domingo, 26 de março de 2023

Nova 'ordem mundial' russo-chinesa ameaça 'hegemonia' econômica dos EUA

Com a agitação civil em toda a Europa e o colapso dos bancos nos EUA e na Suíça, o fim da hegemonia ocidental pode estar próximo.

O jornalista e autor Jon Jeter e o autor, historiador e pesquisador Dr. Gerald Horne falam à Sputnik sobre as oportunidades e os riscos de um novo mundo multipolar.

As relações cada vez mais estreitas entre a Rússia e a China anunciam uma nova "ordem mundial", além de aumentar o risco de os EUA terem a chance de um confronto militar entre as potências nucleares.

A cúpula histórica do líder chinês, Xi Jinping, com o presidente russo, Vladimir Putin, inflamou a retórica de Washington, Londres e Bruxelas.

Jon Jeter observou como o ex-primeiro-ministro australiano Paul Keating criticou o acordo AUKUS para adquirir submarinos nucleares de ataque dos EUA e do Reino Unido para um possível confronto militar com a China.

"Eles entendem que a China não é uma ameaça militar de qualquer tipo, mas é uma ameaça financeira à hegemonia dos EUA no mundo", afirmou Jeter.

Jon Jeter também ressaltou os protestos na França, em sua segunda semana, contra as tentativas do presidente Emmanuel Macron de forçar um aumento na idade de aposentadoria sem voto parlamentar.

"Espero que isso seja um alerta combinado com perguntas sobre a guerra na Ucrânia, sobre Julian Assange e sobre a Austrália [...] Espero que seja o começo de algo", afirmou.

Contudo, ele admitiu que nos EUA há uma tendência de ouvir apenas suas próprias vozes, sendo um país muito "solipsista".

Além disso, o conflito na Ucrânia e outros eventos estariam "fazendo com que os africanos questionassem seu relacionamento com os EUA", procurando um relacionamento para alavancar um futuro melhor com a Rússia e com a China.

Por sua vez, o Dr. Gerald Horne afirmou à Sputnik que a cúpula entre Xi Jinping e Putin, e a ampla estrutura internacional da China para a paz na Ucrânia, significam que uma "nova ordem mundial" está muito próxima.

"O que me preocupa bastante é que as potências do Atlântico Norte, lideradas pelos EUA, podem decidir por uma aposta em um barco fluvial [...] Ao invés de ver a China avançando acompanhada pela Rússia e seus aliados, eles preferem buscar a guerra. Acredito que isso já esteja acontecendo em relação ao conflito por procuração na Ucrânia", destacou.

O dr. Gerald Horne também destacou a capacidade da Rússia para enfrentar os EUA e dezenas de seus aliados em uma guerra por procuração.

"Isso não é necessariamente um bom presságio para os países do Atlântico Norte, o que pode levá-los a tentar manipular os dados em relação à guerra na China, talvez com Taiwan como um gatilho, assim como estão fazendo na Ucrânia", observou. 

·         EUA estão 'muito atrás' da China em armas hipersônicas, diz congressista americano

Os EUA devem se concentrar no desenvolvimento de armas hipersônicas, pois estão sendo superados pela China, afirmou o congressista americano Doug Lamborn.

"Há coisas com as quais precisamos nos preocupar, financiar pesquisas, criar e desenvolver em áreas como ameaças hipersônicas, especialmente da China", afirmou.

Segundo o congressista americano, a China é uma ameaça crescente quando se trata de armas hipersônicas.

Além disso, o congressista alertou que a China planeja construir centenas de milhares destes mísseis, e Washington, por sua vez, não possui tais tecnologias a um nível adequado.

"Não temos capacidades viáveis no campo de armas hipersônicas", destacou o congressista à Sputnik.

No início de março, o presidente norte-americano, Joe Biden, afirmou que o desenvolvimento de mísseis hipersônicos requer a expansão da capacidade industrial e ordenou o levantamento de diversas restrições da lei de produção de defesa.

 

Ø  Ex-oficial de inteligência: Kiev vai sofrer mais de 300 mil mortes por conta de decisão dos EUA

 

A decisão do governo dos EUA de se opor ao plano de paz da China para a Ucrânia terá consequências terríveis para o país do Leste Europeu, disse Scott Ritter, oficial aposentado da inteligência do Corpo de Fuzileiros dos EUA, ao canal Judging Freedom no YouTube.

"Foi o presidente dos Estados Unidos que impediu o encerramento deste conflito [...] Agora milhares de ucranianos estão morrendo e John Kirby diz que não queremos cessar-fogo? Que lunático este homem é! Acredite em mim [...] Os ucranianos vão sofrer mais de 300-400 mil mortos e isso é a responsabilidade de almirante Kirby, de Joe Biden e do governo norte-americano", disse Ritter.

Segundo ele, os Estados Unidos rejeitam todas as propostas de paz ou um cessar-fogo porque Washington precisa deste conflito entre a Rússia e a Ucrânia.

