quarta-feira, 7 de outubro de 2009

PAULO SOUTO - O ÍDOLO DE BARRO


Quando nos aproximamos dos períodos eleitorais, os políticos procuram tratar os eleitores como idiotas ou assim parece. Bastou o DEM perder o comando do Estado da Bahia, para de repente descobrirem que falta educação, saúde, segurança pública, estradas, desmandos com o dinheiro público, e por aí vai. E o que é pior, começa a anunciar programas sociais caso recupere o poder. Desta forma o eleitor é tratado como idiota, ou demente, um ser sem memória.
Voltando um pouco na história do Estado, queremos recordar aos políticos hoje no DEM, (ou DEMO) antigo PFL, que por sua vez era o antigo PDS, que por seu lado era a antiga ARENA, que por sua vez teve origem na antiga UDN e partidos de direita e ultra direita que apoiou o golpe militar de 64, que estes senhores dominaram a Bahia não por cerca de 16 anos, mas sim por por 44 anos, ou seja desde 1958 que estes senhores governam a Bahia.
Para aqueles que de repente ficaram com amnésia, faço a cronologia: 1958, Juracy Magalhães (UDN); 1962, Lomanto Jr. (UDN), 1966, Luis Viana Filho (ARENA), 1970, Antonio Carlos Magalhães (ARENA), 1974, Roberto Santos (ARENA, hoje no PSDB); 1978, novamente ACM (ARENA ou PDS); 1982, João Durval Carneiro (PDS, hoje senador pelo PDT); 1986, Valdir Pires (PMDB - primeiro período sem o atual DEM no Poder); 1990, mais uma vez ACM(PFL); 1994, Paulo Souto (PFL); 1988, Cesar Borges (PFL, hoje senador pelo PR, mais continua afinadissimo com o DEM); 2002, novamente Paulo Souto (PFL, hoje DEM) e finalmente 2006, Jaques Wagner (PT).
Portanto, o Estado da Bahia viveu, durante 48 anos, “com alguns intervalos”, sob um governo que impunha-se pelo medo e o constrangimento. Esta é a opinião de todos que conviveram daquela época até hoje, cuja tônica era o dinheiro em uma mão e o chicote em outra, onde imperava a perseguição e o desmando, as obras eram voltadas para os interesses apenas das minorias e os recursos públicos tratados como se fossem propriedade dos governantes de plantão e investidos de forma a enriquecer empresários e emprenteiros, transformando o bem público em propriedade privada, enriquecendo-se e enriquecendo os amigos e correligionários.
Durante este período o IDH da Bahia só fez decrescer, movido por prioridades que não visava o bem estar da população, com falta de investimentos nas áreas sociais, principalmente educação e saúde. Escamotearam os dados e sucatearam a segurança pública. Humilharam os servidores públicos. Efetuavam obras que acabavam com a primeira chuva ou primeiro vento.
Iludiam a população com propagandas caras e bem trabalhadas, onde mostravam uma Bahia que não existia.
Enfim, tratavam a população como trouxas, coisa muito comum do coronelato político, onde o eleitor só serve no dia da eleição.
Enquanto as elites cada vez mais se apoderavam do patrimonio e dos recursos públicos. Quem não se lembra daquela empresa que se denominava Obras Autorizadas pelo Sogro? Da campanha sorrateira para fechar o Jornal da Bahia? A mesma tentativa foi feita com a Tribuna da Bahia e mais recentemente no Governo de Cesar Borges a tentativa de fechar o Jornal A Tarde? Tudo isto com um único fim: dominarem por completo a comunicação da Bahia e deixar as oposições mudas, sem ter como se comunicar com o povo, pois a verdade deles é que teria que ser a verdade transmitida para a população. E ainda se denominam Democratas. Será que sabem o que é democracia?
Será que os senhores do DEM estão esquecidos deste período? Não faz muito tempo não, senhores, foi até 2006.
Porém foi preciso passarem 03 anos fora do Poder, para descobrirem os desfeitos fomentados e praticados pelos senhores? Ou será que alguem acredita que em apenas pouco mais de 02 anos, o governo Wagner foi capaz de produzir tantas mazelas. Não estou aqui a defender o Governo atual, pois também o critico, até porque a maioria dos técnicos que comandaram a Bahia, através de cargos neste longo período, muitos deles continuaram no Poder, assim, muitas mudanças que poderiam ser feitas encontram resistencia nestes senhores, que contribuiram para o caos administrativo encontrado.
