Recessão
alemã foi causada pela intromissão da Europa no conflito ucraniano, afirma
especialista
As políticas erradas dos governos alemães após o
chanceler Gerhard Schroeder, que incluem o encerramento de usinas nucleares e a
proibição do gás russo barato ilimitado, podem causar uma estagnação duradoura,
a seu ver.
A Alemanha poderia ter evitado a atual recessão, que
pode evoluir para uma estagnação econômica de longo prazo, se os países
europeus tivessem adotado uma posição neutra em relação ao conflito na Ucrânia,
disse Charles Gave, economista francês e especialista em geopolítica, à
Sputnik.
Na quinta-feira (25), o Departamento Federal de
Estatística alemão anunciou que o PIB do país contraiu nos primeiros três meses
deste ano pelo segundo trimestre consecutivo, o que é uma pré-condição tradicional
para declarar uma recessão. A agência atribui isso a um aumento persistente nos
preços e a uma diminuição nos gastos do consumidor.
"A recessão que atinge a Alemanha agora, após
dois trimestres negativos do PIB, poderia ter sido evitada se a Europa tivesse
adotado uma política neutra em relação ao conflito na Ucrânia, como a política
adotada pela Hungria. Mas as pressões americanas eram muito fortes. Para a
Alemanha, a atual recessão é muito provavelmente o início de uma longa
estagnação, se não de uma crise econômica profunda e duradoura", vaticinou
Gave.
O especialista acredita que isso é um resultado de
vários fatores, como uma força de trabalho altamente remunerada e envelhecida,
especializada em tecnologias antigas, políticas da União Europeia, incluindo a
passagem do combustível para motores elétricos, a decisão de fechar todas as
usinas nucleares, as sanções contra a Rússia e a decisão de parar de usar o gás
russo barato.
"O país perdeu a vantagem econômica que [o
ex-chanceler alemão] Gerhard Schroeder havia negociado com a Rússia: energia
barata ilimitada. A Alemanha também tomou decisões erradas sob a pressão do
Partido Verde: a mudança para 'energias renováveis', turbinas eólicas e painéis
solares. Essas são fontes intermitentes, nas quais não se pode confiar. Os
sucessivos governos da [ex-chanceler Angela] Merkel mentiram para si mesmos,
acreditando que a Alemanha logo teria apenas fontes de energia renováveis que
não emitem Co2", explicou Gave.
Ø Ucrânia e EUA não estão interessados nos esfomeados da África, aponta MRE
da Rússia
Representantes russos no Centro de Coordenação
Conjunta em Istambul "lutam" para incluir na chamada Iniciativa do
Mar Negro os navios de carga com destino à África, a Ucrânia insiste no
registro prioritário dos navios maiores, visando apenas a obtenção de benefício
máximo, disse Maria Zakharova, a representante oficial da chancelaria da
Rússia.
"A maioria dos grãos ucranianos exportados
desde agosto do ano passado (e isso é mais de 30 milhões de toneladas) foram
enviados para países desenvolvidos bem alimentados, principalmente aos países
da União Europeia. E apenas 2,5% foi para os países mais necessitados da África
com o auxílio do Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas", declarou
Zakharova, em comentário publicado no site oficial do Ministério das Relações
Exteriores russo.
Ela observou que os representantes russos no Centro
em Istambul estão "literalmente lutando" para incluir no acordo de
grãos em primeiro lugar os navios de carga com destino à África.
"Já os representantes ucranianos insistem no
registro prioritário dos navios maiores, visando apenas a obtenção do máximo
benefício. Os famintos na África não lhes interessam. Nem lhes interessa o
fornecimento de amônia à África para a produção de fertilizantes, tão
necessários para dezenas de milhões de produtores africanos. A Rússia está
pronta para lançar imediatamente, em questão de dias, o duto de amônia
Tolyatti-Odessa, mas Kiev está atrasando isso por quase um ano, estabelecendo
novas condições", acrescentou ela.
