quinta-feira, 9 de julho de 2009

O DISCURSO QUE FALTAVA

Ontem na cerimônia de entrega de 63 ambulâncias às prefeituras, tendo como palco de fundo o estacionamento da Sesab, afinal o Governador após dois anos e meio de ouvir discursos que condenavam e apedrejavam o seu Governo, inclusive por aliados que necessitam de espaços e criar factoides para aparecer, sem mostrar qualquer serviço digno à população, exceto palavras das quais não tem qualquer credibilidade (não sei se alguém lembra o que falava o Ministro Gedel a respeito da transposição do São Francisco? Se pegarmos os jornais da época o mesmo falava cobra e lagartos da mesma. Hoje é o maior defensor, mudou o projeto ou mudou ele?) resolveu dizer para o que veio e abriu o peito, colocando para fora, quem sabe, angústias e revidou os desaforos alheios atirados, principalmente por aqueles que levaram décadas no Poder, e hoje afastados buscam formas para retomá-los, já que, ao que parece, o saco de maldade ainda não está completo.

O Governador em suas palavras usou um linguajar pouco comum nestes momentos, porém, foi objetivo e mandou o seu recado, que é o recado que todos aqueles que votaram nele estavam esperando. "Posso garantir que sou valente. Na hora certa vou dar a resposta aos mal-agradecidos e àqueles que ficam falando bobagens". E continuou, "Dizem que abandonamos a polícia (...) É melhor parar de mentiras, 2010 vai chegar! A Bahia cansou de palhaços! (...)". O recado está dado e para o bom entendedor, ele teve endereço e rapidamente os seus destinatários o receberam.

Importante salientar que o desabafo faz sentido e não seria de agora, já há algum tempo uma resposta se fazia necessária, diante das constantes críticas, alguns com fundamentos, porém a sua grande maioria sem qualquer base técnica, uma vez que todos sabiam a situação caótica em que a Bahia se encontrava, onde era uma fartura, ou seja, "fartava" tudo para o povo, menos para o grupo encastelado no poder.

Se fazia necessário uma resposta também aos aliados, aqui mais diretamente ao PMDB, que faz as críticas, mas tal como o PT fez com a Prefeitura de Salvador, também não quer largar o osso. Esta falácia que o cargo é do governador e que está disponível, ninguém engole, porque todo mundo sabe disto, mas se é contra os métodos administrativos saia e não critique publicamente e continue com os milhares de cargos em seu poder.

Acredito que, com as palavras de ontem, o Governador que até então vinha tentando jogar água na fogueira e demonstrando não querer brigas nem disputas, desta vez botou lenha na fogueira da sucessão e fez mais, mostrou a todos que não é o bobo que todos estavama a imaginar.

Estava o Governador em suas conversas dando a entender que 2009 seria um ano eminentemente de trabalho e que a discussão da sucessão só seria tratada a partir do ano que vem o que seria o ideal, mas, infelizmente, as questões políticas, os desejos de grupos e até individuais, acabam alterando qualquer tipo de planejamento, muito mais para inflar o ego dos interessados em prejuizo da população.

E o mais importante do seu discurso, foi que ele bateu nos pontos certos, se nocauteou os seus adversários, só os próximos lances nos dirá, mas que foi um ataque na hora certa isto todos sabem que foi, primeiro porque ele responde e responde duro às críticas e depois porque atingiu também os seus antecessores, hoje no DEM, que já falavam como se nunca tivessem comandado o Estado, quando todos sabemos que foram eles os maiores responsáveis pela situação delicada em que se encontram todos os setores oficiais.

Isso sem falar levarmos em consideração as insinuações sobre corrupção e mau uso do dinheiro do contribuinte praticados à época.

Outro ponto importante a ser ressaltado do discurso do Governador, está nas críticas endereçadas a alguns prefeitos, que só vivem de pires na mão na Governadoria, apesar deles, os prefeitos, viverem nababescamente, e que levam seus pleitos a ele, mas não economizam críticas infundadas quando chegam nos seus municípios.

Desta forma, busca Wagner dar um basta nesta situação. Demonstra assim que os desaforos já estavam passando dos limites e começa a passar para a sociedade que tem pulso e está determinado a ir até o fim.

Não tenho procuração para falar por ninguém, mas posso garantir que este era o tipo de discurso que estava faltando no currículo de Wagner e para mim ele foi importante e necessário servindo de divisor de aguas, para que as pessoas comecem a pensar em 2010.

Um comentário:

  1. Francklin, está muito tendencioso: fartura na compreensão e parcimônia nas críticas. A análise, na minha opinião, deve manter o justo equilíbrio para domar a fúria contida no som da paixão política.

    Também gostaria que você fizesse uma revisão antes da publicação. Há "descuidos" (óbvios demais) no que tange ao uso da língua.

    Tudo isso porque gosto de ler 'ocê e por 'ocê ter grande admiração.

    Grande abraço!
    Vicente

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