terça-feira, 9 de dezembro de 2025

AVC mata uma pessoa a cada seis minutos no Brasil

O acidente vascular cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame, figura atualmente como uma das principais causas de morte e incapacidade física no mundo. Dados da consultoria especializada em gestão de saúde e custos hospitalares Planisa indicam que, a cada 6,5 minutos, uma pessoa morre em razão do AVC no país.

Os números revelam ainda custos hospitalares relacionados ao tratamento do AVC no sistema de saúde brasileiro. Entre 2019 e setembro de 2024, foram contabilizadas 85.839 internações, com permanência média de 7,9 dias por paciente, resultando em mais de 680 mil diárias hospitalares.

Desse total de diárias, 25% foram em unidades de terapia intensiva (UTI) e 75% em enfermarias. No período analisado, os gastos acumulados chegaram a R$ 910,3 milhões, sendo R$ 417,9 milhões em diárias críticas e R$ 492,4 milhões em diárias não críticas. Apenas em 2024, até setembro, o montante já ultrapassava R$ 197 milhões.

O levantamento mostra que, ao longo dos anos, houve crescimento constante dos custos, que praticamente dobraram entre 2019 e 2023, passando de R$ 92,3 milhões para R$ 218,8 milhões. O aumento acompanha a alta no número de internações por AVC, que saltou de 8.380 em 2019 para 21.061 em 2023.

<><> Entenda

De acordo com o Ministério da Saúde, o AVC acontece quando vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, provocando a paralisia da área cerebral que ficou sem circulação sanguínea. O quadro acomete mais homens e, quanto mais rápido for o diagnóstico e o tratamento, maiores as chances de recuperação.

A pasta classifica como primordial estar atento a sinais e sintomas como confusão mental; alteração da fala e da compreensão; alteração na visão (em um ou em ambos os olhos); dor de cabeça súbita, intensa e sem causa aparente; alteração do equilíbrio, tontura ou alteração no andar; e fraqueza ou formigamento em um lado do corpo.

O diagnóstico do AVC é feito por meio de exames de imagem que permitem identificar a área do cérebro afetada e o tipo do derrame cerebral isquêmico ou hemorrágico. A tomografia computadorizada de crânio, segundo o ministério, é o método mais utilizado para a avaliação inicial, demonstrando sinais precoces de isquemia.

Os fatores de risco listados pela pasta incluem hipertensão; diabetes tipo 2; colesterol alto; sobrepeso; obesidade; tabagismo; uso excessivo de álcool; idade avançada; sedentarismo; uso de drogas ilícitas; e histórico familiar, além de ser do sexo masculino.

•        Brasil e França testam nova terapia celular contra câncer no cérebro

Uma colaboração internacional entre pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e do Instituto Curie, da Universidade de Ciências e Letras de Paris (PSL, na sigla em francês), testará uma nova abordagem de imunoterapia celular contra o linfoma óculo-cerebral — um tipo de câncer que afeta o sistema nervoso central (SNC), que compreende o cérebro e a medula espinhal. A proposta é avaliar a segurança e a eficácia da terapia CAR-T.

“A ideia é que os pesquisadores franceses tragam para o Brasil essas versões aprimoradas de células CAR-T e que nós possamos ajudá-los nas fases finais do desenvolvimento e na realização do estudo clínico”, explicou o coordenador do projeto no Brasil, Diego Clé, à Agência Fapesp. “Concluído esse processo, pretendemos estabelecer um acordo que permita a transferência de tecnologia para podermos licenciá-la para o SUS (Sistema Único de Saúde)".

Desde 2019, os pesquisadores desenvolvem a terapia celular avançada em parceria com o Instituto Butantan. A estratégia é baseada na modificação genética de linfócitos T, células do sistema imunológico do próprio paciente, para que reconheçam e ataquem os organismos cancerígenos. Os cientistas reprogramaram essas células para identificar a proteína CD19.

A estratégia, iniciada nos Estados Unidos em 2017, resultou na criação da primeira fábrica de produtos celulares da América Latina: o Nutera, fundado em 2022 em Ribeirão Preto. Inicialmente, as células CAR-T produzidas no Nutera eram voltadas ao tratamento de leucemia linfoide aguda de células B e linfoma não Hodgkin de células B. Em comum, as células desses dois tipos de cânceres têm como alvo a proteína CD19.

Além do desenvolvimento da tecnologia no Brasil, a parceria com o Instituto Curie permitirá realizar análises complementares das amostras coletadas durante o tratamento, usando plataformas avançadas de sequenciamento genético e avaliação do microambiente tumoral. “Se tem um pesquisador na França, por exemplo, que desenvolveu uma CAR-T para outros alvos, como essa para um linfoma do sistema nervoso central, podemos testar”, afirmou Clé.

A França é pioneira na tecnologia de tratamentos CAR-T, sendo um dos países que mais utilizam a imunoterapia na Europa. “Há mais de 5 mil pacientes tratados com CAR-T na França, contra pouco menos de 100 no Brasil”, comparou Clé. Contudo, o país ainda não conta com uma versão nacional de um produto desenvolvido por instituições de pesquisa locais e utiliza as opções comercializadas por indústrias farmacêuticas globais.

A parceria visa recrutar 30 pacientes diagnosticados com linfoma óculo-cerebral para testar a eficácia de injeções de doses das células CAR-T.

•        Médicos alertam para riscos da gripe em pessoas com mais de 60 anos

O Sistema Único de Saúde (SUS) registrou em 2024 um crescimento de 189% nas hospitalizações de idosos por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) por influenza, em relação a 2023. Para chamar a atenção da população para os riscos da gripe em pessoas com mais de 60 anos, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), em parceria com a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), realiza nesta quarta-feira (26) o encontro Além da Gripe – Um debate sensível à gravidade dos riscos e impactos provocados pelo vírus da influenza.

O objetivo do encontro é fazer um alerta sobre a sazonalidade da gripe, principalmente por conta dos baixos índices vacinais e dos riscos que este cenário pode causar para a população idosa. Segundo as entidades organizadoras, a sazonalidade está associada ao começo do outono e à mudança do clima em vários lugares do país, época em que as baixas temperaturas podem contribuir para que o vírus acabe circulando com mais intensidade, o que aumenta a necessidade de proteção e o risco de hospitalização.

De acordo com as entidades, a partir dos 40 anos, o risco de ataque cardíaco aumenta em dez vezes e o de AVC oito vezes nos primeiros três dias após uma infecção por influenza e idosos permanecem com risco elevado para AVC até dois meses depois de se contaminar pelo vírus, o que reflete nas admissões em UTI, que cresceram 187% e em 157% mais óbitos.

 

Fonte: JB Saude/Correio Braziliense

 

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