Imprensa nacional repercute abandono do PT
à candidatura de Geraldo Júnior, em Salvador
Ganhou as páginas do
jornais nacionais o abandono do Partido dos Trabalhadores à candidatura de
Geraldo Júnior (MDB) a prefeito de Salvador. Embora o PT apoie oficialmente o
emedebista, a militância petista não tem ido às ruas para apoiar o atual
vice-governador da Bahia.
Ao O Globo, petistas
admitiram, reservadamente, que a ideia de que Geraldo Júnior não é uma pessoa
confiável - reforçada na propaganda do prefeito e candidato à reeleição Bruno
Reis (União Brasil) - constrange a esquerda.
Integrantes da
campanha emedebista reconheceram ao jornal carioca que a escolha de Geraldo
Júnior foi um erro. Ex-presidente da Câmara de Vereadores de Salvador, o
emedebista era aliado de Bruno Reis e ACM Neto (União Brasil) até 2022 — a
aliança foi desfeita para ser vice na chapa de Jerônimo Rodrigues (PT).
Outra consideração
feita internamente, segundo o jornal O Globo, é de que o histórico de direita
do vice-governador não motiva a militância petista a ir às ruas.
No cálculo da campanha
emedebista, a esquerda em Salvador tem uma base eleitoral de 30% dos votos.
Porém, nem nas aferições internas o vice-governador chega próximo a esse
patamar. Este fato os convence de que Bruno Reis já avançou sobre parte deste
público.
O diário carioca ainda
informa que Geraldo Júnior não deve ser vice de Jerônimo Rodrigues em 2026,
quando o governador petista tentará a reeleição. Nos bastidores, o comentário é
de que ele deve concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados.
• Ignorando Salvador
Considerada uma das
principais lideranças do PT, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, também tem
ignorado à campanha de Geraldo Júnior, como noticiou o CORREIO no dia 10 de
setembro.
Na edição do dia 18 de
setembro, o jornal Folha de S. Paulo também repercutiu a ausência de Rui Costa
na campanha do aliado do MDB. Um mês depois do início oficial das eleições, o
ministro não participou de nenhum ato ao lado do vice-governador.
A candidatura de
Geraldo Júnior foi costurada pelo senador Jaques Wagner (PT), que prevaleceu na
disputa interna com Rui Costa dentro da base aliada. O ministro, que defendia
junto a aliados o nome do ex-vereador José Trindade (PSB), foi isolado no processo
de escolha.
De acordo com a Folha,
internamente, diante do cenário adverso enfrentado por Geraldo, Rui Costa tem
sido pressionado a se engajar na campanha do MDB. Aliados do ministro, entanto,
disseram ao jornal paulista que ele vai priorizar o interior, mas deve participar
de ao menos um evento de Geraldo Júnior até o fim da campanha. A presença é
encarada um gesto em prol da unidade do grupo.
• Bora
Candidatos a vereador
de partidos que integram a coligação majoritária de Geraldo Júnior (MDB) já não
escondem que preferem fazer carreira solo em vez de casarem material com o
emedebista, tamanho é o clima derrotista que cerca o vice-governador. Muitos,
na verdade, já orientam suas lideranças a associarem seus santinhos ao prefeito
Bruno Reis (União Brasil), que lidera todas as pesquisas. Em um vídeo que
circula nas redes sociais, uma multiplicadora do time de Geraldo joga a toalha
e solta um sonoro “Bora com Bruno”.
• Wagner cansado de abanar carvão molhado
O senador Jaques
Wagner (PT) tem demonstrado crescente arrependimento por ter apoiado a
candidatura de Geraldo Júnior (MDB). Segundo fontes próximas, Wagner tem
criticado a falta de dedicação e comprometimento do candidato. O senador,
inclusive, já sinalizou que vai fechar a torneira e os recursos destinados à
campanha serão reduzidos nessa reta final. O que mais irrita Wagner não é a
possível derrota nas urnas, mas o pouco empenho de Geraldo Júnior. A aliados, o
petista confidenciou estar cansado de “abanar carvão molhado”.
