Harris precisa reconstruir coalizão que
levou Obama à presidência dos EUA, diz especialista
A vice-presidente e
candidata à presidência dos EUA, Kamala Harris, deve recuperar a coalizão que
ajudou o ex-presidente Barack Obama a vencer a eleição, disse a chefe do Centro
de Estudos Norte-Americanos do Instituto Primakov de Economia Mundial e
Relações Internacionais da Academia de Ciências da Rússia, Viktoria Zhuravleva.
De acordo com ela,
essa será uma tarefa muito difícil, pois as pessoas já estão parcialmente
acostumadas ao outro candidato presidencial, o ex-presidente dos EUA Donald
Trump.
"Ela [Harris] tem
uma tarefa muito difícil aqui, porque o que realmente precisa fazer é trazer de
volta a coalizão de Obama. Aquela coalizão que levou Obama à Casa Branca, [...]
que o ajudou a ser reeleito", comentou a especialista à Sputnik.
Ela indica que agora
os afro-americanos e hispânicos já se acostumaram um pouco a Trump durante sua
presidência e que alguns até estão prontos para votar nele.
A analista acrescentou
que Harris, com suas vantagens de idade, origem étnico-racial e de gênero, está
geralmente mais próxima da base eleitoral do Partido Democrata do que o atual
presidente dos EUA, Joe Biden.
Ela aponta que
pesquisas mostram que o tipo de eleitorado que votou em Biden são cidadãos
brancos mais velhos, que não estão muito preparados para votar em Harris.
A especialista
enfatizou que toda a campanha de Harris provavelmente se desenvolverá em torno
da ideia de que Trump é uma ameaça ao país, à sua integridade e, em geral, à
democracia.
Por sua vez, outra
especialista do Centro de Estudos Norte-Americanos, Aleksandra Voitolovskaya,
expressou a opinião de que, em muitos aspectos, o programa de campanha de
Harris seria retirado do de Biden, sendo de caráter bastante populista e tendo
o maior foco na esfera social.
"[O programa] tem
a legalização do direito ao aborto, [...] a ampliação do sistema de seguros,
[...] o perdão de dívidas médicas, o aumento do salário mínimo, a energia
verde, [...] os benefícios para crianças, os gastos com medicamentos, esse é o
tipo de foco, social, que vai permanecer."
¨ Como possíveis companheiros de chapa de Kamala Harris se
comparam em questões de política externa?
Kamala Harris
entrevistou potenciais candidatos a vice no fim de semana em sua residência em
Washington, informou o The Washington Post. Harris tem até amanhã (6) para
escolher um nome, quando deve sair em viagem por sete estados-chave, começando
pela Filadélfia.
A lista inicial de
meia dúzia de potenciais concorrentes da atual vice-presidente norte-americana
Kamala Harris, candidata a concorrer às eleições presidenciais de novembro pelo
Partido Democrata, foi supostamente reduzida a três principais concorrentes: o
senador Mark Kelly do Arizona, o governador da Pensilvânia Josh Shapiro e o
governador de Minnesota Tim Walz.
A Sputnik traçou um
breve perfil desses possíveis companheiros de chapa de Harris, comparando como
eles se colocam diante de questões de política externa.
<><> Mark
Kelly
O senador do Arizona
Mark Kelly é um ex-piloto de combate da Marinha, astronauta da NASA e marido da
ex-deputada Gabby Giffords (democrata pelo Arizona). Kelly conquistou uma
cadeira republicana no Senado em 2020, e a derrota do republicano Blake Masters,
apoiado por Trump, nas eleições de meio de mandato de 2022 permitiu que os
democratas mantivessem o controle do Senado. Kelly é presidente do Subcomitê de
Serviços Armados para o Território Aéreo do Senado.
# Kelly, que visitou a
Ucrânia duas vezes em 2023 e se encontrou com pilotos ucranianos em treinamento
no Arizona, tem sido a principal voz do Senado em apoio à Ucrânia.
