Pesquisas
mostram apenas um petista com chance de vitória nas nove capitais do NE
Levantamento
feito pelo Brasil de Fato, utilizando as pesquisas eleitorais divulgadas até
sexta-feira (14), mostra que a grande maioria dos candidatos petistas que
disputam as prefeituras das nove capitais nordestinas não agradaram o eleitor.
Apenas o deputado estadual Fábio Novo (PT) desponta com uma candidatura
competitiva, em Teresina (PI), onde aparece à frente dos demais candidatos, mas
empatado tecnicamente com o ex-prefeito local, Silvio Mendes (UB).
Nesta
sexta-feira, o Instituto Datamax divulgou a última pesquisa para a prefeitura
local, que coloca Fábio Novo na dianteira com 41,78% das intenções de votos.
Mendes vem em seguida, com 41,14%. Na campanha do petista, o resultado foi
celebrado, pois é a primeira vez que o candidato do PT aparece à frente.
Na
última quarta-feira (12), o Instituto Ippi divulgou sua pesquisa, com cenário
similar, mas com Fábio Novo atrás, somando 39% das intenções de voto na capital
piauiense. Se principal oponente, Silvio Mendes, tem 40%.
Os
levantamentos mostram que em duas capitais pode não haver segundo turno. Em
Salvador (BA), o atual prefeito Bruno Reis (UB) aparece com 64% das intenções
de voto, no levantamento divulgado pela Paraná Pesquisas, no dia 4 de junho
deste ano. Seu oponente mais próximo é Geraldo Júnior (MDB), com 11%.
Em
Recife, o prefeito João Campos (PSB) aparece como favorito à reeleição. O
candidato pessebista soma 57% dos votos, na pesquisa da Atlasintel, divulgada
em 26 de abril. Em segundo, está o ex-ministro do Turismo do governo do
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Gilson Machado (PL), com 21%.
Em
São Luis (MA), o prefeito Eduardo Braide (PSD) aparece à frente, com boa margem
de diferença, na disputa pela prefeitura, com 39,7%, de acordo com a pesquisa
do Datailha, de 26 de abril. Em seguida está o deputado federal Duarte Jr
(PSB), com 20,6%.
Levantamentos
da Paraná Pesquisas e Atlasintel mostram que o prefeito de Fortaleza (CE), José
Sarto (PDT), principal aliado de Ciro Gomes no Ceará, corre o risco de perder a
sua cadeira no Palácio da Abolição. Nas duas pesquisas, o atual mandatário
aparece com 18% e 20%, respectivamente. À frente está o ex-deputado federal
Capitão Wagner (UB), que soma 33% nas duas pesquisas.
Em
Natal (RN), a deputada federal Natália Bonavides (PT), uma das apostas petistas
para 2024, aparece em segundo lugar nas pesquisas. O cenário desenhado pelos
levantamentos indicam que a parlamentar terá trabalho durante o período
eleitoral para conseguir tirar a vitória das mãos do ex-prefeito do município,
Carlos Eduardo (PSD).
No
levantamento da Datavero, de 26 de março, Bonavides soma 11,3% das intenções de
voto, contra 41,5% de Eduardo. Na pesquisa mais recente, do Instituto Agorasei,
de 30 de abril, a petista aparece com 12,3% e seu oponente 43,69%.
O
prefeito de João Pessoa (PB), Cícero Lucena (PP) pode confirmar em outubro sua
reeleição. O pleito parece tranquilo para o atual mandatário, que soma 34% das
intenções de voto, no levantamento de 21 de março, da Certifica Consultoria. À
frente do deputado federal Ruy Carneiro (Podemos), que aparece com 22%.
A
pesquisa de 28 de abril deste ano, do DataTrends, a mais recente para a
prefeitura de Maceió, indica uma disputa aberta ainda. O atual prefeito, João
Henrique Caldas (JHC), soma 39%, contra 4% do deputado federal Rafael Brito
(MDB). Porém, 54% afirmaram ainda não ter decidido o voto.
Em
Aracaju (SE), a capital com mais mulheres pré-candidatas, a vereadora Emília
Correa (PL) aparece à frente da deputada federal Yara Moura (MDB), de acordo
com levantamento feito pelo Real Time BigData, de 11 de junho. As duas somam
26% e 13% das intenções de votos, respectivamente.
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Para ajudar o pai, Renan Filho admite disputar governo de AL em 2026
Apontado
como possível candidato a vice de Lula em 2026, o ministro dos Transportes,
Renan Filho (MDB), não descarta alçar voo mais baixo nas próximas eleições
gerais.
A
aliados, o ministro admite que poderá ser candidato ao governo de Alagoas em
2026 para ajudar seu pai, Renan Calheiros (MDB-AL), a se reeleger ao Senado
pelo estado.
Em
2026, Renan Calheiros precisa renovar seu mandato de senador e deve enfrentar
como principal adversário o atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Renan
Filho preferia outro cenário
Voltar
a ser governador, porém, não é a prioridade de Renan Filho. Como tem mandato de
senador até 2030, o ministro preferia permanecer em Brasília para ganhar
projeção nacional.
Renan
Filho já governou Alagoas por dois mandatos consecutivos, entre 2015 e 2022.
Após deixar o governo, se elegeu ao Senado e sonha mesmo é em alçar voos mais
altos na política nacional.
• O perde-perde de Ricardo Nunes com
Bolsonaro e Marçal
As
declarações de Jair Bolsonaro sobre não recuar no apoio ao prefeito de São
Paulo, Ricardo Nunes, e as sinalizações do coach Pablo Marçal de que vai, de
fato, para a campanha paulistana pelo PRTB fazem aliados de Guilherme Boulos,
do PSol, e gente do tucanato paulista compartilharem a avaliação de que cria-se
uma situação de perde-perde para Nunes.
Esses
interlocutores avaliam que, ao ir para a direita, exatamente em razão do fator
Marçal, o prefeito enfraquece o discurso de que é um candidato de centro, de
uma frente ampla, e atrairá de vez a rejeição de Bolsonaro entre os
paulistanos.
Enquanto
isso, conforme essa avaliação, os eleitores bolsonaristas-raiz se veriam
divididos e tentados entre seguir o que diz Bolsonaro ou votar em um espécime
moldado ao melhor estilo bolsonarista imbrochável.
A
carapuça poderia servir a Marçal ou até mesmo em um nome como José Luiz Datena,
o eterno quase-candidato. Em todo caso, seriam votos que migrariam de Nunes.
O
tal perde-perde, então, seria assim resumido: Nunes abre mão do discurso e
absorve a rejeição de Bolsonaro sem, em contrapartida, levar de porteira
fechada o eleitorado do ex-presidente.
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O
prefeito, por sua vez, aproxima-se de Bolsonaro. Ele almoçou nessa sexta-feira
com o ex-presidente, o governador Tarcísio de Freitas e aquele que pode vir a
ser um chamariz ao eleitor bolsonarista paulistano: o ex-coronel da Rota
Ricardo Mello Araújo, indicado por Bolsonaro para ser seu vice.
• No estado de SP, 734 obras, que já
consumiram R$ 15 bilhões dos cofres públicos, estão paralisadas
Um
levantamento feito pelo Tribunal de Constas do Estado de São Paulo (TCE-SP)
revelou que há 734 obras paralisadas no estado, em 288 dos 645 municípios da
região, que já utilizaram mais de R$ 15 bilhões dos cofres públicos. Porém, o
prejuízo pode chegar até R$ 30 bilhões.
Ainda
de acordo com o TCE, as obras paralisadas atendem convênio com os governos
municipais, estadual e federal. O órgão explica, em seu documento, que os
motivos de paralisação são diversos, mas a maioria, cerca de 100 projetos, é
por inadimplemento, ou seja, o não cumprimento de acordos e regras por parte
empresas contratadas.
O
levantamento do TCE mostra, ainda, que há uma obra paralisada em Ferraz de
Vasconcelos, na região metropolitana da capital paulista, que está paralisada
desde 2009. Essa obra é a mais antiga nessa situação em todo o estado. A
população da cidade aguarda há quinze anos a entrega de 188 casas populares.
O
TCE revelou que as áreas de Educação, Transporte e Saúde são as mais atingidas
pela paralisação das obras. A Segurança Pública também é afetada: seis
delegacias da Polícia Civil aguardam a conclusão de reformas.
Em
entrevista ao jornal Estado de São Paulo, o presidente do TCE-SP, Renato
Martins Costa, lamentou a paralisação das obras e alertou para os riscos de
perdas ainda maiores para os cofres públicos.
“As
condições, inclusive, de aproveitamento daquilo que já foi feito, se tornam
duvidosas. Um negócio que está parado há tanto tempo, de repente você já fez
uma parte do serviço, mas essa parte feita, muitas vezes, não pode mais ser
aproveitada. Há uma frase que é muito utilizada. ‘Não há obra mais cara do que
a obra parada’, porque você já consumiu parte dos recursos necessários à sua
realização”, disse Costa.
• Pré-candidatas indígenas enfrentam
falta de apoio e preconceito para ocupar a política em Curitiba
As
eleições municipais de 2024 devem registrar o maior número de candidaturas
indígenas da história brasileira. Apesar do aumento de povos originários entre
os candidatos, ainda há uma sub-representação nas câmaras municipais.
Pré-candidatas indígenas ao pleito deste ano, em Curitiba, destacam falta de
apoio, de estrutura e a visão preconceituosa da sociedade. Elas também apontam
os desafios de se manterem na política como mulheres originárias.
<<<< Conheça a seguir detalhes sobre duas dessas candidaturas.
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Em defesa da Mãe Terra
Jovina
Renhga, Kaingang, da Aldeia Kakané Porã, em Curitiba, é escritora da literatura
indígena e pré-candidata pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Jovina afirma que
decidiu se candidatar em defesa de seu povo e da pauta ambiental.
Somos um povo que sofre desde a invasão, em
1500. Como vereadora, acredito que posso defender meu povo que, hoje, vive na
pobreza. E, claro, lutar pela Mãe Terra que vem sofrendo com a destruição da
floresta e o aquecimento global
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Contra a invisibilidade no contexto urbano
Já
para a artesã e professora Kixirrá Jamamadi, também pré-candidata pelo PT, as
pautas são inúmeras para uma candidatura indígena. Segundo ela, isso acontece
justamente por serem poucos representantes originários no Poder Legislativo.
No
manifesto que divulgamos sobre minha candidatura, colocamos que queremos
coletivamente construir uma política que combata as diversas violências vividas
pelos povos das comunidades tradicionais em contexto urbano, com foco nas
mulheres. A invisibilidade da população indígena é muito grande. Somos a
segunda maior população indígena da região sul. Cerca de 2 mil pessoas
invisíveis aos poderes públicos, sendo que as mulheres indígenas que chegam aos
centros urbanos compõem a parte mais frágil desse contexto
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Coragem para se manter na política
Ambas
dizem que, para decidirem se candidatar, tiveram que ter coragem de enfrentar
os enormes desafios. “O primeiro é ter coragem para estar e se manter sempre na
luta em defesa de espaço para as mulheres indígenas e contra o racismo. Outro
desafio é que somos vistas e vistos também como incapazes. Eu sou uma escritora
e já duvidaram da minha capacidade”, diz Jovina Renhga.
Marilena
complementa que enfrentam a falta de apoio, de recursos e estrutura adequada.
“Só o fato de ser mulher e indígena já é o primeiro desafio e tem mais a falta
de apoio de companheiros e companheiras, de recursos financeiros e tecnológicos
adequados, além de ter que lutar por uma vaga dentro do partido”, diz Kixirrá.
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Desigualdade política
As
eleições de 2020 registraram 1.721 candidaturas autodeclaradas indígenas, um
crescimento de 11% em relação ao pleito anterior, de 2016, com 1.546, segundo
dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Porém, de acordo com números da
Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), foram eleitos apenas 234
representantes originários, sendo 10 prefeitos, 11 vice-prefeitos e 213
vereadores. Somente 13% desse total são mulheres (31) e 9% dos concorrentes
indígenas à vereança conseguiram ocupar uma cadeira nas câmaras legislativas
municipais.
Para
as eleições de 2024, um avanço para as candidaturas originárias foi
conquistado. Em decisão unânime do TSE, em 27 de fevereiro, foram aprovadas
cotas proporcionais a candidaturas indígenas em relação aos recursos do Fundo
Especial de Assistência Financeira aos Partidos Políticos, conhecido como Fundo
Partidário, e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC). Ou seja,
os povos indígenas passarão a contar com distribuição proporcional, nos mesmos
moldes estabelecidos às pessoas negras.
A
decisão foi tomada a partir de uma ação da deputada Célia Xakriabá (Psol-MG) e
se aplica também ao tempo gratuito de rádio e televisão no horário político.
Fonte:
Brasil de Fato/Metrópoles
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