sábado, 29 de abril de 2023

Lula escolhe general Amaro para comandar GSI

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) escolheu nesta quinta-feira (27) o general da reserva Marcos Antônio Amaro dos Santos para assumir o cargo de ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. A informação foi confirmada à CNN por um ministro do governo.

A escolha do general para comandar a pasta representa uma derrota para uma ala de ministros e auxiliares do presidente que pregam uma desmilitarização do governo e um maior protagonismo de policiais federais e agentes de segurança pública.

Integram essa ala, entre outros, o ministro Flávio Dino (PSB-MA), da Justiça e Segurança Pública, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e a primeira-dama Rosângela Lula Silva, a Janja.

Na semana passada, Lula se reuniu brevemente com o general antes de embarcar para sua primeira viagem para a Europa e apresentar a ele sua visão sobre a pasta. O nome do general Amaro é bem avaliado entre militares da ativa e da reserva ouvidos pela CNN.

Integrantes das Forças Armadas classificam o general como sendo um homem calmo, ponderado e conciliador e acreditam que, por conta de seu perfil, pode ser a escolha ideal para o atual momento de reestruturação do GSI.

A saída do general Gonçalves Dias do GSI na semana passada, após a revelação pela CNN de vídeos mostrando sua atuação no dia 8 de janeiro, reacendeu no governo a discussão em torno do futuro da pasta, que foi esvaziada desde o início do ano.

O GSI perdeu duas de suas principais atribuições nos últimos meses. A Agência Brasileira de Inteligência (Abin), subordinada à pasta, passou a responder à Casa Civil, chefiada pelo ministro Rui Costa.

Já a segurança do presidente e do vice-presidente deixou de ser feita exclusivamente por militares e passou a ser realizada majoritariamente por policiais federais subordinados à Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata do Presidente da República.

A estrutura do GSI sob o comando do general Amaro ainda é incerta. O novo ministro terá de buscar o consenso entre a ala que defende um fortalecimento da presença de policiais federais e agentes de outras forças de segurança na proteção presidencial em detrimento de quem defende a permanência de militares no governo.

Um dos entraves diz respeito à relação de cooperação entre civis – representados por policiais federais – e militares em um eventual GSI repaginado. O fim da Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata do Presidente da República previsto para o dia 30 de junho poderia levar esses agentes que atuam na segurança de Lula e Alckmin para o guarda-chuva do GSI.

Policiais federais ouvidos pela CNN, no entanto, dizem não querer responder a militares. A escolha pelo nome do general Amaro representa agora um obstáculo para os civis que defendem uma maior participação de policiais federais e agentes de segurança no governo.

Recentemente, em entrevista ao portal “Terra”, Amaro desaprovou a ideia de militares no GSI compartilharem a função de segurança e proteção do presidente e do vice com policiais federais.

 

       General convidado para comandar o GSI aproxima Lula do meio militar

 

Elogiado por governistas e opositores a Lula, o general da reserva Marcos Antônio Amaro dos Santos, que deverá assumir o Gabinete de Segurança Institucional, é a nova aposta do Planalto para melhorar a relação do governo com o setor militar.

De acordo com um ministro ouvido nesta sexta-feira (28) pela CNN, a escolha de Amaro “é excelente, porque ele é muito respeitado no Exército”.

Para um ex-ministro do governo Bolsonaro, da ala militar, a escolha também acertada. O general Amaro, na avaliação dele, “é bastante considerado por equilíbrio, seriedade, inteligência e discrição”, declarou à CNN.

A escolha é um gesto de pacificação de Lula com o meio militar, principalmente a caserna, como são denominados os generais mais antigos.

Conhecido como “sombra” da ex-presidente Dilma Rousseff, porque ocupou o posto mais importante da então segurança presidencial, o oficial Marcos Antônio Amaro dos Santos e Lula se encontraram antes da viagem a Portugal, e ficaram de retomar a conversa nos próximos dias.

Lula ainda não definiu qual será o modelo de reestruturação do GSI e poderá adotar um sistema misto, com a presença também de civis em posições estratégicas.

O GSI existe desde 1938, quando ainda era chamado de Casa Militar. Em 1999, passou a ser chamado de Gabinete de Segurança Institucional.

