sábado, 1 de abril de 2023

Presidente chinês Xi Jinping exorta UE a manter sua independência estratégica

Um desenvolvimento saudável das relações China-UE exige que a União Europeia defenda firmemente sua independência estratégica, disse o presidente chinês Xi Jinping hoje (31), durante uma reunião com o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez em Pequim.

"Para um desenvolvimento saudável das relações China-UE, é necessário que a UE afirme firmemente sua independência estratégica", disse o líder chinês.

De acordo com Xi, a China e a UE aderem ao multilateralismo, aos objetivos e princípios da Carta da Organização das Nações Unidas (ONU) e defendem a resolução pacífica de disputas internacionais.

Ele ainda disse que os dois lados deveriam ser parceiros no caminho da modernização e bons amigos na solução conjunta de problemas globais.

Xi Jinping também disse que a China está pronta para se engajar em um diálogo e cooperação abrangente com a UE, num espírito de independência, respeito mútuo e benefício mútuo, e espera que a Espanha desempenhe um papel ativo na promoção do diálogo e cooperação China-UE.

Recentemente, o embaixador da China na União Europeia Fu Cong disse que a Europa deve rejeitar as exigências de Washington de conter as relações econômicas com Pequim, alertando que qualquer país que rasgue os laços comerciais com a China o fará por sua conta e risco.

Os Estados Unidos e seus aliados acusam a China de prejudicar o sistema de comércio global através do uso de subsídios industriais maciços, restrições ao investimento interno e violações da proteção de propriedade intelectual.

A ratificação de um acordo de investimentos UE-China estagnou em 2021, depois que Pequim impôs sanções aos membros do Parlamento Europeu. O embaixador disse esperar que a liderança da UE "reúna coragem suficiente e também força política" para efetuar a aprovação final do acordo.

•        Europa reconhece impotência perante Rússia em meio a compras recorde de seu GNL, aponta jornal

A União Europeia e as autoridades espanholas em particular se tornaram impotentes ante o aumento das compras de gás natural liquefeito (GNL) russo, contra o qual não foram impostas restrições, aponta o jornal El Confidencial.

De acordo com a mídia, a Espanha é o país que na Europa mais importa o GNL russo.

"O gás russo flui em grande abundância para a Espanha, nem o governo nem Bruxelas sabem como pará-lo. O país aumentou a compra deste combustível em 84% desde o início [da operação especial russa na Ucrânia]. Nos dois primeiros meses deste ano, os boletins estatísticos mensais da Enagás revelam um aumento de 172% em relação ao mesmo período do ano passado. Uma realidade incómoda que tem provocado reações tanto em Madri como em Bruxelas", destacou o autor do artigo, Lucas Proto.

O jornalista acrescentou que as autoridades europeias tentaram pressionar os importadores de combustíveis espanhóis, apesar de o GNL russo não estar incluído nas sanções ocidentais.

"Mas a realidade é que, tanto em Espanha como no resto da União Europeia (UE), não existe nenhum mecanismo, para além das palavras, para colocar uma tampa no fluxo de hidrocarboneto para ocidente. Os importadores são empresas privadas e as transações são totalmente legais, uma vez que, ao contrário do petróleo bruto e dos seus produtos derivados, não existem vetos nem sanções contra o GNL proveniente da Rússia", explicou Proto.

Segundo ele, a crescente atratividade do GNL russo se verifica em toda a União Europeia. As importações deste hidrocarboneto aumentaram acentuadamente para 19,25 de bilhões de metros cúbicos em 2022, em comparação com 14 bilhões de metros cúbicos em 2021.

•        Ministro da Energia da Turquia: Europa acabou se mostrando despreparada para crise do gás

A Europa acabou se mostrando despreparada para a crise do gás, estando as fontes de exportação de gás natural liquefeito (GNL) longe de atender à crescente demanda, disse o ministro de Energia e Recursos Naturais da Turquia, Fatih Donmez.

"A Europa não estava preparada para uma crise de gás. A Europa procurava uma alternativa com a mudança para o gás natural liquefeito. Mas mesmo lá os preços subiram anormalmente por causa de problemas como capacidade insuficiente e o número de terminais, e porque os países de origem de repente se viram longe de atender a essa demanda crescente", disse Donmez.

De acordo com o ministro turco, é necessário analisar quem foi mais afetado pela crise.

"Precisamos olhar para quem está se beneficiando mais. Portanto, acho que precisamos avaliar quem está se beneficiando desta crise e quem não está. Não é possível administrar este processo somente através da economia", ressaltou Donmez.

Segundo ele, a Europa vai avaliar e tomar sua própria decisão.

