Países ocidentais
falharam em seus esforços para isolar a Rússia do mundo, diz membro da UE
Pawel
Jablonski, vice-ministro das Relações Exteriores da Polônia, afirmou que os
países ocidentais falharam em seus esforços para isolar a Rússia do mundo, já
que o país assumiu a presidência rotativa no Conselho de Segurança da ONU.
"Isso
não é nada engraçado, pois, infelizmente, serve como prova de que, nas
organizações internacionais, esse mecanismo de isolar a Rússia não funciona
como deveria", afirmou o vice-ministro ao comentar em entrevista à
emissora Telewizja Republika TV a declaração do ministro das Relações
Exteriores da Ucrânia, Dmitry Kuleba.
O
ministro ucraniano descreveu a presidência do Conselho de Segurança da ONU como
"uma piada de mau gosto".
Além
disso, ele enfatizou que Varsóvia pretende que Moscou deixe de influenciar
outros países, acrescentando que a presidência da Rússia no conselho não é um
bom presságio para ninguém.
Jablonski
também sugeriu que a Rússia deveria ser "excluída ou suspensa" da ONU
e do Conselho de Segurança da Organização.
No
entanto, a Rússia é um dos cinco membros permanentes do Conselho e tem o
direito de veto, tornando sua exclusão praticamente impossível.
O
polonês ainda admitiu que, apesar do conflito na Ucrânia, Moscou tem muitos
aliados em outros países, especialmente naqueles que já foram colônias
ocidentais.
A
Rússia assumiu a presidência mensal rotativa do Conselho de Segurança da ONU no
sábado (1º). Desde 1946, a liderança do CS alterna entre seus 14 Estados-membros,
seguindo a ordem alfabética.
• Kremlin: Moscou se reserva o direito de
responder ante os desenvolvimentos hostis em torno da Rússia
O
porta-voz presidencial russo, Dmitry Peskov se referindo ao novo conceito de
política externa russa, disse que os desenvolvimentos hostis em torno da Rússia
tornam necessário reservar o direito de responder.
"A
prática do uso preventivo tem sido e é amplamente utilizada por muitos países
do mundo. Antes de tudo, estamos falando dos países do Ocidente coletivo. E os
desenvolvimentos atuais, incluindo os desenvolvimentos hostis em nosso redor,
tornam necessário que também nos reservemos esse direito" disse Peskov.
Em
suas palavras, o conceito em si foi atualizado à luz das novas realidades.
Em
31 de março, o presidente russo Vladimir Putin assinou o decreto que aprova o
novo conceito de política externa da Rússia.
De
acordo com o documento, a Rússia não se considera inimiga do Ocidente e não se
isola dele, nem tem intenções hostis.
Ao
mesmo tempo, Moscou vê a política dos Estados Unidos como a principal fonte de
riscos para sua segurança e para a paz internacional.
Por
sua vez, o chanceler russo Sergei Lavrov apontou que a política de confrontação
com Moscou não trará benefícios e obrigará Moscou a empreender respostas
simétricas e assimétricas.
• Hungria não desistirá dos contratos com
Moscou por razões políticas, diz chanceler do país
A
Hungria não vai desistir dos contratos de longo prazo, inclusive com a Gazprom,
por razões políticas, disse o ministro das Relações Exteriores húngaro Peter
Szijjarto, à Sputnik.
"Não
abriremos mão de nenhuma fonte de energia confiável por razões políticas",
disse ele.
De
acordo com o chanceler húngaro, o país tem tido como prioridade assegurar um
fornecimento estável de recursos energéticos.
"Nossos
contratos de longo prazo estão funcionando bem, não estamos prontos e não vamos
desistir deles, isso é certo", acrescentou Szijjarto.
"Estamos
falando de contratos com empresas como a Gazprom, Shell e algumas outras",
concluiu ele.
A
União Europeia (UE) vive uma crise energética devido aos elevados preços do
gás, resultado das sanções impostas por Bruxelas aos combustíveis da Rússia.
A
Hungria criticou repetidamente a política de sanções da UE contra a Rússia,
enfatizando que isso afeta severamente a economia de todo o bloco e fica aquém
de seu objetivo de enfraquecer Moscou.
Anteriormente,
as autoridades húngaras disseram que vetariam eventuais sanções contra a
energia nuclear russa.
Em
setembro de 2021, a Hungria e a Gazprom assinaram contratos para fornecer 4,5
bilhões de metros cúbicos de gás por ano durante os próximos 15 anos, dos quais
3,5 bilhões de metros cúbicos por ano chegarão através da Sérvia (via gasoduto
Turkish Stream) e um bilhão através da Áustria.
