Inclusão
em saúde pode salvar vidas e bilhões: estudo revela impactos no país
Com a
divulgação da terceira fase do Índice de Inclusão em Saúde (HII), estudo
internacional feito pela Economist Impact com apoio da Haleon, a inclusão em
saúde voltou ao centro do debate. A pesquisa mostra que investir em letramento
em saúde, prevenção e acesso equitativo é uma estratégia capaz de salvar vidas
e movimentar economias.
No
Brasil, os dados reforçam um cenário de contrastes. O país aparece na décima
sétima posição entre os 40 avaliados, porém convive com barreiras profundas. De
acordo com o estudo, 74% dos brasileiros dizem enfrentar pelo menos uma
dificuldade para acessar serviços essenciais. As barreiras vão da falta de
informação à distância dos serviços e ao peso financeiro do cuidado. Isso faz
com que muita gente só procure ajuda quando o problema já está avançado, o que
gera mais internações, mais custos e muitas mortes que poderiam ser evitadas.
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Mapa Estratégico
Para
entender melhor essas desigualdades e apontar caminhos assertivos, a empresa
farmacêutica Haleon lançou o Mapa Estratégico de Inclusão em Saúde no Brasil. O
documento foi produzido com a Economist Impact e traz um diagnóstico
aprofundado dos desafios e das oportunidades para ampliar o acesso à saúde
básica no país. O foco do mapa está em três áreas essenciais: letramento em
saúde, acesso aos serviços e empoderamento das pessoas e das comunidades.
O
estudo mostra que melhorar o letramento em saúde é uma das intervenções mais
importantes. Muitas pessoas não entendem orientações básicas sobre prevenção e
autocuidado. Outras não sabem onde procurar atendimento ou têm dificuldade de
interpretar informações médicas. Tudo isso aumenta a dependência de pronto
socorros e gera superlotação. O Mapa aponta que programas de saúde nas escolas
(PSE), campanhas locais e agentes comunitários são ferramentas fundamentais
para aproximar conhecimento da vida real das pessoas.
O
roadmap também detalha o papel de diferentes atores, como governo federal,
estados, municípios, setor privado, ONGs, organismos multilaterais, academia e
mídia, na promoção da inclusão em saúde.
Para
além da justiça social, os dados reforçam que a inclusão em saúde é também uma
estratégia de desenvolvimento econômico. Segundo o presidente da Haleon no
Brasil, Yanir Karp, melhorar o acesso à informação, investir em prevenção e
ampliar o cuidado básico traz retorno direto para a economia, e exige um
esforço coletivo e inovação.
“Promover
a inclusão na saúde requer um esforço coletivo que combine inovação,
investimento e políticas públicas comprometidas com a equidade. O Mapa
Estratégico é uma ferramenta para apoiar gestores e comunidades na construção
de soluções que realmente impactam a vida das pessoas, garantindo que o acesso
à saúde seja um direito de fato, e não apenas discurso”, diz Karp.
O
estudo também aponta que o setor privado pode ter papel decisivo nesse
processo. Investimentos em pesquisa, programas de autocuidado, ações
comunitárias, inclusão digital e campanhas de informação são vistos como
caminhos para ampliar o acesso e reduzir barreiras culturais e estruturais.
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Baixo letramento em saúde
O
segundo estudo divulgado mostra quanto um país perde quando não investe em
prevenção, letramento e acesso básico. Pessoas com baixo letramento em saúde
podem ter custos anuais quase três vezes maiores do que pessoas com bom
letramento. No Brasil, isso significa que quem entende pouco sobre sua saúde
gasta muito mais com internações e tratamentos tardios. Esse aumento de custos
recai diretamente sobre o SUS e sobre os planos privados.
A
pesquisa calcula que reduzir em apenas 25% o nível de baixa alfabetização em
saúde no Brasil poderia gerar uma economia de R$ 10 bilhões por ano. A falta de
investimento também impacta áreas específicas. A negligência com saúde bucal
pode, ao longo da vida, gerar R$ 64 bilhões em custos que poderiam ser evitados
com ações simples de prevenção. A deficiência de micronutrientes, como a
anemia, representa uma perda anual de R$ 3 bilhões.
Esses
números ajudam a entender que a falta de investimento constante em saúde
pública aumenta desigualdades, sobrecarrega hospitais e reduz a produtividade
do país. Pessoas que adoecem com frequência faltam mais ao trabalho, dependem
de atendimentos de urgência e entram em ciclos de cuidado caro e pouco
eficiente.
Para
Yanir Karp, investir em inclusão em saúde é garantir cuidado digno e fortalecer
a economia. Ele destaca que nenhum setor consegue resolver o problema sozinho.
É necessário unir governos, empresas, comunidades e profissionais de saúde para
criar soluções sustentáveis.
Fonte:
Correio Braziliense

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