# "Precisamos
garantir que os ucranianos ganhem", disse ele em uma entrevista à CNN em
dezembro. Ele acrescentou que derrotar a Rússia na Ucrânia era fundamental para
a segurança nacional dos EUA, alegando que se a Rússia vencer, pode
"atingir um aliado da Organização do Tratado do Atlântico Norte [OTAN],
como um país báltico ou a Polônia". Nesse caso, disse ele, isso implicaria
que os EUA "comprometessem tropas de combate" para ajudar seus
aliados.
# Ele foi implacável
em pedir a aprovação de financiamento suplementar para a Ucrânia e Israel.
# Sobre a guerra de
Israel em Gaza, Kelly, que faz parte do Comitê de Inteligência e do Comitê de
Serviços Armados, ressaltou que "é nossa própria segurança nacional e a
segurança nacional de nossos aliados" que é primordial.
# Embora Israel tenha
o direito de se defender, a maneira como isso foi conduzido em Gaza desencadeou
"sérias preocupações", disse ele.
# Depois que o
Congresso aprovou um pacote de ajuda externa que incluía US$ 26 bilhões (cerca
de R$ 150,1 bilhões) em assistência a Israel, Kelly disse que seria
"apropriado" condicionar a ajuda futura a Israel se a liderança do
país não "fizer melhor" na prevenção de mortes de civis em Gaza.
<><> Josh
Shapiro
Shapiro, que
anteriormente atuou como procurador-geral de seu estado natal, Pensilvânia, foi
eleito governador em 2022. O homem de 51 anos lidera um estado decisivo e
crucial na eleição de 2024.
# Shapiro, que é
judeu, recebeu críticas da esquerda do Partido Democrata e foi apelidado de
"Josh Genocida" por seu apoio inabalável a Israel em sua guerra
contra o Hamas em Gaza.
# Em abril, depois que
governadores democratas em outros estados pediram um cessar-fogo em Gaza,
líderes muçulmanos na Filadélfia criticaram Shapiro por sua recusa em fazê-lo.
# Shapiro tem sido
veemente em sua condenação do antissemitismo estudantil em protestos
pró-Palestina.
# Sobre a Ucrânia,
Shapiro fez comentários públicos em apoio geral à Ucrânia e, como
procurador-geral em março de 2022, divulgou orientações sobre como os
habitantes da Pensilvânia poderiam doar para pessoas na Ucrânia. De todo modo,
sua posição sobre a Ucrânia tem sido relativamente moderada.
<><> Tim
Walz
O governador de
Minnesota, Tim Walz, foi eleito pela primeira vez para o Congresso em 2006,
serviu na Câmara por 12 anos e se tornou o principal democrata no Comitê de
Assuntos de Veteranos. Walz voltou para liderar seu estado natal em 2019.
Atualmente, ele preside o Comitê de Regras da Convenção Nacional Democrata e
lidera a Associação de Governadores Democratas. O ex-guarda nacional do
Exército de 60 anos foi reeleito após vencer a eleição para governador de
Minnesota em 2022.
# Depois que o
conflito na Ucrânia se transformou em uma guerra por procuração ocidental em
2022, Walz assinou uma legislação exigindo que o estado de Minnesota encerrasse
todos os contratos estaduais com entidades russas.
# Em fevereiro, ele
estabeleceu uma parceria entre Minnesota e a região Chernigov da Ucrânia. Ele
também proclamou 6 de março de 2022 como o Dia da Solidariedade Ucraniana em
seu estado. Walz se encontrou virtualmente com Vladimir Zelensky em abril de
2023, oferecendo a ele "apoio inabalável". Durante a videochamada, da
qual participaram mais de duas dúzias de outros governadores, Minnesota foi
destacada por Zelensky por sua iniciativa de cortar laços financeiros com a
Rússia.
# O governador de
Minnesota disse que ficou encorajado quando a Finlândia se juntou à OTAN,
expandindo a fronteira da aliança militar com a Rússia.
# Walz, que ordenou
que as bandeiras no estado fossem hasteadas a meio mastro após o ataque do
Hamas a Israel no ano passado, desde então demonstrou tolerância para com
aqueles no Partido Democrata que concordam com um apoio reduzido à guerra
contra o Hamas em Gaza.
