quinta-feira, 29 de junho de 2023

4 em cada 10 cidades tiveram queda de população

As populações de quatro em cada dez cidades do país encolheram desde 2010, revelam dados do Censo 2022 divulgados nesta quarta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nesse mesmo período, a população brasileira, em geral, cresceu 6,5%.

Os números mostram que:

  • Dos 5.570 municípios do Brasil, 2.399 perderam habitantes entre 2010 e 2022 – isso representa 43% do total (veja detalhes mais abaixo nesta reportagem).
  • Essas cidades que encolheram estão espalhadas por quase todos os estados. Roraima e o Distrito Federal são as únicas unidades da federação em que todos os municípios cresceram.
  • Quase 60% das cidades que encolheram são muito pequenas: têm, no máximo, 10 mil habitantes.

<<<< Quais são as cidades que mais encolheram?

As dez cidades que mais perderam habitantes proporcionalmente entre 2010 e 2022 estão em estados das regiões Norte e Nordeste. E três delas ficam na Bahia. Veja, a seguir, o ranking e mais informações sobre cada uma:

  1. Catarina (CE) – a população caiu 45,24%
  2. Santana do Araguaia (PA) – queda de 42,28%
  3. Salgadinho (PE) – queda de 38,5%
  4. Ministro Andreazza (RO) – queda de 37,54%
  5. Campo Alegre (AL) – queda de 37,2%
  6. Ipixuna do Pará (PA) – queda de 36,66%
  7. Gameleira (PE) – queda de 34,74%
  8. Gongogi (BA) – queda de 33,62%
  9. Ubatã (BA) – queda de 33,62%
  10. Caatiba (BA)– queda de 32,93%

<<<< E a queda em números absolutos?

Considerando o número absoluto, e não a proporção, as seguintes cidades são as que mais perderam pessoas entre 2010 e 2022:

  1. Salvador (BA) – perdeu 257.651 habitantes
  2. Rio de Janeiro (RJ) – perdeu 109.023 habitantes
  3. São Gonçalo (RJ) – perdeu 102.984 habitantes
  4. Belém (PA) – perdeu 90.010 habitantes
  5. Porto Alegre (RS) – perdeu 76.781 habitantes

<<<< Como é a situação em cada estado?

Todos os estados do país têm cidades que encolheram, com exceção de Roraima, cujos 15 municípios cresceram nos últimos 12 anos, e do DF.

Já Rondônia, por exemplo, registrou queda no número de habitantes em 39 das suas 52 cidades (ou 75% do total).

<<<< Qual o tamanho das cidades que encolheram?

  • Quase 60% das 2.399 cidades que encolheram têm até 10 mil habitantes -- e apenas 11 têm mais de 500 mil.
  • Das 1.324 cidades brasileiras com até 5 mil habitantes, 59% encolheram.
  • No caso dos municípios que têm entre 5 mil e 10 mil habitantes, 50% perderam população entre 2010 e 2022.
  • Já no caso das cidades consideradas maiores (com mais de 10 mil habitantes), a maioria cresceu.

<<<< Quais são as grandes cidades que encolheram?

Entre as 2.399 cidades cujas populações diminuíram, apenas 11 têm mais de 500 mil habitantes – isso representa 0,46% entre todas que encolheram. Nesse bloco, destacam-se as capitais (a lista a seguir está em ordem alfabética):

  • Belém (PA) – queda de 6,46%
  • Belo Horizonte (MG) – queda de 2,53%
  • Duque de Caxias (RJ) – queda de 5,49%
  • Fortaleza (CE) – queda de 1,26%
  • Jaboatão dos Guararapes (PE) – queda de 0,13%
  • Natal (RN) – queda de 6,52%
  • Porto Alegre (RS) – queda de 5,45%
  • Recife (PE) – queda de 3,17%
  • Rio de Janeiro (RJ) – a população caiu 1,72%
  • Salvador (BA) – queda de 9,63%
  • São Gonçalo (RJ) – queda de 10,3%

 

Ø  Sete cidades superam 100 mil habitantes após aumento acima de 40%

 

Sete cidades brasileiras que registraram um aumento populacional acima de 40% nos últimos 12 anos superaram a marca dos 100 mil habitantes. São elas: Senador Canedo (GO), Fazenda Rio Grande (PR), Luís Eduardo Magalhães (BA), Sorriso (MT), Camboriú (SC), Nova Serrana (MG) e Sarandi (PR).

Nesta quarta-feira (28), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou as primeiras informações populacionais do Censo 2022, revelando que o Brasil registrou um aumento de 12,3 milhões de habitantes desde 2010, quando houve a última operação censitária. Dessa forma, vivem no país um total de 203 milhões de pessoas.

Entre os dados já divulgados pelo IBGE, está a lista dos maiores aumentos percentuais considerando cidades que possuem atualmente mais de 100 mil habitantes. As taxas variam entre 84,3% e 38,5%. Dos municípios relacionados, 13 já tinham ao menos 100 mil habitantes em 2010. Os outros sete, que tiveram ao menos 40% de crescimento populacional, atingiram essa marca ao longo dos últimos 12 anos.

Chama atenção que mais da metade dos municípios relacionados situam-se no Sul e no Centro-Oeste. Destaca-se o estado de Santa Catarina, com quatro cidades na lista: Camboriú (SC), Palhoça (SC), Itajaí (SC) e Chapecó (SC). Contando ainda Fazenda Rio Grande (PR) e Sarandi (PR), o Sul aparece com seis representantes.

Entre as cidades do Centro-Oeste, está Senador Canedo (GO), que lidera a lista, com um crescimento de 84,3%, saltando de 84.443 habitantes em 2010 para 155.635 em 2022. Aparecem ainda Sinop (MT) na 4ª posição, Sorriso (MT) na 6ª posição, Valparaíso de Goiás (GO) na 11ª posição e Águas Lindas de Goiás (GO) na 18ª posição.

Os dados divulgados pelo IBGE também revelam um intenso crescimento populacional no Centro-Oeste a partir das capitais. É a única região do país onde houve aumento em todas elas. As taxas superam 10% em todas as três capitais estaduais: Goiânia, Campo Grande e Cuiabá.

<<<<< Confira a lista das cidades com mais de 100 mil habitantes que tiveram maior crescimento populacional em termos percentuais:

1. Senador Canedo (GO) 84,3%

2. Fazenda Rio Grande (PR) 82,3%

3. Luís Eduardo Magalhães (BA) 79,5%

4. Sinop (MT) 73,4%

5. Parauapebas (PA) 73,1%

6. Sorriso (MT) 66,3%

7. Camboriú (SC) 65,3%

8. Palhoça (SC) 62,1%

9. Maricá (RJ) 54,8%

10. São José De Ribamar (MA) 50,0%

11. Valparaíso De Goiás (GO) 49,5%

12. Rio Das Ostras (RJ) 48,1%

13. Boa Vista (RR) 45,4%

14. Itajaí (SC) 44,0%

15. Nova Serrana (MG) 43,2%

16. Sarandi (PR) 43,0%

17. Santana De Parnaíba (SP) 41,6%

18. Águas Lindas De Goiás (GO) 41,6%

19. Chapecó (SC) 38,8%

20. Paço Do Lumiar (MA) 38,5%

 

Ø  13 dos 20 menores municípios do Brasil perdem população, diz Censo

 

De 2010 para 2022, a população residente diminuiu em 13 e aumentou em 7 dos 20 menores municípios do Brasil. Nesses locais, o número de habitantes varia de pouco mais de 800 a menos de 1.400.

É o que indicam os primeiros dados do Censo Demográfico 2022, divulgados nesta quarta-feira (28) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Em 2022, o município com a menor população do país foi Serra da Saudade (a 266 km de Belo Horizonte), no interior de Minas Gerais. O número local de habitantes subiu de 815 no Censo de 2010 para 833 na contagem relativa ao ano passado.

Apesar da alta de 2,2%, Serra da Saudade foi ultrapassado por Borá (a 488 km de São Paulo), que havia registrado a menor população do país no levantamento anterior.

No município paulista, o contingente saiu de 805 pessoas em 2010 para 907 em 2022. O crescimento foi de 12,7%, o mais elevado entre as 20 menores cidades do Brasil.

O município goiano de Anhanguera (a 269 km de Goiânia) registrou a terceira menor população do país em 2022. O número local de habitantes diminuiu 9,4%, de 1.020 para 924.

Entre os 20 menores municípios do país, o mineiro São Sebastião do Rio Preto (a 172 km de Belo Horizonte) registrou a maior perda de população em termos relativos.

O número local de habitantes caiu 21,9% em relação ao Censo anterior, de 2010. A população da cidade diminuiu de 1.613 naquele ano para 1.259 em 2022.

O município gaúcho de União da Serra (a 222 km de Porto Alegre) teve a segunda maior baixa entre os 20 menores municípios. A redução foi de 21,3%: de 1.487 habitantes em 2010 para 1.170 em 2022.

União da Serra e São Sebastião do Rio Preto tiveram, respectivamente, a nona e a décima menor população entre os os 5.570 municípios brasileiros no ano passado.

Desse total, 44,8% (ou 2.495) tinham até 10 mil habitantes. Essa parcela, contudo, reunia apenas 6,3% da população do país, o equivalente a 12,8 milhões de pessoas.

O IBGE não detalhou os motivos por trás da perda de população em municípios menores. Porém, ressaltou que também houve um movimento de redução em parte das áreas de grande concentração urbana, incluindo capitais.

Cerca de 29% da população do país vive em 41 municípios com mais de 500 mil habitantes. Eles representam apenas 0,74% do total de cidades (5.570).

MENOS VERBA

As informações do Censo balizam os repasses do FPM (Fundo de Participação dos Municípios), fonte de recursos para as prefeituras.

A divisão do fundo é feita de acordo com o tamanho dos municípios. Ou seja, a redução da população pode resultar em receitas menores para as prefeituras.

Neste ano, o plenário do Senado aprovou um projeto de lei complementar que cria um período de transição de dez anos para o reenquadramento no FPM dos municípios com baixa nos coeficientes. A medida busca suavizar as possíveis perdas a partir do Censo.

