sexta-feira, 30 de junho de 2023

De volta à classe: como fica a saúde mental de alunos que vivenciaram ataques

Um filme de terror que não está em exibição no cinema, mas que existe na memória de centenas de estudantes. Cada vez mais frequentes, ataques sangrentos em escolas despertam e causam efeitos diversos na vida de crianças e adolescentes que nunca associaram o local aos sentimentos de medo e luto. Para tentar mudar o rumo desse drama, que se repete no Brasil há mais de 20 anos, o debate sobre saúde mental no ambiente escolar tem ganhado força. Mesmo assim, a realidade ainda deixa a desejar.

Entre 2002 e junho de 2023, foram registrados 25 ataques em unidades de ensino brasileiras, segundo o estudo Raio-X de 20 anos de ataques a escolas no Brasil, realizado pelo Instituto Sou da Paz. Os seis primeiros meses de 2023, no entanto, já superaram o número de ocorrências do acumulado dos últimos 20 anos. Nesse período, foram contabilizados sete atentados em seis Estados diferentes.

Um deles chocou não só pela crueldade, mas pela idade das vítimas envolvidas. Na creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau, Santa Catarina, quatro crianças de 4 a 7 anos de idade foram mortas. Além do trauma para as famílias que perderam seus filhos, surge a dúvida: como estão aqueles que sobreviveram?

Os gêmeos Pedro e Miguel, de 6 anos, estavam no pátio da creche quando tudo aconteceu. Na memória deles, um homem pulou o muro da escola com um "facão na mão", machucou e matou seus amigos. Com a ajuda de uma professora, eles conseguiram se esconder em uma sala. Foi assim que as duas crianças contaram para a mãe, Camile Schlemper, de 37 anos.

Prestes a se formar em psicologia, ela usou a sensibilidade que desenvolveu na graduação para lidar com a situação. Optou por não fugir do assunto, caso ele viesse à tona, e, depois de alguns dias em um sítio da família, Camile retornou, logo que pôde, com os filhos à creche.

Em entrevista ao Terra, ela conta a técnica que usou para que o ambiente escolar não se tornasse uma ameaça no imaginário das crianças.

"Eles viram as crianças que se machucaram. Muita informação visual, sensorial, e muitas emoções foram evocadas ali. [...] Conversando com uma psicóloga, eu trouxe a questão de levá-los para fazer uma dessensibilização do ambiente, para que eles pudessem experienciar de novo o que ocorreu, mas na minha presença, para que eu pudesse acolher. Meu medo era sobre quais sentimentos seriam evocados no ambiente escolar que poderiam acabar fugindo do meu controle enquanto eu não estivesse perto para tentar auxiliar eles", lembra Camile, que foi para a creche enquanto ela ainda estava fechada e passando por reformas de segurança.

A mãe explica que os gêmeos não demonstraram ter medo da escola, mas deixaram evidente que o receio era de que "o homem" voltasse. A questão foi tratada ao longo desse processo de reaproximação com o ambiente, quando os meninos tiveram contato com professoras e crianças, além do apoio de psicólogos que foram alocados na unidade escolar. Nesse processo, ela diz que os filhos não demonstraram indícios de que poderiam estar passando por "grandes traumas".

•        As crianças entendem?

De acordo com o médico psiquiatra Gustavo Mechereffe Estanislau, especialista em psiquiatria da infância e da adolescência, as crianças de até 8 anos de idade tendem a ter uma visão mais distorcida da realidade. Dependendo do nível de maturidade, como ele explica, nesse "mundo mágico", muitas vezes, a morte é vista de forma fantasiosa, como se a pessoa se transformasse em uma estrela ou pudesse voltar à vida. Isso pode fazer com que a criança não entenda o real risco da situação.

Já com os adultos, por outro lado, o risco é justamente o oposto. "Às vezes, começamos a projetar na criança uma realidade que ela não entende. Isso pode gerar uma reação muito angustiante, fazendo ela ter uma nova interpretação muito mais grave da situação", explica.