De acordo com Zakharova, Kiev, "com o apoio
total de Washington e seus satélites, não dá o mínimo valor ao interesse em
garantir a segurança alimentar e o combate à fome na África".
A Iniciativa de Grãos do Mar Negro, assinada entre
Rússia, Turquia, Ucrânia e as Nações Unidas em meio ao conflito ucraniano em
julho de 2022, prevê a exportação de grãos, alimentos e fertilizantes
ucranianos pelo mar Negro a partir de três portos, incluindo Odessa.
Ø Comércio entre a
China e o Extremo Oriente da Rússia supera US$ 20 bilhões, diz cônsul chinês
Está decorrendo no Extremo Oriente da Rússia um
fórum econômico russo-chinês, onde o cônsul-geral local da China destacou os
marcos atingidos e as direções em que as relações podem seguir evoluindo.
O comércio entre a China e o Distrito Federal do
Extremo Oriente da Rússia cresceu 47% em 2022, disse na sexta-feira (26) Jiang
Xiaoyang, cônsul-geral da China na cidade russa de Khabarovsk.
"Em 2022, o volume total de comércio entre a
China e o Distrito Federal do Extremo Oriente ultrapassou US$ 20 bilhões [R$
99,89 bilhões], um aumento de 47%. Os investimentos no Extremo Oriente
ultrapassaram US$ 13 bilhões [R$ 64,93 bilhões], consolidando firmemente o
status da China como o maior parceiro comercial do Extremo Oriente e a maior
fonte de capital estrangeiro", disse Jiang no fórum econômico russo-chinês
Amur Expo em Khabarovsk, que está sendo realizado de sexta-feira (26) a domingo
(28).
Jiang notou que, com a participação ativa e os
esforços conjuntos de ambos os países, a cooperação "levará sem dúvida a
novos avanços" e à obtenção de "grandes resultados". Ele
ofereceu várias ideias para a cooperação.
"Primeiro, devemos continuar trabalhando para
melhorar o ambiente de investimento nas regiões adjacentes dos dois países, nos
esforçaremos para melhorar a qualidade, a eficiência e a cooperação pragmática
[...] Recomendamos que o lado russo divulgue mais amplamente a política de
preferências, leis e regulamentações para atrair investimentos no Extremo
Oriente, para que mais empresas chinesas possam entender a disposição do lado
russo de cooperar e todas as condições preferenciais", disse o
cônsul-geral.
Ele observou que a China continua melhorando a
infraestrutura, criando passagens e portos adequados, e também aumentando a
eficiência de seu trabalho.
"Em segundo lugar, é necessário fazer pleno uso
de vários mecanismos de cooperação, fóruns entre governos e empresas, incluindo
o comitê intergovernamental de cooperação e outras organizações que existem
para esse fim."
"Também é necessário introduzir modelos de
cooperação inovadores: explorar ativamente a criação de zonas de cooperação
econômica transfronteiriça, aumentar o apoio político, formar uma política
industrial de apoio, usar efetivamente dois mercados, dois recursos, fazer pleno
uso deles", concluiu Jiang, chamando o fórum Amur Expo de uma plataforma
influente para a cooperação entre a China e a Rússia.
Ø Iraque anuncia projeto rodoviário e ferroviário de US$ 17 bilhões que
ligará Europa e Oriente Médio
As obras planejadas nesse projeto veriam 130 países
na Ásia, Europa e África conectados por meio de infraestrutura terrestre e
marítima, proporcionando maior acesso à China.
Neste sábado (27), o primeiro-ministro iraquiano,
Mohamed Shia al-Sudani, anunciou, durante uma conferência com ministros do
Transporte de vários países, o projeto rodoviário "Rota do
Desenvolvimento" para ligar Europa e Oriente Médio.
Na conferência – com a presença de ministros do Irã,
Jordânia, Kuwait, Omã, Catar, Arábia Saudita, Síria, Turquia e Emirados Árabes
Unidos –, Sudani declarou que o valor do ambicioso projeto será de US$ 17
bilhões (R$ 84,9 bilhões), e a rota abrangerá toda a extensão do país,
estendendo-se por 1.200 quilômetros desde a fronteira norte com a Turquia até o
Golfo no sul.