*

OS 20 MENORES MUNICÍPIOS DO BRASIL

Local - População em 2022 - Variação ante 2010, em %

Serra da Saudade (MG) - 833 - 2,2

Borá (SP) - 907 - 12,7

Anhanguera (GO) - 924 - (-9,4)

Araguainha (MT) - 1.010 - (-7,8)

Nova Castilho (SP) - 1.062 - (-5,6)

Cedro do Abaeté (MG) - 1.081 - (-10,7)

André da Rocha (RS) - 1.135 - (-6,7)

Oliveira de Fátima (TO) - 1.164 - 12,2

União da Serra (RS) - 1.170 - (-21,3)

São Sebastião do Rio Preto (MG) - 1.259 - (-21,9)

Coqueiro Baixo (RS) - 1.290 - (-15,6)

Engenho Velho (RS) - 1.296 - (-15,1)

Miguel Leão (PI) - 1.318 - 5,2

Nova Aliança do Ivaí (PR) - 1.323 - (-7,5)

Jardim Olinda (PR) - 1.343 - (-4,7)

Carlos Gomes (RS) - 1.368 - (-14,9)

Tupanci do Sul (RS) - 1.374 - (-12,7)

Uru (SP) - 1.387 - 10,9

Lagoa Santa (GO) - 1.390 - 10,8

Grupiara (MG) - 1.392 - 1,4

 

Ø  População do Centro-Oeste é a que mais cresce no Brasil

 

O Centro-Oeste brasileiro teve o maior crescimento populacional da última década entre as regiões brasileiras, segundo dados do Censo Demográfico 2022 divulgados pelo IBGE nesta quarta-feira (28). A taxa indica um crescimento de 1,23% ao ano, mais do que o dobro da média do país, de 0,52%.

Em segundo lugar aparece o Norte, que viu esse índice de crescimento cair a 0,75%, menos da metade do registrado no período de 2000 a 2010, que foi de 2,86%. Completam a lista o Sul, com 0,74%, o Sudeste com 0,45%, e o Nordeste, com 0,24%.

Formada por Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal, o Centro-Oeste também apresentou o maior aumento na participação relativa da população do país, com 0,6% a mais do que a última contagem, em 2010, chegando a 8%. Em seguida, vêm o Sul, com 0,3%, e o Norte, com 0,2%.

Nordeste e Sudeste perderam, respectivamente, 0,9% e 0,3% de participação na população do país, que chegou a 203 milhões de habitantes, contingente abaixo da previsão divulgada pelo IBGE.

Entre os estados e o Distrito Federal, a população se divide em 7,05 milhões em Goiás (6 milhões em 2010); 3,65 milhões em Mato Grosso (3,03 milhões em 2010); 2,81 milhões no Distrito Federal (2,57 milhões em 2010) e 2,75 milhões em Mato Grosso do Sul (2,44 milhões em 2010).

Terceira cidade mais populosa do país, Brasília chegou a 2,81 milhões de habitantes, com aumento de 9,6% em relação a 2010. Em décimo lugar, Goiânia cresceu 10,4%.

Campo Grande (MS), que também figura entre as 20 mais populosas, teve aumento de 14,1%. Cuiabá, por sua vez, cresceu 18%.

O município goiano de Abadia de Goiás foi o que mais cresceu em domicílios, saindo de 2.644 em 2010 para 7.866 na edição atual, um crescimento de 197,5%. Senador Canedo, também no estado, foi a que mais cresceu relativamente no Brasil.

O crescimento anual da população no Centro-Oeste, assim como no resto do país, vem desacelerando. A taxa atual é quase metade da registrada entre 1991 e 2000, com crescimento de 2,39% ao ano.

Na região Norte, o Pará lidera com 8,11 milhões de pessoas, seguido por Amazonas (3,94 milhões), Rondônia (1,58 milhões), Tocantins (1,51 milhões), Acre (830 mil), Amapá (733 mil) e Roraima (636,3 mil).

No Sudeste, que perdeu 0,5% de participação relativa da população brasileira, São Paulo concentra a maior parte da população com folga, com 44,4 milhões de habitantes. Minas Gerais tem 20,5 milhões, o Rio de Janeiro, 16 milhões, e o Espírito Santo, 3,8 milhões de habitantes.

O Nordeste, com a taxa anual de crescimento populacional mais baixa do país na década, tem a Bahia na liderança, com 14,1 milhões de habitantes. A região também teve a maior redução na participação da população nacional, caindo de 27,8% para 26,9%.

Seguem a lista Pernambuco (9 milhões), Ceará (8,79 milhões), Maranhão (6,77 milhões), Paraíba (3,97 milhões), Rio Grande do Norte (3,3 milhões), Piauí (3,26 milhões), Alagoas (3,12 milhões) e Sergipe (2,2 milhões).

No Sul, o Censo registrou 11,4 milhões de habitantes no Paraná, 10,8 milhões no Rio Grande do Sul e 7,69 milhões em Santa Catarina.

 

Fonte: g1/IstoÉ/IBGE/FolhaPress

 

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