quarta-feira, 31 de maio de 2023

Novos produtos e informações enganosas ameaçam décadas de conquistas contra o uso do tabaco

Embora a porcentagem da população que consome tabaco nas Américas tenha diminuído de 28% para 16,3% entre 2000 e 2020, novos produtos e informações enganosas da indústria do tabaco, especialmente voltados para os jovens, ameaçam anular essas conquistas. Nas vésperas do Dia Mundial sem TabacoEmpresas de tabaco da Espanha serão obrigadas a pagar pela limpeza de bitucas de cigarro (31 de maio), o diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Jarbas Barbosa, pede políticas eficazes para proteger os jovens.

“A indústria do tabaco e seus aliados não descansam. Atualmente, eles divulgam muitas informações enganosas que promovem, especialmente entre os jovens, o uso de cigarros eletrônicos e produtos de tabaco aquecidos”, destaca Jarbas Barbosa. “Embora oito países da região tenham proibido a comercialização de cigarros eletrônicos e quatro de produtos de tabaco aquecidos, estamos preocupados com o fato de 14 países ainda não terem tomado nenhuma medida regulatória a esse respeito”, acrescenta.

Os cigarros eletrônicos são a forma mais comum de distribuição eletrônica de nicotina. Suas emissões, além da nicotina, contém outras substâncias tóxicas que são prejudiciais tanto para os usuários quanto para as pessoas expostas a elas.

Para enfrentar a crescente ameaça à saúde representada por esses produtos, o diretor da OPAS conclama os países a implementarem políticas para prevenir o uso, especialmente entre os jovens, já que eles podem se tornar a porta de entrada para o consumo regular de tabaco.

O uso do tabaco mata um milhão de pessoas por ano nas Américas, uma a cada 34 segundos. Além disso, 15% das mortes por doenças cardiovasculares, 24% das mortes por câncer e 45% das mortes por doenças respiratórias crônicas são atribuíveis ao uso do tabaco. Na região, 11% dos jovens usam tabaco.

·         Progresso no controle de tabaco nas Américas

Desde a entrada em vigor da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco da OMS, em 2005, a região tem feito grandes avanços na prevenção e no controle. Atualmente, 96% da população de 35 países da região está protegida por pelo menos uma das seis medidas recomendadas de controle do tabaco.

Em 2020, a América do Sul se tornou a primeira sub-região livre de fumo nas Américas, ou seja, há uma proibição total de fumar em locais públicos fechados, locais de trabalho e no transporte público. O México também adotou a política de ambiente 100% livre de fumo e proibiu todas as formas de publicidade, promoção e patrocínio do tabaco. Como resultado, 63% da população das Américas – ou mais de 600 milhões de pessoas – estão agora protegidas da exposição à fumaça do tabaco.

Além disso, em 2022, o Paraguai ratificou o Protocolo para Eliminar o Comércio Ilícito de Produtos de Tabaco, o que impulsionará os esforços regionais nessa área.

“Essas conquistas nos permitem ter confiança de que a região das Américas atingirá a meta de redução de 30% na prevalência do uso de tabaco em pessoas com mais de 15 anos de idade até 2025, estabelecida no Plano de Ação Global da OMS para a Prevenção e Controle de Doenças Não Transmissíveis”, ressalta o diretor da OPAS. 

Para acelerar o progresso, o diretor da OPAS considera “urgente acelerar os esforços para implementar as principais medidas que ficaram para trás, incluindo aumentos de impostos, proibição total da publicidade, promoção e patrocínio de produtos de tabaco e adoção de mecanismos para gerenciar conflitos de interesse”.

·         Dia Mundial sem Tabaco 2023

O Dia Mundial Sem Tabaco foi criado pelos Estados Membros da OMS em 1987 e é comemorado todo dia 31 de maio. O objetivo é aumentar a conscientização sobre os efeitos nocivos do uso do tabaco e da exposição à fumaça do tabaco. O tema do Dia Mundial Sem Tabaco deste ano é “Cultive Alimentos, Não Tabaco”.

“Peço a todos os Estados Membros da OPAS que acelerem a implementação da Convenção-Quadro da OMS para o Controle do Tabaco, inclusive para apoiar atividades alternativas economicamente viáveis ao cultivo do tabaco e à proteção ambiental”, reforça Jarbas Barbosa.

 

Fonte: Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS)

 

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