Angola: Subsídio de
instalação para deputados causa polémica
Em
conferência de imprensa, em Luanda, o presidente do grupo parlamentar, Liberty
Chiaka associou a polémica em torno dos subsídios - com o maior partido da
oposição a ser alvo de críticas por ter votado favoravelmente esta proposta - a
uma "manobra de distração" e salientou que não é o país que está em
crise, mas sim a governação.
O
grupo parlamentar da UNITA votou a favor da atualização dos subsídios de
instalação e de fim de mandato dos eleitos à Assembleia Nacional, mas, segundo
Liberty Chiaka, os deputados receberam orientações do líder do partido,
Adalberto da Costa Júnior, para "partilhar em 50% o subsídio de instalação
com a sociedade e outra parte no quadro das responsabilidades
individuais".
"Não
há espaço para diversão que busca desviar o cerne do debate público das causas
da crise económica e financeira", prosseguiu.
·
"Manobra
de distração"
O
analista político ouvido pela DW, David Sambongo, também é da opinião de que
esta é uma "distração" do Governo, até porque é uma resolução que
entrou em execução em março deste ano, juntamente com o orçamento de geral do
estado.
"Não
passa de uma manobra de distração", começou por dizer.
"Assiste-se
a um agravar muito forte da situação da vida dos angolanos. As familias estão
cada vez mais carenciadas, a queda da nossa moeda nacional, e isso faz com que
o poder de compra diminua significativamente", comentou.
O
analista angolano acredita que o anuncio da UNITA em doar 50% do subsidio em
causa é um "contra-ataque" à jogada feita pelo Governo.
"Trazendo
esta problemática (o subsídio), o Governo tenta colocar a oposição e o poder
"no mesmo saco", disse.
David
Sambongo acrescenta ainda que um deputado do MPLA tentou passar a mensagem de
que a UNITA "só aprova o Orçamento interno da Assembleia Nacional, porque
tem regalias e confortos para os seus deputados".
No
entanto, o analista político lembra que "a oposição não aprova um
Orçamento Geral de Estado desde 1992".
UNITA
diz que Governo perdeu o rumo
Liberty
Chiaka criticou ainda as políticas "desastrosas" do Governo, acusando
o titular do poder executivo de ter perdido a luta contra a inflação, enquanto
"oportunistas arquitetam novos esquemas para continuarem a roubar".
Foram
constituídos cartéis de importação dos derivados do petróleo que bloqueiam a
diversificação da economia" e multiplicam-se os atentados contra o Estado
de direito, enquanto as "pessoas estão com fome, desempregadas e
desesperadas", disse.
"Ao
invés de mudar de rumo, a partir de um gabinete de ação psicológica ou estudos
estratégicos, ensaiam-se estratégias de diversão dos cidadãos da questão
essencial", acusou o deputado, segundo o qual a crise "resulta da má
governação, da corrupção, da impunidade, da captura do Estado, do autoritarismo
e do roubo aberto ou mascarado".
Liberty
Chiaka lamentou que só o grupo parlamentar da UNITA se tenha solidarizado com
as famílias dos jovens que foram assassinados durante as manifestações.
Ø
Netanyahu se irrita
com protestos à medida que a reforma judicial de Israel avança
O
primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, convocou neste domingo seu
procurador-geral para explicar a maneira com a política está lidando com o
ressurgimento das manifestações contra seu plano de reformar o sistema de
justiça.
O
projeto de lei que limitará a "razoabilidade" como padrão de revisão
judicial - o que os críticos consideram que poderia levar a abusos de poder -
terá a primeira de três leituras para ratificação no Parlamento na
segunda-feira.
Os
críticos dizem que essas reformas restringem a independência da corte.
Netanyahu — que está sendo julgado por acusações de corrupção que ele nega —
diz que o objetivo é restaurar o equilíbrio entre os poderes.
As
negociações de conciliação entre o governo e a oposição travaram no mês
passado. Os protestos de rua que tinham diminuído estão se acirrando novamente.
