terça-feira, 27 de junho de 2023

EUA consideram 'decepcionantes' e 'atrasados' resultados da contraofensiva da Ucrânia, diz mídia

O governo Biden considera os resultados das primeiras semanas da ofensiva ucraniana "decepcionantes", informou o The New York Times, admitindo que o avanço é lento e sangrento.

"Em Washington, as autoridades do governo Biden estão pedindo publicamente paciência, mesmo quando, em particular, se preocupam com o fato de o progresso inicial ter sido lento. Um alto funcionário do governo chamou os resultados das primeiras semanas de 'decepcionantes', acrescentando: 'Eles estão atrasados'", diz o artigo.

O jornal diz que as forças ucranianas, apesar de receberem os mais recentes armamentos ocidentais, enfrentam dificuldades nas tentativas de ofensiva.

Os comboios de veículos de combate de infantaria Bradley norte-americanos são forçados a se retirar por causa de campos minados, e as tropas ucranianas têm que parar em vários lugares ao longo da linha de frente.

"Após três semanas de uma contraofensiva crucial para as perspectivas da Ucrânia contra a Rússia, seu Exército está enfrentando uma série de desafios aborrecidos que complicam seus planos, mesmo com o uso de novas e sofisticadas armas fornecidas pelo Ocidente", relata a mídia.

Em particular, de acordo com o The New York Times, os extensos campos minados que defendem a linha de defesa russa, as características do terreno e as linhas de fortificação russas contribuem para isso.

Além disso, o artigo observa que os helicópteros de ataque russos Ka-52 conseguiram passar pelas defesas antiaéreas ucranianas, atrasando as forças de Kiev e danificando ou destruindo tanques e veículos blindados fornecidos pelo Ocidente.

"A resistência feroz afetou o armamento da Ucrânia. Os Estados Unidos envolveram 113 veículos de combate Bradley em março. Pelo menos 17 deles – mais de 15% – foram danificados ou destruídos nos combates até o momento", reconhece a fonte governamental do jornal.

Esses obstáculos transformaram os estágios iniciais da contraofensiva em um trabalho lento e sangrento, admite o The New York Times.

·         Lavrov afirma que inteligência dos EUA esperava o sucesso de tentativa de rebelião armada na Rússia

Durante uma conversa telefônica com colegas estrangeiros sobre a situação em torno do fundador do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, muitos deles expressaram solidariedade de que a Rússia não permitiria tentativas de minar a unidade do Estado, disse o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, na segunda-feira (26), em entrevista à RT.

"Inúmeras ligações ao presidente Putin, que foram utilizadas por seus colegas para expressar solidariedade, apoio e confiança de que a situação estará sob controle, que será devolvida ao campo constitucional, como, de fato, aconteceu", afirmou Lavrov.

O chanceler russo apontou que também fez alguns telefonemas por iniciativa dos seus colegas estrangeiros.

"Muitos deles expressaram os mesmos pensamentos: solidariedade, a crença de que não permitiríamos nenhuma tentativa de minar a unidade do Estado, de minar o sucesso da operação militar especial."

Assim, a embaixadora dos EUA em Moscou, Lynne Tracy, durante contatos com representantes russos sobre a situação em torno de Yevgeny Prigozhin, transmitiu sinais de que os EUA "não têm nada a fazer" e expressou esperança de que as armas nucleares russas "estejam em ordem", declarou o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, em entrevista à RT.

Ele destacou que "foi especialmente enfatizado: os EUA assumem que tudo é um assunto interno da Federação da Rússia".

Além disso, Sergei Lavrov disse que não notou o pânico dos países africanos em relação à situação em torno do fundador do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, e destacou que as relações da Rússia com parceiros na África são de natureza estratégica, nenhum momento de oportunidade pode ser introduzido nelas.

Comentando as palavras do presidente francês Emmanuel Macron sobre a rebelião de Yevgeny Prigozhin, Lavrov disse que suas declarações indicam que ele claramente viu uma chance de perceber a ameaça de uma derrota estratégica da Rússia pelo Ocidente.

"Ele [Emmanuel Macron] afirmou algo assim, é claro, vemos essa situação com cautela, ela se desenvolve rapidamente. Mas a principal coisa que vimos, disse Macron, é a divisão, a fragilidade do regime e do Exército, a fraqueza do regime e do Exército, e essa fragilidade e essa fraqueza justificam plenamente nossas ações para continuar o apoio militar à Ucrânia", disse Lavrov em entrevista à RT.

O presidente francês Emmanuel Macron (D) e o chefe francês do Estado-Maior da

"Acho que até mesmo um estudante do oitavo ano entenderá a posição de Macron, que Macron claramente viu no curso atual dos eventos uma chance de perceber a ameaça, como o mantra repetido pelos líderes da OTAN, de que a Ucrânia infligiria uma derrota estratégica à Rússia. Tendo em mente, naturalmente, não a Ucrânia, mas todo o campo ocidental. Como o presidente [Vladimir Putin] disse no sábado [24]: toda a máquina militar, econômica e de informação do Ocidente coletivo está trabalhando contra nós", sublinhou o ministro russo.

