quinta-feira, 2 de novembro de 2023

Valfredo Menezes: Israel - genocida e antissemita

Toda a América foi colônia. De sul ao norte, todos os nossos heróis (Simão Bolívar, Jose de San Martin, Manoel Belgrano, Jose Artigas, Thomas Jefferson, George Washigton) também foram considerados bandidos. Tiradentes foi torturado, assassinado e esquartejado para servir de exemplo de que ninguém deveria se levantar contra a metrópole.

Todo povo colonizado tem o direito de resistir ao colonizador. Todos os países colonizadores, ao submeterem a população colonizada a diferentes tipos de opressão, tiveram a resposta dos colonizados com ações bélicas e de guerrilha.

Em tempos mais recentes e de memória ainda presente: alguém, com bom senso, apoiou a colonização portuguesa em Angola e Moçambique? Alguém aqui apoiou a colonização francesa na Argélia? Apoiou o massacre estadunidense no Vietnam? Alguém deu apoio ao regime de apartheid na África do Sul? Os oprimidos desses países, ao se debelarem foram por nós considerados terroristas? A resposta a todas essas perguntas é NÃO. A grande maioria da população mundial aplaudiu quando esses povos colonizados decidiram pegar armas e expulsar o opressor. Na atualidade, a única diferença entre Israel e os antigos colonialistas é a crueldade sionista e o apoio incondicional dos países mais ricos e mais armados (a grande maioria ex-colonizador), todos cúmplices do genocídio. A proposta sionista é clara: expulsar a maioria e matar o restante. Quem é terrorista? O mesmo genocídio que os EUA fizeram com seus índios - invasão de terras e matança -, os sionistas estão fazendo em Gaza. Alegam que têm “direito de defesa contra o Hamas”... As crianças são do Hamas? A matança de crianças é uma maneira de impedir que elas cresçam e se tornem membros de alguma organização rebelde? É uma matança preventiva? Segundo a UNICEF, (“Gaza tornou-se um cemitério para milhares de crianças. É um inferno”) até o dia 31 de outubro, os bombardeios a Gaza já mataram mais de 3.400 crianças. Na Cisjordânia não há Hamas e, também lá, a matança avança. 

A crueldade é tanta e crescente que até a mídia televisiva, que só focava na ação do Hamas, já começa a sentir vergonha de não aprofundar a análise sobre a crueldade dos ataques sionistas em Gaza. É até constrangedor ver que, quando um analista de TV começa a repercutir algum relato feito por servidores da ONU ou da OMS sobre os massacres em Gaza, alguém decide “chamar um intervalo.”

Todos nós, principalmente os mais velhos, já vimos e já discutimos essas mesmas situações em períodos diferentes. É cíclico. Há mais de 70 anos que o povo palestino vem sendo humilhado. São expulsos de suas terras e os que ficam, ou aceitam o apartheid ou são assassinados. Em todo esse período histórico vimos assistindo as mesmas discussões e diferentes Resoluções da ONU, que nunca foram cumpridas. Sempre, mas principalmente atualmente, os Estados Unidos e a União Europeia, deram apoio explicito para o Estado sionista continuar com o genocídio. Por isso, enquanto a maioria dos países do mundo não reagir, não só repudiando o genocídio, mas, principalmente, boicotando e cortando relações com o Estado sionista (como foi feito com a África do Sul do apartheid), a situação vai continuar na sua maneira cíclica até a tomada total do território por parte de Israel.

É por tudo isso que afirmo ser Israel um “estado antissemita”. O termo antissemitismo tem sido usado, na maioria das vezes, como preconceito e/ou hostilidade aos judeus. Entretanto, se admitirmos, como referido na Bíblia, que semitas são todos os povos descendentes de Sem (um dos filhos de Noé); que dentre esses povos estão incluídos os Árabes e os Hebreus; que esses dois povos compartilham línguas semíticas da mesma origem cultural; se, como sabemos, o Estado de Israel desde a sua criação, vêm tratando os Árabes como cidadãos de segunda classe, vêm incessantemente tentando expulsar ou eliminar todos os árabes da Palestina, a nossa conclusão só pode ser a de que o Estado de Israel é antissemita na origem da história. 

