quinta-feira, 30 de março de 2023

Miguel do Rosário: Depoimento devastador de Tacla Duran é a ponta do iceberg

Devastador. Assim, devemos qualificar o depoimento do ex-advogado da Odebrecht, Rodrigo Tacla Duran na 13a Vara Federal de Curitiba, ao juiz Eduardo Appio, herdeiro dos processos da Lava Jato.

A julgar pelo desespero de DD, que literalmente perdeu a linha em suas redes sociais, os ex-membros da Lava Jato ficaram abalados.

Sergio Moro e Deltan “DD” Dallagnol, em particular, tem motivos para estarem ansiosos, porque o depoimento de Tacla Duran, além de ser muito forte, deixa entrever a ponta de um iceberg.

E o que diz Tacla Duran?

Em resumo, ele acusa a organização criminosa liderada por Sergio Moro e Deltan Dallagnol de tentar extorqui-lo em cinco milhões de dólares, para que ele não fosse preso e mantivesse parte de seu dinheiro depositado no exterior. O pedido de extorsão foi feito por Orlando Zucolotto, sócio de Rosângela Moro, esposa de Sergio Moro, através de uma mensagem do aplicativo Wicr Me.

Duran contou ainda que um dos cabos eleitorais de Sergio Moro em 2022, Fabio Aguayo, e hoje seu assessor no Senado (com salário próximo de R$ 5 mil), e Orlando Zucolotto, procuraram-no no Sindicato de Hotéis de São Paulo, onde ele era vice-presidente, para reforçar a extorsão. Dessa vez, houve vínculo direto ao nome de Moro, porque os dois chantagistas tentaram o coagir a contratar o “escritório de Moro”.

Moro ainda era juiz do caso e, obviamente, não poderia ter nenhum “escritório”.

Tacla Duran tem prints, vídeos, fotos, áudios e testemunhas. E mostrou tudo no depoimento desta segunda-feira, 27 de março de 2023.

Apesar de abafado pela mídia corporativa, o depoimento de Tacla Duran tomou conta das redes sociais, graças à imprensa progressista. A edição de ontem do Jornal da Forum, programa do qual sou âncora, está com quase 200 mil visualizações, e crescendo.

Ao final do depoimento, o juiz Eduardo Appio, um crítico severo do modus operandi da operação Lava Jato, incluiu a Tacla Duran no programa de Proteção à Testemunha, em virtude do “poderio econômico e político” das figuras que ele denunciava. É a primeira vez que Moro e Dallagnol são retratados como bandidos perigosos pelo próprio Estado brasileiro, capazes de tudo para silenciar uma testemunha.

Antes disso, Appio já havia revogado uma ordem de prisão preventiva que pesava sobre o advogado. As denúncias de Duran serão analisadas agora pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por envolver figuras com foro privilegiado.

Independente da sequência que as denúncias terão no STF, o impacto político delas é fulminante para Moro e Dallagnol, e para a Lava Jato como um todo, reavivando uma história muito real e dolorosa, de que esses agentes formaram uma organização criminosa com um projeto de poder.

Para atingir seu objetivo, destruíram milhões de empregos, arrasaram empresas que eram, naquele momento, pilares de um projeto de desenvolvimento, tentaram assassinar o mais importante partido progressista da América Latina, a prenderam ilegalmente uma das mais importantes lideranças políticas do mundo.

Moro abandonou a toga para se tornar ministro de Jair Bolsonaro, um governo de extrema direita, autoritário, negacionista, incompentente, que promoveu estragos profundos no sistema nacional de educação, na saúde, e na infraestrutura nacional, vendeu partes estratégicas da Petrobrás, privatizou a Eletrobrás, e matou centenas de milhares de pessoas através da má gestão da pandemia. Depois de acusar o presidente Bolsonaro de interferir na Polícia Federal para proteger os crimes de sua própria família, e sair do governo, Sergio Moro foi trabalhar na Alvarez & Marsal, empresa especializada em recuperação judicial, que tinha contratos com a Odebrecht e várias outras empresas atingidas pela Lava Jato. Nada poderia ser mais antiético e escandaloso. Depois de ganhar alguns milhões com essa empresa, Moro voltou ao Brasil, tentou ser candidato a presidente da república, desistiu, voltou a se associar a Bolsonaro, e se elegeu senador em 2022, ainda usando o capital político que acumulou como um juiz parcial e corrupto.

Dallagnol tem uma história parecida, que, por economia de espaço, deixaremos para recontar em outra ocasião.

