segunda-feira, 12 de julho de 2010

O JOGO COMEÇOU: as cartas estão sendo distribuídas.


Foi dada a largada para as eleições 2010. Ao final das convenções partidárias e das inscrições das candidaturas nenhuma surpresa foi apresentada em relação aos postulantes para o Executivo, principalmente nos Estados, aonde os nomes já vinham sendo anunciados a cerca de mais de 12 meses. De novidade mesmo, só a exigência do TSE que ao se inscrever, o candidato ao executivo deveria anexar o programa de governo a ser cumprido. Se o será, só o futuro dirá, pois é costume de nossos políticos prometerem, mais passada as eleições esquecem tudo que antes jurara que o faria assim que assumissem.
Na Bahia do grande Octávio Mangabeira, três candidatos se apresentam com chances reais de saírem vencedores: o atual governador, candidato a reeleição, Jaques Wagner pela coligação liderada pelo PT, o ex-governador Paulo Souto pelo DEM/PSDB e Geddel Vieira Lima pelo PMDB e aliados. Os demais candidatos, que me desculpem, mas não passam de meros coadjuvantes.

Chegaram ao conhecimento público, os programas apresentados pelos candidatos, cumprindo o requisito imposto pelo TSE, e é sobre este tema que iremos nos debruçar, procurando analisar as intenções de cada um dos três principais postulantes.

Jaques Wagner apresenta como metas, caso o povo baiano lhe dê uma nova oportunidade de administrar a Bahia, três eixos: 1) Inclusão Social e Afirmação do Direito; 2) Desenvolvimento Sustentável e Infra – estrutura logística; e 3) Gestão Democrática do Estado. Paulo Souto apresentou suas propostas: 1) ser humano – com choque nas áreas de saúde e segurança pública; 2) economia – propostas para as áreas de logística, desenvolvimento agrícola e turismo; e 3) gestão pública – com descentralização administrativa. Já Geddel Vieira Lima, ousou um pouco mais, apresentou como programa de governo: 1) retomada do dinamismo econômico; 2) interiorização do desenvolvimento; 3) combate a pobreza; 4) infra – estrutura centrada em transporte e energia; 5) novo modelo de gestão pública, centrada no mérito e não nas indicações políticas: e para o servidor público apresentou o item 6) assumindo o compromisso de nos 06 (seis) primeiros meses de seu governo apresentar um plano para o pagamento da URV.

Apenas sobre este último item apresentado, queremos afirmar que a questão do pagamento é política não jurídica. Da mesma forma como o foi o pagamento dos créditos tributários aos empresários e industriais baianos, cujos valores são proporcionalmente superiores ao devido ao funcionalismo público. Alerto ao deputado que sempre se apresenta como porta voz em defesa do atual governo, que apesar dos valores tributários, que eram reclamados judicialmente serem altos, porém, não quebraram o Estado e politicamente foi encontrada uma solução. Entende-se o esforço do Secretário da Fazenda em socorrê-los, pois estavam em situação de “pobreza absoluta”, e havia a necessidade de fazer caixa, pois muito são financiadores de campanhas eleitorais. Portanto, cabe aquele que está com a caneta na mão tomar a decisão. Paulo Souto foi o grande responsável por este passivo trabalhista. Wagner teve e ainda tem a oportunidade de resgatá-la e cabe a Geddel prometer.

Retornando ao tema principal, aí estão os vetores e os caminhos que a administração da Bahia tomará a partir de 2011, haja vista que, os sinais apontam para um deles assumir os destinos dos baianos para os próximos 04 anos.

Analisando as propostas dos candidatos, observa-se que tanto Wagner quanto Paulo Souto fugiram de assumir compromissos públicos em relação aos servidores públicos, De parte dos dois é até compreensível, pois se Paulo Souto é considerado como o maior carrasco do funcionalismo baiano, o governador Wagner não fica muito atrás, pois foi eleito contando com o apoio integral da categoria, prometeu resgatar a imagem do funcionalismo e termina os seus 04 anos de governo melancolicamente junto aos servidores. Hoje, diante do tratamento recebido pode-se afirmar que o atual governador não conta com 10% de apoio do funcionalismo público. Paulo Souto não poderia prometer, pois ele sabe quanta malvadeza praticou e hoje não conta com este segmento, pela forma como os tratou nos dois mandatos, chegando ao extremo de em 2006, sequer pagar o salário mínimo para diversas categorias, entre elas policiais, servidores de nível médio e professores.

Para onde os votos irão aí ninguém sabe.

Quanto a Geddel, este sabe do peso que esta categoria tem em uma eleição. São cerca de 250.000 servidores que rende em média 1.000.000 de votos, diante disto, como é o “novo”, pode acenar com a esperança de melhores dias para a categoria, haja vista que ainda não teve a administração sobre o seu controle e não foi testado como governador.

