Tenho
o orgulho da minha história, do meu passado e do meu presente e de que tenho feito da minha vida seguir os passos
dos meus ideais e sonhos da juventude.
Também
posso declarar com toda fidelidade que nunca tive qualquer admiração ao
carlismo e de suas práticas políticas, mas tenho o mérito e a hombridade de, da
mesma forma que critico, também sei reconhecer o sucesso alcançado por qualquer
tipo de governante, e com o carlismo não posso ser diferente e não me deixar
cegar pelo radicalismo e apesar de suas práticas antidemocráticas, reconhecer
muitas conquistas a Bahia alcançou.
Mas como tudo na vida, chega o momento que o Poder se exaure, cansa e o povo procura novos ares, pede mudanças.
E
isto ocorreu em 2006, quando a população cansou dos métodos e do modelo
político que vigorava, e buscou ‘novos’ caminhos.
No
vácuo criado, apareceu o PT com Jaques Wagner, que juntamente com os servidores
públicos revoltado e cansados de tanta humilhação, apresentou um discurso de
mudança e prometendo um novo modelo de governar. Prometia uma nova Bahia.
Já
no primeiro mandato, Wagner acolheu nos seus braços centenas de ‘ex-carlistas’
mantendo-os ou colocando-os em cargos de comando, governando com os velhos
aliados do carlismo, instalados no PP, PR, PTB, PDT e demais partidos
periféricos, mantendo a velha e manjada fórmula clientelista e patrimonialista
de governar, de cuja escola é mestre, levantando da tumba orgulhoso o velho
coronel Malvadeza, que de lá onde estiver estaria vibrando de felicidade pelos
fiéis amigos que aqui deixou.
Mas
Wagner guardou para sua reeleição o grande golpe e a desmedida surpresa para o
povo baiano, quando fez renascer do Tribunal de Contas dos Municípios o já
aposentado carlista de berço, de criação e devoção, o ex-deputado Otto Alencar
e o acomodou como seu vice-governador, dando uma clara demonstração, que havia
jogado no lixo a política ideológica pregada pelo PT e demais partidos aliados
de esquerda.
Com
esta atitude ficou claro que na verdade, não era do seu interesse combater as
práticas funestas do carlismo, a qual já havia assimilado em seu governo, como
antes pregava nos palanques, o que buscava mesmo era sua meta: o PODER. O
restante era retórica para iludir o povo.
E
surpresa maior se fez presente, quando entregou a secretaria mais importante de
maior visibilidade ao seu vice-governador para comandá-la, asfaltando desta
forma a estrada do retorno do carlismo ao Poder.
Na
realidade, o governo Wagner é substancialmente a continuidade da forma de
governar que a Bahia acostumou-se a conviver. Ou seja, descaso com os serviços
públicos, principalmente com a saúde e a educação, criminalização da pobreza e
investimento em repressão, tratamento autoritário com os que lutam por seus
direitos, como o corte do ponto dos professores em greve, falta de diálogo com
a sociedade, arrocho salarial, etc.
E
não precisa ser madame Beatriz, para prever o futuro do PT e das esquerdas na
Bahia. Basta observarmos o insucesso administrativo do governo Wagner, das
centenas de promessas não cumpridas, do tratamento dado aos servidores públicos
do Estado, dos acordos assinados e logo depois esquecidos e não cumpridos, dos
conchavos às escondidas e, principalmente, do acolhimento e seu governo de
antigos adversários, que sempre estiveram no Poder e que foram os responsáveis
pela ‘herança maldita’ que tanto reclamaram o que impedia o seu governo de
deslanchar.
Foi
constrangedor para quem sempre lutou por uma Bahia politicamente diferente e
pelo fim do carlismo, o palanque armado na campanha de Pelegrino para prefeito
para receber Dilma, em Cajazeiras. Quem lá estava: Otto Alencar, Cesar Borges, Jairo
Carneiro, Mario Negromonte, Clovis Ferraz, Pedro Alcântara e diversas outras
lideranças oriundas do carlismo de menor calibre.
