quarta-feira, 28 de junho de 2023

POR QUE A EVASÃO ESCOLAR ESTÁ TÃO ALTA NO BRASIL?

A evasão escolar segue sendo um grande desafio para a sociedade brasileira. Dados do Anuário Brasileiro da Educação Básica mostram que nosso país ainda tem dificuldade para incentivar que crianças e jovens concluam os ensinos fundamental e médio.

O estudo aponta que essa evasão está ligada, principalmente, às dificuldades que o estudante lida em sua rotina: 96,7% dos jovens brasileiros de 16 anos que vivem nos domicílios mais ricos do país concluíram o ensino fundamental, enquanto nos domicílios mais pobres esse percentual cai para 78,2%.

Quando colocado o recorte racial, 77,5% dos jovens pretos concluíram o ensino fundamental, enquanto o percentual de conclusão entre os jovens brancos foi de 87,3%. Ainda assim, existem boas notícias sobre o acesso à educação pública. Entre os anos de 2012 e 2020, o percentual de alunos matriculados nas escolas se manteve superior a 98%.

Então, a grande maioria de crianças e adolescentes chegaram a ingressar na escola, mas, por alguma razão, uma porcentagem significativa dos alunos precisou abandonar os estudos. Por quê?

·         Por que a evasão escolar é tão alta?

O mesmo levantamento também mostra que o número de alunos matriculados no Ensino Médio foi de 75,4% em 2020. Na época em que o estudo foi feito, 77,5% dos jovens que viviam nos centros urbanos estavam matriculados no Ensino Médio — contra apenas 65,1% dos jovens que viviam nas áreas rurais.

Existem muitos motivos que levam os estudantes a abandonarem as escolas, sendo a necessidade de trabalhar um dos principais. Um estudo da Unicef concluiu que 48% dos estudantes entrevistados, que haviam abandonado a escola, o fizeram pela necessidade de ajudar na renda familiar.

Outra razão é a dificuldade no caminha à escola, comum para aqueles que moram longe dos centros urbanos. A pandemia de Covid-19 também prejudicou muito o acesso à educação, uma vez que muitos estudantes não conseguiram estudar remotamente e acabaram abandonando a escola definitivamente.

·         Evasão escolar também preocupa os EUA

O número de estudantes que não vai à escola também tem crescido nos Estados Unidos. Um estudo publicado pela Revista de Psicologia Escolar explicou que 16% dos estudantes estadunidenses – mais de 7 milhões de alunos – eram considerados “cronicamente ausentes da escola”.

Para esse estudo, é considerado “cronicamente ausente” o jovem que não está presente em mais de 8% do ano letivo. O estudo concluiu que esses estudantes têm mais dificuldade em leitura, lidam com efeitos negativos em suas saúde física e mental, e podem lidar com excesso de drogas e álcool na vida adulta.

 

Ø  7 curiosidades sobre educação ao redor do mundo

 

Sete fatos curiosos sobre educação para você conhecer e compartilhar.

<<<< Confira!

·         Universidade mais antiga do mundo

 Universidade de Al-Karaouine, localizada em Fes, no Marrocos, é considerada a primeira do mundo. Foi fundada em 859 d.C. por Fatima al-Fihri e se chamava Madrasah. Já a Universidade de Bolonha, na Itália, é considerada a primeira do Ocidente, tendo sido fundada em 1088.

No Brasil, a Universidade Ferderal do Rio de Janeiro (UFRJ) é a instituição mais antiga do tipo, fundada em 7 de setembro de 1920. Antes dela existiam faculdades com apenas um curso, como a Escola de Cirurgia da Bahia, criada em 1808.

De toda forma, a criação de escolas de ensino superior no Brasil é considerada tardia, principalmente em comparação aos nossos vizinhos latinos, como a Argentina, que teve sua primeira universidade inaugurada em 1613.

·         Primeira escola pública no mundo

O primeiro conceito de escola pública surgiu entre os séculos XV e XVll, quando o ensino era caracterizado como uma “educação pública religiosa”. Em 1642 foi criada a primeira regulamentação do ensino público, no Ducado de Gota (Alemanha).