Porém, apesar de falar em valorização do servidor, conforme cita no item 5, é do conhecimento de todos a voracidade do seu grupo quando era aliado do governo Wagner, nas indicações políticas para os cargos disponíveis, fala-se em mais de 500.

Porque não valorizou o funcionário nas suas indicações àquela época e quando teve oportunidade?

Outro tema, que consideramos de fundamental importância, não está enfatizado pelos três candidatos: a EDUCAÇÃO. Não adianta falarmos em desenvolvimento, industrialização, segurança pública entre tantos outros, se não priorizarmos a educação como fator de conquista social, paz e harmonia.

É a partir da Educação, que o desenvolvimento se inicia. A Educação é a base e o pilar de sustentação dos demais vetores. Uma Nação sem priorizar a educação, nunca deixara de ser subdesenvolvida. E esta iniciativa tem que partir dos nossos dirigentes.
Recuperar a educação pública.
Não deixar continuar esta educação que aí está, onde o professor finge que ensina, em razão das péssimas condições de trabalho e da baixa remuneração recebida e o aluno que aprende, pois não tem oportunidade ou acesso a uma escola de qualidade.
Não esta educação que aí está, onde apenas reproduz a ideologia e os ideais das elites, mas uma educação construída pelas bases, reproduzindo os ideais libertários de um povo, que não só eduque, mas ensine as nossas crianças a pensarem e a questionarem a realidade em que vivem.

Não esta Educação, que empanturra as escolas de REDAS e de indicações políticas, mas que valorize o profissional, a formação acadêmica e seu acesso, como em todo o serviço público, através do concurso público.

Estranhamente, o candidato do PMDB não deu ênfase a este tema. Quanto a Paulo Souto e a Jaques Wagner era até de se esperar, pois em nenhum momento eles, como dirigentes, tiveram a sensibilidade em seus governos, de transformarem a Educação em prioridade. Muito pelo contrário, investiram muito pouco neste segmento.

As metas apresentadas por Jaques Wagner e Paulo Souto, são propostas que em nosso entendimento, não nos empolga, pois no caso Wagner, as explicitadas já deveriam está incorporada desde seu primeiro governo, ou governou sem estes horizontes ora apresentados. Quanto a Paulo Souto, o qual governou a Bahia por 08 anos, é surpreendente que só depois de ser afastado do Poder, de longe viu que a Bahia tem seres humanos e precisam ser olhados e melhor cuidados, coisa que nunca fez quando governava; que a economia precisa de um melhor tratamento e a administração pública precisa ser descentralizada. Será que não teve oportunidade nos 08 anos que governou?

Interessante que nos dois primeiros períodos de governo do candidato do DEM/PSDB o slogan era que a Bahia ia bem. Só agora é que ele viu que tudo aquilo era propaganda enganosa e que a Bahia ia muito mal. Aliás, estava na UTI e eles esconderam por 16 anos.

Quanto a Geddel e suas propostas, como disse anteriormente, é um nome ainda não testado. Pesa sobre ele uma grande rejeição pela forma como faz política, relembra o estilo de um político já falecido, cujo método se encontra ultrapassado, mas não devemos desprezá-lo, pois com o fim da propaganda institucional governamental, a coisa fica embolada.

Quem não se lembra das eleições de 2006, que foi a partir da suspensão das propagandas institucionais de governo, que Jaques Wagner deu a virada e derrotou Paulo Souto no 1º turno? Ninguém deve cantar vitórias ou chorar derrota antecipadamente, pois o eleitor está muito consciente e surpresas como a de 2006 podem voltar a ocorrer.

Portanto, aí estão as promessas. As cartas estão na mesa. Cabe a nós eleitor jogar e dependerá da nossa cartada (O VOTO) o futuro da Bahia e do seu Povo.

3 comentários:

  1. Torço para que Geddel consiga fazer uma boa campanha e ganhe as eleições. Acredito que ele é o melhor dos candidatos na Bahia. Pelo menos mostrou que trabalha, e muito, para o interior.

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  2. Marcílio Couto Lins12 de julho de 2010 às 11:53

    Geddel tem feito um trabalho no interior do estado que decidirá essa eleição! Não acredito nessas pesquisas que estão sendo divulgadas pela imprensa! Na bahia são 9,3 milhões de eleitores! O que vai decidir essa eleição será o trabalho de cada candidato nas regiões menos favorecidas do Estado. E geddel tem o apoio da maioria dos prefeitos dos municipios da Ba, inclusive a capital. O povo está do lado desse baiano, que se destacou como ministro da integração social do governo Lula.

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  3. Jaques Wagner errou feio nesses 4 anos de governo. e ainda quer me convencer de que até outubro vai resolver tudo? Não vai nem agora nem se for reeleito. Nele não voto

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