O depoimento de Tacla Duran chega num momento propício, em que Sergio Moro tentava fazer um rebranding de sua imagem, através da manipulação de uma investigação, liderada por juíza amiga, Gabriela Hardt, sobre supostos atentados do PCC à sua pessoa. O presidente Lula chegou a opinar, numa fala que talvez não tenha sido das mais estratégicas, que o processo cheirava a “armação de Moro”. O petista foi muito criticado pelo tom conspiracionista.

Em seguida, Sergio Moro e Dallagnol acabaram por perder completamente a razão no debate, ao fazerem postagens ostensivamente criminosas, tentando associar Lula a um endereço de email apócrifo e anônimo.

As acusações cabeludas de Tacla Duran surgem quando Moro tentava esticar sua cabeça para fora do esgoto em que seus próprios crimes o mergulharam.

E traz fatos que se enrolam, como bolas de chumbo, a seus pés, arrastando-o para as profundezas.

 

       Onde há Sérgio Moro, há fogo. Por André Barroso

 

Não sendo alarmista, mas onde há Sérgio Moro, há fogo. Essa parece uma frase mais assertiva do que profética, pois, textos como As sete últimas coisas, Apocalipse 15-22, nos dão ideias de como poderão ser os últimos tempos da humanidade. No caso de Moro, qualquer ato precede seu passado parcial. E bem longe de ser duvidoso. É bem claro o esforço de ser contraditório a seu bel prazer e sem que a grande imprensa e seus apoiadores se incomodem com tudo isso.

Já havia falado tempos atrás e volto a falar sobre o assunto. Vamos a um resumão básico. Desde que surgiu nos noticiários, o considerado “Super juiz” Moro, tinha comportamentos estranhos. E bastou algumas pesquisas na época para descobrir coisas simples.  Dalton Áureo Moro, pai de Sérgio Moro, era figura conhecida na cidade de Maringá como um dos maiores detratores de Lula. Até aí, nada a se falar, porém algo para se chamar a atenção, na formação do ódio de Moro a Lula. Dalton Áureo Moro foi ligado no PSDB desde a fundação em Maringá. Moro é casado com Rosângela Wolff de Quadros Moro que trabalhava para o PSDB local e para a Shell. As relações de Moro como o PMDB e PSDB eram claras. O jurista teve uma graduação e pós-graduação recorde, impossível de ser concluído por um estudante normal e hoje é contestado pela universidade. A WikiLeaks, tempos atrás, já tinha mostrado que Moro fez, nos Estados Unidos, o primeiro curso, aprendendo a adaptar as leis antiterrorismo à lavagem de dinheiro, para pegar os políticos brasileiros e selecionar os que convém e punir, desmoralizar, matar politicamente. Nesse momento, estava formada a figura que seria usada para abalizar o golpe de 2016.

Assim começou a Operação Lava Jato, com dupla finalidade: aniquilar a esquerda brasileira, especificamente o PT e dar um baque na nossa economia, atacando o todo setor energético (Sobretudo Petrobras e a usina de Angra), a partir das espionagens norte-americanas, que usaram sua agencia de espionagem, não para apenas descobrir problemas de terrorismo, como foi criada, mas para ganhar licitações e vigiar corporações internacionais, apenas com intuito financeiro.

Recentemente o caso do suposto sequestro do Sérgio Moro, para que ele voltasse aos holofotes, com ajuda da amiga juíza Bolsonarista Gabriela Hardt. Afinal, o plano original não era sequestrar ninguém e sim resgatar o Marcola a força. Destruiriam a prisão se fosse preciso. A Polícia Federal descobriu todo plano antes e transferiu o bandido para Brasília, sendo essa a terceira mudança por causa de planos de fuga. Com mais essa falha, partiram para o plano B, que seria sequestrar autoridades. O delegado Martin Bottaro Purper, um dos maiores especialistas em PCC, conseguiu prender aqueles que iriam sequestrar o Moro. Mas porque ele virou alvo? Ele mentiu tentando levar o mérito do trabalho de outros, para faturar politicamente.

Agora, o juiz da décima terceira vara de Curitiba, que substituiu Moro e Gabriela Hardt, Eduardo Fernando Appio, prestou depoimento para o Tacla Duran. São citadas extorsões, relacionando Moro e Deltan Dallagnol. O caso vai ter que ir para o Supremo, pois são dois parlamentares e irá para as mãos de Ricardo Lewandowski, que pediu estranhamente a antecipação de sua aposentadoria. Zuccoloto, amigo íntimo de Moro e família, sócio da mulher de Moro, tem mensagens de celular mostrando que teria que pagar cinco milhões de dólares por fora, para ter acordo de delação premiada, com prints comprovados. O Moro tem hoje proteção parlamentar, mas depois de tentar se canditar a presidência, tentar ser senador por São Paulo com documentos falsos e conseguir pelo seu domicílio, pode ser caçado por ter suas contas de campanha não aprovadas pelo TSE.