Os
manifestantes planejam se dirigir para o principal aeroporto de Israel enquanto
o Parlamento debate o projeto de lei de "razoabilidade". Uma grande
rede de shoppings anunciou uma paralisação de um dia se a votação de
segunda-feira avançar.
Em
declarações exibidas pela televisão antes da sessão do gabinete, Netanyahu
disse que era "impensável" que o governo restringisse o direito de
manifestar ou apoiar qualquer violência contra os manifestantes.
Mas
ele argumentou que essa liberdade não deveria ser estendida a "violações
da lei que prejudicam os direitos básicos de milhões de cidadãos e que estão
ocorrendo quase diariamente", citando interrupções no Aeroporto Ben
Gurion, pedidos de desobediência vindos de dentro do Exército, fechamento das
principais estradas e assédio de autoridades.
·
Netanyahu
diz que Israel trabalhará para evitar qualquer colapso da Autoridade Palestina
O
gabinete de segurança do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu decidiu neste
domingo que Israel trabalhará para evitar qualquer colapso da Autoridade
Palestina, apoiada pelo Ocidente, mas não apresentou medidas concretas.
Israel
vem intensificando as operações militares contra grupos armados na Cisjordânia
ocupada, onde a Autoridade Palestina tem autonomia limitada.
A
volatilidade revelou a fraqueza da Autoridade Palestina diante das centenas de
militantes palestinos e da expansão dos assentamentos israelenses na
Cisjordânia.
O
gabinete de Netanyahu disse que seu gabinete de segurança decidiu agir para
evitar o colapso da Autoridade Palestina.
Contudo,
a decisão não foi unânime. Sua coalizão inclui partidos de extrema-direita que
se opõem ao Estado palestino. Oito membros do fórum de alto nível votaram a
favor, com um voto contra e uma abstenção.
O
comunicado informou que Netanyahu e seu ministro da Defesa proporiam
"medidas para estabilizar a situação civil na arena palestina", mas
não deu detalhes.
Criada
há 30 anos como parte de acordos de paz provisórios com Israel, a Autoridade
Palestina viu sua popularidade encolher em meio a alegações de corrupção,
incompetência e acordos de cooperação de segurança com Israel amplamente
odiados. A posição do presidente palestino Mahmoud Abbas, de 87 anos, também é
incerta.
Ø
Papa
lamenta ‘derramamento de sangue’ na Terra Santa
O
papa Francisco lamentou neste domingo (9) os recentes episódios de violência na
Terra Santa, na esteira de uma operação armada de Israel que deixou 12
palestinos mortos na Cisjordânia.
“Fiquei sabendo com dor que novamente foi
derramado sangue na Terra Santa. Espero que as autoridades israelenses e
palestinas possam retomar o diálogo direto, a fim de encerrar essa espiral de
violência e abrir caminhos de reconciliação e paz”, disse o Papa em seu Angelus
dominical.
A
operação realizada na semana passada por Israel foi a maior ação militar na
Cisjordânia em 20 anos e mirou o campo de refugiados de
Jenin.
Israel
alega que o objetivo era destruir “infraestruturas terroristas”, enquanto a
Autoridade Nacional Palestina (ANP) acusa o país de atacar civis. Um militar
israelense também morreu na incursão.
·
Papa elogia ONG que salva migrantes no Mediterrâneo
O
papa Francisco agradeceu neste domingo (9) pelo trabalho de uma ONG que realiza
operações de resgate de migrantes e refugiados no Mar
Mediterrâneo.
Durante
seu Angelus, o líder católico lembrou que a Igreja celebra em 9 de julho o
Domingo do Mar, data dedicada aos trabalhadores de navios e portos, e citou a
atuação da entidade humanitária italiana Mediterranea Saving
Humans.
“Gostaria
de recordar com gratidão daqueles que operam com a Mediterranea Saving Humans
no resgate de migrantes no mar.
Obrigado,
irmãos e irmãs”, disse o Papa.
O
chefe de missão da ONG, Luca Casarini, também está entre os convidados
especiais do Vaticano para o Sínodo dos Bispos de outubro. “As palavras do Papa
são um presente enorme.
Agradecemos
a Francisco por esse afeto”, afirmou o capelão da entidade, Mattia
Ferrari.
Também
neste domingo, um navio operado por outra ONG, a Open Arms, atracou no porto de
Brindisi, sul da Itália, com 299 migrantes salvos no Mediterrâneo, incluindo
três mulheres grávidas.
Segundo
o Ministério do Interior italiano, o país já recebeu 69 mil deslocados
internacionais por via marítima em 2023, alta de 123% em relação ao mesmo
período do ano passado.
Ø
Ataque
aéreo dos EUA mata chefe do Estado Islâmico na Síria
Um
chefe do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) na Síria foi morto em um ataque
de drones dos EUA, informou o Comando Central dos Estados Unidos no Oriente
Médio (Centcom) neste domingo (9).
O
ataque, que atingiu o leste da Síria na sexta-feira, matou Osama al-Muhajer,
disse o chefe do Centcom, general Michael Kurilla, segundo um comunicado.
“Deixamos
claro que continuamos comprometidos em derrotar o EI em toda a região”,
declarou.
“O
EI ainda é uma ameaça, não apenas para a região, mas além”, acrescentou.
Nenhum
civil morreu no bombardeio, disse o Centcom.
No
entanto, as forças da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos,
criada em 2014 para combater o Estado Islâmico, registraram um civil morto.
O
bombardeio “foi realizado pelos mesmos MQ-9 [drones americanos] que (…) foram
atacados por aviões militares russos”, observou o Centcom.
Os
drones americanos envolvidos nas operações contra o EI na Síria foram atacados
por aviões militares russos na quinta-feira, pela segunda vez em 24 horas,
disse um comandante dos EUA.
O
grupo EI se apoderou de vastos territórios na Síria e no Iraque como
consequência, entre outros, da guerra na Síria, iniciada em 2011.
O
“califado” do EI na Síria foi derrotado em 2019, mas a coalizão continua no
país para combater os grupos jihadistas que ainda atuam na região.
A
guerra na Síria deixou quase meio milhão de mortos, milhões de deslocados e um
país devastado.
Ø
Erdogan
e Biden discutem por telefone pedido da Suécia de aderir à OTAN, diz
presidência turca
O
presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, conversou por telefone com o presidente
dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre o pedido da Suécia de se unir à Otan,
disse o escritório de comunicações da Presidência da Turquia neste domingo.
Erdogan
disse a Biden que Estocolmo tomou medidas que vão na direção correta para que
Ancara apoie seu pedido, referindo-se à lei antiterrorismo, mas estes passos
não foram tão úteis, à medida que os apoiadores do Partido dos Trabalhadores do
Curdistão (PKK) continuam a protestar na Suécia.
"Os
líderes concordaram em se encontrar presencialmente em Vilniuz e discutir as
relações bilaterais e questões regionais em detalhe", disse a Presidência.
Na
quinta-feira, a Suécia falhou em convencer a Turquia a suspendeu seu bloqueio à
trajetória de Estocolmo para se tornar membro da Otan em uma reunião
ministerial, com Ancara pedindo mais ação no combate ao terrorismo.
O
secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse que vai convocar uma reunião
entre Erdogan e o primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, em Vilnius na segunda-feira.
Suécia
e Finlândia entraram com pedidos para fazer parte da Otan no ano passado,
abandonando políticas de não-alinhamento militar que perduraram durante a
Guerra Fria em resposta à invasão russa da Ucrânia.
No
telefonema, Biden e Erdogan também conversaram sobre a entrega de jatos de
combate F-16 e o status da Ucrânia na Otan, de acordo com o comunicado da
presidência turca.
Fonte:
Deutsche Welle/Ansa/IstoÉ/Reuters
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