 

Ø  A Nakba 2.0 revive as guerras neocon. Por Pepe Escobar

 

A Guerra de Israel contra as Crianças Árabes, que é também a Guerra do Hegêmona contra o Eixo da Resistência, ambas braços da Guerra OTAN contra a Rússia e OTAN contra a China, está fugindo totalmente ao controle. 

A essas alturas, já está firmemente estabelecido que com a China negociando a paz por todo o Oeste Asiático e a Rússia-China investindo pesadamente nos BRICS 11, além de facilitar os pagamentos no mercado de energia fora do dólar americano, o Império Contra-ataca seria totalmente previsível:

Vamos atear fogo no Oeste Asiático

O objetivo imediato dos dementes neocon-straussianos e de seus silos espalhados pelo Beltway é partir para cima da Síria, do Líbano – e, por fim, do Irã.

Essa é a explicação para a presença, no Mediterrâneo Central e do Leste, de uma frota de pelo menos 73 navios de guerra dos Estados Unidos/OTAN  – indo de dois grupos de porta-aviões americanos a mais de trinta navios de quatorze países-membros da OTAN envolvidos nos jogos de guerra Dynamic Mariner atualmente em curso na costa da Itália.

Essa é a maior concentração de navios de guerra dos Estados Unidos/OTAN desde a década de 1970.

Alguém que acredite que essa frota esteja sendo reunida para "ajudar" Israel em seu Projeto Solução Final de impor uma Nakba 2.0 sobre Gaza deveria ler um pouco de Lewis Carroll. A guerra de sombras já em curso tem como objetivo esmagar todos os nós do Eixo de Resistência na Síria, no Líbano e no Iraque – com o Irã mantido como a pièce de resistance culminante.

Qualquer analista militar com um QI acima da temperatura ambiente sabe que todas essas caríssimas banheiras de ferro americanas estão fadadas a se tornarem parte dos atóis de coral suboceânicos  – especialmente se visitadas por mísseis hipersônicos.

É claro que tudo isso poderia ser apenas Projeção de Poder Americano/Show de Dissuasão normal. Os principais atores – Irã e Rússia – não se deixam impressionar. Basta uma olhada no retrovisor para ver o que aquele bando de pastores de cabras com Kalashnikovs falsificadas fizeram com a OTAN no Afeganistão.

Além do mais, o Hegêmona teria que contar com uma forte rede de bases terrestres caso pretenda lançar uma guerra contra o Irã. Nenhum ator do Oeste Asiático permitiria que os Estados Unidos usassem bases no Qatar, no Kuwait, no Iraque, ou sequer na Jordânia. Bagdá já está tomando providências para se livrar de todas as bases americanas. 

Onde está minha nova Pearl Harbor?

O Plano B, como não poderia deixar de ser, é montar mais uma  Pearl Harbor (a última ocorreu há poucas semanas atrás, segundo Tel Aviv). Afinal, organizar uma exibição tão extravagante de diplomacia de navios de guerra em um mar interno revela uma escolha de apetitosos alvos fáceis. 

Não vale a pena esperar que o chefão do Pentágono,  Lloyd "Raytheon" Austin,  leve em conta a possível humilhação cósmica do Hegêmona se uma dessas multibilionárias banheiras for afundada por um míssil iraniano. Caso isso aconteça eles partiriam – literalmente – para a solução nuclear.

Alastair Crooke – o padrão analítico ouro, platina e terras raras – advertiu que todos os pontos críticos podem explodir simultaneamente, destruindo a totalidade (itálicos meus) do sistema de "alianças" dos Estados Unidos.

O Chanceler russo Sergey Lavrov, como de costume, acertou na mosca quando disse que se Gaza for destruída, a catástrofe resultante perduraria "décadas, se não séculos".

O que começou como um jogo de dados em Gaza agora vem se expandindo para todo o Oeste Asiático e mais tarde, inevitavelmente, para Europa, África e Ásia.

Todos se lembram do preâmbulo às atuais e incendiárias circunstâncias: o gambito à la Brzezinski tentado na Ucrânia para cortar o acesso da Europa aos recursos naturais russos.