Acreditaria na ressuscitação do Mar Morto do que as atitudes de Sérgio Moro e tudo isso seria o fim do mundo se não houver um fim nas condutas do ex-juiz.  Se houver cassação de seu mandato, talvez haja alguma esperança e não seja o fim do mundo.

 

       Acusado de extorsão, Moro tenta evitar que caso vá ao STF

 

Após ser acusado por Tacla Duran por extorsão, o ex-juiz e atual senador pelo Paraná Sergio Moro (União Brasil) pediu à Justiça para que o caso não seja levado ao Supremo Tribunal Federal (STF) como foi determinado pelo atual juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Eduardo Appio.

Na segunda-feira (27), o novo juiz da Lava Jato, Appio, ouviu o depoimento de Tacla que acusou Moro de extorsão e Deltran, agora deputado, de perseguição. O, agora senador, tem foro privilegiado e, por isso, o juiz pediu que o caso fosse encaminhado ao STF.

Após o pedido, Moro recorreu à Justiça na noite de terça-feira (28) e pediu que o caso não seja encaminhado ao Supremo.

Além disso, pediu que Appio não tome mais decisões em processos envolvendo a Lava Jato até que um pedido de suspeição feito pelo Ministério Público Federal (MPF) seja avaliado. O pedido do MPF foi protocolado no dia 15 de março deste ano, conforme petição, mas não teve movimentação processual.

•        'Odioso privilégio'

No requerimento, a defesa de Moro cita não ser competência do STF "processamento e julgamento das falsas acusações proferidas pelo criminoso Tacla Duran" e que a medida foi um equívoco de Appio.

Para o pedido, sustenta que entendimento de ministros da corte apontam que a prerrogativa de foro existe para fatos praticados no exercício da função e enquanto estiver em exercício.

"O ato em questão, suposta extorsão, entretanto, não teria sido praticado no exercício do mandato parlamentar. Teria sido praticado, em tese, durante o exercício dos cargos de juiz federal e procurador da república, não mais ocupados pelo Senador ou pelo Deputado Federal", cita trecho.

Afirma, ainda, que o ex-juiz é um crítico do foro por prerrogativa de função, que define como "incompatível com o princípio da igualdade".

"Não pretende usufruir, em qualquer circunstância, do odioso privilégio, preferindo e pretendendo ser processado e julgado durante seu mandato de Senador como qualquer cidadão comum perante um juiz de primeira instância, desde que imparcial", cita outro trecho.

•        Acusação de extorsão

Durante audiência de Tacla na Justiça Federal em processo que ele é réu por lavagem de dinheiro para a Odebrecht, o advogado citou os dois parlamentares.

No caso de Sergio Moro, ele afirmou que foi abordado por pessoas que, segundo ele, são ligadas ao senador, para uma possível venda do escritório do ex-juiz.

“Todo mundo sabe, no mundo jurídico, inclusive quando eu contratava escritórios pra Odebrecht, que eu trabalhei lá, que isso é uma prática comercial ali praticada, doutor. E porque eu não aceitei, eu não aceitei ser extorquido, e falar o português claro que ele gosta do linguajar de cadeia, de ser arregado, é que eu fui perseguido até hoje", disse.

Sobre Deltan, ex-procurador na força-tarefa da operação, o advogado afirma ser "perseguido na Espanha e em outros países" por ele.

 Moro e Dallagnol rebateram a denúncia. O senador disse que "não teme qualquer investigação" e afirmou que Tacla Duran fez "falsas acusações". O deputado afirmou, pelo Twitter, que o caso "é uma história falsa".

 

       Com medo de Tacla Duran, Moro pede suspeição de Appio na Lava Jato

 

O ex-juiz parcial e senador Sergio Moro (União Brasil-PR) encaminhou à 13ª Vara Federal de Curitiba um pedido de suspeição de seu juiz titular, Eduardo Appio.

O pedido ocorre após Appio tomar depoimento do advogado Tacla Duran, que denunciou ter sofrido uma extorsão no valor de US$ 5 millhões de pessoas ligadas a Moro e ao ex-procurador e deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) na época em que ambos conduziam a Operação Lava Jato.

Por Moro e Dallagnol atualmente serem parlamentares e terem foro privilegiado, Appio remeteu a investigação ao Supremo Tribunal Federal (STF), sob a relatoria do ministro Ricardo Lewandowski.

Moro pede na manifestação que Appio, "antes de praticar quaisquer novos atos processuais neste feito e em seus desdobramentos, deve decidir a exceção de suspeição autuada sob nº 5011393-28.2023.4.04.7000/PR e, caso não a acolha, deve remetê-la, de imediato, ao Tribunal Regional Federal da 4. Região para apreciação".

Ele ainda afirma que o juiz "equivocou-se ao decidir sobre a competência para processo e julgamento do relato falso efetuado pelo criminoso Tacla Duran sobre supostos crimes praticados por parlamentares federais, incluindo o peticionário, uma vez que o Supremo Tribunal Federal carece de competência sobre eles".

 

       PT apresenta notas fiscais contra Deltan Dallagnol; deputado rebate

 

O deputado federal Deltan Dallagnol é acusado pelo PT de ter praticado abuso do poder econômico , caixa dois e utilizado verba de fontes proibidas durante as eleições de 2022. O Partido dos Trabalhadores move um processo contra o parlamentar na Justiça Eleitoral e apresentou notas fiscais de pagamentos feitos ao ex-assessor da Lava Jato Matheus Almeida Rios do Carmo com recursos do Fundo Partidário.

Entre fevereiro e junho do ano passado, quando Deltan ainda estava em sua pré-campanha, o Podemos do Paraná pagou a Matheus com dinheiro do Fundo Partidário, conforme mostram notas fiscais divulgadas em veículos de comunicação do estado paranaense, no qual o iG teve acesso nesta terça-feira (28).

De acordo com a ação apresentada pelo PT para a Justiça Eleitoral, a contratação de Rios do Carmo teve como principal função desviar dinheiro do Fundo Partidário para quitar despesas pessoais e da pré-campanha de Dallagnol. O mecanismo feito pelo ex-procurador fez com que os pagamentos ultrapassem os R$ 100 mil, aponta o Partido dos Trabalhadores.

A legenda ainda acusa Deltan de ter tido despesas enormes na pré-campanha sem apontar quais as origens dos recursos. Por conta disso, os petistas argumentam que há indícios de que o contrato com Matheus tinha como objetivo desviar dinheiro público para quitar dívidas feitas antes do começo da campanha.

O PT declara que Dallagnol cometeu abuso do poder econômico, caixa dois e utilizou verbas de fontes proibidas. A agremiação ainda argumenta que o ex-procurador cometeu outros crimes penais e eleitorais, como lavagem de dinheiro do Fundo Partidário.

A legenda, representada no caso pelo advogado Luiz Eduardo Peccinin, alega que os valores pagos por Deltan são maiores do que “todos imaginavam” e que não há nenhuma menção nas notas de que o ex-assessor da Lava Jato era um consultor político, justificativa dada por Dallagnol sobre os pagamentos.

Outro ponto apresentado pelo PT é o fato que Matheus não tinha “vasta atuação jurídica”, conforme alegou o deputado federal, pois o Podemos foi o único cliente dele. O que chamou a atenção de Peccinin é que o partido de Dallagnol já tem advogados especialistas à sua disposição.

No entanto, Matheus rebate a afirmação do Partido dos Trabalhadores, argumentando que trabalhou como assessor de procuradores da Operação Lava Jato.

•        O outro lado

A equipe de Dallagnol enviou uma nota ao Portal iG rebatendo as acusações feitas pelo PT. A defesa do deputado revela que a ação feita pelo Partido dos Trabalhadores foi julgada "improcedente por unanimidade" por parte do TRE do Paraná, porque não identificou "provas de irregularidades na pré-campanha" do ex-procurador.

"A documentação que teria sido juntada segundo a imprensa, mas que não consta nos autos, pela Federação “Brasil da Esperança” não traz nenhuma novidade ao processo movido contra Deltan Dallagnol e nem indica a existência de quaisquer atos ilícitos. Pelo contrário, os fatos trazidos já foram examinados pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE/PR) em outra ação ajuizada em 2022, que o TRE/PR julgou improcedente por unanimidade. O TRE/PR entendeu que a ação era vaga e genérica e que não existem provas de irregularidades na pré-campanha de Deltan Dallagnol ou na atividade político-partidária do Podemos/PR", diz trecho da nota.

"Deltan fez campanha limpa, barata e modesta e as contas de campanha foram aprovadas por unanimidade pelo TRE/PR. O PT segue pregando pacificação, mas executando divisão social e vingança contra os agentes da lei que combateram a corrupção, seguindo a diretriz de seu líder Lula, ainda que o faça de modo leviano e maldoso", completou.

 

Fonte: O Cafezinho/Brasil 247/iG

 

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