"Vemos este projeto como um pilar de uma
economia não petrolífera sustentável, um elo que serve os vizinhos do Iraque e
a região e uma contribuição aos esforços de integração econômica", disse
Sudani citado pelo canal France 24.
O comitê de transporte do parlamento iraquiano
acrescentou que, embora sejam necessárias mais discussões, qualquer país que
desejar "poderá realizar parte do projeto", e que a meta é que tudo
esteja construído entre "três a cinco anos", relata a mídia.
"A Rota do Desenvolvimento aumentará a
interdependência entre os países da região", disse o embaixador da Turquia
em Bagdá, Ali Riza Guney, sem dar detalhes sobre o papel que seu país
desempenhará no planejamento.
O projeto também inclui a construção de cerca de 15
estações de trem ao longo da rota, incluindo nas principais cidades de Basra,
Bagdá e Mosul, chegando até a fronteira turca.
O desenvolvimento do corredor rodoviário e
ferroviário permitiria ao Iraque capitalizar sua posição geográfica, com o
objetivo de tornar o país um centro de transporte de mercadorias e pessoas que
se deslocam entre o Golfo, a Turquia e a Europa.
Ø Secretário de Estado dos EUA pressionará Hungria e Turquia a ratificar
adesão da Suécia à OTAN
O Departamento de Estado dos EUA revelou que o
objetivo é completar a adesão da Suécia à OTAN antes da realização da próxima
cúpula da OTAN em julho.
Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA,
pressionará a Turquia e a Hungria a ratificar a adesão da Suécia à OTAN durante
uma reunião informal de ministros das Relações Exteriores na Noruega na próxima
semana, informou o Departamento de Estado, citado na sexta-feira (26) pelo
jornal norte-americano The Hill.
Blinken viajará na terça-feira (31) para Oslo, a
capital do país nórdico, três dias após a segunda e decisiva rodada de eleições
presidenciais na Turquia, disputada entre o atual presidente turco Recep Tayyip
Erdogan e seu adversário, Kemal Kilicdaroglu.
"Tivemos conversas extensas com o governo turco
sobre aliados, incluindo os nossos, uma clara convicção de que a Suécia está
pronta para a adesão agora", disse em uma reunião na sexta-feira (26) com
repórteres Dereck Hogan, secretário assistente interino para assuntos europeus
e euroasiáticos, prevendo a viagem de Blinken.
Ele espera que a ratificação pela Hungria e Turquia
ocorra antes da cúpula da OTAN em Vilnius, Lituânia, em julho.
O secretário também viajará para a Suécia e a
Finlândia.
Tanto a Suécia como a Finlândia submeteram as
candidaturas de adesão à Aliança Atlântica em maio de 2022, em resposta à
operação militar especial da Rússia na Ucrânia. A candidatura da Finlândia foi
aceita, e o país se tornou Estado-membro em 4 de abril de 2023, mas a Hungria e
a Turquia impediram até agora a adesão da Suécia por suas críticas à política
interna de Budapeste e por não ter extraditado curdos de organizações
consideradas terroristas por Ancara, respectivamente.
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Comitê dos EUA revela plano para armar mais Taiwan
em meio a tensões com China
Legisladores norte-americanos publicaram uma lista
de recomendações sobre como Washington deve "armar Taiwan até os
dentes" contra quaisquer ataques potenciais de Pequim, incitando a mais
vendas dos EUA para a ilha, bem como implantações de mísseis de longo alcance
na região mais ampla.
O Comitê Seleto da Câmara dos Representantes sobre o
Partido Comunista Chinês divulgou um extenso documento nesta semana delineando
propostas de medidas para deter o "comportamento agressivo" de Pequim
em relação a Taipé, incluindo um "projeto para ação do Congresso" de
dez pontos.