Por esse motivo, o médico recomenda que a criança seja estimulada a falar sobre o assunto. No entanto, é preciso tomar cuidado com o excesso de estímulo sobre a situação, para que a angústia, ansiedade e falta de esperança do adulto não seja projetada na criança – que pode, como no caso dos gêmeos, estar lidando com a situação sem grandes crises, por causa de seu entendimento de mundo.

Vale destacar ainda que as reações de cada criança a situações extremas podem variar. A diretora da creche Cantinho Bom Pastor, Alconides Ferreira, compartilhou que conviveu com diferentes comportamentos na escola após o ataque. Algumas crianças falam mais sobre o assunto, outras menos. Há, ainda, aquelas que nem retornaram para a creche.

•        Apoio psicológico é preciso

O que não pode faltar após situações extremas, como a dos atentados em escolas, é o apoio psicológico. O psiquiatra Gustavo Estanislau defende que esse suporte seja institucionalizado nas redes de ensino, e não apenas uma ação para "apagar o incêndio".

Diferentemente da realidade geral das escolas públicas, a Cantinho Bom Pastor, unidade particular, até contava com uma psicóloga escolar específica da unidade. Porém, como explicou a diretora Alconides, o investimento havia sido cortado durante a pandemia. Após o ataque, o suporte foi feito por uma equipe de psicólogos da rede pública, que foi enviada para a unidade.

Atualmente, por meio de projeto da rede estadual de ensino, segundo dados obtidos pela reportagem, há 64 psicólogos e 64 assistentes sociais, para um universo de aproximadamente 520 mil estudantes, entre os ensinos Fundamental e Médio do Estado de Santa Catarina. As creches e pré-escolas são de gestão das prefeituras. Ou seja, são mais de 8.000 alunos matriculados para um psicólogo.

A presença de psicólogos e assistentes sociais nas redes públicas de educação básica é determinada em lei federal desde 2019. Mas essa implementação segue lenta e ainda é pouco acompanhada pelo governo. Em contato com o Ministério da Educação (MEC), o Terra foi informado que não há um controle nacional sobre esses processos e que as responsabilidades são de cada Estado.

•        Em abril deste ano, o MEC criou um grupo de trabalho interministerial para discutir ações de enfrentamento e prevenção à violência nas escolas do País. A proposta, segundo o ministério, é que também aconteça um acompanhamento das ações de apoio psicológico nas escolas. Em 90 dias, um relatório final sobre o tema, com propostas de ações, será apresentado.

>>>> Há psicólogos nas escolas públicas?

Para entender a implementação da legislação federal, o Terra fez um levantamento inédito com as secretarias de Educação dos 26 Estados brasileiros e do Distrito Federal. Desse total, 14 já contam com algum projeto em andamento, e cinco informaram que estão em fase de implementação. As demais secretarias não retornaram ao pedido, feito entre maio e junho deste ano.

Com sete ocorrências desde 2023, São Paulo é o Estado com maior número de atentados a escolas. A rede de ensino paulista só passou a contar com um programa de psicólogos escolares em 2020. O Programa Psicólogos da Educação, que se estabeleceu, de fato, no início de 2021, recebeu R$ 21 milhões em investimentos. Para 2023, estão previstos mais R$ 56 milhões. (Veja no mapa interativo abaixo como o programa funciona)

•        Sobrevivente

Adna Isabella, de 20 anos, é uma das sobreviventes de São Paulo. Ela viu de perto o atentado na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, um dos que registrou mais vítimas fatais no País. Ao todo, dez alunos foram mortos, entre eles um ex-namorado da jovem, que morreu na sua frente.

Na época com 16 anos, Adna foi atingida com um tiro no pulmão e passou por cirurgia para retirar a bala. As cicatrizes não foram só físicas. A tragédia do dia 13 de março de 2019 também impactou sua saúde mental.