"Talvez, um pensamento desejoso, há uma maneira de transmitir o que engoliu nossos colegas ocidentais ontem e sábado à noite", disse Lavrov em entrevista à RT, respondendo à pergunta sobre a reação da mídia ocidental aos eventos de 24 de junho.

Lavrov recorreu aos relatórios da CNN de que os Estados Unidos haviam sido informados com antecedência da iminente rebelião de Prigozhin.

"Eles relataram que a inteligência americana sabia sobre o motim planejado por vários dias, mas decidiram não contar a ninguém. Aparentemente, na esperança de que a rebelião tivesse sucesso", disse o ministro.

"E eu estou inspirado pelo mesmo pensamento por outra mensagem da CNN que foi dada ontem, com referência aos analistas de inteligência dos EUA dizendo que era esperado que a marcha de Prigozhin para Moscou encontraria uma resistência muito maior e haveria muito mais derramamento de sangue do que havia. Aqui está uma resposta tão indireta à sua pergunta, como esperado", acrescentou Lavrov.

O que aconteceu em torno de Yevgeny Prigozhin não afetará as relações de Moscou com parceiros e amigos, enfatizou Sergei Lavrov.

"Com parceiros e amigos, não. Com todos os outros - eu não me importo, para ser honesto", disse Lavrov em uma entrevista à RT, respondendo à pergunta se os eventos em torno da rebelião de Prigozhin afetarão as relações de Moscou com outros países.

Ele ressaltou que as relações do Ocidente coletivo com a Rússia foram destruídas por iniciativa ocidental.

·         Washington esperava 'mais derramamento de sangue' no motim do Grupo Wagner, relata mídia americana

Autoridades dos EUA previam uma resistência mais forte das tropas russas regulares ao Grupo Wagner durante o motim abortado, informou a CNN.

Os EUA esperavam mais resistência à tentativa do motim da empresa militar privada Wagner, disse uma fonte à CNN, prevendo que a insurreição abortada seria "muito mais sangrenta do que foi".

A comunidade de inteligência em Washington afirma ter tido informações sobre os planos de Yevgeny Prigozhin, de acordo com relatos da mídia dos EUA, e também acreditava que isso resultaria em maior derramamento de sangue.

"Eu sei que avaliamos que seria muito mais violento e sangrento", disse a fonte à CNN.

Na noite de sábado (24) na cidade russa em Rostov-no-Don, a sede do Distrito Militar do Sul foi tomada pelas forças e equipamentos do Grupo Wagner. Grupos de homens armados atravessaram a cidade, e bloqueios de estradas foram montados nas entradas e saídas.

Isso aconteceu no contexto das declarações de Yevgeny Prigozhin sobre os supostos ataques de mísseis e bombas das Forças Armadas russas contra os campos do Grupo Wagner, tendo tanto o Ministério da Defesa da Rússia quanto o Serviço Federal de Segurança (FSB) da Rússia negado isso.

O presidente russo, Vladimir Putin, fez um discurso televisionado à nação no sábado (24), no qual descreveu as ações do Grupo Wagner como um motim armado e traição, e prometeu medidas duras contra os insurgentes.

No final do dia, o gabinete presidencial belarusso disse que Prigozhin havia concordado com a proposta do presidente belarusso Aleksandr Lukashenko de interromper o movimento das tropas de Wagner na Rússia e tomar novas medidas para acalmar a situação. Prigozhin posteriormente confirmou a informação, dizendo que as tropas de Wagner estavam voltando para seus acampamentos.

 

Ø  Borrel: eventos em torno do Grupo Wagner na Rússia mostram a necessidade de apoio contínuo à Ucrânia

 

O chefe das Relações Exteriores da União Europeia, Josep Borrell, viu uma ameaça à estabilidade nuclear na Europa no contexto dos recentes acontecimentos na Rússia, mas considera necessário continuar o apoio militar da UE a Kiev.

Na segunda-feira (26), Luxemburgo acolhe uma reunião dos Ministros das Relações Exteriores dos países da UE, na qual se espera que os últimos desenvolvimentos na Federação da Rússia sejam um dos temas centrais da agenda.

"Hoje, o conselho discutirá o aumento do nosso apoio à Ucrânia. Acredito que é mais importante do que nunca continuar a apoiar a Ucrânia, porque o que aconteceu neste fim de semana [na Rússia] demonstra a importância desse apoio", disse Borrell.

 

Segundo ele, o que aconteceu na Rússia preocupa a UE, "pois é uma potência nuclear".