Quanto ao atual lider maior do DEM, o ex-governador Paulo Souto queremos lembrar algumas grandes contribuições dele como dirigente do Estado que talvez façamos sentir "saudades".:
No seu primeiro mandato, o governador foi responsável:
- Pela doação do BANEB ao Bradesco, de forma tão escandalosa que o investimento feito pelo Bradesco foi recuperado apenas com a venda dos prédios onde funcionava o BANEB. E ficou mais ainda comprovado quando o Banco do Brasil, apenas para ficar com a conta do Estado, pagou o dobro do valor da doação;
- A extinção do IAPSEB, plano de previdência do servidor, que além da aposentadoria prestava assistência médica e odontológica, criando os monstrengos chamados PLANSERV e FUNPREV, um atende a assistencia apenas médica e o outro trata da aposentadoria, e o servidor que contribuia com cerca de 12%, passou a contribuir com 25% dos seus já corroidos salários.
- A doação da COELBA,
- Da Companhia de Navegação da Bahia,
- Da Linha Verde;
- O não pagamento da URV ao servidor público, cujo passivo se arrasta desde o seu primeiro governo, quando deixou de conceder um percentual quando da transição da moeda para o real, mais uma vez roubando o funcionalismo público; entre tantas outras mazelas e maracutaias ocorridas em seu governo.
A situação chegou a tal ponto, que mesmo com direito a reeleição, foi preterido pelo chefe da época, o falecido ACM, mesmo após a morte de Luiz Eduardo e está bem pontuado no IBOPE.
No seu retorno em 2002, mais desmandos foram identificados, como abandono da educação, da saúde, da infra-estrutura, e os praticados no final do governo, como o escândalo da Ilha do Urubu em conloio com correligionários de José Serra; a outorga de 17 áreas do Estado; o desvio dos recursos e das finalidades da Cesta do Povo, entregando-a completamente quebrada; a educação e a saúde em petição de miséria; a infra-estrutura apenas existia na televisão; o funcionalismo de nível médio, professores e policiais, recebendo menos que o salário mínimo e os técnicos de nível superior percebendo pouco mais de um salário mínimo; o PLANSERV mesmo com os descontos em folha, com a maioria das clínicas e hospitais cancelando o credenciamento por falta de pagamentos; esfacelou o caixa do Estado com oferta de benesses a amigos e parceiros; total degradação do meio ambiente, enfim, não praticou terra arrasada, praticou sim, uma política administrativa e financeira irresponsável e incompetente. Deixou na verdade uma herança maldita para o seu sucessor, fosse quem fosse.
Faço uma pergunta aos seus admiradores: quantas salas de aula foram construidas nos 08 anos de mandato de Paulo Souto? Quantos hospitais foram construidos? Quantos leitos de UTI foram acrescidos ao sistema? Quantos metros de esgoto urbano foram feitos? Quantos policiais civis militares ele convocou? Quantos quilometros de estrada novas foram abertas? Quantos Sem Terra foram assentados? Quantas áreas foram irrigadas? Quantos poços artesianos foram perfurados no sertão baiano?
Portanto, para quem não conhecia este é o ídolo que querem nos empurrar e que só descobriu que não existe educação, saude, segurança, infra-estrutura e investimento no social, agora, depois que lhe tiraram do Poder. Ainda bem. Antes tarde do que nunca.
Porém, conhecendo a prática destes senhores, posso afirmar que este redescobrimento da situação não passará dos palanques, pois caso um dia regressem ao Poder, voltarão a ter as mesmas atitudes do passado, pois como diz o ditado popular "o uso do cachimbo deixa a boca torta".

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