Cientistas
descobrem possível via alternativa para tratar cancro do fígado
Uma
enzima produzida por células cancerígenas no cancro do fígado pode abrir uma
nova via para tratar a doença, com a criação de uma nova classe de drogas
anticancro. Cientistas do Instituto Nacional de Saúde (INS, órgão do ministério
da Saúde norte-americano que se dedica à investigação) e do Hospital Geral de
Massachusetts, nos Estados Unidos da América, descobriram que a ação desta
enzima transforma uma determinada molécula numa presença tóxica para as células
cancerígenas, capaz de as aniquilar.
“Encontrámos
uma molécula que mata células de uma forma única numa forma rara de cancro do
fígado”, afirmou, citado pelo INS, Matthew Hall, um dos autores principais do
estudo que envolveu quase 40 investigadores. “Emergiu de uma triagem para
encontrar moléculas que matam seletivamente células cancerígenas no fígado. Foi
preciso muito trabalho para perceber que a molécula é convertida por uma enzima
dessas células cancerígenas do fígado, criando uma droga tóxica anticancro”,
acrescentou.
Na
sequência de vários testes realizados em culturas de células e em animais de
laboratório, os cientistas chegaram à conclusão de que a tal molécula, chamada
YC-1, não exercia por si só qualquer efeito nas células cancerígenas do
colangiocarcinoma, designação clínica do cancro nas vias biliares que foi
avaliado no estudo. No entanto,
sempre que se identificou a presença da enzima SULT1A1 nas células
cancerígenas, a mesma molécula YC-1 como que ativava a capacidade de combater o
cancro. Nos animais em que este quadro se verificou, os tumores do fígado
progrediram pouco ou reduziram.
Perante
esta descoberta, os investigadores analisaram depois bases de dados de
pesquisas anteriores semelhantes, envolvendo outras moléculas e medicamentos
existentes no mercado, e encontraram vários casos em que os efeitos benéficos
se relacionam com a presença da referida enzima, reforçando a sua importância,
quiçá num quadro mais alargado da luta contra a doença.
“Acreditamos
que estas moléculas têm o potencial para abrir caminho a uma nova classe de
medicamentos anticancro”, declarou Nabeel Bardeesy, outro dos autores
principais da investigação. “Os nossos resultados sugerem que poderá haver
outros compostos com diferentes alcances e alvos que dependem da enzima SULT1A1
[para atuar]. Identificar esses compostos e os alvos nas células pode ter
potenciais implicações no desenvolvimento de outro tipo de moléculas e
medicamentos, não apenas limitados a esses cancros”, defendeu.
Fonte:
Visão Saúde
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