São 33 ... e a
gastança de Geraldo Júnior
“A assistência militar
do vice-governador são 40 homens. Não são 40 não. São 33 e eu estou pedindo ao
governo mais 40... Sou a segunda maior autoridade do estado”. Geraldo Júnior
não parece nem um pouco arrependido desta desastrosa declaração que deu ano
passado a uma emissora de rádio. Quem imaginava que ele iria recuar na gastança
neste ano de campanha se enganou. Dados do portal Transparência Bahia mostram
que Geraldo já consumiu mais de R$3 ,3 milhões apenas com despesas relacionadas
a servidores da área militar. São R$ 2,3 milhões com vencimentos e vantagens
fixas, além de R$1 milhão para despesas variáveis, considerando apenas o
período de janeiro a 20 de setembro. Só para proteção pessoal, o emedebista já
gastou em nove meses um montante equivalente ao total de despesa do gabinete em
gestões anteriores.
Caderninho de Geraldo
Por falar Geraldo, em
uma sabatina, ele não gostou de ser questionado por um jornalista sobre
segurança pública e subiu o tom. Em outro caso, chegou a insinuar que o
jornalista havia sido assessor de um partido, o que não é verdade, e, em outra
entrevista, mencionou o histórico do pai do profissional que lhe fazia
perguntas. Em ambos os casos, o vice-governador claramente agiu na tentativa de
coagir e constranger os jornalistas ao levantar a ficha deles, quase uma nova
versão do Serviço Nacional de Informações (SNI). E detalhe: tudo isso feito com
perguntas simples, sem qualquer aperto. Além de não responder, Geraldo partiu
para as ameaças.
• Em Lauro de Freitas não é diferente
Integrantes da cúpula
governista do estado decidiram praticamente jogar a toalha em relação ao
candidato Antônio Rosalvo (PT) em Lauro de Freitas. Segundo interlocutores, o
objetivo agora é concentrar esforços em cidades onde há maior possibilidade de
vitória do PT. Avaliação interna é que a candidatura de Rosalvo não decolou e
continua enfrentando muitas dificuldades na base e, inclusive, dentro do
próprio partido. Alguns candidatos a vereador, inclusive, já estão abandonando
o petista para seguir com Débora Regis (União Brasil).
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Rosalvo de Moema
Por falar em Rosalvo,
o candidato resolveu esconder de vez da campanha seu principal cabo eleitoral,
a prefeita Moema Gramacho (PT), que tem elevada rejeição. No feed de Rosalvo no
Instagram, não se encontra uma imagem com a prefeita. Pelo que se comenta na
cidade, Moema sacou a estratégia e avisou que não vai aceitar ser omitida e,
inclusive, já disse que vai a todos os eventos de campanha com Rosalvo. Aliados
da dupla dizem que o candidato não tem gostado nada de ser chamado de “Rosalvo
de Moema”.
• Os eventos esvaziados de Jerônimo
Com a aprovação
patinando em diversas regiões do estado, o governador Jerônimo Rodrigues (PT)
decidiu ligar o modo campanha em eventos no interior. Mas em três cidades o
governador cometeu gafes ou passou por maus bocados com a fraca presença
popular. Em Barra, o petista, ao lado de seus aliados na cidade, disse que iria
esperar a eleição acabar para colocar sua Secretaria da Saúde para falar com o
município, o que lhe rendeu críticas. Muitos consideraram a fala como chantagem
e outros como perseguição ao prefeito Artur Silva Filho (PP). Resultado: o povo
ficou do lado do prefeito.
<><> Cadê
o povo?
Em Ibicaraí e Jussara,
Jerônimo foi às cidades para fazer campanha ao lado de seus candidatos, que são
adversários dos atuais prefeitos, Monalisa Tavares (União Brasil) e Tacinho
Mendes (PP), respectivamente. Nas ruas, contudo, os eventos com o governador
foram bem fracos em participação popular, como mostram diversas imagens que
circularam nas redes sociais. Restou a Jerônimo só o oba oba mesmo.
<><>
Silêncio ensurdecedor
O governador Jerônimo
Rodrigues, que tanto tem feito propaganda para dizer que combate a violência,
ainda não se pronunciou sobre a grave denúncia de que uma facção criminosa
estaria impedindo a entrada de candidatos do União Brasil em Portão, em Lauro de
Freitas. Além de ser uma afronta à democracia, a situação é mais um triste
episódio do predomínio do crime organizado em detrimento do estado.
Fonte: Correio da
Bahia
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