Ministro
de Minas e Energia estreita proximidade com Lula e já incomoda esquerda e
direita
Alexandre
Silveira (PSD) assumiu o MME (Ministério de Minas e Energia) sem nenhuma
experiência nas áreas da pasta, vindo de uma trajetória como congressista sem
projeção. Em um ano e meio como ministro, ampliou seu poder e influência na
gestão petista com um modo de atuar que, para observadores da política, passa
longe do estilo mineiro.
Silveira
falou muito, dedicou-se a uma disputa pública e ruidosa --ao lado do ministro
da Casa Civil, Rui Costa--, para tirar Jean Paul Prates da presidência da
Petrobras e entregou poucos resultados nos setores administrados por sua pasta.
Sob
sua gestão, o MME não tem PDE (Plano Decenal de Expansão de Energia), não
apresentou solução para os subsídios que encarecem a conta de luz nem divulgou
o destino das controversas térmicas a gás previstas na lei de privatização da
Eletrobras, entre outros temas que preocupam técnicos, consultores e empresas.
A
pasta também mantém no limbo o destino da usina nuclear de Angra 3 e até agora
não concretizou um planejamento estratégico de país voltado a minerais
críticos.
Apesar
da falta de resultados concretos, alguns motivos são claros para a conquista de
espaço junto ao presidente Lula em tão pouco tempo. Aos 53 anos, 26 na
política, Silveira representa um grupo com ascendência sobre a gestão federal:
o PSD de Gilberto Kassab, particularmente a ala do presidente do Senado,
Rodrigo Pacheco.
Tem
apoio também de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), senador com interesses na
área de energia e ambição de voltar ao comando da Casa em 2025.
São
forças políticas importantes para dar sustentação ao Lula 3 no Congresso, onde
a base de apoio segue frágil.
O
fato de o ministro ser o único mineiro dentro do governo federal tem um impacto
dúbio. Conterrâneos petistas se ressentem por serem representados por um
político de outro partido, mas consideram que seria ainda pior se não houvesse
ninguém do estado na Esplanada.
Características
pessoais de Silveira também são citadas como explicação para sua ascensão.
Um
político mineiro que prefere não ter o nome citado o descreve como negociador e
centralizador no trato de seus interesses. Uma expressão usada é a de que ele
"cheira ao café do palácio", alusão ao seu empenho para transitar
junto ao poder. Silveira já foi PL e PPS. Integrou o governo estadual do PSDB e
atua com desenvoltura na gestão do PT.
Segundo
esse político, se o presidente Lula perguntar para qual time Silveira torce, o
ministro dirá que, em São Paulo, é Corinthians. Se a primeira-dama Rosângela
Lula da Silva, a Janja, disser que gosta de jabuticaba, o ministro vai
providenciar um pacote da fruta em Sabará, cidade mineira famosa por produzir a
iguaria.
A
proximidade dele com o casal presidencial é comentário frequente dos que
analisam a trajetória do ministro. O próprio Silveira conta a terceiros que a
relação é afinada, sempre dando a entender ter apoio de Janja, que trabalhou no
setor elétrico.
A
ascensão do titular do MME atraiu a atenção também da academia. "Eu me
considero um eleitor informado, sou analista político e mineiro, ainda assim,
Silveira não estava no meu radar desse jeito", afirma o advogado e mestre
em economia Bruno Carazza, professor associado da Fundação Dom Cabral.
"Silveira
tem atuação dúbia, na linha do centrão. Sinto nele um oportunismo político. No
discurso, está seguindo a agenda que atende aos interesses do Lula, dessa área
mais desenvolvimentista. Mas, na prática, tem uma agenda pró-grupos
empresariais", afirmou o advogado à reportagem.
Natural
de Belo Horizonte, casado e pai de dois filhos, Silveira fez curso técnico em
contabilidade, no Colégio AEC, na capital, e direito na Faculdade de Sete
Lagoas, no interior de Minas. Passou no concurso de delegado da Polícia Civil
no final dos anos de 1990 e foi alocado na cidade de Antônio Dias, de 9.000
habitantes. Logo depois, foi transferido para Ipatinga, de população 28 vezes
maior.
