segunda-feira, 17 de junho de 2024

Mídia norte-americana divulga suposto projeto de acordo entre Rússia e Ucrânia em 2022

O The New York Times afirma ter revelado documentos que comprovam uma possibilidade de acordo de paz de 2022 entre os dois lados, apesar da recusa de Kiev de assinar vários de seus artigos.

O jornal norte-americano The New York Times (NYT) publicou no sábado (15) uma suposta minuta de um projeto de tratado entre Moscou e Kiev, datada de 15 de abril de 2022, que nunca foi assinada.

O documento nomeia a China, os EUA, a França, o Reino Unido e a Rússia como os garantes da segurança da Ucrânia como um Estado permanentemente neutro. Conforme a minuta, a Ucrânia, como um Estado neutro, compromete-se a não participar de nenhuma aliança militar e a não instalar bases e contingentes militares estrangeiros em seu território.

Segundo o NYT, os artigos do projeto de acordo sobre garantias de apoio armado à Ucrânia em caso de ataque não se aplicariam à Crimeia e a Sevastopol. A Rússia também planejava estendê-las a certos territórios especificados no anexo nº 6, mas seu conteúdo não é fornecido no documento.

A Ucrânia também teria se recusado a discutir os artigos sobre o levantamento mútuo com a Rússia de sanções, proibições e medidas restritivas impostas desde 2014, bem como o encerramento de processos em ações judiciais interestatais. Essa questão não estava presente no comunicado de Istambul de 29 de março de 2022.

Além disso, de acordo com um dos artigos do projeto, a Ucrânia garantiria que o russo "é o idioma oficial e funciona em pé de igualdade com o ucraniano estatal" em todas as agências e instituições legislativas, executivas e judiciais do país. Kiev seria obrigada a suspender todas as restrições ao uso do idioma russo em um prazo de 30 dias após a assinatura do acordo. No entanto, Kiev também se recusou a discutir esse artigo.

Por fim, Kiev excluiu a disposição sobre a proibição de propaganda e organizações baseadas em ideias sobre a superioridade de pessoas de uma determinada origem sobre outras, incluindo o fascismo, nazismo, neonazismo e nacionalismo agressivo. Segundo as disposições vistas pela mídia norte-americana, a Ucrânia seria obrigada a revogar todas as leis sobre a nazificação e a glorificação do nazismo dentro de 30 dias após a assinatura do tratado.

 

¨      Participantes da conferência sobre a Ucrânia na Suíça sugerem incluir a Rússia no diálogo

Os participantes da conferência sobre a Ucrânia, na Suíça, acreditam que alcançar a paz requer diálogo entre todos os lados do conflito.

É o que informou a agência de notícias Reuters, citando um rascunho de um comunicado conjunto.

"Acreditamos que alcançar a paz requer o envolvimento e o diálogo entre todas as partes. Decidimos, portanto, tomar medidas concretas no futuro nas áreas acima mencionadas, com maior envolvimento dos representantes de todas as partes", diz o rascunho citado pela mídia.

A Rússia não foi convidada para a conferência e considerou a mesma um movimento "sem sentido".

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a reunião na Suíça, claramente, não é orientada para buscar resultados, uma vez que é impossível ter conversações eficazes sobre a Ucrânia sem a participação da Rússia.

Moscou sinalizou repetidamente que está pronta para negociações, mas a Ucrânia impôs legislativamente uma proibição das mesmas.

O Ocidente apela à Rússia para conversações, para as quais Moscou mostra disponibilidade, mas os países ocidentais ignoram a recusa consistente de Kiev ao diálogo.

Na última sexta-feira (14), em conversa com lideranças do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, o presidente russo, Vladimir Putin, apresentou os termos de Moscou para iniciar negociações de paz com a Ucrânia.

"Assim que Kiev declarar a prontidão para tal decisão e iniciar uma retirada real das tropas dessas regiões, e também notificar oficialmente o abandono dos planos de adesão à OTAN, o nosso lado imediatamente, literalmente no mesmo minuto, seguirá a ordem de cessar-fogo e iniciará negociações. Repito, faremos isso imediatamente", disse Putin.