"Não é bom ver a potência nuclear que é a Rússia mergulhar em instabilidade política", apontou o chefe da diplomacia europeia.

Assim, os ministros das Relações Exteriores da UE aprovaram um aumento de 3,5 bilhões de euros (R$ 18,25 bilhões) no fundo do qual o fornecimento de armas para Kiev é financiado, seu volume será de 12 bilhões de euros (R$ 62,58 bilhões).

Na noite de sábado (24) na cidade russa em Rostov-no-Don, a sede do Distrito Militar do Sul foi tomada pelas forças e equipamentos do Grupo Wagner. Grupos de homens armados atravessaram a cidade, e bloqueios de estradas foram montados nas entradas e saídas.

Isso aconteceu no contexto das declarações de Yevgeny Prigozhin sobre os supostos ataques de mísseis e bombas das Forças Armadas russas contra os campos do Grupo Wagner, tendo tanto o Ministério da Defesa da Rússia quanto o Serviço Federal de Segurança (FSB) da Rússia negado isso.

FSB abriu um processo criminal por incitar motim armado devido a declarações feitas em nome de Prigozhin. O FSB disse que havia uma ameaça de escalada em território russo. O Ministério da Defesa da Rússia disse que os relatos da mídia social de supostos ataques militares russos do Grupo Wagner aos campos não eram verdadeiros.

O presidente russo, Vladimir Putin, fez um discurso televisionado à nação no sábado (24), no qual descreveu as ações do Grupo Wagner como um motim armado e traição, e prometeu medidas duras contra os insurgentes.

No final do dia, o gabinete presidencial belarusso disse que Prigozhin havia concordado com a proposta do presidente belarusso Aleksandr Lukashenko de interromper o movimento das tropas de Wagner na Rússia e tomar novas medidas para acalmar a situação. Prigozhin posteriormente confirmou a informação, dizendo que as tropas de Wagner estavam voltando para seus acampamentos.

·         Ucrânia não conseguiu tirar proveito no campo de batalha da situação na Rússia, diz jornal

A Ucrânia não conseguiu se aproveitar no campo de batalha da situação que ocorreu na Rússia no último fim de semana, mas ainda pode tentar se beneficiar, escreve o The New York Times citando autoridades e analistas norte-americanos.

O jornal observa, com referência a autoridades dos EUA, que a situação em torno dos eventos relacionados com o líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, não forçou nenhuma unidade russa na sexta-feira (23) e no sábado (24) a deixar suas posições no campo de batalha.

A Ucrânia certamente procurará tirar proveito do caos causado por Prigozhin, mas não parece haver brechas defensivas imediatas para explorar, apontam autoridades americanas e analistas independentes.

A mídia não cita opções concretas para o lado de Kiev, limitando-se a afirmar que os militares ucranianos poderão "tentar alcançar alguns sucessos".

Anteriormente informou-se que o chefe do Grupo Wagner aceitou cessar o motim iniciado na sexta-feira (23) após negociações com Aleksandr Lukashenko, presidente de Belarus, informou Minsk.

Prigozhin aceitou uma proposta de Aleksandr Lukashenko, presidente de Belarus, para interromper o movimento de seus homens armados na Rússia e outras medidas para diminuir a escalada, comunicou no sábado (24) o serviço de imprensa do líder belarusso.

·         KGB de Belarus avisa de tentativa de invasão armada pelo Ocidente

O serviço secreto do país detalhou o que disse serem planos por países ocidentais de atacar Belarus, citando supostos preparativos em países como a Polônia, Lituânia e a Ucrânia.

A Belarus dispõe de informações sobre a preparação de terroristas no exterior para uma invasão armada do país, anunciou no domingo (25) Konstantin Bychek, vice-chefe do Departamento de Investigação do Comitê de Segurança do Estado (KGB, na sigla em russo) belarusso.

"O KGB registra essas manifestações terroristas. Estamos prontos para esses desafios. Medidas apropriadas estão sendo tomadas conforme instruções do chefe de Estado. Os terroristas fugitivos e o Ocidente coletivo que está por trás deles não têm chance. Temos capacidade suficiente para neutralizar a ameaça atempadamente", disse ele em declarações ao canal belarusso Belarus 1.

Segundo Bychek, o treinamento de criminosos está sendo feito em unidades especiais e formações armadas.

"Na Polônia é o Grom, na Lituânia é a União de Fuzileiros Lituanos, na Ucrânia é o Serviço de Segurança da Ucrânia e as unidades de inteligência militar ucranianas", detalhou o funcionário.

Os combatentes são então "colocados em ação" no campo de batalha no sudeste da Ucrânia, se tornando então instrutores, preparam ataques terroristas e desenvolvem planos para invadir Belarus, acrescentou.

Bychek afirmou que o KGB conhece as identidades dos funcionários dos serviços especiais que treinam terroristas, e também as entidades que financiam suas atividades.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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