"O
Silveira era tímido e devagar, não falava muito. Agora, surpreende a todos que
o conheciam", diz Francisco Pereira Lemos, ex-delegado de Polícia Civil e
ex-vereador de Coronel Fabriciano, cidade próxima de Ipatinga, reduto eleitoral
de Silveira.
Na
virada do milênio, o então delegado Silveira liderou as investigações da morte
de uma modelo e foi o responsável por prender o principal suspeito, o primo da
mulher. O assassinato repercutiu na mídia local e ele decidiu entrar para
política.
Sobrinho
de um dos fundadores do PL, Agostinho Silveira, o atual ministro teve em José
Alencar (vice-presidente de Lula de 2003 a 2011) seu primeiro padrinho
político. Foi Alencar que o colocou em uma chefia de unidade do Dnit em Minas
Gerais em 2003. Um ano depois, Silveira foi alçado à chefia do Dnit nacional,
onde ficou até 2005.
Com
mais peso político e filiado ao PPS, foi o quinto deputado mais votado no
estado numa campanha milionária bancada principalmente por construtoras. Em
2010, foi reeleito com apoio também de mineradoras. Na passagem pela Câmara,
apresentou 23 projetos de lei, quase todos ligados aos códigos penal e de
trânsito, e não aprovou nenhum
Silveira
foi ainda secretário na gestão de Antonio Anastasia (PSDB) de 2011 a 2014,
quando concorreu como suplente na chapa na disputa ao Senado. Após a eleição,
tornou-se o presidente do PSD em Minas Gerais
A
projeção nacional veio apenas em 2022. O então senador Antonio Anastasia
(PSDB-MG) foi para o Tribunal de Contas da União, e Silveira, seu suplente,
assumiu como titular da cadeira.
À
época, o governo Bolsonaro se animou com um ex-delegado de polícia na vaga, e
Silveira foi convidado pelo próprio presidente a ser líder de seu governo no
Senado. Em seu discurso de posse na Casa, porém, ele criticou as políticas
econômicas do então ministro Paulo Guedes. O posicionamento teria sido
orientado por Pacheco, que já estaria visualizando a vitória de Lula e traçando
possibilidades.
Em
abril de 2022, quando já atuava na pré-campanha ao Senado, Silveira não tinha
batido o martelo sobre quem apoiaria para a Presidência. Chegou a produzir
materiais de campanha apoiando Bolsonaro e Lula --a decisão veio em maio,
quando o PT fechou acordo com o PSD para apoiar Alexandre Kalil (PSD) na
disputa ao governo de Minas Gerais e Silveira na corrida ao Senado.
Ambos
perderam, e o atual ministro investiu no PT, apoiando Lula em Minas. Como
reconhecimento, na transição de governo foi escalado para compor o grupo
técnico da infraestrutura. Muita gente apostou que ganharia um ministério na
área, mas ficou com Minas e Energia.
Nessas
duas décadas de política, Silveira manteve as atividades empresariais, que
descobriu cedo na vida. Emancipado aos 16 anos, abriu uma loja de colchões,
onde vendia produtos fabricados pela família, que também é dona de empresas
ligadas à construção civil. O próprio ministro tem empreendimentos no setor e
no agronegócio.
Um
delegado que o conheceu no início da carreira --e pediu anonimato-- diz que,
ainda nas funções policiais, ele se preocupava em acompanhar os negócios em
Belo Horizonte.
Essa
dupla faceta chamou a atenção de outro mineiro, o jornalista Thiago Herdy,
colunista do UOL e ex-presidente da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo
Investigativo), autor de seis reportagens sobre o ministro.
Numa
delas, publicada há cerca de um ano, informou que os bens de Silveira e de suas
empresas, que somavam R$ 79,1 milhões, eram superiores ao que foi informado ao
TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O ministro argumentou, à época e ao ser
questionado agora pela Folha de S.Paulo, que o patrimônio foi devidamente
declarado à Receita Federal.
Em
outra reportagem, Herdy resgatou que, em agosto de 2021, Silveira pagou multa e
fez um acordo com o Ministério Público de Minas Gerais para evitar a
continuidade de um processo. Na ação, ele havia sido denunciado por usar sua
influência política para liberar a construção de um condomínio por uma de suas
empresas.
