domingo, 11 de dezembro de 2016

A anarquia dos poderes e a entrega de segredos do Brasil para a CIA. Por J. Carlos de Assis

Anarquizado institucionalmente, o Brasil virou a casa da mãe Joana sob  ditadura de um Judiciário que se aproveita do caos para prevalecer sobre direitos de cidadania, ignorando solenemente prerrogativas do Executivo e do Legislativo. Estes poderes, por sua vez – o senador Requião chama todos os três de “proderes” – capitularam à anarquia judiciária e tentam a suprema vilania de impedir a votação da Lei do Abuso do Poder, proposta pelo próprio perjurado Renan Calheiros, antes de negociar a aprovação já da PEC da Morte.
Tendo concentrado em si todo o poder do Judiciário - do poder de prender sem provas ao poder de condenar sem o devido processo legal  -, Sérgio Moro é o dono de fato da república da mãe Joana. Em nome do combate à corrupção, tese ressuscitada da velha UDN golpista, o juiz de Curitiba, que iniciou sob aplausos merecidos o processo de limpeza da política brasileira, acabou extrapolando de limites legais para se tornar, na prática, um agente da CIA capaz de entregar provas contra a Petrobrás a potências estrangeiras.
E isso não é o mais grave. O esquema da Lava Jato alcançou, prendeu e pôs na cadeia, com uma sentença de 39 anos o almirante Othon Pinheiro da Silva, o herói do programa nuclear brasileiro. O crime, pelo que se pode deduzir dos escaninhos sombrios do processo, foi que o Almirante prestou um serviço excepcional ao povo brasileiro na medida em que, sob sua direção, e abertamente contra a posição do governo norte-americano, se desenvolveu o programa das centrífugas com tecnologia genuinamente brasileira.
Agora, por dedução, como é comum no campo da espionagem, vou tentar esclarecer como tudo aconteceu. Diante da tenaz resistência norte-americana ao desenvolvimento pelo Brasil de um programa nuclear independente, mesmo que pacífico, o Almirante não tinha outro acesso a equipamentos e projetos nucleares que o mercado negro. Obviamente, o governo americano e sua subsidiária internacional, a Agência Internacional de Energia Atômica, tentam de toda a forma monitorar e controlar esse mercado para seus propósitos.
Como não podia entrar abertamente no mercado nuclear paralelo como um oficial das Forças Armadas brasileiras, Othon foi obrigado a fazer um caixa dois para comprar os equipamentos e projetos. Sua filha, especialista em linguagem nuclear com larga experiência, era a pessoa de confiança que trouxe para ajudar no processo de tradução. Parece – sim, parece porque tudo é obscuro nesse processo, que ela teria recebido 4 milhões de reais ao longo de seis anos para ajudar no programa. Dinheiro alto?, não. Considerada a responsabilidade, algo absolutamente razoável.
Por que então o almirante Othon não contou toda essa história a seus interrogadores? A resposta é simples. Se contasse a seus interrogadores, sendo eles amigos do governo americano, iriam entregar imediatamente à CIA informações que levariam ao rastreamento do único mercado nuclear a que o Brasil tem acesso. Se Moro vai duas vezes por mês aos Estados Unidos para levar aos americanos segredos da Lava Jato, imaginem o que não faria caso levasse os segredos nucleares do Brasil aos insaciáveis “irmãos” do norte!
A respeito do programa nuclear brasileiro, poucos sabem que foi desenvolvido no Brasil um processo de centrífugas para enriquecimento do urânio ainda não dominado pelos países centrais. É um método mais eficiente e mais barato do que o comumente utilizado. Vale bilhões de dólares. Se não fosse o complexo de vira lata, isso seria motivo de grande orgulho para o povo brasileiro. O que está sendo feito com o inspirador e executor desse programa vitorioso, porém, constitui, ao contrário, uma vergonha para o Brasil. O Almirante que fez tudo pela Pátria está preso. Seus carcereiros estão soltos, à espera de uma delação premiada que entregue os segredos brasileiros aos americanos, como feito com a Petrobrás. Será que as Forças Armadas não se mobilizam junto ao Governo para coibir esses atos de alta traição?


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