quarta-feira, 2 de agosto de 2023

Poluentes atmosféricos: principais tipos e efeitos

Os poluentes atmosféricos são algumas das substâncias presentes no ar que respiramos. Mas suas principais fontes emissoras se concentram principalmente em cidades com muitos processos industriais.

>>>> O que é considerado poluente do ar atmosférico?

Esses poluentes se originam de atividades naturais ou antrópicas e podem ser divididos em poluentes primários e poluentes secundários:

  • Poluentes primários são aqueles lançados diretamente pelas fontes de emissão, como o dióxido de enxofre (SO2), o ácido sulfídrico (H2S), os óxidos de nitrogênio (NOx), a amônia (NH3), o monóxido de carbono (CO), o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4), a fuligem e os aldeídos.
  • Poluentes secundários são aqueles formados na atmosfera por meio de reações químicas entre os poluentes primários, com destaque para o peróxido de hidrogênio (H2O2), o ácido sulfúrico (H2SO4), o ácido nítrico (HNO3), o trióxido de enxofre (SO3), os nitratos (NO3-), os sulfatos (SO42-) e o ozônio (O3).

>>>> Quais os principais poluentes atmosféricos?

Dentre os poluentes atmosféricos, alguns servem como indicadores de qualidade do ar e são monitorados por instituições públicas, como a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). A escolha por esses tipos de poluentes se deu em razão da frequência que ocorrem e de seus efeitos adversos à saúde. Os poluentes monitorados são:

  • Material particulado: conjunto de poluentes constituídos de poeiras, fumaças e todo tipo de material sólido e líquido que se mantém suspenso na atmosfera por causa de seu pequeno tamanho. Há tipos de classificação: Partículas Totais em Suspensão (PTS), Partículas Inaláveis (MP10), Partículas Inaláveis Finas (MP2,5) e Fumaça (FMC).
  • Dióxido de Enxofre (SO2): é uma perigosa substância e um dos principais formadores da chuva ácida.
  • Monóxido de carbono (CO): emitido principalmente por veículos automotores. As maiores concentrações são encontradas nas cidades.
  • Ozônio (O3) e oxidantes fotoquímicos: esses oxidantes fotoquímicos são a mistura de poluentes secundários formados pelas reações entre os óxidos de nitrogênio e os compostos orgânicos voláteis. Isso acontece na presença de luz solar, tendo, essa reação, como principal produto o ozônio. Assim, é utilizado como parâmetro indicador da presença de oxidantes fotoquímicos na atmosfera.
  • Hidrocarbonetos (HC): gases e vapores resultantes da queima incompleta e da evaporação de combustíveis e de outros produtos orgânicos voláteis.
  • Óxido de nitrogênio (NO) e dióxido de nitrogênio (NO2): formados durante processos de combustão. Em grandes cidades, os veículos geralmente são os principais responsáveis pela emissão dos óxidos de nitrogênio. O NO, sob a ação de luz solar, se transforma em NO2 e tem papel importante na formação de oxidantes fotoquímicos, como o ozônio. Dependendo das concentrações, o NO2 pode causar grandes prejuízos à saúde.

>>>> Outros poluentes atmosféricos

A Cetesb também monitora o chumbo, mas apenas em áreas mais específicas porque, após a introdução da gasolina sem chumbo, é encontrado em maior quantidade em locais próximo a atividades que emitem esse tipo de poluente derivado de combustíveis fósseis. Outros poluentes presentes no ar são:

  • Dióxido de carbono: gás essencial para a fotossíntese e a vida, porém, em altas concentrações, agrava o efeito estufa e, consequentemente, o aquecimento global;
  • Compostos Orgânicos Voláteis (VOCs): componentes químicos presentes em diversos tipos de materiais sintéticos ou naturais. Alguns podem levar a danos à saúde em curto ou longo prazo;
  • Tolueno: é altamente danoso à saúde. Ao se volatizar, pode ser inalado e é rapidamente conduzido aos pulmões e difundido para a corrente sanguínea;
  • Poluente Climático de Vida Curta (PCVC ou em inglês SLCP): poluentes que permanecem na atmosfera de alguns dias a algumas décadas e apresentam efeitos nocivos à saúde, ao ambiente e também agravam o efeito estufa. Os principais PCVC são o carbono negro, o metano (CH4), o ozônio (O3) e os hidrofluorcarbonetos (HFC). Para diminuir a emissão desses poluentes, o Banco Mundial faz investimentos altos na tentativa de evitar a morte prematura de milhões de pessoas e também prejuízos na saúde humana e na agricultura;
  • Microplásticos: podem contaminar o ar mesmo em áreas distantes dos centros urbanos. Originados de roupas sintéticas, pneus e descarte inadequado de plásticos, essas minúsculas partículas podem percorrer longas distâncias na atmosfera devido à sua leveza. Embora praticamente invisíveis, estes microplásticos podem poluir a comida e ser inalados, introduzindo-se no organismo humano. Até o momento, as consequências dessa poluição ainda são desconhecidas.