No Brasil, as primeiras escolas “chegaram” junto com os jesuítas a partir de 1549. Os religiosos dominaram a educação brasileira até a metade do século XVIII.

Depois disso, surge a “educação pública estatal”, que apesar do nome, estava longe de ao menos tentar ser universal, com uma série de barreiras para pessoas pobresnegras, e indígenas.  Foi só no século XX que a educação básica passou a ser mais parecida com o que é hoje, graças a professores como Paulo Freire e Anísio Teixeira.

·         O vestibular é brasileiro!

Você sabia que o vestibular foi criado no Brasil? Em 1911, Rivadávia da Cunha Corrêa, na época ministro da Justiça e dos Negócios Interiores, decidiu criar um exame para selecionar candidatos para universidades do País. Antes, apenas eram aceitos ex-alunos de colégios tradicionais, como o Dom Pedro II, do Rio de Janeiro.

Outros países com sistemas semelhantes ao do Brasil são o Japão e a Coreia do Sul. Em geral, cada nação conta com sua forma para ingresso no ensino superior. Nos Estados Unidos, por exemplo, o processo seletivo busca conhecer com mais profundidade quem é o estudante que pretende ingressar na instituição. Além de testes, cada aluno precisa apresentar seu histórico escolar, uma carta de recomendação do conselheiro do colégio e mais duas cartas de dois professores diferentes.

·         Como e quando surgiu EaD no mundo?

O primeiro curso a distância de que se tem notícia foi o de Taquigrafia de Caleb Phillips. Em 1728, ele espalhou pelos jornais de Boston o anúncio de uma formação para quem quisesse aprender uma técnica, inovadora na época, para escrever à mão de forma rápida, usando códigos e abreviações. O curso era destinado a pessoas em qualquer parte dos Estados Unidos, pois os materiais seriam enviados semanalmente pelos correios.

No Brasil, a EaD surgiu com cursos de qualificação profissional. O registro mais remoto data de 1904, com um anúncio nos classificados do Jornal do Brasil de um curso de datilografia (para usar máquinas de escrever) por correspondência. Nos anos 20, o Brasil já contava com os primeiros cursos transmitidos por rádio.

·         Surgimento de agência de fomento à ciência

A partir dos acontecimentos da Segunda Guerra Mundial, o então presidente do Estados Unidos, Franklin Roosevelt, queria garantir que a ciência e a tecnologia do país continuassem progredindo tanto quanto durante o conflito. Assim nasceu o National Science Foundation (NSF), modelo de muitas agências federais que financiam ciência pelo mundo – inclusive o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) aqui no Brasil.

O CNPq surgiu em 15 de janeiro de 1951, por meio da lei nº 1310/51. A iniciativa veio do almirante Álvaro Alberto da Motta e Silva, que havia representado o Brasil na Comissão de Energia Atômica do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), por meio da Academia Brasileira de Ciências (ABC).

·         Primeira matrícula por cotas

De acordo com documentos históricos da UFRJ, o primeiro aluno a entrar em uma faculdade por meio de cotas no Brasil foi João Evangelista, na Faculdade de Medicina da atual UFRJ (antes conhecida como Escola de Anatomia, Medicina e Cirurgia), em 12 de março de 1815. Apesar disso, o sistema de cotas só foi implementado no país em 2012, por meio da Lei de Cotas (12.711).

Pode-se dizer que o primeiro país a ter esse sistema foi a Índia, já que as cotas raciais estão presentes desde a Constituição de 1949 e funcionam até hoje. Esse processo de reparação também foi algo muito marcante nos Estados Unidos.

·         Desigualdade de gênero permanece

Segundo a ONU, mesmo antes da crise do coronavírus, cerca de 258 milhões de crianças e adolescentes estavam fora da escola, a maioria meninas. E mais da metade dos alunos com 10 anos de idade em países de baixa e média rendas não conseguiam aprender a ler um texto simples.

 

Fonte: Mega Curioso/Desafios da Educação

 

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