quarta-feira, 25 de setembro de 2024

'Novo Marçal' durou pouco e já se espera alta na rejeição em próximas pesquisas

As cenas de pugilato protagonizadas por um assessor de Pablo Marçal (PRTB), ao final do debate dessa segunda-feira (23) em São Paulo, podem tirá-lo definitivamente do segundo turno da eleição para Prefeitura de São Paulo.

Os rivais do candidato do PRTB aguardam as próximas pesquisas e acreditam que a rejeição de Marçal irá subir ainda mais. No último Datafolha, atingiu 47%.

Segundo assessores dos rivais do candidato do PRTB, Marçal ensaiou uma mudança de comportamento para tentar reverter o aumento de sua rejeição, mas não se aguentou.

Ao final do debate de ontem, focado em discutir propostas, ele fez provocações a Ricardo Nunes (MDB), acabou expulso nas considerações finais e um assessor dele agrediu o marqueteiro da campanha de Nunes, Duda Lima.

O caso foi parar na delegacia e, na avaliação das equipes de Ricardo Nunes, Guilherme Boulos (PSOL) e Tabata Amaral (PSB), alguma medida da Justiça Eleitoral precisa ser tomada em reação às seguidas agressões verbais e até físicas pela campanha de Marçal.

O caso vai ser explorado pelas equipes dos rivais nesta reta final da eleição municipal.

Por sinal, nesta penúltima semana da campanha em São Paulo, o candidato do PSOL, Guilherme Boulos, já se prepara para enfrentar no segundo turno o atual prefeito, Ricardo Nunes. E vai adotar como estratégia a tática de desconstrução da imagem do adversário.

Nunes, do seu lado, quer reforçar o apoio no eleitorado de baixa renda, evitando que esse grupo migre para Boulos. E conta com a participação do governador paulista Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos).

Pablo Marçal estava buscando uma recuperação nas pesquisas. E está focando no eleitorado evangélico. Só que o episódio do último debate vai acabar repercutindo entre evangélicos, que são avessos a candidatos associados a cenas de agressões e violência.

¨      Bate-boca entre Nunes e Marçal está na origem do soco de assessor do ex-coach

O evento foi organizado pelo Grupo Flow em colaboração com o Grupo Nexo, da Faculdade de Direito da USP. A tensão já estava presente antes do início do debate, com trocas de farpas entre Marçal e Nunes. 

“Vou por você na cadeia em 2025. Tchutchuca do PCC. Vou te investigar, o que você recebeu na conta da sua esposa, a sua filha. Ladrão de merenda. Você vai pra cadeia.”. Logo em seguida, Nunes chama ex-coach de “condenadinho”.

“Quer roubar até o apelido, tchutchuquinha?”, devolveu Ricardo Nunes. “Seu bandidinho! Seu condenadinho! Mentiroso!”, gritou o candidato à reeleição. Veja vídeo:

A confusão culminou logo após o ex-coach ser expulso do debate por repetidas violações das regras e fazer acusações contra Nunes. O moderador do debate, Carlos Tramontina, foi forçado a interromper a transmissão temporariamente devido à confusão, informando ao vivo que o assessor do prefeito estava ferido. A polícia foi chamada e Lima e Medina foram levados à delegacia.

Ao vivo, Tramontina explicou o que aconteceu:

"Aparentemente ele (Marçal) adotou o projeto de fazer tudo aquilo que não fez de agressão durante o debate no final. Ele iniciou uma série de acusações injuriosas que, de acordo com o regulamento, não podiam ser aceitas. Eu interrompi, conforme as regras que foram assinadas. Na terceira vez, ele foi excluído do debate. Ele claramente usou o tempo final sem nenhuma consequência.

Quando ele (Marçal) sai (do púlpito), forma-se um certo tumulto. Só vi que houve um soco de uma pessoa em um assessor do candidato Ricardo Nunes, que pegou no olho esquerdo e sangrou muito. A equipe médica está dando todo o apoio ao agredido. É uma pena que o candidato, no encerramento de um debate muito bom, tenha decidido entornar o caldo."

¨      Marçal expulso de debate

O debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo organizado pelo Grupo Flow em parceria com o Grupo Nexo, da Faculdade de Direito da USP, e realizado na noite desta segunda-feira (23) foi marcado pela expulsão de Pablo Marçal (PRTB) por desrespeito às regras já na reta final do evento, durante as considerações finais. Em outros momentos, houve também ataques pessoais. Um integrante da equipe de Marçal chegou a agredir o marqueteiro do prefeito Ricardo Nunes (PSDB).