O
ministro disse à Folha de S.Paulo que o acordo foi feito na esfera cível, sem
que jamais houvesse qualquer tipo de apuração criminal. Foi proposto pelo
próprio Ministério Público, segundo o ministro, durante uma audiência presidida
por um juiz de direito e aceito por todas as partes presentes na audiência.
À
frente do MME, Silveira deixa duas impressões que são praticamente consenso
entre quem acompanha sua atuação. A primeira é que tem sido eficiente em fazer
nomeações para o maior número possível de vagas em estatais e órgãos ligados a
energia e mineração. Foram ao menos 14 nomes (veja a lista abaixo), criando uma
rede de relacionamentos.
A
percepção é que, se o PMDB controlava a área no passado, agora ela está sendo
organizada para ficar sob a influência do seu grupo político no PSD.
Mas
faltava ao ministro ingerência sobre o então presidente da Petrobras, Jean Paul
Prates, o que resultou em embates públicos nos temas como o da oferta de gás
mais barato.
Silveira,
junto com Rui Costa, quer acelerar a oferta do produto e apoia projetos de
empresários do setor, como o baiano Carlos Suarez, o que inclui a instalação de
gasodutos. Opositor de Suarez, Prates falava diretamente com Lula e resistia a
essa agenda desde os tempos em que era senador, de 2019 a 2023.
Por
meio de sua assessoria de imprensa, Silveira afirmou que "não há e nunca
houve qualquer apoio do ministério a projetos específicos de qualquer pessoa ou
grupo empresarial". Representando o empresário Carlos Suarez, o executivo
José Garcez, presidente da Termogás, afirmou que "Termogás, seus sócios e
acionistas não tem contato com o ministro das Minas e Energia, Alexandre
Silveira".
Já
a nova presidente da Petrobras, Magda Chambriard, assumiu prometendo baratear o
gás e focar a exploração de petróleo. Silveira reuniu-se com ela antes mesmo de
o conselho ratificar o nome.
O
outro consenso é que Silveira tem narrativas antagônicas às práticas. Afirma
que o Brasil vai ser a potência das renováveis na transição energética, mas
compra briga para explorar petróleo na região amazônica. Ataca a Eletrobras e
diz que ela precisa investir, mas faz uma solenidade para Itaipu colocar R$ 1,9
bilhão na revitalização da linha de Furnas, empresa do grupo privado.
Também
visitou o papa falando sobre combate à pobreza energética e repete que Lula
prioriza a redução da conta de luz, mas trabalha por medidas que elevam
despesas para os brasileiros.
Um
exemplo: negociou pessoalmente o aumento da tarifa de energia de Itaipu em 15%,
em dólar, custo que será subsidiado pelos brasileiros para evitar alta de conta
de luz. A decisão elevou em US$ 680 milhões o volume de recursos para Brasil e
Paraguai usarem como caixa extra de obras --US$ 340 milhões para cada parceiro.
O
comportamento de Silveira, qualificado por muitos como instável e até
agressivo, desagrada a grupos à esquerda e à direita. Petistas de longa data
estão preocupados com o seu rápido avanço no governo, com pouco ou nenhum
monitoramento.
Na
outra ponta, ele também incomoda gestores de fundos bilionários. Sem regulação
e políticas públicas claras, tem sido mais difícil atrair investidores
estrangeiros para ativos brasileiros. O clima é de desânimo com a condução das
áreas de energia e mineração.
Existe
no setor, no entanto, quem defenda paciência com o aprendizado do ministro.
Argumentam que a largada na pasta o prejudicou, quando entrou na linha de tiro
do PT por ter escolhido para secretário-executivo Bruno Eustáquio, nome que
ocupou cargo de confiança na gestão bolsonarista.
Silveira
acabou tendo que aceitar para a vaga Efraim Cruz, uma figura controversa no
setor, por causa de decisões que havia tentado emplacar como diretor na Aneel
(Agência Nacional de Energia Elétrica). Até Cruz ser exonerado em janeiro deste
ano, praticamente nada considerado importante andou no MME.
Nesse
meio tempo, a gestão Silveira também ficou conhecida por não dialogar com o
setor privado. Recebeu apenas pessoas indicadas por correligionários políticos.
Agora, ele está com a equipe que escolheu. A percepção é que tem instrumentos
para enfrentar os grandes desafios do setor. Se fará o que recomendam os
técnicos, ninguém tem certeza.
<><>
'TENHO ORGULHO DA MINHA TRAJETÓRIA POLÍTICA E EMPRESARIAL', DIZ SILVEIRA
Sobre
as críticas do setor a respeito da demora na concretização de projetos,
Silveira afirmou que dá andamento a inúmeras medidas e que, no que se refere
aos subsídios, a pasta está trabalhando em um projeto de lei estrutural para o
setor elétrico, que pretendemos encaminhar ao Congresso Nacional até o mês de
agosto.
O
ministro não vê contradição em investir no setor de óleo e gás durante a
transição energética. Afirmou que respeita a governança da Petrobras e entende
que a companhia deve investir em gás natural pela sua menor pegada de carbono e
pelo fato de ser importante matéria-prima para fertilizantes e produtos
petroquímicos, o que reduziria a dependência de produtos importados.
Reforçou
ainda que, como a matriz energética do Brasil está entre as mais limpas do
mundo, projetos na área de petróleo podem ajudar a substituir outros produtos
mais poluentes, como o carvão.
"Desde
os 14 anos trabalhei na indústria de estofados e de colchões de minha
família", disse o ministro, na nota encaminhada por sua assessoria.
"Sempre tive orgulho da minha trajetória política e empresarial, pautada
na transparência e na ética."
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LINHA DO TEMPO DA CARREIRA POLÍTICA
<<
2002 - Candidatou-se, mas não se elegeu, a deputado federal pelo PL, sigla do
vice-presidente eleito naquele ano, José Alencar, que é considerado o primeiro
padrinho político de Silveira. A ponte entre os dois foi formada pelo tio do
ministro, Agostinho Silveira, um dos fundadores do PL e deputado estadual de
1999 a 2002
<<
2003 - Alencar articulou para colocá-lo na chefia da unidade de Infraestrutura
Terrestre do Dnit em Minas Gerais o que não agradou ao corpo técnico do órgão
<<
2004 - Foi alçado à chefia do Dnit nacional, onde ficou até 2005.
<<
2006 - Com mais peso político e filiado ao PPS, foi o quinto deputado mais
votado no estado, numa campanha milionária bancada principalmente por
construtoras
<<
2010 - Emplacou a reeleição com mais votos ainda, agora com apoio financeiro
também de mineradoras. Na passagem pela Câmara, apresentou 23 projetos de lei,
quase todos ligados aos códigos penal e de trânsito, e não aprovou nenhum
<<
2011 - Foi nomeado secretário de Gestão Metropolitana do governo de Antonio
Anastasia (PSDB). A pasta não era uma das mais importantes, mas Silveira ganhou
a confiança do tucano
<<
2014 - Nomeado secretário de Saúde e já nome forte no tucanato mineiro, entra
como suplente na chapa de Anastasia na disputa ao Senado. Após a eleição,
tornou-se o presidente do PSD em Minas Gerais
<<
2018 - Coordenou as campanhas de Rodrigo Pacheco, então no DEM, ao Senado, e de
Anastasia ao governo de Minas. Pacheco venceu e, logo em seguida, se tornou
presidente do Senado, nomeando Silveira diretor de assuntos técnicos e
jurídicos da Casa
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ONDE ESTÃO OS INDICADOS DO MINISTRO
<><>
ANM (Agência Nacional de Mineração)
O
ministro tem dois aliados entre cinco integrantes da diretoria. Ambos são
mineiros e bolsonaristas: Caio Mário Trivellato Seabra Filho e Guilherme
Santana Lopes Gomes. Recentemente, os dois se envolveram numa troca de
acusações com os três outros colegas, em caso envolvendo irregularidades numa
carga de manganês supostamente extraído ilegalmente, sob investigação na
Polícia Federal e na CGU (Controladoria-Geral da União)
<><>
CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica)
A
instituição é privada, mas teve a governança alterada por meio de um decreto no
final do ano passado. Na versão anterior, o governo indicava apenas o
presidente do conselho, com cinco integrantes. Com a mudança, foi criada uma
diretoria executiva com seis integrantes e o conselho passou a ter oito
conselheiros. O governo pode indicar quatro, incluindo o presidente que tem
voto de minerva. No ano passado, Silveira já havia colocado Alexandre Peixoto
na presidência. Neste ano, indicou Vital do Rêgo Neto, filho do ministro do
Tribunal de Contas da União, Vital do Rêgo, e sobrinho do vice-presidente do
Senado, Veneziano Vital do Rêgo. De última hora, indicou também Ricardo
Simabuku, tirando do páreo a escolhida pelos agentes, Roseane Santos.
Atualmente, a CCEE faz a compensação das transações de compra e venda de
energia. No entanto, existem propostas para ampliar suas funções. Pode se
tornar, por exemplo, certificadora de projetos de energias renováveis, como
hidrogênio verde
<><>
ENBPar
Na
nova estatal, que atua como holding brasileira de Itaipu e Eletronuclear,
Silveira colocou Leandro Xingó Tenório de Oliveira no cargo de diretor de
gestão e sustentabilidade. Ex-vereador de Coronel Fabriciano (MG), no reduto
político de Silveira, Xingozinho, como é conhecido, não tem experiência na área
de energia, muito menos nuclear. Sua nomeação chegou a ser questionada pela
CGU, que depois recuou, reconhecendo que ele estava apto para função. Silveira
tentou, mas não conseguiu, fazer o presidente da estatal
<><>
Eletronuclear
Para
presidir a estatal responsável pelas usinas nucleares do país, Silveira
emplacou o advogado Raúl Lycurgo Leite. Parlamentares do Rio questionaram a
indicação, alegando falta de experiência no segmento. Lycurgo Leite passou por
Cemig e Taesa, do setor de energia, mas fez carreira na área de transporte.
Quando foi anunciado para o posto, era o presidente executivo do Setra-BH
(Sindicato das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros de Belo
Horizonte)
<><>
Petrobras
Acomodou
subordinados e aliados no conselho de administração e comitês que assessoram o
colegiado que define a estratégia da maior estatal brasileira. Garante, além de
ingerência sobre a atuação da estatal, uma remuneração extra para seus
indicados. No conselho, tem metade das seis vagas hoje ocupadas pelo governo:
os secretários do MME, Pietro Mendes, que preside o colegiado, e Vitor Saback;
e o advogado mineiro Renato Galuppo. Cada um recebe R$ 13.813 por mês. Nos
comitês de assessoramento, nomeou quatro subordinados no MME: seu chefe de
gabinete, Maurício Renato de Souza, o consultor jurídico adjunto José Affonso
de Albuquerque Neto, o chefe da comunicação, Raoni Iago Pinheiro Santos, e o
secretário executivo Arthur Cerqueira Valério. Galuppo também ocupa vaga em
comitês de assessoramento, que rendem R$ 6.900 por mês a seus membros.
Considerando esses cinco, Silveira tem metade dos nomes que atuam nesses
comitês
<><>
PPSA (Pré-sal Petróleo)
O
MME indicou dois integrantes para o conselho, Renato Galuppo e Arthur Valério,
que ficou como presidente. A PPSA representa a União nos contratos de partilha
de produção de petróleo, mas Silveira já anunciou que ela será reestruturada
para assumir a expansão dos gasodutos
<><>
ONS (Operador Nacional do Sistema)
O
governo podia indicar o novo diretor-geral, mas o escolhido foi Márcio Rea,
considerado sem qualificação para operar o sistema. Numa ação igualmente
polêmica, Silveira deu mais posto ao seu chefe de gabinete no MME, Maurício
Renato de Souza, indicado como diretor de TI, Relacionamento com Agentes e
Assuntos Regulatórios. O ONS é mais conhecido por coordenar o funcionamento do
sistema interligado nacional, mas também emite pareceres e traça análises de
longo prazo para tomada de decisões que dão diretrizes para a expansão do setor
Fonte:
FolhaPress
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