Vale a pena
ler a Bíblia, que tem pileque nudista, incestos e até ursas assassinas
Poucas
leituras são tão animadas quanto a da Bíblia, e eu posso provar. Não precisa
ser nenhum devoto do cristianismo para se fascinar com passagens como a de
Gênesis, que narra como Noé tomou um porre de vinho e ficou peladão na tenda.
Seu caçula, Cam, flagrou o pileque nudista e contou aos irmãos. E aí Noé foi lá
e amaldiçoou um neto que não tinha nada a ver com isso, Canaã, filho do X9.
O
Antigo Testamento é farto em histórias que soam insólitas a quem teve pouco ou
nenhum contato com a Bíblia. Gosto desta: o profeta Eliseu, enfurecido por ser
chamado de careca, solta uma maldição em nome de Deus contra uns rapazes.
“Então duas ursas saíram do bosque e despedaçaram 42 daqueles meninos”, diz o
Livro dos Reis.
FIGUEIRA
SEM FRUTOS
Já
Jesus condenou à danação uma figueira. Estava com fome e viu a árvore sem
nenhum figo para contar história. O messias então a amaldiçoa para que nunca
mais dê fruto. Tudo acontece pouco antes de o filho de Deus subir nas tamancas
contra os vendilhões do templo. Detalhe: não era temporada de figos.
Tem
aquela outra em que Jacó veste pele de cabrito para se passar por Esaú, o irmão
peludão, diante do pai cego. O Tony Ramos da dupla perde o direito de
primogenitura após Jacó enganar o velho — ele veio à luz depois do gêmeo, a
quem segurou pelos calcanhares ao sair do ventre. As nações que descendem dos
irmãos ficam assim fadadas ao conflito.
Há
personagens menos mainstream que rendem cenas memoráveis, como a jumenta que
apanha três vezes de Balaão. Deus faz o animal falar só para passar um pito no
profeta: a pobre coitada só estava tentando protegê-lo de um anjo com uma
espada que tentava impedir o homem de seguir caminho.
TRANSAÇÕES
SEXUAIS
Também
estão nas Escrituras histórias de casais incestuosos, como os irmãos Abraão e
Sara, ou Ló transando com duas filhas (não ao mesmo tempo), após ser embebedado
por elas.
Para
não dizer que de tédio ninguém morre ali, o Livro de Atos de Apóstolos relata a
triste sina do jovem que, apoiado na janela, desaba do terceiro andar ao cair
no sono ouvindo “o extenso discurso de Paulo”.
A
Bíblia fala até sobre cocô. Em Deuteronômio, Moisés orienta seu povo a evacuar
longe do acampamento e levar uma pá para enterrar as fezes.
ALEGORIAS
E LIÇÕES
A
exegese bíblica pode extrair de cada versículo alegorias e lições. O que me
intriga é o leitor fundamentalista. Ou seja, quem toma ao pé da letra tudo o
que vem dali, o que muitas vezes acaba sendo usado para justificar o
injustificável, como a intolerância com os LGBTQIA+.
Levítico
sugere que morra o homem que deitar com outro, ato dito abominável. O mesmo
livro fala sobre não tocar mulheres menstruadas, misturar tecidos diferentes na
mesma roupa nem comer animais marinhos que não têm barbatanas ou escamas
—adeus, camarão.
Se
no princípio é o verbo, a interpretação de texto pode ser o fim da picada.
REPUGNANTE
Dentre
tantos horrores existem muitos descritos na bíblia com um requinte de crueldade
e uma delas se encontra em Jeremias onde deus promete se vingar do seu povo E
lhes farei comer a carne de seus filhos, e a carne de suas filhas, e comerá
cada um a carne do seu próximo, no cerco e no aperto em que os apertarão os
seus inimigos, e os que procuram tirar-lhes a vida. Jeremias 19;9, uma passagem
que mostra o lado mais sombrio e tenebroso do deus bíblico,onde um deus
descrito como o próprio amor foi capaz de prometer que iria fazer seu povo
comer uns aos outros. É algo sem sombras de dúvidas extremamente assombroso.
• Tudo na Bíblia deve ser interpretado
literalmente, ou algumas partes são metáforas?
A
Bíblia explica a si mesma e quando o texto é literal então é literal com
detalhes de lugar geográfico, data (mês ou ano do calendário hebraico, ou
período dinástico) e objetividade.
Quando
temos textos proféticos eles costumam sim lançar mão de artifícios simbólicos
como os animais da visão de Daniel, as bestas e o dragão do Apocalipse, etc
para aludir a reinos.
Na
Bíblia, em textos proféticos, mulher costuma significar igreja ou povo de Deus.
Prostituta costuma significar povo ímpio ou falsa igreja pois prostituição
aludi a idolatria e/ou infidelidade da pessoa ou nação em questão para com
Deus. Esses termos aplicados simbolicamente não ocorrem com indivíduos mas com
reinos ou nações quando Deus lhes profere oráculos e fica óbvia a alegoria.
Animais
simbolizam reinos, chifres são reis, mar é o mundo, ilhas são nações e por aí
vai quando o contexto é muito maior do que uma única pessoa.
Esse
tipo de diferenciação se torna fácil quando se habitua a ler a Bíblia
necessitando fundamentalmente, no entanto, do auxílio do Espírito Santo na
interpretação das Escrituras pois o intelecto humano sem a iluminação de Deus é
capaz de extrair conclusões precipitadas das Escrituras como no caso de pessoas
que lêem a Bíblia e até chegam a "conclusões bíblicas" que contrariam
a própria Bíblia como no caso de quoranos que se dizem cristãos e eu já os li
divulgando aqui que, supostamente de acordo com a Bíblia, o Diabo não existe,
Adão e Eva foi um mito, a Bíblia apóia a tese da reencarnação, que Jesus vai
voltar ao mundo em carne de novo, que Jesus não é Deus e mais um monte de
absurdos antibíblicos que pessoas que entenderam superficialmente a Bíblia concluem,
acreditam e saem espalhando.
Tudo
na Bíblia não deve ser interpretado literalmente não porque não tenha valor
literal mas porque o próprio texto fornece os indícios de quando se trata de
uma descrição objetiva e quando se trata de uma descrição simbólica.
• A bíblia foi escrita por Deus ou são
palavras humanas?
Pessoas
obviamente.
E
aí reside o problema. Mesmo porque foi escrita por pessoas, então vale o que
vale.
Atualmente
ainda há Bíblias a serem imprimidas, e não é por obra do Espírito Santo, mas
sim por obra da máquina de impressão.
Até
que o que conheces como a Bíblia nada mais é que contos na segunda pessoa, de
pessoas que aparentemente conheciam um dos apóstolos de Jesus. E até partes
tiradas de outras culturas. Mas haver um evangelho realmente escrito pelos
próprios, podes esquecer.
Até
tens o famoso Concílio de Laodiceia, formado no século 4 na atual Turquia. Onde
algo como 30 clérigos decidiram sobre a divindade de Jesus, e que textos
incluir ou excluir.
Logo
a Bíblia é uma fabricação completamente humana com nada de divino nela.
Não
mais importante que o "Livro dos Mortos" os "Textos das
Pirâmides" e os "Textos dos Sarcófagos". Ou até mesmo os Vedas
(Rigveda, Samaveda, Yajurveda, e Atharvaveda), os Upanishads, o Mahabharata, o
Ramayana e os Puranas.
Tudo
escrito por mãos humanas e mentes humanas. Com nada de sobrenatural neles ou
sequer divino.
É
um tanto como perguntar se o Silmarillion foi escrito por Eru Ilúvatar.
• Por que os dinossauros não são
mencionados na Bíblia?
A
bíblia é uma literatura tardia se comparada aos textos cuneiformes dos
Sumérios. Agora, se compararmos a existência dos Sumérios em relação aos
dinossauros, a coisa "piora", isso, certamente, quando aplicamos uma
linearidade temporal teórica, isto é, com as informações que temos disponíveis
nos livros e, também, na internet, para saciarmos nossa curiosidade.
Podemos
fazer uma comparação simplista, mas que se encaixa na premissa ;
• Estima-se que eles, os dinossauros,
tenham se extinguido há 65 milhões de anos.
• Os Sumérios eram um povo que se
estabeleceu na Mesopotâmia a partir de 5000 a.EC.
• Alguns teóricos especulam sobre a
idade dos Egípcios em torno de 12 ou até 15 mil anos, mas sem comprovações
robustas.
Nessa
lacuna entre 65 milhões e o surgimento da primeira comunidade complexa da
Mesopotâmia, os Sumérios, houve vários processos evolutivos, geográficos e
catastróficos e, depois disso, um longo processo até a invenção da escrita.
Portanto,
quais as chances deles terem alguma noção sobre os dinossauros, sem uma ciência
teórica, prática e, sobretudo, instrumentalmente eficiente e sofisticada, que
pudesse fornecer a eles (aos Sumérios e aos demais povos antigos) insumos para
uma dedução sóbria sobre esses grande animais pré-históricos?
Dessa
forma, para essas sociedades antigas, mas infinitamente distantes
temporalmente, quando comparadas com a era pré-histórica, fica claro que,
Tiamat, Leviatã, Marduk, Behemoth e tantos outros personagens mitológicos, que
muitas vezes, assimilados como uma experiência de contato com algum dinossauro,
não passa de uma mente criativa construindo enredos com base na religião na
fauna e na flora presentes naquele tempo.
Fonte:
FolhaPress/Quora
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