Cérebro em forma: veja como alimentação e
vida ativa ajudam no envelhecimento
Fatores fundamentais
para garantir um envelhecimento saudável, os cuidados com a saúde do cérebro
devem estar presentes ao longo de toda a vida. Além de adotar medidas de
estimulação mental, uma parte importante desses cuidados envolve a manutenção
de uma alimentação adequada e uma rotina regular de atividades físicas. A longo
prazo, a união desses dois fatores é capaz de melhorar a função cognitiva,
prevenir doenças neurodegenerativas e promover a saúde mental, conforme explica
a médica neurologista Márcia Neiva.
"A alimentação
equilibrada e a atividade física regular impactam diretamente na nossa saúde a
curto e a longo prazo. Com elas, conseguimos prevenir doenças cardiovasculares
e cerebrovasculares, como o infarto e o AVC. Além disso, diminuímos nosso risco
de depressão e de insônia e ficamos menos propensos a desenvolver os dois
principais tipos de demência: vascular e doença de Alzheimer", afirma a
neurologista.
Apesar de muitas
pessoas acreditarem que essas preocupações são exclusivas da fase idosa, a
especialista destaca que não existe idade mínima para iniciar os cuidados com o
cérebro, e o ideal é que o trabalho de prevenção por meio de alimentação e
exercícios físicos comece ainda na infância. "A partir daí, o recado que
fica é que, para viver bem e envelhecer bem, alimentar-se de forma equilibrada
e estar em movimento são as fontes que devemos beber para sermos felizes",
declara Márcia.
O hábito da atividade
física previne doenças neurodegenerativas e impacta positivamente a saúde
mental como um todo, evitando estados depressivos e ansiosos.
De acordo com Márcia
Neiva, isso ocorre por conta dos hormônios liberados durante o exercício, como
a serotonina e a endorfina, responsáveis por proporcionar a sensação de
felicidade. "Além de ajudar a reduzir os sintomas de ansiedade e
depressão, esses hormônios atuam em áreas do cérebro associadas ao prazer e à
recompensa. Assim, acabam fazendo com que a prática de atividades físicas seja
ainda mais prazerosa", pontua.
Exercícios aeróbicos,
como caminhada, corrida, ciclismo e natação, mostram benefícios na prevenção
das doenças cerebrovasculares, especialmente o AVC. "No entanto, por
modificar os fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cerebrais e
cardíacas vasculares, acabam também diminuindo o risco de desenvolver Alzheimer
e demência vascular", assegura Márcia.
Quanto aos exercícios
anaeróbicos, em especial a musculação, promovem o aumento de massa magra e de
músculos em nosso corpo. "Esse tipo de exercício prolonga nossa 'vida
útil', promovendo nossa independência para caminhar e realizar atividades que demandem
esforço físico por mais tempo, sem a ajuda de terceiros", garante Márcia.
"Isso é importante porque alguns estudos mostram que quanto mais músculos
acumulamos nas nossas pernas, menor é a chance de desenvolvermos
demências", acrescenta.
• De olho na dieta
Uma rotina alimentar
saudável impacta a saúde do cérebro por meio de mecanismos anti-inflamatórios,
antioxidantes, microbiológicos e imunológicos. Segundo a nutricionista Karyne
Quirino, é essencial que alimentos ricos em nutrientes essenciais sejam escolhidos,
pois podem ajudar a melhorar a função cognitiva, prevenir doenças
neurodegenerativas e promover a saúde mental.
"Uma das causas
das doenças neurológicas é o estresse oxidativo, então manter uma alimentação
equilibrada, com a inclusão de alimentos que possuem nutrientes com função
antioxidante, é essencial para a saúde do cérebro", detalha a médica
nutricionista Karyne Quirino. Além disso, a profissional explica que vitaminas
do complexo B, ferro, vitamina E e magnésio desempenham papel fundamental na
função cognitiva.
"O DHA é o
ômega-3 dominante no cérebro. Ele impacta os neurotransmissores e as funções do
cérebro, desempenhando papel fundamental na função cognitiva em todas as fases
da vida", continua Karyne. Assim, a ingestão de ácidos graxos ômega-3 aumenta
o aprendizado, a memória, o bem-estar cognitivo e o fluxo sanguíneo no cérebro.
Por outro lado, o
consumo excessivo de sal, açúcar, enlatados, gordura saturada e alimentos
ultraprocessados provoca uma inflamação no hipotálamo, região do cérebro que
controla a fome e a saciedade. "Além disso, aumenta o risco de obesidade,
depressão e doenças crônicas como o diabetes mellitus e a hipertensão arterial
sistêmica, doenças que também podem se relacionar negativamente à saúde
mental", avisa a nutricionista.
• Alimentos para consumir
Sob orientação da
nutricionista Karyne Quirino, a Revista separou uma lista com alimentos
importantes para a saúde do cérebro. Confira:
• Peixes de águas geladas: salmão,
sardinha, arenque, cavala e atum. São ricos em ômega-3, reduzem a inflamação e
aumentam o aprendizado, a memória, o bem-estar cognitivo e o fluxo sanguíneo no
cérebro;
• Frutas vermelhas: morango, amora e
mirtilo. São antioxidantes, protegem contra os radicais livres e melhoram a
função cognitiva;
• Nozes e sementes: nozes, amêndoas,
sementes de chia e linhaça. São antioxidantes, ricos em ômega-3, polifenois,
magnésio e vitamina E. Diminuem a inflamação e melhoram a função cerebral,
protegendo contra doenças neurodegenerativas;
• Abacate: alimento rico em gorduras
monoinsaturadas e vitamina K. Melhora o fluxo sanguíneo cerebral e reduz o
risco de acidente vascular cerebral;
• Vegetais de folhas verdes: espinafre,
couve, rúcula, agrião e acelga. São ricos em vitaminas do complexo B, vitamina
E e estão associados à redução do declínio cognitivo.
Fonte: Correio
Braziliense
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