Mais de quatro anos depois, ela ainda precisa recorrer a medicamentos para ter uma noite de sono completa e sem reviver as cenas de horror em pesadelos. Uma experiência traumática que mudou sua vida. "Tudo volta muito forte. E aí eu tomo a medicação para poder pelo menos aliviar", contou ela, que assumiu ter relutado contra a necessidade médica.

O que a auxiliou nesse processo foi, após o ataque, ter insistido no suporte psicológico. Há anos, ela é acompanhada pela mesma terapeuta em um Centro de Atenção Psicossocial (Caps) em Suzano. Mas essa relação não é linear. Adna admite que de vez em quando acaba se distanciando do atendimento e, nesses momentos, sente que as crises pioram e os sintomas voltam a assombrá-la.

Desde o atentado, Adna passou a conviver com um quadro depressivo, ansiedade e pânico. O retorno para a escola demorou, pois bastava ela sair na rua e ver adolescentes com mochilas para o medo voltar. A jovem chegou a se formar no Ensino Médio na Escola Raul Brasil, mas, depois, não conseguiu frequentar presencialmente uma graduação. Agora, adulta, ela faz faculdade de Gestão de Recursos Humanos à distância e celebra quando consegue apresentar trabalhos presencialmente. 

Na opinião de Adna, o apoio por parte da escola não foi o suficiente. Ela diz acreditar que, se tivesse sido acolhida em uma estrutura melhor, provavelmente boa parte do que viveu após o trauma poderia ter sido evitada.

"O primeiro mês teve o acolhimento. Depois, todo mundo da coordenação vivia como se nada tivesse acontecido e os alunos, totalmente devastados. Só na minha sala eu tive duas perdas. Acho que teve um desfalque ali. Poderia ter sido melhor, tanto que até hoje eu acho que isso é um assunto que deve ser debatido, deve ser acolhido nas escolas”, diz.

Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Educação de São Paulo, após o atentado, foram disponibilizados emergencialmente psicólogos para dar o suporte aos professores e alunos da escola. Não foi informada a quantidade de profissionais, nem por quanto tempo permaneceram na unidade. Segundo a sobrevivente, o apoio seguiu por 30 dias. Mas, por ela estar hospitalizada nesse período, acabou não conseguindo acessar a rede disponibilizada.

Adna conta que a maior parte dos seus colegas de escola não procurou ajuda psicológica. Sem o suporte do Estado nesse aspecto, o que restou foi buscar ajuda um no outro. Um de seus melhores amigos na época, Igor Felipe Oliveira, de 21 anos, foi quem a incentivou a ir para a escola e não deixou que ela desistisse. Hoje eles são noivos.

“Quando eu tinha crise em casa, eu tocava violão para me acalmar. Foi aí que o Felipe entrou na história. Ele me visitava em casa e, para me motivar a ir para a aula, ele falava para eu levar o violão. Ele esteve comigo em todo meu processo de volta à escola. A gente tocava e levantava louvores. Esses louvores que tinham como intuito me acalmar se tornaram movimentos de oração que envolveram a escola inteira. Aí, eu entendi que não era sobre mim, mas sobre um propósito muito maior.”

 

       4 anos após ataque em Suzano (SP), sobrevivente ainda luta contra pesadelos

 

Adna Isabella é uma das sobreviventes do atentado na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, na Região Metropolitana de São Paulo. O caso aconteceu em 2019 e foi um dos ataques escolares que deixou mais vítimas fatais no País. Dez alunos morreram, entre eles um ex-namorado da jovem, que foi alvejado em sua frente. Na época com 16 anos, Adna foi atingida com um tiro no pulmão e passou por uma cirurgia para retirar a bala. Mais de quatro anos depois, lembranças do ataque continuam vivas - e parte delas, ressignificadas.