Em fevereiro, Ritter previu a rendição da Forças Armadas da Ucrânia até outubro deste ano.

Além disso Ritter, disse que o presidente russo Vladimir Putin traçou claramente os futuros contornos de segurança do país no contexto da situação na Ucrânia.

Em sua opinião, o regime de Kiev deixará de receber equipamentos ocidentais até meados do verão e será derrotado já no outono (no Hemisfério Norte).

No final de fevereiro, o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, avisou que Moscou seria forçada a afastar ainda mais a ameaça ocidental das suas fronteiras se Washington fornecesse mísseis de longo alcance a Kiev.

 

Ø  Biden envia alerta ao Irã: América está preparada para usar a força para proteger seu povo

 

O presidente dos EUA, Joe Biden, comentou sobre os ataques aéreos realizados pelos EUA na Síria em resposta a um ataque mortal de drones a uma base da coalizão, que Washington atribuiu às milícias ligadas ao Irã. Segundo o alerta de Biden a Teerã, vai haver retaliação por incidentes como este.

"Para não se enganarem, os Estados Unidos não buscam – não enfatizam – um conflito com o Irã. Mas estejam preparado para agirmos com força para proteger nosso povo. Foi exatamente o que aconteceu ontem à noite", disse Biden em entrevista coletiva conjunta com o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau em Ottawa na sexta-feira (24).

Um empreiteiro dos EUA foi morto e cinco soldados norte-americanos e outro empreiteiro ficaram feridos depois que um drone kamikaze atingiu uma base da coalizão liderada pelos EUA perto da cidade de Hasakah, no nordeste da Síria, por volta do meio-dia na quinta-feira (23), afirmou o Departamento de Defesa acrescentando que o veículo aéreo não tripulado, (UAV, na sigla em inglês) encontrado parece ser de "origem iraniana".

Mais tarde naquele dia, de acordo com o Pentágono, caças norte-americanos F-15 realizaram dois ataques aéreos na Síria em instalações usadas por grupos supostamente associados ao Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica do Irã (IRGC, na sigla em inglês). Os atentados foram conduzidos por ordem do presidente Biden, acrescentou o Pentágono.

Pouco tempo depois, dez foguetes foram lançados em Green Village, uma posição militar dos EUA no nordeste da Síria. O ataque, que não resultou em baixas ou destruição, também foi atribuído às milícias apoiadas pelo Irã por Washington.

"Continuaremos a manter nossos esforços para combater as ameaças terroristas na região em parceria com o Canadá e outros membros da coalizão para derrotar o ISIS [Estado Islâmico ou Daesh, organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países]", disse Biden.

Mais cedo, fontes locais disseram à Press TV do Irã que os mísseis dos EUA atingiram um centro de desenvolvimento rural e uma instalação de grãos na província de Deir ez-Zor, no leste da Síria. "Nenhum iraniano foi morto", afirmou a emissora.

Cerca de 900 soldados dos EUA permanecem no nordeste da Síria, rico em petróleo, depois de terem sido enviados para lá em meados da década de 2010 sob o pretexto de combater o Daesh. Damasco considera sua presença ilegal e tem repetidamente reclamado com a ONU. A posição do governo sírio é compartilhada pela Rússia e pelo Irã, que têm auxiliado o país na luta contra o terrorismo.

·         EUA enviaram equipe à Albânia para aprimorar segurança após suposto ataque cibernético do Irã

O Comando Cibernético dos EUA teve uma equipe na Albânia, onde respondeu a uma alegada "atividade adversária" na sua rede por parte do Irã.

Especialistas cibernéticos dos EUA passaram três meses na Albânia trabalhando para identificar fraquezas de rede e ferramentas de hacking após ataques cibernéticos iranianos aos sistemas governamentais, disse na quinta-feira (23) o Comando Cibernético (CYBERCOM, na sigla em inglês) dos EUA.

De acordo com o Pentágono, o Irã atacou as redes albanesas em julho e setembro de 2022, desligando os principais serviços governamentais on-line, incluindo o Sistema de Gestão de Informação Total, que rastreia os detalhes daqueles que entram e saem do país.

A Casa Branca condenou a suposta ação, e sancionou o Irã. A estratégia de cibersegurança dos EUA identifica o país como um poder cibernético em expansão e um porto seguro para operadores de resgates.

William Hartman, major-general do Exército dos EUA, e comandante da força de missão, declarou que a operação da Força de Missão Cibernética Nacional (CNMF, na sigla em inglês) aproximou o CYBERCOM "da atividade adversária".

Nathaniel Fick, embaixador dos EUA para o ciberespaço e a política digital, disse, também na quinta-feira (23), que o país norte-americano continua empenhado "em trabalhar com a Albânia para garantir seu futuro digital e assegurar que a conectividade seja uma força de inovação, produtividade e empoderamento", e pediu a outros países que responsabilizem o Irã por "seus ataques cibernéticos destrutivos".