"Como Turquia [...], continuaremos apoiando a Europa, especialmente os países amigos, com projetos de longo e médio prazo", conclui ele.

A crise energética da UE se agravou no início de julho de 2022 quando surgiram as primeiras interrupções no fornecimento de gás da Rússia para vários países da união, incluindo problemas com a manutenção de turbinas do Nord Stream (Corrente do Norte) devido a sanções contra a Rússia.

O Ocidente aumentou a pressão das sanções contra a Rússia sobre a Ucrânia, levando ao aumento dos preços de eletricidade, combustível e alimentos na Europa e nos EUA.

 

       Uso do yuan em transações de petróleo e gás afeta negativamente o status do dólar, opina analista

 

O uso do yuan para o comércio de petróleo e gás, especialmente do Oriente Médio, certamente está tendo um impacto negativo no status internacional do dólar, mas o mundo provavelmente ainda tem um longo caminho a percorrer para se afastar do dólar, disse à Sputnik na quinta-feira (30) cientista da Universidade de Yale, nos EUA, Bian Yongzu.

Na véspera, a Corporação Nacional de Petróleo Offshore da China (CNOOC, na sigla inglês) e a francesa TotalEnergies concluíram a primeira venda para a China de gás natural liquefeito (GNL) em yuans através da Bolsa de Petróleo e Gás Natural de Xangai: a CNOOC vendeu à TotalEnergies 65 mil toneladas de GNL dos EAU.

"Acho que isso definitivamente faz sentido. A China está cada vez mais usando transações em yuans para suas exportações, mas a participação do yuan nas importações chinesas continua pequena. O fato de que desta vez o yuan foi usado para transacionar recursos de petróleo e gás é um avanço, e especialmente para as importações do Oriente Médio a importância disso é ainda maior", disse Bian Yongzu.

O especialista explicou que tradicionalmente os EUA têm um direito de voto importante no sistema financeiro internacional, e uma das coisas mais importantes é a existência de petrodólares: Washington foi capaz de concluir importantes alianças com os países produtores de petróleo do Oriente Médio, e essa é a base da hegemonia do dólar.

"O uso do yuan no comércio de recursos de petróleo e gás do Oriente Médio certamente tem algum impacto negativo sobre o status internacional do dólar, e também é uma manifestação da desdolarização. Quanto a saber se isso significa uma dolarização consistente no longo prazo ainda precisa ser esclarecido", acrescentou o analista.

Segundo ele, como os Estados Unidos estão atualmente em um período de aumento das taxas de juros, a liquidez internacional do dólar começou a cair. Enquanto isso, a China é uma grande potência comercial e econômica, e a confiança no yuan começou a aumentar, o que também incentiva alguns países a usar o yuan como uma alternativa quando não têm dólares.

"Mas se isso será uma tendência de longo prazo ainda se desconhece. A hegemonia do dólar se manifesta não apenas no comércio, mas também na precificação de bens e nas transações internacionais nos mercados financeiros [...] No futuro, talvez cada vez mais comércio seja realizado usando o yuan, mas o mundo provavelmente tem um longo caminho a percorrer para se livrar do dólar", enfatizou ele.

 

       Mídia: EUA querem manter laços com China usando métodos da Guerra Fria

 

Diante da visita da chefe de Taiwan à EUA, um alto funcionário da Casa Branca sugeriu que a comunicação entre os governos norte-americano e chinês pode ser mantida da mesma forma que durante a Guerra Fria com a URSS, diz Reuters.

Segundo o artigo, sendo uma época de tensões crescentes com a China por ocasião da chegada da presidente de Taiwan aos EUA,Tsai Ing-wen, o coordenador para o Indo-Pacífico dos EUA, Kurt Campbell, disse que Washington deixou claro a Pequim que está pronto para ter mais ligações telefônicas entre o presidente Joe Biden e o líder chinês Xi Jinping.

"Estamos preparados e, de nossa perspectiva, queremos manter as linhas de comunicação abertas e é nossa intenção manter essas linhas abertas", cita a edição o funcionário.

De acordo com Campbell, a China tem sido relutante em participar de discussões sobre "a criação de confiança ou de comunicações de crise, ou linhas telefônicas de emergência". Ele disse que seria um "passo responsável" obter tais mecanismos.

"Nós construímos esses [mecanismos] durante a Guerra Fria. Achamos que agora eles são apropriados", acrescentou Campbell.

Campbell também disse, segundo a edição, que os Estados Unidos estão intensificando seu foco no Indo-Pacífico apesar da crise na Ucrânia, o que mostram seus orçamentos, compromissos, ajuda e assistência.