Agora Adna tem 20 anos, terminou a escola, iniciou uma graduação em Gestão de Recursos Humanos à distância e é noiva de outro sobrevivente do marcante dia. A vida seguiu acontecendo, mas com rumos diferentes do que planejava na adolescência. Antes do atentado, ela nunca havia sido atendida por psicólogos. Agora, desde que tudo aconteceu, o acompanhamento psiquiátrico é fundamental para sua saúde. Para dormir, a jovem precisa recorrer a medicamentos, já que, sem isso, ela tem pesadelos com as cenas de horror. "Tudo volta muito forte. E aí eu tomo a medicação para poder pelo menos aliviar”.

Tudo começou por volta das 9h30 da manhã do dia 13 de março de 2019, quando dois homens entraram armados na escola. Ouvindo a gritaria, Adna correu para os fundos da instituição, onde ficava o centro de línguas, e se jogou no chão junto com outros alunos. Ali, ela olhou nos olhos de um dos invasores, que atirou contra ela. Do seu lado, estava Douglas, um ex-namorado do começo da adolescência, que também foi atingido.

"E aí, o portão abriu e um pessoal conseguiu levantar, conseguiu se esconder. Uma menina me levantou, eu já com muita dificuldade pra respirar, só que o Douglas ficou. Eu vi tudo, vi ele sendo morto na minha frente, mas no meu coração ainda tinha esperança dele estar vivo", relembra.

Os dias que sucederam o atentado foram torturantes para Adna, que, agora, convive com um quadro depressivo, de ansiedade e de pânico. Ao olhar no espelho, a imagem que ela via era a do ex-namorado. Dormir também não conseguia, já que os flashbacks da cena eram recorrentes. Sem contar no medo ao sair na rua, principalmente quando se deparava com qualquer imagem que remetesse à escola. Até alunos andando com mochila nas costas era um alerta. O atentado gerou sua primeira experiência com o luto e provocou sensações nela que poucos de nós conhecemos.

"Quando eu paro [o acompanhamento psicológico], eu sinto a diferença, porque é quando as crises pioram. É quando eu volto a sentir alguns sintomas do início", diz Adna, que continua se consultando com a mesma terapeuta em um Centro de Atenção Psicossocial (Caps) em Suzano. 

•        Apoio psicológico

Por parte da escola, Adna acredita que o apoio não foi o suficiente. Ela desabafa que, se tivesse sido acolhida em uma estrutura melhor, provavelmente, boa parte do que ela viveu após o trauma poderia ter sido evitada, tendo uma ressignificação diferente.

"O primeiro mês teve o acolhimento. Depois, todo mundo da coordenação vivia como se nada tivesse acontecido. E os alunos totalmente devastados. Só na minha sala teve duas perdas. Acho que teve um desfalque ali. Poderia ter sido melhor, tanto que até hoje eu acho que isso é um assunto que deve ser debatido, deve ser acolhido nas escolas", diz.

Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Educação de São Paulo, após o atentado, foram disponibilizados emergencialmente psicólogos para dar o suporte aos professores e alunos da escola. Não foi informada a quantidade de profissionais, nem por quanto tempo permaneceram na unidade. Segundo a sobrevivente, o apoio seguiu por 30 dias. Mas, por ela estar hospitalizada nesse período, acabou não conseguindo acessar a rede disponibilizada.

Foi no fim de 2019 que uma lei, que tramitava há cerca de 20 anos, foi promulgada e passou a exigir a atuação de psicólogos escolares nas redes públicas de ensino. Em São Paulo, onde aconteceu o ataque de Suzano e outros seis casos, a rede de ensino só passou a contar com um programa de psicólogos escolares em 2020. O Programa Psicólogos da Educação se estabeleceu, de fato, no início de 2021, 18 anos após o primeiro registro de atentado no Estado.

<<<< Lei quase foi vetada; entenda

•        - A Lei nº 13.935, que prevê a prestação de serviços de psicologia e serviço social nas redes públicas de educação básica, foi promulgada em dezembro de 2019.

•        - O projeto havia sido aprovado em setembro pela Câmara dos Deputados. Mas, em outubro, o então presidente Jair Bolsonaro (PL)  vetou integralmente a medida.