Na gestão Dilma, em 2015, perdeu o status de ministério e voltou a ser chamado pelo nome antigo. O GSI foi reativado como pasta de governo um ano depois, pelo então presidente Michel Temer.

 

       Saiba quem é o general Amaro

 

O general Marcos Antonio Amaro dos Santos foi convidado, nesta quinta-feira (27), pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para assumir o comando do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) após a demissão do ex-ministro-chefe da pasta general Gonçalves Dias. A informação foi confirmada à CNN por um ministro do governo.

Gonçalves Dias saiu do GSI em 19 de abril depois da divulgação com exclusividade pela CNN de imagens que o mostram no Palácio do Planalto durante os ataques criminosos contra os Três Poderes em 8 de janeiro.

O nome do general Amaro é bem avaliado entre militares da ativa e da reserva ouvidos pela CNN.

Integrantes das Forças Armadas classificam o militar como um homem calmo, ponderado e conciliador e acreditam que, por conta de seu perfil, pode ser a escolha ideal para o atual momento de reestruturação do GSI.

A escolha de Amaro para comandar a pasta representa uma derrota para uma ala de ministros e auxiliares do presidente que pregam uma desmilitarização do governo e um maior protagonismo de policiais federais e agentes de segurança pública.

Integram essa ala, entre outros, o ministro Flávio Dino, da Justiça e Segurança Pública, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e a primeira-dama Janja da Silva.

Na semana passada, Lula se reuniu brevemente com o general antes de embarcar para sua primeira viagem para a Europa e apresentou a ele sua visão sobre a pasta.

O GSI perdeu duas de suas principais atribuições nos últimos meses. A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) passou a responder à Casa Civil, chefiada pelo ministro Rui Costa.

Já a segurança do presidente e do vice-presidente deixou de ser feita exclusivamente por militares e passou a ser realizada majoritariamente por policiais federais subordinados à Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata do Presidente da República.

•        Quem é o general Amaro

Marcos Antonio Amaro dos Santos nasceu em 25 de setembro de 1957 na cidade de Motuca, no interior de São Paulo. É filho de Joaquim Amaro dos Santos e de Iolanda Zanon.

Seu ingresso no Exército Brasileiro aconteceu em 4 de março de 1974, na Escola Preparatória de Cadetes, onde concluiu o curso em 1976. No ano seguinte, entrou para a Academia Militar das Agulhas Negras. Se formou em 1980, sendo declarado aspirante a oficial de Artilharia.

Amaro realizou os cursos de formação, aperfeiçoamento, altos estudos, política, estratégia e alta administração do Exército, além do básico de paraquedista e o de observador aéreo.

Nos Estados Unidos realizou os cursos de busca de alvos de artilharia e o avançado de artilharia de campanha.

Concluiu os MBAs em Excelência Gerencial com ênfase em Gestão Pública pela Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) e em Administração pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Em sua vida militar serviu nas unidades militares de Artilharia em Jundiaí (SP), no Rio de Janeiro e em Olinda (PE). Retornou às Agulhas Negras como instrutor e executou a mesma função na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais.

Como coronel comandou a Escola Preparatória de Cadetes do Exército entre 2004 e 2005. De 2007 a 2010 foi chefe da Divisão de Inteligência do Centro de Inteligência do Exército.

Ao chegar ao generalato, liderou a 13ª Brigada de Infantaria Motorizada, em Cuiabá.

Em 2015, com a reforma ministerial executada pela então presidente Dilma Rousseff (PT), o GSI perdeu o status de ministério e foi integrado à Secretaria de Governo. Na ocasião, ficou mantida exclusivamente a Casa Militar, que foi ligada à Presidência da República, com Amaro à frente. Anteriormente, foi secretário de Segurança Presidencial.

Depois assumiu a 3ª Divisão de Exército em Santa Maria (RS). Em 2018 se tornou secretário de Economia e Finanças do Exército.

Durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), em abril de 2020, assumiu a chefia de Estado-Maior do Exército. Em julho do mesmo ano passou a acumular a função de comandante militar do Sudeste.

O general Amaro foi para a reserva da força em janeiro deste ano.

 

Fonte: CNN Brasil

 

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