Entenda o que é nomofobia e as formas de minimizar o transtorno
Muitas pessoas podem desconhecer o significado da
nomofobia, embora convivam com ela diariamente. Essa condição é caracterizada
pelo medo irracional de ficar sem o celular ou ser impedido de usá-lo por algum
motivo, como a ausência de conexão à internet ou uma bateria fraca. O termo
deriva do inglês "No Mobile" juntamente à palavra "fobia".
Essa nomenclatura representa os sentimentos e as sensações do indivíduo que não
consegue viver sem as novas tecnologias.
A fobia ocorre como parte de um processo químico
nos circuitos cerebrais, relacionado às trocas neuroquímicas entre as células
neuronais, atuando em uma estrutura que nos protege involuntariamente do perigo.
O indivíduo com transtorno ansioso de nomofobia, quando se vê impossibilitado
de se comunicar por alguma tecnologia, sente-se ameaçado, como estivesse em
perigo, e é capaz de dormir com o telefone celular ligado por 24 horas,
deixando-o sempre por perto e visível.
• Dependência
patológica de alguma tecnologia
A condição segue o mesmo princípio de qualquer
outra fobia. O indivíduo com um transtorno ansioso costuma desenvolver
dependência patológica de uma determinada tecnologia (computador ou telefone celular),
como forma de minimizar as suas dificuldades. Isso porque esses dispositivos
costumam trazer a sensação de segurança, bem-estar e confiança, reduzindo o
estresse em muitas situações do cotidiano.
O indivíduo com transtorno ansioso de nomofobia, quando
se vê impossibilitado de se comunicar por alguma tecnologia, em vez de
segurança e confiança que poderia adquirir, sente-se ameaçado como estivesse em
perigo. Essa ideia, construída de maneira equivocada, faz com que a
impossibilidade de se comunicar seja considerada, e isso é o bastante para
disparar os sintomas indesejados.
• Sentimento
de solidão ligado à falta de celular
Em relação ao telefone celular, podemos observar
indivíduos que apresentam sentimentos de ausência e vazio ligados à falta do aparelho.
Mesmo com o dispositivo nas mãos, apresentam a falsa impressão de se sentirem
acompanhados como se estivessem com uma pessoa do lado.
O indivíduo que tem nomofobia é capaz de dormir com
o telefone celular ligado por 24 horas e, quando não é possível permanecer com
ele ligado, o mantém no modo vibrador, deixando-o a fácil alcance.
O comportamento nomofóbico que leva o indivíduo a
depender do telefone celular dá apenas um alerta da existência de um transtorno
primário que deve ser investigado, pois está relacionado aos estados
emocionais.
• Distúrbios
psicossomáticos
A fobia pode desencadear distúrbios
psicossomáticos, tais como cefaleia, diarreia, dores de barriga e outros. No
caso do medo, os sintomas são transitórios; logo que o indivíduo se acostuma,
desaparecem. Assim, a fobia exige um olhar e um tratamento mais específico e
elaborado.
O indivíduo que sofre de transtorno fóbico
desenvolve sinais de tensão, ansiedade e apresenta frequentemente o sentimento
de tristeza, depressão, irritabilidade por não conseguir ver solução para o
desconforto emocional que sente. No geral, o sono e as funções executivas -
atenção e a memória - são prejudicados.
O corpo gera sintomas somáticos devido à excitação
do sistema nervoso autonômico, como sudorese, boca seca, pulso rápido,
respiração superficial, dor de cabeça, enjoos, podendo também apresentar
inquietudes e comportamentos motores sem sentidos.
• Restabelecendo
o controle emocional
Para despertar estas condições, é necessário que se
entenda a neurobiologia do "gatilho emocional" que acontece no
cérebro humano, como, quando ele é disparado e por que, muitas vezes, em
determinadas situações, o indivíduo perde o controle emocional. O fundamental é
compreender que essas reações são saudáveis, por serem um sinal de que seu
corpo reage aos estímulos, por mais estranho que pareça.
A fobia acontece num processo químico nos circuitos
cerebrais. Sendo assim, ocorre nas trocas neuroquímicas entre as células
neuronais, numa estrutura que nos protege involuntariamente do perigo, as
amígdalas cerebrais. Desde que seja direto e real, é perfeitamente normal se
proteger.
• A
reação fisiológica frente à ameaça
Uma pessoa, ao sentir-se ameaçada, acelera o
metabolismo, antecipando a necessidade iminente de "fugir ou se
defender". O corpo lança uma corrente de hormônios vasoconstritores e
aceleradores de frequências cardíacas, entre os quais estão a epinefrina, a
norepinefrina e o esteroide cortisol. É uma reação neuroendócrina, puramente
fisiológica, que perpassa pelo sistema mental superior para ser interpretado e
avaliado sobre o contexto do perigo.
Quando esses hormônios são lançados no corpo, o
coração começa a bater mais rápido e mais forte, a pele fica fria e arrepiada,
os olhos se dilatam para enxergar melhor e as áreas do cérebro envolvidas na
tomada de decisões recebem a informação de que é hora de agir. É nesse momento
que entram em ação as amígdalas cerebrais - estruturas responsáveis pelos
processamentos das emoções primitivas, do medo e do ódio, amor, raiva; e que
são vizinhas do cérebro límbico-primitivo, tendo também como função de arquivar
as memórias emocionais.
• Formas
de minimizar o transtorno
Para minimizar o transtorno nomofóbico, será
importante desenvolver uma atitude preventiva por meio da "escuta
emocional e social" do indivíduo, no que tange aos aspectos funcionais do
cérebro, da mente e do corpo em relação ao contexto social e ao funcionamento
do sistema de recompensa do sistema límbico. Educar a emoção é promover uma
habilidade relacionada com o motivar a si mesmo a persistir diante das
frustrações, controlando impulsos e canalizando emoções para situações
apropriadas.
Processos cognitivos e emocionais quase sempre
dirigem o crescimento com sucesso das capacidades cognitivas. A emoção vai
dando forma à cognição. As crises emocionais, naturais ao desenvolvimento de
qualquer ser humano, vão influenciar, de forma crônica, a geração da
dependência e da fobia por tecnologia.
• Compulsões
tecnológicas e o risco de nomofobia
As compulsões por internet e telefones celulares
são caracterizadas por atos compulsivos, comportamentos usados como uma
tentativa para neutralizar o mal-estar subjetivo que afeta o processo
psicofisiológico do indivíduo. Assim sendo, provavelmente existe um aumento do
risco de nomofobia em pessoas com transtornos de controle de impulso.
Fonte: Portal Edicase
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