•        - Bolsonaro alegou que havia inconstitucionalidade no projeto e contrariedade ao interesse público. O veto dizia que a lei criaria despesas obrigatórias ao Poder Executivo sem ser indicada a respectiva fonte de custeio.

•        - O veto, porém, foi derrubado em novembro pelo Congresso Nacional.

•        - Foi dado o prazo de um ano, a partir de dezembro de 2019, para que as redes públicas de educação básica se alinhassem à medida. Segundo o Conselho Federal de Psicologia, o prazo foi estendido para o final de 2021 por conta da pandemia de Covid-19.

•        - Esse projeto tramitou por cerca de 20 anos antes de ser instituído como lei. O processo foi acompanhado por iniciativas como o Conselho Federal de Psicologia (CFP), a Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (Abrape) e a Associação Brasileira de Ensino da Psicologia (Abep), a Federação Nacional de Psicólogos (Fenapsi).

<<<< Quer que história vire livro

Adna diz ser evangélica desde pequena. Na adolescência, estreitou ainda mais os laços com a religiosidade. No dia do atentado, inclusive, ela conta ter sentido "a presença de Deus" enquanto ouvia um louvor na sala de aula.

"Foi muito impactante para mim, deu vontade de chorar e tudo. Passaram alguns minutos e eu li a Bíblia no celular, estava em uma passagem que diz 'Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu único filho para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna'. Foi muito bom, mas se resumiu a isso. Depois eu desci para o intervalo e foi quando tudo aconteceu".

Ela conta que foi esse momento de fé que a manteve de pé, deu força e coragem para enfrentar o que veio em seguida. Essa relação com Deus também foi o que a aproximou de Igor Felipe Oliveira, de 21 anos, seu atual noivo e melhor amigo desde a época do Ensino Médio. Felipe não se feriu fisicamente no atentado e, de maneira geral, vê a situação como "uma lembrança normal".

Quando Adna voltou da internação do hospital, o processo de retorno ao convívio escolar foi lento. A cumplicidade de Felipe, quando ainda eram só amigos, foi fundamental. "Ele me visitava e, para me motivar a ir para a aula, ele falava para eu levar o violão. Ele esteve comigo em todo meu processo de volta à escola. A gente tocava e levantava louvores. Esses louvores, que tinham como intuito me acalmar, se tornaram movimentos de oração que envolveram a escola inteira. Aí, eu entendi que não era sobre mim, mas sobre um propósito muito maior", conta Adna.

Esse movimento de oração na escola ressignificou a situação, diz acreditar Adna. Apesar das dificuldades que ela ainda enfrenta, vê que o que se resumia apenas a dor e medo tomou outro caminho, ganhou um propósito maior. Toda essa história, agora a de sua vida, está sendo transposta para um livro, adiantou a jovem ao Terra. "Agora, Deus me deu uma história para contar", disse ela, se referindo ao sonho de escrever um livro que a acompanha desde a infância.

•        Gatilhos

Entre 2002 e junho de 2023, foram registrados 25 ataques em unidades de ensino brasileiras, segundo o estudo Raio-X de 20 anos de ataques a escolas no Brasil, realizado pelo Instituto Sou da Paz.

Além de gatilhos que surgem por outras ocorrências, lidar com o "aniversário" do atentado também é difícil. Felipe pensa mais em estar ali para dar suporte a ela do que em suas próprias feridas. "O aniversário a gente passa sempre juntos. Quando está chegando perto do dia, e ela está sentindo bastante, lembrando, eu sempre estou ali para acalmá-la", diz.

Ao falar sobre o futuro, o casal afirma querer ter pelo menos dois filhos. Para Adna, porém, já é doloroso pensar em como vai ser a ida dessas crianças para a escola. Mesmo com medo, ela não imagina privá-los do ambiente escolar. "Eu acredito muito que filhos são flechas, e eu acredito que eles vão ser luz onde eles estiverem", afirma.

 

Fonte: Terra

 

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