Poluentes atmosféricos: principais tipos e efeitos
Os poluentes
atmosféricos são algumas das substâncias presentes no ar que
respiramos. Mas suas principais fontes emissoras se concentram principalmente
em cidades com muitos processos industriais.
>>>> O que é
considerado poluente do ar atmosférico?
Esses poluentes se
originam de atividades naturais ou antrópicas e podem ser divididos em poluentes primários e poluentes secundários:
- Poluentes primários
são aqueles lançados diretamente pelas fontes de emissão, como o dióxido de enxofre
(SO2), o ácido sulfídrico (H2S), os óxidos
de nitrogênio (NOx), a amônia (NH3), o
monóxido de carbono (CO), o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4), a
fuligem e os aldeídos.
- Poluentes secundários
são aqueles formados na atmosfera por meio de reações químicas entre
os poluentes primários,
com destaque para o peróxido
de hidrogênio (H2O2), o ácido sulfúrico (H2SO4), o
ácido nítrico (HNO3), o trióxido de enxofre (SO3), os nitratos (NO3-), os
sulfatos (SO42-) e o ozônio (O3).
>>>> Quais os
principais poluentes atmosféricos?
Dentre os poluentes atmosféricos, alguns servem como indicadores de
qualidade do ar e são monitorados por instituições públicas, como a Companhia
Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). A escolha por esses tipos de poluentes se deu em razão da
frequência que ocorrem e de seus efeitos adversos à saúde. Os poluentes monitorados são:
- Material particulado: conjunto de poluentes constituídos
de poeiras, fumaças e todo tipo de material sólido e líquido que se mantém
suspenso na atmosfera por causa de seu pequeno tamanho. Há tipos de
classificação: Partículas Totais em Suspensão (PTS), Partículas Inaláveis
(MP10), Partículas Inaláveis Finas (MP2,5) e Fumaça (FMC).
- Dióxido de Enxofre (SO2): é uma perigosa substância e um dos principais formadores da
chuva ácida.
- Monóxido de carbono (CO): emitido principalmente por veículos automotores. As maiores
concentrações são encontradas nas cidades.
- Ozônio (O3) e oxidantes fotoquímicos: esses oxidantes fotoquímicos são a mistura de poluentes secundários
formados pelas reações entre os óxidos de nitrogênio e os compostos
orgânicos voláteis. Isso acontece na presença de luz solar, tendo, essa
reação, como principal produto o ozônio. Assim, é utilizado como parâmetro
indicador da presença de oxidantes fotoquímicos na atmosfera.
- Hidrocarbonetos (HC): gases e vapores resultantes da queima incompleta e da evaporação
de combustíveis e de outros produtos orgânicos voláteis.
- Óxido de nitrogênio (NO) e dióxido de
nitrogênio (NO2): formados durante processos de combustão. Em
grandes cidades, os veículos geralmente são os principais responsáveis
pela emissão dos óxidos de nitrogênio. O NO, sob a ação de luz solar, se
transforma em NO2 e tem papel importante na formação de oxidantes
fotoquímicos, como o ozônio. Dependendo das concentrações, o NO2 pode
causar grandes prejuízos à saúde.
>>>> Outros
poluentes atmosféricos
A Cetesb também monitora o chumbo, mas apenas em
áreas mais específicas porque, após a introdução da gasolina sem chumbo, é
encontrado em maior quantidade em locais próximo a atividades que emitem esse
tipo de poluente derivado
de combustíveis fósseis. Outros poluentes presentes
no ar são:
- Dióxido de carbono: gás essencial para a fotossíntese e a vida, porém, em altas
concentrações, agrava o efeito estufa e, consequentemente, o aquecimento
global;
- Compostos Orgânicos Voláteis (VOCs): componentes químicos presentes em diversos tipos de materiais
sintéticos ou naturais. Alguns podem levar a danos à saúde em curto ou
longo prazo;
- Tolueno: é altamente danoso à saúde. Ao se volatizar, pode ser inalado e
é rapidamente conduzido aos pulmões e difundido para a corrente sanguínea;
- Poluente Climático de Vida Curta (PCVC ou em
inglês SLCP): poluentes que
permanecem na atmosfera de alguns dias a algumas décadas e apresentam
efeitos nocivos à saúde, ao ambiente e também agravam o efeito estufa. Os
principais PCVC são o carbono negro, o metano (CH4), o ozônio (O3) e os hidrofluorcarbonetos (HFC). Para diminuir a emissão desses poluentes, o Banco Mundial faz
investimentos altos na tentativa de evitar a morte prematura de milhões de
pessoas e também prejuízos na saúde humana e na agricultura;
- Microplásticos: podem
contaminar o ar mesmo em áreas distantes dos centros urbanos. Originados
de roupas sintéticas, pneus e descarte inadequado de plásticos, essas
minúsculas partículas podem percorrer longas distâncias na atmosfera
devido à sua leveza. Embora praticamente invisíveis, estes microplásticos
podem poluir a comida e ser inalados, introduzindo-se no organismo humano.