A
Hungria recebeu os primeiros volumes de gás através do gasoduto Balkan Stream,
que transporta gás do Turkish Stream, no dia 1º de outubro passado.
• Destino de Kiev não tem nenhum
significado real para o Ocidente, segundo mídia polonesa
O
futuro da Ucrânia não é de interesse para os países ocidentais, que
concentraram todos seus esforços na luta contra a Rússia, diz a publicação
polonesa Mysl Polska.
"O
chamado problema ucraniano, a questão da existência do Estado e suas
perspectivas não são importantes. Não é essa a questão. O destino de Kiev como
unidade política independente não tem nenhum significado real e certamente não
o futuro do povo ucraniano", diz o material.
De
acordo com o artigo, a "paz fria" entre a Rússia e o Ocidente tem
durado demais. O confronto atual deve ser qualificado como um confronto final
entre o Kremlin e os EUA e a Europa.
A
Polônia no cenário internacional não significa mais do que a Ucrânia,
acrescentou o autor do artigo. Os poloneses continuam vivendo sob ilusões
colossais sobre seu próprio papel na política global, concluiu ele.
• Operação especial na Ucrânia
Em
24 de fevereiro de 2022, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou o
início de uma operação militar especial para desmilitarização e desnazificação
da Ucrânia.
Durante
a operação, o Exército russo, junto com as forças das repúblicas de Donetsk e
Lugansk, libertou completamente a República Popular de Lugansk e uma parte
significativa da república de Donetsk, inclusive Mariupol, bem como a região de
Kherson, áreas de Zaporozhie perto do mar de Azov e uma parte da região de
Carcóvia.
De
23 a 27 de setembro, a RPD, a RPL e as regiões de Kherson e Zaporozhie
realizaram referendos sobre a adesão à Rússia, com a maioria da população
votando a favor. Em 30 de setembro, durante uma cerimônia no Kremlin, o
presidente russo assinou os acordos sobre a integração das repúblicas populares
de Donetsk e Lugansk e das regiões de Kherson e Zaporozhie à Rússia.
Após
aprovação por ambas as câmaras do parlamento russo, os acordos foram
ratificados por Putin no dia 5 de outubro.
Polônia permanece a maior consumidora
europeia de GLP russo não sancionado, diz jornal
A
Polônia ainda é uma das principais consumidoras de gás liquefeito de petróleo
(GLP) russo não sancionado, apesar de todas as declarações duras que tem feito
contra Moscou ao longo de toda crise ucraniana.
A
Polônia continua sendo a maior importadora da União Europeia (UE) de GLP russo
devido à sua acessibilidade em comparação com as alternativas da Europa
Ocidental, informou o jornal Rzeczpospolita nesta segunda-feira (3).
O
GLP é um gás combustível contendo propano e butano que é usado em aparelhos de
aquecimento e veículos.
O
GLP russo não está sujeito à proibição de importação da UE, ao contrário do
petróleo e produtos petrolíferos transoceânicos, e representa cerca de 14% do
mercado total de combustível polonês, de acordo com a mídia.
No
ano passado, Varsóvia comprou € 710,3 milhões (cerca de R$ 3,9 bilhões) em GLP
russo, enquanto o resto da UE "gastou muito menos", com o volume
total de importações no valor de € 417 milhões (cerca de R$ 2,3 bilhões), disse
o jornal.
"Recentemente,
nós [Polônia] temos importado cada vez mais desse combustível", disse o
veículo, citando dados do Eurostat e do think tank Forum Energii.
A
análise da maior refinaria e varejista de petróleo do país, Orlen, também
indica o crescimento das importações de GLP da Rússia, apesar dos esforços da
Polônia para diversificar as cadeias de suprimentos fora do país sancionado.
Orlen atribuiu o aumento nas compras aos preços mais baixos oferecidos pela
Rússia em relação a outros países, como a Suécia, que se tornou a maior
fornecedora de GLP do país no ano passado, além da Noruega e dos Países Baixos.
Enquanto
isso, Orlen alegou não ter comprado GLP russo desde o início do conflito na
Ucrânia, oferecendo garantias de que obtém o combustível de sua própria
produção e empresas nacionais e outras fontes estrangeiras.
Maciej
Zaniewicz, analista sênior do Forum Energii, diz que mudar para suprimentos
ocidentais é logisticamente complicado para a Polônia, porque a maioria de seus
terminais de GLP está localizada na parte oriental do país.
A
Unimot, uma das maiores importadoras de gás liquefeito do país, ecoou essas
observações, dizendo que é possível substituir o GLP russo, mas a um custo
muito mais alto.