Estavam vetados insultos, ofensas, xingamentos e uso de apelidos pejorativos, e o participante que infringisse alguma das regras receberia advertências, sendo retirado se acumulasse três delas. Marçal foi advertido seguidamente até a expulsão após chamar Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição, por um apelido e afirmar que o prefeito seria preso pela Polícia Federal em um possível mandato dele.

"Tomei três advertências numa fala", reclamou o ex-coach. "Essa é a minha indignação como cidadão aqui agora, e não faz o mínimo sentido. Eu usei do meu tempo, fui advertido, segui nas regras. Ele [o mediador, Carlos Tramontina] poderia me advertir depois que eu terminar de falar, ele até verbalizou. Por que você está usando esse último momento? Porque o último momento é meu, veio do sorteio", afirmou.

¨      "Vamos entrar em uma guerra", diz Marçal

Depois de ensaiar um tom mais moderado no debate da semana passada no SBT, o empresário e influenciador Pablo Marçal, candidato do PRTB à prefeitura de São Paulo (SP), voltou a protagonizar um tumulto generalizado no encerramento do encontro promovido pelo Grupo Flow, na noite de segunda-feira (23).

Depois de ter sido advertido três vezes pelo mediador do programa, o jornalista Carlos Tramontina, em suas considerações finais, Marçal foi expulso do debate. Após a expulsão, houve uma correria e seguranças e assessores invadiram o estúdio.

Nahuel Medina, cinegrafista e sócio de Marçal, agrediu Duda Lima, marqueteiro do prefeito Ricardo Nunes (MDB), com um soco no rosto.

Em suas considerações finais, o empresário e influenciador fez acusações contra o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e voltou a afirmar que o emedebista será preso. Nunes foi o principal alvo dos adversários

O assessor do candidato do PRTB foi detido pela PM. Cinco viaturas da polícia foram deslocadas até o Esporte Clube Sírio, onde o debate foi realizado, e os envolvidos foram encaminhados para o 16º Distrito Policial (DP), na Vila Clementino, zona sul da capital.

“Nós vamos entrar em uma guerra e, se não tiver revolta do povo, não vai ter como resolver isso nesta cidade”, afirmou Marçal, em um vídeo publicado em suas redes sociais já na madrugada desta terça-feira (24).

Segundo o candidato do PRTB, o soco de Medina em Duda Lima foi motivado por uma agressão anterior do marqueteiro de Nunes.

“Ele avançou e agrediu o integrante da minha equipe. E ele [Medina], na reação, acabou desferindo um soco contra ele”, minimizou Marçal.

“Tem gente agredindo para todo lado”, prosseguiu o influenciador. “Não dá pra lidar de outro jeito com esses bandidos.”

Nas redes sociais, Medina publicou um vídeo mostrando a mão machucada. “Eu só me defendi instintivamente”, escreveu o assessor de Marçal.

O soco desferido contra o marqueteiro de Nunes foi na altura do supercílio. Duda Lima, que deixou o estúdio sangrando, fez um curativo e está em observação. Ainda não há informação se ele será levado ou não ao hospital.

Segundo assessores de Pablo Marçal, o marqueteiro de Nunes teria tentado cobrir a câmera do celular de Medina, que o agrediu.

¨      Marçal: "esse negócio vai ficar feio"

Após o soco desferido pelo sócio e assessor Nahuel Medina em Duda Lima, marqueteiro de Ricardo Nunes (MDB), durante debate no Flow na noite desta segunda-feira (23), Pablo Marçal (PRTB) fez um vídeo declarando "guerra" aos adversário e sinalizando que vai aumentar a violência na campanha eleitoral.

Alterado logo após o episódio de agressão, o ex-coach falou que "não dá para lidar de outro jeito" com os adversários, classificados por ele como "bandidos", e incitou apoiadores extremistas a propagarem a violência.

"Infelizmente aqui no debate tem um problema de civilidade, de gente agredindo para todo lado. No direito de fala, alguém quis me interromper, eu não consegui terminar... E não dá para lidar de outro jeito com esses bandidos. Não dá para lidar de outro jeito com esses bandidos. Esse negócio vai ficar feio", ameaçou, incitando a horda.

O ex-coach ainda afirmou não ver "problema" na expulsão do debate. A decisão foi tomada pelo jornalista Carlos Tramontina após Marçal tentar usar os minutos finais de sua fala para atacar os adversários com "apelidos" criados por ele e, em um delírio, dizer que vai mandar a Polícia Federal (PF) prender Ricardo Nunes (MDB), com quem polariza a batalha na ultradireita.

"Para mim não tem problema nenhum ser expulso de um lugar onde não posso falar. Não toquei na honra da pessoa, falei de uma promessa que vou fazer e eu vou fazer", disse, sobre a mentira da prisão, já que nenhum prefeito tem possibilidade de dar comando para agentes federais.