Como
já dizia o nosso velho poeta Caetano Veloso: “Triste Bahia, ou coisa
semelhante...”, ao ouvirmos os mesmos velhos discursos, que não são mais
aceitos e sequer adaptáveis à nova realidade.
O
que a nossa Bahia quer, precisa e exige são dirigentes inovadores, com visão
estratégica de crescimento e desenvolvimento, não de homens que se dizem
aliados e amigos do poder central, quando a realidade o mostra de forma
diferente, ou seja, são políticos enfraquecidos estrategicamente e
politicamente, que não conseguem nada mais do que os demais. Nada diferente,
aliás, há momentos que chegam a ser ultrapassados por outros governadores, que
não vivem arrotando tanta amizade e companheirismo. É uma Bahia governada
olhando pelo retrovisor esquecendo que
dentro da sua cabine estão as ‘estrelas’ daquela época.
Critica
se fazia a ACM e aos métodos de governar do carlismo, que tinha como lema
“dinheiro na mão e chicote na outra”, que para os amigos tudo para os
inimigos nada, na gestão de Wagner os métodos são parecidos, porém não
criticados, ou seja, é um governo que adota a prática de terrorismo psicológico,
empurrando goela abaixo, sejam adversários ou aliados. Existe apenas a sua vontade
que tem que ser cumprida. E ainda se considera republicano.
Mais
uma vez se nota que a Bahia está cansada de discursos mentirosos e enganadores,
sua população quer ação e a cada omissão deste governo, os obstáculos se
renovam e se robustecem, desestimulando não só o seu povo, mas aos
empreendedores.
Chega
soar estranho, dada a grande ‘proximidade’ do governador Jaques Wagner com
Dilma Rousseff, os comentários nos meios políticos, até entre aliados
do PT que se ACM vivo fosse, por exemplo o Porto Sul e a Ferrovia Oeste Leste,
já estaria em fase final de conclusão. Será?
O
certo é que diante dos vacilos e da inapetência para administrar, aliado a
incompetência onde tudo é feito politicamente visando a manutenção do Poder em
2014, os gritos de vitória em que soavam nas gargantas antecipadamente, passou
a ser motivo de preocupação.
Espera-se
que as eleições de Salvador e Feira de Santana, sirvam de alerta, já que os
tempos mudaram e os discursos
retrógrados e mentirosos já não são mais aceitos e fazem parte de um passado
que com certeza, os baianos não querem
mais ouvir.
É
preciso que entendam que vivemos na era da informação e que a população hoje
está antenada.
E
caso aconteça aquilo que há alguns anos já não se acreditava que pudesse
acontecer que seria o retorno do carlismo ao Poder, o maior responsável e o
grande culpado, por ter sido seu maior cabo eleitoral, chama-se Jaques Wagner.
E
se o carlismo vem ganhando musculatura no Estado, isto se deve a arrogância, a
prepotência e a incompetência do governo Wagner que vem pagando caro por ter
maltratado os policiais militares, humilhado quase 100 mil professores da rede
estadual, além dos demais servidores públicos que jogaram nele todas as suas
esperanças de dias melhores e de ter entregue a Bahia à bandidagem.
Prezado Francklin,
ResponderExcluirVocê praticamente leu o meu pensamento e o de tantos outros que seguem insatisfeitos com as lideranças políticas da BA. Definitivamente, a minha enorme comemoração em 2006 pela entrada do PT do cenário político baiano hoje se resume a uma profunda frustração.
Concordo contigo que o Carlismo ganha corpo na BA, esta aliás é a fala nos quatro cantos do estado. No entanto, me recuso a aceitar que a volta do Carlismo seja a solução para o "Wargismo". Retrocesso seria o mínimo para conceituar este pensamento. Temos que olhar para a frente. A grande vitória dos baianos sobre os maus feitos no estado não será apoia um modelo que já se mostrou errado no passado, mas mostrar a estes dois "ismos" que a BA quer mudança, quer o novo.
Abraços, meu caro.
Leonardo Moraes