# Em abril, ele
condenou a hostilidade para com os estudantes judeus em protestos em campi, ao
mesmo tempo em que expressou simpatia pelas mensagens dos manifestantes sobre
Gaza, acrescentando: "Todos nós concordamos que a situação em Gaza é
intolerável."
¨ 'Pare de falar asneira': mídia revela detalhes de conversa de
Biden com Netanyahu
Durante uma ligação na
última quinta-feira (1º) entre o presidente dos EUA, Joe Biden, e o
primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, após a morte do líder político
do Hamas, Ismail Haniya, o presidente norte-americano teria aumentado o tom com
o premiê israelense.
As tensões no Oriente
Médio aumentaram ainda mais na semana passada após uma onda de assassinatos
israelenses visando líderes seniores do Hamas e do Hezbollah, incluindo o chefe
do escritório político do Hamas, Ismail Haniya. O presidente dos EUA, Joe Biden,
e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, falaram por telefone na
quinta-feira para discutir a situação.
Biden pediu a
Netanyahu para parar de desafiar sua inteligência durante a ligação de
quinta-feira depois que o primeiro-ministro israelense disse a ele que Tel Aviv
estava se preparando para enviar uma delegação para retomar as negociações com
o Hamas um dia após o assassinato do principal negociador do lado palestino,
Ismail Haniya, na quarta-feira (31).
"Pare de falar
asneira", disse Biden, de acordo com o Canal 12 News de Israel. "Não
subestime o presidente", Biden teria acrescentado no final da conversa.
O gabinete do
primeiro-ministro israelense não comentou a matéria, exceto para dizer que
Netanyahu "não intervém na política norte-americana e trabalhará com quem
for eleito presidente, e espera que os norte-americanos também não intervenham
na política israelense".
Outros relatos da
ligação de quinta-feira também pintaram um quadro de um Biden mal-humorado e
irritado com Netanyahu. De acordo com o The New York Times, o presidente disse
ao líder israelense que o assassinato de Haniya aconteceu "em um tempo
ruim", ocorrendo "bem no momento em que os americanos esperavam que
fosse o ponto final" das negociações para um acordo de cessar-fogo e
libertação de reféns.
A Axios disse que
Biden comunicou a Netanyahu que ele não deveria esperar que os EUA continuassem
socorrendo Israel se ele continuasse a aumentar as tensões na região.
Biden não é o primeiro
presidente recente dos EUA a expressar frustração com Netanyahu. No final de
2021, cerca de um ano depois que o líder israelense correu para parabenizar
Biden por sua altamente contestada vitória eleitoral de 2020, o ex-presidente Donald
Trump disse à Axios que a principal razão pela qual seu sonho de um
"acordo final" entre Israel e a Palestina nunca se materializou foi
porque Netanyahu não o queria.
"Minha vida
inteira é de acordos. Eu sou como um grande acordo. É tudo o que eu faço, então
eu entendo. E depois de me encontrar com Bibi [Benjamin Netanyahu] por três
minutos, parei Bibi no meio de uma frase, eu disse: 'Bibi, você não quer fazer
um acordo. Quer?' E ele disse: 'Bem, uh, uh uh' — e o fato é que não acho que
Bibi alguma vez quis fazer um acordo", disse Trump na época.
¨ 'Perfure, baby, perfure': Trump promete mais uma vez tornar os
EUA dominantes em energi
O ex-presidente Donald
Trump prometeu que, se eleito, tornaria os EUA dominantes em energia
globalmente ao insinuar que investiria em combustível fóssil.
Ao longo de sua
tentativa de reeleição, Donald Trump mirou na política ambiental do governo
Biden-Harris, enquanto falava abertamente sobre seus próprios planos de
redobrar a dependência por combustíveis fósseis.
"Vamos reduzir
muito a energia. Perfure, baby, perfure", disse o candidato presidencial
republicano de 2024 em uma entrevista à Fox News.
Ao expor suas
políticas econômicas e energéticas, Trump especulou que, uma vez que os preços
da energia fossem reduzidos, seria mais fácil conter a inflação e administrar
outros problemas pendentes. Assim, o candidato presidencial tem toda a intenção
de basear sua política econômica "muito fortemente em energia", como
ele apregoou as reservas do país.
"Temos mais
energia — temos mais ouro líquido, como eu chamo, sob nossos pés do que a
Arábia Saudita, do que a Rússia, do que qualquer um", enfatizou Trump.
Ele acrescentou que os
EUA "vão fazer uma fortuna" e se tornar "dominantes em
energia".
No entanto, as
alegações de Trump sobre o potencial energético dos EUA devem ser vistas com cautela.
De acordo com dados confirmados por organizações de energia e pesquisas
geológicas corporativas, os Estados Unidos estão em 11º lugar no mundo em
reservas comprovadas de petróleo, com a Arábia Saudita e a Rússia à frente. Os
EUA também são superados pela Venezuela (número um em todos os levantamentos),
Irã, Iraque e Líbia, bem como por algumas outras nações. Coincidentemente, a
maioria dos Estados acima mencionados tem sido frequentemente alvo da política
externa dos EUA.
<><>
Zakharova chama de sensacionalismo novos detalhes da tentativa de assassinato
de Trump
Os detalhes da
investigação sobre a tentativa de assassinato do candidato à presidência dos
EUA, Donald Trump, estão passando de intrigantes a sensacionais, disse a
representante oficial do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria
Zakharova, em seu canal no Telegram.
"Acontece que,
mais de uma hora e meia antes de Trump ser baleado, os policiais estavam
enviando uns aos outros fotos do atirador, Thomas Matthew Crooks, que andava
pelo território do complexo, onde o candidato presidencial deveria discursar, e
registrava as distâncias com, veja bem, um telêmetro óptico", escreveu
ela.
A representante da
chancelaria ficou surpreendida por uma pessoa qualquer, que claramente não
fazia parte da equipe de segurança do evento, ter vagado com um telêmetro na
véspera do aparecimento da pessoa protegida em público, enquanto o Serviço
Secreto não se importa nada.
"Ou ele [o
serviço] fingiu que não se importava", observou a diplomata.
tiveram acesso à
correspondência da polícia da Pensilvânia descobriram que, na véspera da
tentativa de assassinato, o armazém AGR Nº 6, de cujo telhado o criminoso
atirou, havia sido excluído do perímetro seguro.
"Para chegar lá,
não havia necessidade de passar por nenhuma triagem de segurança. Thomas
Matthew Crooks [o atirador] não precisou nem mesmo da escada que comprou. Ele
simplesmente explorou o complexo com um telêmetro, pegou um fuzil e subiu no
telhado do prédio, aberto por alguém, para assassinar o principal candidato à
presidência dos EUA", argumentou ela.
Zakharova fez a
pergunta: quem excluiu o prédio do perímetro, e ela mesma respondeu: "O
Serviço Secreto dos EUA, cuja liderança foi nomeada por Joe Biden".
A diplomata citou
outros fatos surpreendentes, segundo ela, entre quais que o Serviço Secreto
recusou uma reunião solicitada pela polícia local, que suspeitava de Crooks na
véspera da tentativa de assassinato.
"Talvez as
agências de inteligência dos EUA devessem tirar as centenas de pessoas que
estão de olho nos diplomatas russos por toda a parte, em uma tentativa inútil
de os convencer a colaborar, e tapar com eles os verdadeiros buracos na
segurança? Pelo menos das principais personalidades da arena política dos
EUA", sugeriu a diplomata em tom de brincadeira.
A tentativa de
assassinato contra Trump ocorreu em 13 de julho de 2024 durante seu comício de
campanha.
O político foi ferido
na orelha, sendo que um dos espectadores foi morto e outros dois ficaram
gravemente feridos.
O atirador, Thomas
Matthew Crooks, de 20 anos, da Pensilvânia, estava escondido no telhado de um
prédio industrial a cerca de cem metros do palco. Ele conseguiu disparar vários
tiros na direção de Trump e, em seguida, foi eliminado.
Fonte: Sputnik Brasil
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