¨      Ex-analista do Pentágono: Ucrânia deve atender à nova proposta da Rússia para evitar mais perdas

Políticos e parlamentares ucranianos devem considerar a nova proposta de paz da Rússia, caso contrário, o país continuará a sofrer perdas, disse à Sputnik Michael Maloof, ex-analista sênior de política de segurança do gabinete do secretário de Defesa dos EUA.

O presidente russo Vladimir Putin, fez ontem (14) mais uma proposta para resolver o conflito ucraniano, sinalizando que Moscou está pronta para negociar um acordo de paz se o regime de Kiev sair de Donbass (as repúblicas de Donetsk e Lugansk) e das regiões de Kherson e Zaporozhie, que se juntaram à Rússia em resultado de referendos, e renunciar à sua intenção de aderir à OTAN.

"Acho que [o presidente dos EUA, Joe] Biden vai resistir", disse Maloof. "Eles já investiram muito nisso, e acabaram de concordar com uma nova tranche de dinheiro e armas para a Ucrânia. É como se eles não tivessem realmente visto qual é a realidade no terreno. E, [digo] de novo, tudo isso é ideológico. Isso é que é tão patético. A realidade escapou-lhes. E eles não percebem isso", acrescentou ele.

O ex-analista do Pentágono sugeriu que a resistência às propostas de paz da Rússia permanecerá até haver uma mudança nas lideranças dos EUA e da Ucrânia.

Ao contrário da chamada "fórmula de paz" de Zelensky, a proposta de Putin reflete a realidade no terreno, de acordo com o especialista militar. É claro que as regiões que aderiram à Rússia no ano passado estão bastante satisfeitas com a escolha que fizeram e estão dispostas a continuar o desenvolvimento na sua nova capacidade, observou ele.

No contexto da proposta da Rússia, a cúpula para a paz na Ucrânia programada na Suíça para 15 e 16 de junho não parece relevante devido à sua abordagem irrealista unilateral da crise, de acordo com o ex-analista do Pentágono.

O especialista militar não vê "nada de realista saindo" da conferência suíça, que provavelmente verá Zelensky se exibindo e seus parceiros ocidentais se comprometendo com mais fundos para o esforço militar do regime de Kiev.

"Acho que Putin se deteve em Carcóvia simplesmente porque quer dar à Ucrânia uma chance de atuar de forma sensata. E se isso não acontecer, posso enxergar que haverá uma expansão adicional das tropas russas para preencher todo o Donbass e, finalmente, talvez até mesmo ir para Odessa", sugeriu Maloof.

De acordo com o analista, os políticos ucranianos, especialmente no parlamento ucraniano, a Suprema Rada, "precisam tomar alguma iniciativa e tentar apelar pela paz, pelo que resta".

¨      Na cúpula sobre a Ucrânia, premiê do Timor-Leste pede que outros conflitos não sejam esquecidos

Xanana Gusmão disse aos presentes na cúpula que há 65 conflitos em curso no mundo que devem ser tratados com igual importância; slogans nazistas criados por Stepan Bandera foram proferidos por chefes de delegações no evento.

O primeiro-ministro do Timor-Leste, Xanana Gusmão, exortou os líderes presentes na cúpula sobre a paz na Ucrânia, na Suíça, neste sábado (15), a não esquecerem os outros conflitos em curso no mundo.

"Hoje continuamos a assistir à aplicação seletiva do direito internacional. Acontece muitas vezes que a nação que exalta a santidade do direito internacional se torna aquela que o viola", disse o primeiro-ministro na conferência, transmitida no YouTube.

Gusmão acrescentou que o direito internacional deve ser aplicado "de forma consistente, não seletiva, e tratar todos os conflitos com igual importância".

"Neste momento, existem cerca de 65 guerras em curso no mundo, mesmo que pareçam distantes dos nossos próprios países, não devemos esquecê-las", ressaltou o primeiro-ministro.

A cúpula sobre a Ucrânia teve início neste sábado e vai até domingo (16), na cidade de Lucerna, na Suíça. Ela conta com a participação de delegações de 92 países, 55 chefes de Estado e oito organizações internacionais, incluindo a União Europeia (UE), o Conselho Europeu e a Organização das Nações Unidas (ONU).

O presidente dos EUA, Joe Biden, assim como o presidente da China, Xi Jinping, e do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, não participarão da conferência.