Suas considerações têm como pano de fundo a visita da presidente taiwanesa aos EUA.

A presidente de Taiwan Tsai Ing-wen chegou a Nova York na quarta-feira (29) a caminho da América Central. No caminho de volta para Taipé na próxima semana, ela deverá se encontrar com altos funcionários dos EUA em Los Angeles.

A agência observa que a visita se realiza em uma época em que as relações entre os EUA e a China estão em seu pior nível desde que Washington normalizou os laços com Pequim em 1979.

•        General dos EUA prevê derrota do país em caso de guerra com China

Os Estados Unidos podem ser derrotados em uma possível guerra com a China no Pacífico, disse o comandante do Corpo de Fuzileiros dos EUA (USMC), David Berger, à Newsweek.

De acordo com a publicação, citando o oficial, o Exército dos EUA carece de capacidades anfíbias que possam ser decisivas em um conflito com a China.

"O papel da capacidade anfíbia é crucial no contexto do Pacífico, mas Berger e outros chefes dos fuzileiros navais dizem que seu estado de preparação caiu para seu nível mais baixo nos últimos anos, para 35% do que era necessário para criar três Grupos de Prontidão Anfíbia o tempo todo", diz o artigo.

Segundo Berger, problemas com a rotação em três etapas, que inclui o pré-treinamento, depois a mobilização e finalmente o retorno e a manutenção das forças, poderem colocar o Exército em uma posição precária.

"Qualquer falta de prontidão afeta essa rotação [...] é possível que não haja nem navios para a transferência nem o treinamento necessário dos fuzileiros navais e marinheiros para assegurar as capacidades do comandante do agrupamento", cita a edição Berger.

Anteriormente, o ex-coronel norte-americano Anthony Schaeffer referiu as vantagens do Exército russo sobre a forças ucranianas que permitem as esgotar.

Ele disse que, graças às capacidades avançadas e eficazes de inteligência, as forças russas destroem instantaneamente as forças ucranianas cada vez que elas montam qualquer ataque, não lhes deixando nenhuma chance.

 

       Diplomata chinês: qualquer país que rasgue laços comerciais com China o fará 'por sua conta e risco'

 

A Europa deve rejeitar as exigências de Washington de conter as relações econômicas com Pequim, disse um diplomata chinês, alertando que qualquer país que rasgue os laços comerciais com a China o fará por sua conta e risco.

Fu Cong, embaixador da China na União Europeia, afirmou que os EUA "não vão parar por nada" para interromper as relações normais entre o bloco e a China, acrescentando que na Europa está em ascensão uma "tendência protecionista".

"Quem em sã consciência abandonaria um mercado tão próspero como a China?" disse ele ao Financial Times, alertando os políticos europeus para não minarem o sentimento empresarial positivo em relação à China. Se o fizerem, "será apenas por sua conta e risco."

O embaixador destacou que os Países Baixos "cederam à pressão dos EUA", anunciando este ano restrições às exportações para a China de sua tecnologia de fabricação de semicondutores. Ele sugeriu que Pequim poderia retaliar dependendo da extensão das medidas.

"Esperamos que os governos europeus e os políticos europeus possam ver onde estão seus interesses e resistir à pressão injustificada dos EUA", disse Fu.

Referindo-se ainda aos Países Baixos, ele acrescentou: "Eles precisam estar conscientes de que a China não pode simplesmente ficar sentada e ver seus próprios interesses sendo pisoteados assim, sem tomar nenhuma ação em resposta."

A fala do diplomata chinês veio imediatamente após as declarações da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sobre as relações UE-China. Bruxelas deve desenvolver "novas ferramentas defensivas" à medida que atualiza suas políticas de segurança diante de uma China cada vez mais assertiva, disse von der Leyen em um discurso.

Os EUA intensificaram os esforços para convencer os aliados a endurecer sua abordagem em relação à China, à medida que as relações entre as duas superpotências econômicas se agravam por causa de Taiwan e do apoio de Pequim à Rússia.

Von der Leyen está procurando conduzir uma linha distinta dos EUA, enfatizando que seu objetivo não é "se dissociar" da China, mas sim remover os riscos.

Os Estados Unidos e seus aliados acusam a China de prejudicar o sistema de comércio global através do uso de subsídios industriais maciços, restrições ao investimento interno e violações da proteção de propriedade intelectual.

A ratificação de um acordo de investimento UE-China estagnou em 2021, depois que Pequim impôs sanções aos membros do Parlamento Europeu. O embaixador disse esperar que a liderança da UE "reúna coragem suficiente e também força política" para efetuar a aprovação final do acordo.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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