A situação se metastizou na maior crise mundial desde 1939. Os  dementes neocons-straussianos no D.C. não fazem a mínima ideia de como recuar. De forma que, no pé em que as coisas andam, há menos que zero esperança  de uma solução pacífica para ambas as guerras interligadas.

Como ressaltei anteriormente, os governantes dos principais produtores de petróleo  – Rússia, Arábia Saudita, Irã, Iraque, Kuwait – conseguiriam cortar quase que pela metade a produção mundial de petróleo com um único golpe, demolindo economias inteiras da União Europeia e dos Estados Unidos sem disparar um único tiro. Fontes diplomáticas asseguram que essa possibilidade vem sendo seriamente considerada.

Uma fonte do Deep State velha-escola, hoje trabalhando na Europa, me afirmou que atores sérios estão ativamente engajados em enviar essa mensagem ao Beltway "para fazer os Estados Unidos pensarem duas vezes em desencadear uma guerra que não conseguirão controlar". Quando eles forem a Wall Street para checar a exposição a derivativos eles já terão tido tempo para refletir sobre a questão, depois de documentos terem sido enviados a gente como Larry Fink da Blackrock e Michael Bloomberg.”

Em paralelo, vem se desenvolvendo uma discussão séria envolvendo círculos de inteligência de todo o novo "eixo do mal" (Rússia-China-

Irã) sobre a necessidade de consolidar um polo islâmico unificado.

As perspectivas não são boas – mesmo que os principais polos, como Rússia e China tenham claramente identificado o inimigo comum de todo  o Sul Global/Maioria Global. A Turquia de Erdogan está só fazendo pose. A Arábia Saudita de modo algum investirá na defesa/proteção da Palestina. Os clientes/minions dos Estados Unidos no Oeste Asiático estão apavorados. Restam apenas o Irã e o Eixo da Resistência.

Quando em dúvida, lembre-se de Jeová

Enquanto isso, a vingativa e narcísica tribo de conquistadores, mestres da trapaça política e da isenção moral, está mergulhada na consolidação de sua Nakba 2.0 – que também serve como solução perfeita para ilegalmente abocanhar todo o gás encontrado na costa de Gaza.

A diretriz de deportação do Ministro da Inteligência de Israel, que afeta 2,3 milhões de palestinos, é bastante clara, tendo sido oficialmente endossada pelo Ministério em 13 de outubro.

Essa deportação começa com a expulsão de todos os palestinos do Norte de Gaza, seguida por uma série de "operações terrestres", deixando rotas abertas através da fronteira egípcia em Rafah e estabelecendo "cidades de tendas" no norte do Sinai e, mais adiante, até mesmo novas cidades para "reassentar os palestinos" no Egito.

O consultor de Direito e Política Humanitária Itay Epshtain observou: "Não fui capaz de detectar, até o momento, nenhum item de agenda ou decisão governamental endossando a diretriz do Ministério. Se essa decisão de fato houvesse sido apresentada e aprovada, o mais provável é que ela já fosse de domínio público".

Seja como for, diversos extremistas de Tel Aviv já confirmam a decisão em seus acessos de ódio.

Quanto à guerra mais ampla, ela já foi determinada. Há muito tempo. E eles pretendem seguir à risca essas determinações, seguindo os cristãos sio-conservadores americanos.

Todos se lembram do General  Wesley Clark indo ao Pentágono dois meses depois do 11 de setembro e sendo informado sobre o plano neocon/cristão/ziocon de atacar sete países em cinco anos de destruição: 

Esse países eram Iraque, Líbia, Líbano, Síria, Somália, Sudão – e Irã. 

Todos eles foram desestabilizados, destruídos e atirados no caos.

O último da lista é o Irã.

Agora, voltemos ao Deuteronômio 7:1-2, 24:

"Jeová disse a Israel que havia identificado 'SETE NAÇÕES MAIORES E MAIS PODEROSAS QUE VÓS" (caixa alta minha), que vós deveis amaldiçoar e destruir" e delas "não ter misericórdia". Quanto a seus reis, "vós apagareis seus nomes da face da terra".