A CNMF já esteve mais de três dezenas de vezes em pelo menos 22 países, incluindo na Ucrânia, para reforçar redes distantes e regressar com informações que possam ser aplicadas nos EUA.

"Quando somos convidados a caçar em redes de nações parceiras, somos capazes de encontrar a atividade insidiosa de um adversário no ciberespaço e [a] compartilhar com nosso parceiro para agir. Podemos então impor custos aos nossos adversários, expondo suas ferramentas, táticas e procedimentos, e melhorar a postura de segurança cibernética de nossos parceiros e aliados", concluiu Hartman.

 

Ø  Governo do Peru pode ter pago US$ 55 mil para melhorar sua imagem nos EUA, revela jornal peruano

 

 A Embaixada do Peru em Washington assinou um contrato com uma empresa norte-americana para melhorar a imagem do governo de Dina Boluarte nos Estados Unidos, revelou uma investigação jornalística. O contrato implicou um gasto de US$ 55 mil e visava reverter o efeito de um erro midiático da chanceler peruana.

Uma investigação jornalística garante que a Embaixada do Peru nos Estados Unidos contratou uma agência de comunicação norte-americana com o objetivo de melhorar a imagem do Governo de Dina Boluarte. Segundo os documentos revelados, o governo peruano destinou US$ 55 mil (mais de R$ 288 mil) para pagar a Patriot Strategies, empresa que já havia sido contratada no passado pela sede diplomática.

A matéria apresentado pelo site Peru21 anexa uma cópia do contrato assinado entre as partes, que especifica que a empresa Patriot Strategies "trabalhará com a Embaixada do Peru para desenvolver e implementar a estratégia: planejar e implementar a campanha de comunicação para divulgar o argumentos que sustentam formal e informalmente as relações bilaterais".

O contrato estabelece que a embaixada peruana vai pagar à empresa norte-americana US$ 40 mil (cerca de R$ 209 mil) pelo trabalho realizado, mais US$ 15 mil (aproximadamente R$ 78 mil) extras para "despesas de administração e implementação", item que inclui "uso de documentos, viagens, produção de vídeo, aluguel de equipamentos e outros".

O contrato teria sido assinado em 28 de fevereiro de 2023 pelo presidente da empresa, George Seymor, e pelo funcionário da embaixada peruana, Irving Jaime Lizárraga. Conforme estipulado, o serviço prestado pela empresa iniciou-se no dia 1 de março e termina no dia 29 do mesmo mês.

O jornal peruano relaciona a decisão de contratar a agência com a polêmica gerada por uma entrevista que a chanceler peruana, Ana Cecilia Gervasi, concedeu ao The New York Times em fevereiro, na qual fez declarações que o jornal interpretou como um reconhecimento de que Lima não tinha provas de que os protestos fossem organizados por grupos criminosos.

Dias após a publicação do artigo no jornal norte-americano, a embaixada peruana em Washington enviou uma carta ao jornal expressando seu desagrado com a nota e assegurando que a chanceler havia dito o contrário do que foi publicado e que a ligação entre os protestos e organizações criminosas estava "sob investigação".

Segundo Perú21, a contratação da Patriot Strategies se deveu ao desejo do governo de não cometer novamente esse tipo de mal-entendido e de melhorar a imagem de Boluarte na opinião pública norte-americana.

O mesmo meio assegura, com base em fontes, que houve uma gestão semelhante da Embaixada do Peru em Bruxelas, com o intuito de fortalecer a imagem de Boluarte e da sua Administração na sede da União Europeia (UE). No entanto, o site não forneceu mais detalhes desse acordo.

A existência do acordo foi confirmada ao Peru21 pela própria chancelaria peruana, que esclareceu que a contratação do serviço obedece a "um propósito específico de relacionamento e promoção da imagem" do país nos Estados Unidos.

"Trata-se de mostrar uma imagem do Peru diante das distorções que são apresentadas, existem mídias críticas que distorcem a realidade", acrescentou a chancelaria do país, segundo o site peruano.

O jornal La República recordou que a chancerlaria solicitou aos 140 órgãos de seu serviço exterior um esforço para "comunicar adequadamente a situação política e social" no Peru, depois que a notícia internacional ecoou as reivindicações do ex-presidente Pedro Castillo, destituído após um tentativa de golpe em dezembro de 2022.

O pagamento dos US$ 55 mil gerou impacto entre os peruanos ao se somar a outros gastos que, em meio a uma crise política, são vistos como supérfluos pelos cidadãos. Em fevereiro, o Congresso se envolveu em um escândalo sobre o gasto de mais de US$ 80 mil (cerca de R$ 420 mil) em carpetes e US$ 400.000 (aproximadamente R$ 2,1 milhões) no aluguel de um estacionamento privado para legisladores.

Anteriormente, os legisladores é que estavam no centro da tempestade por aumentar seus gastos diários com alimentação, passando de US$ 4,2 (R$ 22,04) para US$ 21 (R$ 110,18) por dia por congressista.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

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