>>>> Efeitos conhecidos

Além dos problemas de saúde como asma e doenças cardíacas, a ONU estima que 7 milhões de pessoas morrem cedo todos os anos por conta dos poluentes atmosféricos. Isso porque 90% da população mundial respira ar poluído. Essa poluição tem um alto custo de vidas e gera prejuízos à saúde e à economia.

Nas grandes cidades, não há muito como fugir do ar poluído, mas algumas dicas podem te ajudar.

>>> Dicas para combater os poluentes atmosféricos

  • Denuncie a ocorrência de crimes ambientais na sua cidade. Você pode denunciar se uma indústria ou comércio estiver emitindo uma fumaça incômoda, seja da queima de combustíveis ou não, por exemplo;
  • Use transportes públicos, vá de bicicleta, caminhe mais;
  • Deixe as janelas abertas para que o ar circule;
  • Aspire ou varra a casa, pois o material particulado se junta com a poeira;
  • Quando o ar estiver seco, use umidificadores de ambiente ou coloque uma bacia de água em baixo da cama;
  • Utilize purificadores de ar em casa, mas tenha alguns cuidados;
  • Existem plantas purificadoras de ar que você pode cultivar em casa;
  • Troque os aromatizantes em aerossol por óleos essenciais;

A adoção dessas medidas vai ajudar no aumento da qualidade do ar em seu ambiente familiar ou de trabalho. Então, não perca tempo e coloque-as em prática.

 

Ø  Microplásticos absorvem poluentes do ambiente e aumentam em até dez vezes sua toxicidade

 

A relação entre microplásticos e poluentes orgânicos persistentes (POPs) sempre foi uma razão para  preocupação. Os microplásticos, afinal, agem como captadores dessas substâncias tóxicas e nocivas tanto para o meio ambiente quanto para a saúde humana. 

Porém, uma pesquisa publicada no jornal Chemosphere indica que essa relação seja pior do que imaginado. Acredita-se que os microplásticos, além de absorverem essas substâncias, são capazes de aumentar sua toxicidade em até dez vezes. 

Sem essa descoberta, os microplásticos já apresentavam diversos riscos, sendo considerados um dos maiores poluentes dos mares. A presença do material na natureza é constante, sendo encontrado nos lugares mais remotos da Terra, além de ser persistente. Quando é introduzido no ambiente, sua remoção é quase impossível por conta do seu tamanho. Seu uso na agropecuária também foi apontado como causa da contaminação da produção agrícola.

É quase impossível evitar sua ingestão, uma vez que suas partículas foram encontradas até no ar. O material já foi encontrado na água potável, diversos alimentos e até mesmo no sal de cozinha.

·         Perigo multiplicado

A pesquisa conduzida na Universidade Tel Aviv analisou todo o ciclo do microplástico, desde a sua formação a partir da degradação do plástico, para o seu contato com poluentes orgânicos persistentes, até a criação do aumento da toxicidade. 

Foi observado que após a absorção dos poluentes pelo microplástico, a sua toxicidade aumenta por um fator de dez, o que cria um risco potencial para os seres humanos. 

Mesmo em concentrações pequenas de poluentes, os microplásticos conseguem realizar esse processo, aumentando a toxicidade de substâncias e tornando-as mais perigosas para os seres humanos. 

No organismo, por exemplo, os microplásticos agem como transportadores dessas substâncias. Após a ingestão de alimentos ou água contaminada com poluentes orgânicos persistentes, os microplásticos prendem essas substâncias em sua superfície, carregando-as pelo trato digestivo e liberando-as em diversas áreas do corpo. Quando essas substâncias entram em contato com as células do trato digestivo, sua toxicidade aumenta. 

Cientistas alertam que os perigos da ingestão de microplástico estão mais palpáveis que nunca após os resultados da pesquisa. Essas preocupações exigem novas regulamentações para a produção e descarte de plástico. 

 

Fonte: eCycle

 

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