Em seguida, Marçal declarou "guerra" aos adversários, conclamando os apoiadores a propagarem a violência.

"Me desculpem envolver vocês nisso. Eu queria falar de propostas, mas esse consórcio comunista do Brasil que não dá para arregar para eles. Nós vamos entrar numa guerra", disse, usando o velho chavão da ultradireita para fazer soar o "apito de cachorro" aos extremistas.

¨      “É o nível da turma do Marçal”, lamenta Boulos sobre soco em debate

Em uma gravação publicada após o debate promovido pelo podcast Flow nesta segunda (23), o candidato Guilherme Boulos (PSOL), que concorre à prefeitura de São Paulo, manifestou sua revolta diante da violência e da falta de civilidade que dominaram a discussão. A transmissão, que ocorreu ao vivo, foi interrompida de maneira abrupta após a equipe do candidato Pablo Marçal (PRTB) agredir a equipe do prefeito atual, Ricardo Nunes, resultando em tumulto nos bastidores.

No vídeo, Boulos ainda disse que a melhor forma de responder às baixarias dos candidatos é olhar para o que São Paulo precisa e que no debate, foi possível confirmar o nível dos outros candidatos.

“Fizemos o enfrentamento dos bolsonaristas do jeito que tem quer ser feito e mostrar os dois projetos que existem hoje: o nosso projeto de mudança, que não é o projeto que só aparece de quatro em quatro anos em época de eleição e o projeto deles que a gente já sabe, que é para quem está na política para ganhar dinheiro, por ego, por vaidade e a turma do Bolsonaro que é a pior da política brasileira”, afirmou o candidato psolista.

<><> 'Menininhos de quinta série'

O candidato ressaltou que, mesmo antes do início do debate, o clima entre seus concorrentes já estava carregado, com trocas de ofensas nos bastidores, como mostrou reportagem da Fórum.

“Lamentável. Os dois bateram boca antes de começar o debate. A equipe do Nunes, a equipe do Marçal, os dois se xingando, um tchutchuca de quem, de baixo nível mesmo. Entrou no debate, os menininhos da quinta série conseguiram se comportar. O Nunes perdeu a linha e pediu direito de resposta para um eleitor. Aí o Marçal foi fazer a cena dele no final e ficou xingando, atacando e aí foi expulso do debate por causa das regras e aí o cara da equipe dele agrediu o cara da equipe do Nunes.”

Segundo ele, foi isso que se conseguiu observar na reta final, “uma agressão absurda”, disse. “Esse é o nível da turma do Marçal. É Marçal, mas, ao mesmo tempo, havia um clima de baixaria que os dois já demonstravam desde o começo. Esse é o nível dos bolsonaristas quando os dois se encontram”. O candidato do PSOL ainda afirmou que repudia toda forma de violência, o baixo nível. “Mas seguiremos firmes, nada disso vai fazer com que a gente perca o nosso foco, perca a nossa missão”, declarou.

 

¨      Pablo Marçal diz em entrevista que foi viciado em pornografia dos cinco aos 25 anos

Em uma entrevista ao programa Achismos Eleições, apresentado por Maurício Meirelles no YouTube, o candidato à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal (PRTB) disse ter sido viciado em pornografia. Antes de falar do assunto, Marçal disse que queria responder a perguntas "peculiares" e afirmou que nunca havia experimentado maconha. 

No entanto, quando Meirelles questionou o ex-coach sobre sua visita ao site XVideos, conhecido por seu conteúdo adulto, Marçal admitiu não apenas acessar o site, mas também revelou ter sido viciado em revistas destinadas a adultos desde criança.

"Quase 50% do tráfego global da internet é voltado para conteúdo pornográfico. As pessoas estão obcecadas pela recompensa da dopamina", disse, acrescentando que essa questão se estende ao vício em redes sociais e jogos de apostas.

“Fiquei preso à pornografia por 20 anos", declarou Marçal. "O sistema dopaminérgico [que garante motivação ao cérebro quando determinadas atividades são realizadas] recebe uma recompensa igual a uma descarga elétrica com pornografia. Pornografia é mais viciante que açúcar. Fiquei preso dos meus 5 anos até os 25."

Além de Marçal, Meirelles também entrevistou Tabata Amaral (PSB), Marina Helena (Novo) e Ricardo Senese (UP). Durante o programa, ele é acompanhado por uma especialista em recursos humanos, que avalia a adequação dos candidatos para a função de prefeito.

 

Fonte: g1/Fórum/Infomoney

 

Nenhum comentário: