segunda-feira, 17 de junho de 2024

Nascimento de búfalo branco é tido como cumprimento de profecia de tribo dos Estados Unidos

Um raro búfalo branco nasceu no Parque Nacional de Yellowstone, nos Estados Unidos, e chega cumprindo uma profecia da tribo nativa Lakota, uma das maiores do país. Os indígenas acreditam que a vinda do animal é um presságio de tempos melhores, e, também, um sinal de que mais deve ser feito para proteger a natureza.

“O nascimento deste bezerro é ao mesmo tempo uma bênção e um aviso. Devemos fazer mais”, disse o chefe Arvol Looking Horse, o líder espiritual dos Lakota, em Dakota e dos Nakota Oyate em Dakota do Sul, de acordo com a NBC News.

Ele acrescentou que, para os Lakotas, a chegada de um filhote de búfalo branco com nariz, olhos e cascos pretos é semelhante à segunda vinda de Jesus Cristo. A lenda do seu povo diz que cerca de 2.000 anos atrás, em uma época em que as coisas não iam bem – a comida estava escassa e os búfalos estavam desaparecendo –, a Mulher Bezerro de Búfalo Branco apareceu, apresentou um cachimbo e um embrulho a um membro da tribo, ensinou-o a orar e disse que o cachimbo poderia ser usado para trazer búfalos. Ao sair, ela se transformou em um bezerro branco.

“E algum dia, quando os tempos estiverem difíceis novamente, voltarei e permanecerei na Terra como um bezerro de búfalo branco, nariz preto, olhos pretos, cascos pretos”, apontou Looking Horse sobre a profecia.

Uma cerimônia para dar um nome ao filhote foi realizada em Yellowstone, mas o líder dos Lakota não revelou qual foi a escolha. E uma segunda, para comemorar o seu nascimento, está marcada para 26 de junho na sede da Buffalo Field Campaign, em West Yellowstone.

Troy Heinert, diretor executivo do InterTribal Buffalo Council, com sede em Dakota do Sul, observou à NBC News que outras tribos também reverenciam o búfalo branco. “Muitas tribos têm sua própria história sobre porque o búfalo branco é tão importante. Todas remontam a eles sendo muito sagrados”, apontou.

·        Raridade

O nascimento de búfalos brancos é raro, contudo, Jim Matheson, diretor executivo da National Bison Association, afirmou que não é possível quantificar o quão raro é. “Que eu saiba, ninguém jamais rastreou a ocorrência do nascimento de búfalos brancos ao longo da história. Portanto, não tenho certeza de como podemos determinar com que frequência isso ocorre.”

Heinert vê a chegada do animal como um lembrete “de que precisamos viver bem e tratar os outros com respeito”. “Espero que esse bezerro esteja seguro e viva da melhor maneira possível no Parque Nacional de Yellowstone, exatamente onde foi projetado para estar”, complementou.

A reportagem publicada pela NBC News informa que os funcionários do parque ainda não tinham visto o filhote e não puderam confirmar seu nascimento no parque, além de não terem registro de um búfalo branco nascido no local anteriormente.

Quem tornou o nascimento público foi a norte-americana Erin Braaten. Ela contou que visitava Yellowstone com sua família quando viu o bichinho no Vale Lamar, no canto nordeste do parque, em meio a uma manada de búfalos.

“Eu olho e é um bezerro branco. Eu fiquei totalmente chocada”, contou. A mulher tirou várias fotos do animal sagrado e o observou por cerca de 30 a 40 minutos. Ela ainda voltou ao local nos dias seguintes, na esperança, de reencontrá-lo, mas não teve sorte.

 

¨      Países longe de reduzir o desmatamento não têm planos concretos, alerta ONU

Uma nova análise enfatiza que vários países que ainda estão longe da meta de reduzir o desmatamento não têm planos concretos. O estudo da parceria UN-Redd envolve o Programa da ONU para o Meio Ambiente, Pnuma, a Organização das Nações Unidas para Alimentação Agricultura, FAO e ao Programa da ONU para o Desenvolvimento, Pnud.

No grupo de 20 Estados onde o desflorestamento tropical mais ocorre, o Brasil está entre oito nações que definiram metas para desacelerar a perda de cobertura florestal em nível nacional.

Moçambique é outro país de língua portuguesa no grupo que integra Bolívia, Peru, México, Colômbia, Camarões, Cote d’Ivoire ou Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Guiné Conacri, Libéria, Madagáscar, Serra Leoa, Indonésia, Laos, Malásia, Mianmar, Tailândia e Vietnã.

Coletivamente, estes territórios emitiram 5,6 bilhões de toneladas de CO2 equivalente, tCO2e, através do desmatamento tropical a cada ano entre 2019 e 2023.

A análise alerta que o tempo está se esgotando para proteger as florestas do mundo na sequência do compromisso assumido na Declaração de Líderes de Glasgow, prevendo reverter a perda florestal até 2030.

Em termos de metas internas, o relatório Aumentar a ambição, acelerar a ação: Rumo a Contribuições Nacionalmente Determinadas aprimoradas para florestas aponta grandes lacunas florestais em campos como proteção, gestão e restauração.

As emissões resultantes do desmatamento tiveram uma alta desde a Declaração dos Líderes de Glasgow sobre Florestas e Uso da Terra buscando “interromper e reverter a perda florestal e a degradação da terra até 2030, ao mesmo tempo em que proporciona desenvolvimento sustentável e promove uma transformação rural inclusiva”.

·        Aumento nas emissões resultantes do desflorestamento

Entre 2019 e 2022, o Brasil aparece como uma exceção na América Latina e o Caribe diante do aumento nas emissões resultantes do desflorestamento. Em terras brasileiras, a desflorestação teve uma queda de 22%.

O relatório indica que em relação às promessas feitas entre 2017 e 2023, os países não atingiram as metas globais de redução pela metade ou reversão do desmatamento que se pretende até 2030. Apenas oito das 20 nações com maior desflorestamento tropical estabeleceram metas para reduzir a perda de cobertura de árvores em suas NDCs.

O México destaca-se por ter incluído uma meta de adaptação para atingir zero líquido até 2030. A área mexicana reflorestada corresponderia ou excederia a área desmatada.

A Bolívia mira em baixar o desmatamento em 80% até o fim da década. Mais da metade dessa redução está condicionada ao apoio internacional.

·        Acordo de Paris sobre Mudanças Climáticas

Já a Cote d’Ivoire, conhecida como Costa do Marfim, promete baixar incondicionalmente a taxa em 70% em relação aos níveis de 2015.

A Colômbia promete baixar o desmatamento para 50 mil hectares/ano até 2030 usando abordagens de cooperação, tal como prevê o Acordo de Paris sobre Mudanças Climáticas, para que possa atingir o desflorestamento absoluto.

No entanto, o relatório aponta a falta de clareza em relação a promessas. Um dos exemplos é que as metas de cinco países são baseadas em quantidade de hectares. Já os alvos de três Estados têm por base as emissões, por exemplo, toneladas de CO2 equivalente. Outros três deles têm os dois parâmetros conjugados.

·        Relevância das florestas

Ainda em relação ao Brasil, as NDCs não contêm nenhuma meta relacionada a florestas. No entanto, o Plano de Ação para prevenção e controle do desmatamento na Amazônia Legal prevê acabar com a desflorestação até 2030.

A análise internacional conclui que os compromissos dentro das NDCs dos 20 países com as maiores emissões por perda de cobertura de árvores não são suficientes para atingir a meta definida.

O relatório da ONU observa ainda a relevância das florestas por oferecerem serviços benéficos aos ecossistemas como a manutenção da qualidade da água, fornecimento de habitat para polinizadores e recursos para comunidades. As matas também atuam como sumidouros de carbono essenciais ao contribuir para mitigar as mudanças climáticas.

Mas a agricultura está entre as principais razões para o desmatamento devido à demanda internacional por commodities como óleo de palma, soja e carne bovina.

·        A caminho da COP30

O documento recomenda o reforço, a melhora e alinhamento das medidas baseadas em florestas mencionadas nas NDCs com as políticas nacionais claramente definidas. Outra recomendação é a necessidade de atuação coordenada entre os países desenvolvidos e florestais para atingir metas definidas em nível internacional.

Outra sugestão é o aumento dos preços do carbono florestal a uma faixa entre US$ 30-50 / tonelada de emissões de CO2 no mercado de carbono.

O relatório observa ainda que devem ser promovidos modelos como participação de comunidades locais e dos povos indígenas, e ainda o reconhecimento de suas terras florestais e direitos de carbono para a proteção das florestas.

Parte inferior do formulário

A redução bem-sucedida do desmatamento na Amazônia brasileira em 2023 é atribuída à aplicação aperfeiçoada das leis existentes em meio a atividades ilegais que ocorrem em terras indígenas.

A realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, COP30, em território brasileiro é tida como um marco global para a ambição na proteção florestal.

O relatório ressalta que à medida que os países se preparam para a apresentação da próxima rodada de NDCs no evento, aqueles que tenham extensa cobertura florestal, devem incluir metas concretas e mensuráveis sobre florestas em suas NDCs revisadas.

 

Fonte: Um Só Planeta

 

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