos-RS)

 

Ø  Tarcísio de Freitas vê com cautela “herança política” de Jair Bolsonaro

 

governador de São PauloTarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou a aliados que não tem pressa para se candidatar à Presidência da República, preferindo tentar a reeleição em 2026. As informações são de Raquel Landim, âncora da CNN.

Pessoas próximas a Tarcísio disseram à reportagem que o governador afirma que gostaria de deixar um legado para São Paulo, sendo necessário mais do que um mandato para fazer entregas em diversas áreas, como habitação e saúde, por exemplo.

Ele também teria explicado que a sua família se adaptou bem à capital paulista e que teria chegado mais longe do que imaginava na vida pública.

Conforme Raquel Landim, Tarcísio irá a Brasília nesta semana para “defender os interesses do estado na reforma tributária”.

Ainda sobre a disputa para a Presidência, aliados avaliam que a escolha do “herdeiro político” de Jair Bolsonaro (PL) passará pelo ex-presidente, mas que ele teria mais dificuldade dessa vez de convencer o ex-ministro da Infraestrutura a se candidatar.

O ex-presidente Bolsonaro foi condenado à inelegibilidade por oito anos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação pela reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada, em julho de 2022.

Segundo a analista de Política da CNN Renata Agostini, tanto os postulantes a uma possível candidatura à Presidência em 2026 quanto o ex-chefe de Estado atuam com cautela nos momentos seguintes após a decisão do TSE.

 

Ø  Cid Gomes quer Ciro senador para parar de importunar

 

O senador Cid Gomes (PDT-CE) afirmou, nesta segunda-feira, em reunião da executiva nacional do PDT em Brasília, que está disposto a abrir mão da reeleição ao Senado em 2026 em prol do irmão, o ex-ministro e presidenciável em 2022 Ciro Gomes, com quem vem protagonizando um racha no Ceará.

A declaração de Cid, relatada ao GLOBO por participantes da reunião, foi uma tentativa do senador de apaziguar uma briga familiar com Ciro, que vem respingando no PDT. Nesta segunda, Ciro e aliados aprovaram uma intervenção do diretório nacional no estado — que não é reconhecida, contudo, por Cid e seus correligionários.

Cid, que compareceu à reunião da executiva nacional acompanhado por um grupo de deputados estaduais e prefeitos do Ceará, declarou que deseja assumir o comando estadual do PDT para evitar um encolhimento do partido e fortalecê-lo de olho nas eleições municipais de 2024. No entanto, o deputado federal André Figueiredo, presidente estadual do PDT no Ceará e que atualmente acumula a presidência nacional do partido, resiste à troca — ele tem mandato no diretório cearense até dezembro.

Cid defende a retomada de uma aliança com o PT no estado. O movimento é rechaçado por Ciro, que é próximo a Figueiredo.

Na reunião, Cid argumentou que não está movido por “fisiologismo” e, para sinalizar sua postura, disse “abrir mão da vaga no Senado” em 2026 para o irmão concorrer. Na avaliação de aliados de Cid, uma eleição como senador poderia devolver protagonismo nacional a Ciro, que anunciou sua aposentadoria das urnas após registrar, em 2022, seu pior desempenho em disputas presidenciais.

Ciro, que já acusou o irmão publicamente de ter lhe dado uma “facada nas costas” ao se distanciar da campanha do PDT ao governo do Ceará no ano passado, também tem reiterado em entrevistas que abriu caminho para Cid se eleger governador em 2006. Ele se reelegeu em 2010, emplacou Camilo Santana (PT) como sucessor em 2014 e chegou ao Senado em 2018, período em que vigorou uma aliança entre a família Gomes e o PT no Ceará, rompida após movimentos de Ciro no ano passado.

Cid se referiu ao rompimento da aliança como “equívoco estratégico” do irmão e sugeriu que a postura vem fazendo o PDT encolher no Ceará, reduto da família.

— Eu mantenho o seguinte: gosto do PDT e me identifico, ajudei a ser o maior partido no estado. Tudo que eu puder fazer para o PDT ser um partido bem representado, eu farei. Não aceito a carapuça de fisiologismo. (Em 2022) Ciro tinha uma visão de que a candidatura do PDT ao governo (com o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio) poderia ajudar na candidatura (presidencial) dele, enquanto eu achava que um candidato com apoio mais amplo poderia ter um papel melhor — declarou o senador, em entrevista coletiva em seu gabinete no Senado.

Ciro participou por videoconferência da reunião do PDT e, segundo participantes, não respondeu a sugestão de Cid sobre a vaga ao Senado. Em sua fala durante a reunião, o presidenciável pedetista de 2022 reiterou suas críticas ao governo Lula (PT) e disse que se alinha “à minoria” do PDT que defende uma postura de oposição à gestão petista no Ceará, do governador Elmano de Freitas.

O tom de Ciro foi bem recebido por aliados de Cid, que enxergaram uma tentativa mútua de diminuir a fervura da briga familiar.

A disputa pelo comando do PDT no Ceará, contudo, teve um recrudescimento nesta segunda-feira por conta do anúncio de uma intervenção da executiva nacional. Na prática, a resolução mantém a ascendência de André Figueiredo no diretório cearense e busca inviabilizar uma reunião, convocada por Cid para esta sexta-feira com apoio de dois terços dos membros no estado, para que o senador pudesse assumir o comando local.

O grupo de Cid interpreta a resolução como uma “faca no pescoço”, já que ficariam sujeitos a processos disciplinares tocados pela executiva nacional se mantiverem o plano de destituir Figueiredo do diretório estadual. Parlamentares avaliam que a intervenção, realizada com anuência do presidente licenciado do PDT e atual ministro da Previdência, Carlos Lupi, abre caminho para uma briga judicial e mergulha o partido em um clima de insegurança.

 

Fonte: Metrópoles/Carta Capital/Pleno News/CNN Brasil/O Globo

 

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