Referindo deficiências na base industrial dos EUA, o
projeto apela a "mísseis de longo alcance e veículos não tripulados
adicionais na região do Indo-Pacífico", esperando que os fabricantes
possam se adaptar para "produzir rapidamente as quantidades necessárias"
em caso de ataque.
Durante um exercício teórico supervisionado pelo
comitê no mês passado que simulava uma invasão chinesa de Taiwan, as forças dos
EUA que auxiliam a ilha "ficariam sem munições críticas e com poucos
mísseis de precisão dentro de uma semana", aponta o documento.
Anteriormente, Mike Gallagher, que dirige um comitê
americano relacionado à China, disse que os EUA devem "armar Taiwan até os
dentes agora mesmo".
Washington deve corrigir o atraso no fornecimento de
armas no valor de US$ 19 bilhões (R$ 98,65 bilhões) para Taiwan, realizar mais
treinamentos militares conjuntos e reforçar o Exército dos EUA na região,
instou ele.
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Marinha e Força aérea da Rússia são ameaça para OTAN
e Reino Unido, diz comandante britânico
Força Aérea, navios de superfície e submarinos da
Rússia representam uma ameaça ao Reino Unido e à OTAN, declarou Michael
Wigston, o comandante da Força Aérea britânica, ao The Telegraph.
"A Força Aérea, frota de superfície e
submarinos da Rússia representam uma ameaça para o Reino Unido e a OTAN, e é
nisso que 'devemos nos concentrar'", aponta o jornal com referência a
Wigston.
Recentemente, o colunista britânico Harry de
Quetteville disse que os novos mísseis hipersônicos russos, particularmente o
Kinzhal, sinalizam sobre o início de uma nova etapa nas operações militares.
O general aposentado francês Dominique Delawarde,
especialista em política externa e de defesa, disse à Sputnik que os problemas
econômicos e sociais e a falta de investimentos no setor de defesa, que já dura
décadas, impedirão que os países da OTAN se envolvam em uma corrida
armamentista no estilo da Guerra Fria.
Moscou tem repetidamente notado que a OTAN visa o
confronto. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, tem afirmado que a expansão
do bloco não trará mais segurança à Europa.
Ø Países ocidentais condenam Kosovo por escalada de tensões com a Sérvia
Londres, Paris, Roma, Berlim e Washington deixaram
duras críticas a Pristina por inflamar a situação na região, e também
responderam negativamente à reação de Belgrado.
O Reino Unido, a França, a Itália, a Alemanha e os
EUA condenaram a decisão de Kosovo de forçar na sexta-feira (26) o acesso a
prédios municipais no norte do Kosovo, citou a agência britânica Reuters.
"Condenamos a decisão do Kosovo de forçar o
acesso aos prédios municipais no norte do Kosovo, apesar de nosso pedido de
contenção. Pedimos às autoridades do Kosovo que recuem imediatamente e diminuam
a escalada, e que se coordenem estreitamente com a EULEX [a missão da União
Europeia] e a KFOR [missão da OTAN no Kosovo]", disseram os países em uma
declaração conjunta publicada no site do governo britânico.
A declaração também criticou a Sérvia por responder
à ação com um aumento do nível de prontidão de suas Forças Armadas na fronteira
com o Kosovo, e instou as duas partes a evitar retórica inflamatória.
Aleksandar Vucic, presidente da Sérvia, colocou na
sexta-feira (27) o Exército do país em alerta de combate total e ordenou a
unidades militares que se aproximassem da fronteira com o Kosovo, depois que
manifestantes e policiais entraram em confronto em uma cidade de maioria sérvia
no país vizinho.
O conflito entre a Sérvia e o Kosovo se agravou nos
meados de 2022. As autoridades de Pristina decidiram então substituir as placas
de carros e documentos pessoais emitidos na Sérvia para residentes do norte do
Kosovo, o que provocou protestos. Em novembro, a União Europeia anunciou que
houve acordos entre a Sérvia e o Kosovo sobre a questão das placas dos
automóveis.
Fonte: Sputnik Brasil
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