Até o momento, as consequências dessa poluição ainda são desconhecidas.
>>>> Efeitos
conhecidos
Além dos problemas de saúde como asma e doenças
cardíacas, a ONU
estima que 7 milhões de pessoas morrem cedo todos os
anos por conta dos poluentes
atmosféricos. Isso porque 90% da população mundial respira ar poluído.
Essa poluição tem um alto custo de vidas e gera prejuízos à saúde e à economia.
Nas grandes cidades, não há muito como fugir do ar
poluído, mas algumas dicas podem te ajudar.
>>> Dicas para
combater os poluentes atmosféricos
- Denuncie a ocorrência de crimes ambientais na sua cidade. Você
pode denunciar se uma indústria ou comércio estiver emitindo uma fumaça
incômoda, seja da queima de combustíveis ou não, por exemplo;
- Use transportes públicos, vá de bicicleta, caminhe mais;
- Deixe as janelas abertas para que o ar circule;
- Aspire ou varra a casa, pois o material particulado se junta com a
poeira;
- Quando o ar estiver seco, use umidificadores de ambiente ou
coloque uma bacia de água em baixo da cama;
- Utilize purificadores de ar em casa, mas tenha alguns cuidados;
- Existem plantas purificadoras de ar que você pode cultivar em
casa;
- Troque os aromatizantes em aerossol por óleos
essenciais;
A adoção dessas medidas vai ajudar no aumento da
qualidade do ar em seu ambiente familiar ou de trabalho. Então, não perca tempo
e coloque-as em prática.
Ø Microplásticos absorvem poluentes do ambiente e aumentam em até dez
vezes sua toxicidade
A relação entre microplásticos e poluentes
orgânicos persistentes (POPs) sempre foi
uma razão para preocupação. Os microplásticos, afinal, agem como captadores dessas substâncias tóxicas e nocivas
tanto para o meio ambiente quanto para a saúde humana.
Porém, uma pesquisa publicada no jornal Chemosphere indica
que essa relação seja pior do que imaginado. Acredita-se que os microplásticos, além de absorverem
essas substâncias, são capazes de aumentar sua toxicidade em até dez
vezes.
Sem essa descoberta, os microplásticos já apresentavam
diversos riscos, sendo considerados um dos maiores poluentes dos mares. A
presença do material na natureza é constante, sendo encontrado nos lugares mais
remotos da Terra, além de ser persistente. Quando é introduzido no ambiente,
sua remoção é quase impossível por conta do seu tamanho. Seu uso na
agropecuária também foi apontado como causa da
contaminação da produção agrícola.
É quase impossível evitar sua ingestão, uma vez que
suas partículas foram encontradas até no ar. O material já foi encontrado na
água potável, diversos alimentos e até mesmo no sal de
cozinha.
·
Perigo multiplicado
A pesquisa conduzida na Universidade Tel Aviv analisou
todo o ciclo do microplástico,
desde a sua formação a partir da degradação do plástico, para o seu contato
com poluentes orgânicos
persistentes, até a criação do aumento da toxicidade.
Foi observado que após a absorção dos poluentes
pelo microplástico, a sua
toxicidade aumenta por um fator de dez, o que cria um risco potencial para os
seres humanos.
Mesmo em concentrações pequenas de poluentes, os microplásticos conseguem realizar
esse processo, aumentando a toxicidade de substâncias e tornando-as mais
perigosas para os seres humanos.
No organismo, por exemplo, os microplásticos agem como
transportadores dessas substâncias. Após a ingestão de alimentos ou água
contaminada com poluentes
orgânicos persistentes, os microplásticos prendem
essas substâncias em sua superfície, carregando-as pelo trato digestivo e
liberando-as em diversas áreas do corpo. Quando essas substâncias entram em
contato com as células do trato digestivo, sua toxicidade aumenta.
Cientistas alertam que os perigos da ingestão
de microplástico estão
mais palpáveis que nunca após os resultados da pesquisa. Essas preocupações
exigem novas regulamentações para a produção e descarte de plástico.
Fonte: eCycle
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