"Devido
ao aumento de custos e constrangimentos logísticos, o preço do GPL para os
clientes finais é mais elevado, o que no futuro poderá significar uma diferença
decrescente entre o preço do GPL e da gasolina nas bombas de gasolina",
adianta o gabinete de imprensa da empresa à mídia polonesa.
De
acordo com a Unimot, a diferença de preço entre os suprimentos vindos do Leste
e do Oeste é tão grande que a maioria de seus clientes não está interessada no
GLP de origem ocidental.
Moscou: Rússia fortalecerá potencial
militar no noroeste diante da adesão dos finlandeses à OTAN
A
Rússia fortalecerá seu potencial militar no oeste e noroeste como resposta à
adesão da Finlândia à OTAN, disse o vice-ministro das Relações Exteriores, Aleksandr
Grushko, à Sputnik, nesta segunda-feira (3).
"Algumas
das medidas já foram anunciadas. Fortaleceremos nossas capacidades militares
nas direções oeste e noroeste. Em caso de destacamento de forças e ativos de
outros membros da OTAN no território da Finlândia, tomaremos medidas adicionais
para garantir a segurança militar confiável da Rússia", disse o diplomata
à agência.
A
Finlândia aderirá à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em 4 de
abril e sua bandeira será hasteada na sede da aliança em Bruxelas, anunciou o
secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, na segunda-feira (3).
Em
2 de abril, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, aprovou a decisão do
parlamento do país de ratificar a candidatura da Finlândia à OTAN. A Turquia
foi o último país do bloco a aprovar o pedido devido às suas reservas em
relação ao apoio da Finlândia ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK,
na sigla em curdo), considerado terrorista pela Turquia.
• 'Há necessidade de fortalecer a presença
da OTAN no mar Negro', afirma presidente da Romênia
O
presidente romeno Klaus Iohannis defendeu uma presença mais forte da
Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) na região do mar Negro para
aumentar a segurança euroatlântica, em uma coletiva de imprensa com o chanceler
alemão Olaf Scholz.
O
mar Negro se situa entre a Rússia, Ucrânia, Romênia, Bulgária, Turquia, Geórgia
e Abkházia. É uma área importante de transporte.
Além
disso, o mar Negro tem um significado estratégico e militar importante. As
principais bases militares da Frota do Mar Negro da Marinha russa estão no
norte, na Crimeia, os navios da Marinha turca estão no sul, as Marinhas da
Bulgária e Romênia estão no oeste, os navios da Guarda Costeira da Geórgia
estão no leste, e a Marinha ucraniana está no noroeste, em Odessa.
"O
mar Negro é estrategicamente mais importante do que nunca. É por isso que
argumentamos que há necessidade de fortalecer a presença da OTAN no mar Negro,
o que requer a inclusão da questão do mar Negro em todos os processos relevantes
para fortalecer a segurança da área euroatlântica", disse ele.
Iohannis
disse esperar desenvolver a cooperação com a Alemanha para fortalecer a
capacidade de dissuasão e defesa da Aliança Atlântica diante de desafios cada
vez mais complexos.
O
presidente romeno agradeceu ao chefe do governo alemão por seu apoio ao
fortalecimento do flanco oriental, bem como pela presença de pessoal militar
alemão nas estruturas da OTAN na Romênia.
Anteriormente,
o secretário de Estado norte-americano Antony Blinken disse que seu país
pretende desenvolver uma estratégia para o mar Negro até junho. Ao elaborarem o
documento, os EUA assumem que os três Estados do mar são membros da OTAN e que
a Ucrânia é um país amigável para os EUA.
• Kiev é alertada sobre potencial 'oculto'
da Rússia na Ucrânia
O
professor de política internacional Mark Galeotti, do jornal britânico The
Times, fez um alerta a Kiev afirmando que a Rússia possui um potencial
significativo oculto no conflito na Ucrânia, que pode ser usado a qualquer
momento.
Galeotti
ainda alerta que a Ucrânia deve compreender este potencial russo e tentar
impedir que o conflito se aprofunda, tornando-se brutal e exaustivo.
Apesar
de a convicção de Kiev de que terá sucesso em sua próxima ofensiva na primavera
europeia, uma manobra militar como esta pode prolongar o conflito por anos,
observou.
Anteriormente,
o conselheiro do chefe do gabinete do presidente da Ucrânia, Mikhail Podolyak,
afirmou que Kiev "retomaria a Crimeia com uma ofensiva convencional, e em
pouco tempo".
Por
sua vez, Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia e
ex-presidente do país, alertou as autoridades ucranianas de que um possível
ataque contra a Crimeia significaria uma escalada do conflito, exortando Kiev a
compreender que ações como esta sofreriam "retaliações inevitáveis"
com o uso de qualquer tipo de arma.
Fonte:
Sputnik Brasil
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