 

       Definição mais clara de genocídio não pode haver do que as ações de Israel agora na Palestina. Por Mario Vitor Santos

 

A julgar pelos anúncios feitos pelo regime de Benjamin Netanyahu, confirmados por mapas e relatos sobre a ofensiva mortal dos blindados israelenses sobre a Faixa de Gaza, o objetivo é provocar um êxodo e uma étnica dos 2,3 milhões de palestinos que estavam até agora obrigados a viver. Definição mais clara de genocídio não pode haver: o "extermínio deliberado, total ou parcial, de uma comunidade, grupo nacional, étnico, racial ou religioso".

No rastro das mais de 6 mil bombas atiradas de todas as formas, os blindados estão sendo enviados para forçar a retirada dos palestinos de suas casas e campos. Querem impor uma marcha de centenas de milhares de pessoas saídas das cidades desocupadas em direção ao sul, à fronteira com o Egito. E fazer este corredor humano, não se sabe como, atravessar a linha divisória. Deseja banir os que estiverem vivos para o país vizinho, no deserto do Sinai. O Egito já disse que não aceita.

É notável a farsa israelense contida na versão inicial de que sua operação inicial visava o Hamas, metamorfoseando-se agora num massacre de proporções inéditas contra um povo inteiro e contra suas aspirações nacionais.

Nos ataques desta terça-feira, Israel atingiu áreas densamente povoadas, matando dezenas e ferindo centenas. Os militares israelenses dizem ter matado um líder do Hamas, mas quem acredita na veracidade dessa informação ou na eficácia dela para a solução do problema?

Ao que aparece nos mapas, os blindados israelenses desejam atravessar a Faixa de Gaza pela área central numa passagem até o Mediterrâneo.

Como noticiou o jornal Haaretz, neste avanço morreram os dois primeiros dois soldados israelenses. Outros sinais de resistência apareceram em foguetes palestinos atirados contra Telavive.

Do Iêmen, o líder dos rebeldes Houthis declarou guerra a Israel. O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, apoiado pelo Irã, anuncia para sexta-feira pronunciamento que só pode ir no mesmo sentido de uma declaração de guerra a Israel a partir de suas bases na Síria e no Líbano, as quais já vêm sendo bombardeadas por Israel.

O barril de pólvora já explodiu no dia 7 passado. O que pode vir por aí será em todos os sentidos uma hecatombe. É o resultado da transferência de uma população europeia para ocupar a Palestina, num tresloucado experimento colonial baseado numa ideologia de supremacia racial e religiosa chamada sionismo.

 

Ø  “Crianças carregavam outras crianças feridas”, diz testemunha de ataque a campo de refugiados em Gaza

 

Mohammad Al Aswad estava a apenas 100 metros do campo de refugiados de Jabalya, no norte de Gaza, quando disse ter ouvido enormes mísseis.

 “Corri como um louco para a área. Encontrei minha família toda segura, mas a cena era horrível”, disse Al Aswad à CNN por telefone, da Faixa de Gaza.

 “Crianças carregavam outras crianças feridas e corriam, com poeira cinzenta enchendo o ar. Corpos pendurados nos escombros, muitos deles não reconhecidos. Alguns estavam sangrando e outros estavam queimados”, prosseguiu.

Israel admitiu que foi responsável pelo ataque em Jabalya.

Ele disse que a maioria dos seus familiares vive nesta área, juntamente com muitas pessoas deslocadas que vieram para o local.

“Vi mulheres gritando e confusas. Elas não sabiam se deviam chorar por terem perdido os filhos ou correr e procurá-los, especialmente porque muitas crianças brincavam na vizinhança”, acrescentou Al Aswad.

Al Aswad disse que já recebeu treinamento em defesa civil e paramédicos para poder ajudar a resgatar pessoas.

“Pessoas feridas tentavam carregar seus entes queridos e levá-los para as ambulâncias, quer estivessem mortos ou gravemente feridos. Outros usavam suas carroças puxadas por burros para levar os feridos aos hospitais”, citou..

Jabalya é o maior dos oito campos de refugiados da Faixa de Gaza, segundo a principal agência das Nações Unidas que apoia os palestinos no território.

 

Fonte: Brasil 247/CNN Brasil

 

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