A Suíça não convidou a Rússia para a cúpula. O Kremlin afirmou que procurar opções para resolver o conflito ucraniano sem a participação da Rússia é absolutamente ilógico e fútil.

·        Slogans nazistas são ouvidos na cúpula

Na conferência deste sábado, alguns chefes de delegações gritaram o slogan "Glória à Ucrânia, Glória aos heróis", que é uma cópia da saudação nazista "Heil Hitler, Sieg Heil" [Glória a Hitler, Glória à vitória], criado por Stepan Bandera, um colaborador do nazismo, responsável pelos massacres de russos, judeus, poloneses e até ucranianos na União Soviética e na Polônia durante a Segunda Guerra Mundial.

Os gritos foram ouvidos ao final da conferência, quando líderes se reuniam para uma foto. Nas filmagens não é possível identificar quais chefes de delegação gritaram o slogan, mas todos os presentes, incluindo a presidente da Suíça, Viola Amhred, e o presidente francês, Emmanuel Macron, aparecem sorrindo sem qualquer indício de preocupação com os slogans proferidos.

¨      Presidente da Colômbia rejeita ir à cúpula na Suíça por ela 'construir blocos para a guerra'

Gustavo Petro criticou o evento, que diz promover a guerra, e defendeu que "o diálogo entre a Rússia e a Ucrânia é fundamental".

O presidente da Colômbia cancelou a visita à cúpula da Ucrânia na Suíça porque "está alinhada com a guerra".

"A América Latina não quer mais guerra. O que ela quer é a construção da paz o mais rápido possível", disse Gustavo Petro no sábado (15).

"Estamos dispostos a participar de conferências que sejam livremente dedicadas a buscar os caminhos para a paz e não a construir blocos para a guerra", explicou.

O mandatário destacou que "o diálogo entre a Rússia e a Ucrânia é fundamental". Ele propôs estabelecer "uma zona de segurança sem armas nucleares que separe fisicamente a OTAN da Rússia, que permita a segurança permanente das nações ex-soviéticas e do Leste Europeu, o respeito absoluto pelos povos russo e ucraniano dentro da Ucrânia e da Rússia".

Além disso, o presidente sugeriu "a prudência da União Europeia em sua expansão para não desencadear a guerra".

"É o direito internacional que deve ser restabelecido e aprofundado, não a constituição de blocos de países para a guerra", concluiu o alto responsável sul-americano.

¨      Deputado da Duma de Estado da Rússia chama cúpula suíça sobre a Ucrânia de 'festa do rei nu'

O deputado da Duma de Estado para a república da Crimeia, membro do Comitê de Segurança, Mikhail Sheremet, chamou a cúpula suíça sobre a Ucrânia de uma "festa nua", cujo principal do evento é o ilegítimo "rei nu" Vladimir Zelensky.

"O encontro deles é semelhante a uma festa nua, porque seu dono, na pessoa de Zelensky, é um rei nu ilegítimo", disse Sheremet à Sputnik.

Na opinião do parlamentar, a cúpula é realizada apenas por uma questão de relações públicas, para divertir a vaidade dos organizadores.

"Eles tentarão convencer o público ocidental de que procuram uma solução pacífica para a questão, embora todos saibam muito bem que as elites dos países ocidentais pretendem agravar ainda mais o conflito. A Rússia e o seu presidente estão interessados ​​na paz na Ucrânia, mas o Ocidente não", disse o deputado.

A Suíça realizará uma conferência sobre a Ucrânia nos dias 15 e16 de junho, perto da cidade de Lucerna, no balneário de Burgenstock. Ao todo, 92 países e 57 chefes de Estado, bem como oito organizações, incluindo a UE, o Conselho da Europa e a ONU, confirmaram a sua participação. O presidente dos EUA, Joe Biden, assim como o presidente da China, Xi Jinping, e o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, não participarão da conferência.

A Suíça não enviou um convite à Federação da Rússia para participar da cúpula sobre a Ucrânia. Moscou não participará em nenhum caso. O Kremlin afirmou que procurar opções para resolver a situação no conflito ucraniano sem a participação da Rússia é absolutamente ilógico e fútil.

 

Fonte: Sputnik Brasil

 

Nenhum comentário: